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1 2° BIMESTRE – Oftalmologia Valentina G. Bortoluzzi – ATM 23 UCPel 
URGÊNCIA X EMERGÊNCIA 
URGÊNCIA → situação em que um 
atraso no atendimento não vai levar a 
danos irreversíveis. 
EX: corpo estranho, como um grão de 
milho. 
EMERGÊNCIA → situação em que o atraso no 
atendimento pode levar a danos permanentes. 
EX: soda cáustica no olho. 
 
 EPIDEMIOLOGIA 
→ Os traumas oculares são a maior causa de 
cegueira no mundo em adultos jovens e 
crianças. 
• 90% poderiam ser evitados. 
• 50% são cortantes/perfurantes*. 
• 25% são contusos (batidas). 
• 25% são queimaduras. 
• Somente 9% são atendidos por oftalmologistas. 
 
 EXAME INICIAL DO TRAUMATIZADO 
 3 MEDIDAS BÁSICAS 
1. Anamnese 
→ Há quanto tempo foi o acidente? 
→ Fez algo com o olho (lavou, usou colírio)? 
→ O que causou o acidente (objeto, substâncias 
químicas? 
2. Medida da acuidade visual 
→ Pedir para o paciente olhar alguma placa com o 
olho bom e após com o olho machucado. 
3. Exame do fundo de olho 
→ Inspeção: olhar o tamanho/cor/formato da 
pupila, verificar se há presença de sangue, ou 
deslocamento de retina. 
→ Motilidade: o examinador direciona o dedo para 
várias direções para ver se há alguma restrição 
muscular. 
→ Fundoscopia: atentar ao clarão pupilar/reflexo 
vermelho. 
→ A palpação só se faz após a verificação de que 
não há perfuração. 
 
 CLASSIFICAÇÃO DOS TRAUMATISMOS 
1. Traumatismos contusos: ocorrem por objetos 
maiores que o olho. 
2. Traumatismos cortantes ou perfurantes 
3. Presença de corpo estranho 
- Superficial 
- Intraocular: perfura e entra para dentro. 
4. Queimaduras oculares 
 
TRAUMATISMOS CONTUSOS 
 
 HEMATOMA 
CONCEITO: são coleções de 
sangue na órbita ou no 
próprio tecido/músculo da 
pálpebra em que há uma 
tumefação de cor violácea. 
CONDUTA: nas primeiras 24 
horas, compressas de 
algodão com água fria durante 10 
minutos, 3 ou 4 vezes para parar o 
sangramento. Após 24 horas, fazer 
compressas de água morna durante 10 
minutos, 3 a 4 vezes por dia. para 
ajudar na reabsorção desse sangue. Se 
o paciente tiver dor, utilizar analgésicos. 
RESOLUÇÃO: em torno de 7 a 10 dias. 
 
 QUEMOSE 
CONCEITO: edema da conjuntiva. 
Pode ser por trauma ou em casos 
alérgicos. 
CONDUTA: usar colírio anti-
inflamatório local + compressas de 
água fria 3-4 vezes/dia por 10 
minutos. 
 
 HIPOSFAGMA 
CONCEITO: é uma coleção de 
sangue abaixo da conjuntiva bem 
delimitada pelo limbo, originada 
por um sangramento em uma veia 
da conjuntiva. 
ATENTAR: essa situação pode 
ocorrer no paciente hipertenso em 
meio a um pico hipertensivo. 
CONDUTA: realizar compressas. Acalmar 
o paciente e caso o paciente for 
hipertenso, orientar a aferir a pressão 
quando ocorrer esse quadro. 
RESOLUÇÃO: em torno de 15 dias. 
 
 EROSÃO DE CÓRNEA 
CONCEITO: lesão em que há 
acometimento de camadas 
superficiais do epitélio da córnea. 
Pode ser causada por qualquer tipo 
de batida. 
DIAGNÓSTICO: pingar fluoresceína 
no olho para corar a lesão. 
CONDUTA: pomada de antibiótico 
+ regencel (promove a regeneração do epitélio) + 
tapar o olho para haver a cicatrização. 
*Revisar a cada 24 horas. 
 
2 2° BIMESTRE – Oftalmologia Valentina G. Bortoluzzi – ATM 23 UCPel 
 ÚLCERAS DE CÓRNEA 
CONCEITO: lesão que 
acomete as camadas mais 
profundas da córnea. Bem 
mais opaca que a erosão. 
DIAGNÓSTICO : há 
necessidade de dilatar a 
pupila. 
CONDUTA: antibiótico sistêmico + colírio antibiótico 
+ curativo tapado (troca há cada 14 horas) + pomada 
de antibiótico. 
 
 HIFEMA 
CONCEITO: coleção de 
sangue dentro da câmara 
anterior. Nesse tipo de 
lesão, o trauma fez com 
que vasos da íris 
rompessem. 
É muito doloroso pois aumenta a 
pressão intraocular (forma um 
glaucoma). 
É uma situação muito grave!!!! 
 CONDUTA: 
- Internar o paciente e o deixar 
em repouso absoluto com 
cabeceira elevada, sem 
movimentar a cabeça do 
paciente. 
- Dilatar a pupila desde que o sangue não esteja a 
nível da pupila. 
- Se houver glaucoma, utiliza-se diamox de 12/12 
horas. 
- Anti-inflamatório sistêmico. 
- Compressas de água gelada para que o 
sangramento não aumente. 
- Encaminhar o quanto antes para o oftalmologista. 
 
