Buscar

Letras Integrada - Slides de Aula - Unidade II

Prévia do material em texto

Unidade II
JANE EYRE: UMA TRAJETÓRIA
Profa. Palma Rigolon
Conteúdo
 Short review
 Locais que marcam a estória
 Temas
 Clímax
 Símbolos
Jane Eyre – Um romance gótico
 Na aula anterior vimos um pouco sobre 
o contexto sócio-histórico, sobre os 
personagens na obra, um resumo da 
estória e as características góticas da 
obra. 
 O mais importante de tudo para 
entendermos a análise é lembrar que a 
obra se passa na Era Vitoriana, em que 
as mulheres não tinham voz e que para 
terem seus textos publicados tinham de 
usar pseudônimos. 
 Jane Eyre é considerado um romance 
feminista e é um romance gótico. Vamos 
ver outras características:
Jane Eyre: locais
 Podemos pensar nesse romance dividido 
em cinco etapas, em cinco locais, que 
fazem parte da trajetória da protagonista 
Jane Eyre e representam uma fase em 
sua vda.
 Os locais são: Casa da tia (os Reeds –
Gateshead); Escola (Lowood); 
Thornfield; The Rivers house (Moors 
House); retorno à Thornfield (Ferndean).
Vamos ver cada um deles:
Jane Eyre: locais – The Reeds 
house
 The Reeds House: sociedade representada 
pela matriarca da família, Mrs. Reed. Jane 
se rebela, depois aparece o homem que 
sugere que Jane vá para a escola (Mr. 
Lloyd).
 Sua infância acontece em Gateshead e 
termina (praticamente) quando Jane 
“cresce” e percebe questões éticas quando 
está presa no quarto vermelho. Observe o 
nome do local, “Gateshead”, que fica em 
“gateway” ou entrada para o resto do 
mundo e a fonte de todos os seus 
problemas. Jane se rebela e fala o que 
pensa para sua tia. Jane não abre mão de 
liberdade e honestidade.
 Gateshead é o ponto de partida 
da jornada de Jane.
Jane Eyre: locais – The Reeds 
house
 Além disso, ainda tem o quarto vermelho, 
que é onde Jane fica presa e tem as 
visões de seu tio morto (característica do 
romance gótico). Quando Jane está nesse 
quarto percebemos o quão só ela se 
sente, pois é isolada do resto da família, 
há a sensação de não pertencimento. 
 Pode-se dizer também que o quarto 
vermelho representa a claustrofobia da 
mulher na sociedade vitoriana. É o pior 
momento, mas ela se rebela e aprende 
com os livros. Está sempre em busca da 
liberdade e felicidade. Não se encaixa na 
sociedade.
 O próximo local é a escola Lowood.
Jane Eyre: locais – Lowood Institute
 “Lowood” significa floresta baixa (low
wood) porque foi construída em um vale 
ao lado de uma floresta, mas, além disso, 
significa um tempo complicado, triste 
“low” para Jane. É nessa escola que Jane 
conhece Hellen Burns, sua melhor amiga, 
que acaba morrendo de tifo, e Miss 
Temple a professora gentil e carinhosa.
Jane descreve a escola como um lugar frio e 
escuro:
“I shuddered as I stood and looked around 
me: it was an inclement day for outdoor 
exercise – not positively rainy, but darkened 
by a drizzling yellow fog; all under foot was 
still soaking wet with the floods of 
yesterday”… p.50
Jane Eyre: locais – Lowood Institute
 Mr. Brocklehurst: Diretor de Lowood, 
representa as instituições de ensino 
da era Vitoriana. É uma crítica às 
instituições religiosas da época. Jane 
também não se encaixa aos padrões. Os 
alunos sofrem humilhações e privações 
enquanto ele, o diretor, vive uma vida de 
luxo. Veja o exemplo em que Mr. 
Broclehurst manda cortar o cabelo 
encaracolado de uma das alunas, Miss 
Temple diz a ele que o cabelo de Julia 
Severn é natural e ele responde:
Jane Eyre: locais – Lowood Institute
 “Naturally! Yes, but we are not to 
conform to nature: I wish these girls to 
be the children of Grace: and why that 
abundance? I have again and again 
intimated that I desire the hair to be 
arranged closely, modestly, plainly. Miss 
Temple, that girl’s hair must be cut off 
entirely; I will send a barber tomorrow: 
and I see others who have far too much 
of the excrescence that tall girl, tell her 
to turn round. Tell all the first form to rise 
up and direct their faces to the wall.” 