 FRATURAS DE ÓRBITA 
CONCEITO: podem decorrer de socos, bolinhas de 
tênis. O coxim gorduroso entra para dentro do seio 
maxilar e junto os alguns músculos. Quando 
solicitamos para o paciente olhar para cima, o olho 
com a órbita fraturada fica parado, pois o músculo 
está preso no seio maxilar. 
 O paciente vai se queixar de diplopia e isso ocorre 
devido ao encarceramento da musculatura. 
CONDUTA: compressas frias + cirurgia de 
reconstrução de assoalho. 
 
 CATARATA 
CONCEITO: traumas podem 
desestruturar as fibras do 
cristalino, possibilitando a 
entrada de humor aquoso e 
humor vítreo, causando 
opacificação instantânea. 
CONDUTA: tratamento cirúrgico, sem urgência. 
Antes, deve-se realizar ultrassom para avaliar se não 
há descolamento da retina. 
 
 ESTAFILOMA 
CONCEITO: ruptura da esclera com 
a saída dos corpos ciliares, mas há 
conjuntiva por cima. Pacientes 
com doenças reumatológicas tem 
mais probabilidade de 
desenvolver. 
CONDUTA: diminuir a pressão + 
diamox + colírio anti-inflamatório 5x/dia + anti-
inflamatório sistêmico. 
RESOLUÇÃO: transplante de esclera ou de córnea. 
 
 LUXAÇÃO E SUB-LUXAÇÃO DO CRISTALINO 
CONCEITO: pode ocorrer por 
uma batida, por exemplo. O 
cristalino pode luxar para a 
câmara anterior, posterior ou 
vítreo. O maior problema é se 
ele deslocar para o vítreo pois 
o cristalino e o vítreo são 
transparentes, ou seja, não é 
possível tirar de lá. O vítreo vai 
reagir a presença do cristalino e 
vai fibrosar, tracionando a retina 
e causando o deslocamento 
desta. O paciente vai se queixar 
de déficit visual. Na sub-luxação 
alguns fibras ainda prendem o cristalino. 
 
HEMORRAGIAS, EDEMA 
E DESCOLAMENTO RETINIANO 
CONCEITO: hemorragias ocorrem 
mais frequentemente por 
rompimento de veias. Tanto a 
hemorragia quanto o edema são 
reabsorvidos. 
CONDUTA: o edema pode ser 
tratado com anti-inflamatório 
sistêmico. Já o descolamento deve 
ter tratamento cirúrgico de 
emergência. 
 
 
 
 
3 2° BIMESTRE – Oftalmologia Valentina G. Bortoluzzi – ATM 23 UCPel 
TRAUMATISMOS CORTANTES/PERFURANTES 
 
 LACERAÇÕES 
CONCEITO: podem ir desde 
as pálpebras até o globo 
ocular. Importante 
observar se o olho não está 
perfurado. Se o edema das 
pálpebras é muito intenso, 
deve-se aguardar até 4 
dias para a cirurgia. 
*Importante: a sutura da 
pálpebra deve ser feita em 
três planos: 
1- Tarso e conjuntiva 
2- Músculos 
3- Pele, sem deixar defeito anatômico ou funcional. 
Usa-se fio de nylon ou seda 6.0 com sutura simples. 
 
 LACERAÇÃO DA VIA LACRIMAL 
→ Geralmente por mordedura de cães. Importante 
diagnosticar e tentar reconstituir os canalículos 
lacrimais lacerados. 
 
 
 
 
 
 LACERAÇÃO DO GLOBO OCULAR 
Recomendações ao paciente no primeiro 
atendimento: 
- Jejum para realizar a cirurgia. 
- Repouso no leito com a cabeceira elevada 45° 
- Oclusão bilateral para evitar que o paciente aperte 
os olhos e faça movimentos bruscos. 
O que o médico deve evitar de fazer: 
- Pressionar o olho 
- Usar pomada 
- Fazer sutura rasa ou em toda espessura dos 
tecidos. 
- Fazer sutura assimétrica, muito frouxa ou muito 
apertada. 
- Remover tecidos, coágulos, corpos estranhos. 
- Não deixar que a íris entre em contato com a lesão. 
 
CORPO ESTRANHO SUPERFICIAL 
Pode estar na córnea, na conjuntiva ocular ou na 
conjuntiva palpebral. 
CONDUTA CORPO 
ESTRANHO DE CÓRNEA: 
pinga um colírio anestésico 
e com uma lanceta/agulha 
tamanho 10 remove o corpo 
estranho. 
CONDUTA CORPO ESTRANHO 
NA CONJUNTIVA: molha um 
cotonete no soro fisiológico e 
encontra no corpo estranho. 
 
 
CORPO ESTRANHO INTRA-OCULARPerfura o olho e pode se alojar na câmara anterior, 
câmara posterior, vítreo, retina ou até retro 
orbitário. 
O ideal é que a remoção seja feita até as primeiras 
12hrs. 
Se estiver alojado no vítreo ou na retina, deve-se 
usar aparelhagem de victrectomia. 
 
CONDUTA GERAL NAS PERFURAÇÕES 
→ Nunca palpar um olho perfurado. 
→ Nunca usar pomada. 
→ Nunca remover tecidos oculares. 
→ Lavar cuidadosamente com soro fisiológico 
gelado. 
→ Analgesia sistêmica 
→ Antibiótico sistêmico 
→ Profilaxia do tétano 
→ Pingar colírio de antibiótico. 
→ Fazer curativo não compressivo. 
→ Repouso absoluto no leito. 
→ Jejum pré-operatório antes de realizar a cirurgia. 
Preferencialmente nas primeiras 6hrs após o 
trauma.