(p. 55)
Jane Eyre: locais – Lowood Institute
 Helen: exemplo para Jane (que é 
rejeitada) Helen é consumida pela 
religião, aceita sua religião e dá a outra 
face para a política de Lowood. 
 Embora Helen manifeste uma certa força 
e amadurecimento, seus esforços de 
autonegação e sua submissão fazem 
com que Jane rejeite esse modelo de 
religião. Helen é uma órfã que anseia por 
um lar, mas acredita que encontrará esse 
lar no céu. Helen também acredita que a 
justiça será feita no céu. Por outro lado, 
Jane quer encontrar a felicidade neste 
mundo, apesar de sempre pedir 
ajuda a Deus. 
Jane Eyre: locais – Lowood Institute
 Miss. Temple é a professora carinhosa 
com as crianças e Jane se apega a ela e 
tem nela seu refúgio (temple). Jane 
leciona na escola e fica lá por 8 anos. 
Jane rejeita o modelo feminino de Miss 
Temple. Jane quer sua liberdade e 
felicidade e vai em busca dela. 
 Depois de Lowood, Jane chega 
a Thornfield.
Jane Eyre: locais – Thornfield
 Thornfield: espinho, lugar difícil (a field 
of thorns) onde ela encontra tentação e 
mistério e o amor de sua vida.
 Aos 18 anos, Jane é mais independente 
e prepara-se para sair de Lowood, 
diferentemente de quando saiu da casa 
dos Reeds, em que tudo foi preparado 
para sua saída. Agora ela escolheu sair 
em busca de felicidade e liberdade. 
 Ao chegar em Thornfield, Jane é 
acolhida com carinho por Mrs. Fairfax. 
Veja o comentário de Jane:
Jane Eyre: locais – Thornfield
“She treats me like a visitor”, thought I. “I 
little expected such a reception; I anticipated 
only coldness and stiffness: this is not like 
what I have heard of the treatment of 
governesses; but I must not exult too soon”. 
 O comentário de Jane acerca do 
tratamento recebido pelas governantas da 
época, mostra que Brontë faz uma crítica 
à rígida hierarquia social da Inglaterra 
vitoriana. Brontë trabalha a complicada 
posição de governanta. Jane representa a 
ambiguidade dessa classe social e 
consequentemente há sempre tensão em 
torno dos personagens ao redor
dela. 
Jane Eyre: locais – Thornfield
 Jane é tratada por Rochester como igual 
intelectualmente, porém o chama de 
“master” e finaceiramente e 
hierarquicamente ele é seu superior. Jane 
se posiciona em relação a essa 
superioridade sempre contra-
argumentando quando acha necessário e 
mostrando sua opinião, além disso Jane 
recusa-se a aceitar seus presentes caros.
 Apesar disso, em Thornfield, Jane sentia-
se à vontade e via o lugar como seu 
verdadeiro lar, mas, após descobrir sobre 
Bertha no dia de casamento, acaba não se 
encaixando no papel de “amante”
e vai embora de Thornfield. 
Jane Eyre: locais – The Moor House
Em Moor House, Jane sentia-se como igual. 
Veja: 
“There was a reviving pleasure in this 
intercourse, of a kind now tasted by me 
for the first time – the pleasure arising from 
perfect congeniality of tastes, sentiments, 
and principles” (p. 355). 
[…] “Our natures dovetailed: mutual 
affection – of the strongest kind – was 
the result” (p. 336).
Jane participava da vida de suas “primas”, 
fazia aulas de alemão com Diana e dava 
aula de arte para Mary. 
Interatividade
Os lugares na obra Jane Eyre são muito 
importantes, pois representam sua trajetória. 
Assinale a alternativa que apresenta os 
lugares que aparecem na obra em ordem 
cronológica:
a) Gateshead, Lowood, Thornfield, Moor
House, Ferndean.
b) Lowood, Gateshead, Thornfield, Moor
House, Ferndean.
c) Thornfield, Moor House, Ferndean, 
Gateshead, Lowood.
d) Lowood, Thornfield, Moor House, 
Ferndean, Gateshead.
e) Moor House, Thornfield, 
Ferndean, Lowood, Gateshead.
Resposta
Os lugares na obra Jane Eyre são muito 
importantes, pois representam sua trajetória. 
Assinale a alternativa que apresenta os 
lugares que aparecem na obra em ordem 
cronológica:
a) Gateshead, Lowood, Thornfield, Moor
House, Ferndean.
b) Lowood,Gateshead, Thornfield, Moor
House, Ferndean.
c) Thornfield, Moor House, Ferndean, 
Gateshead, Lowood.
d) Lowood, Thornfield, Moor House, 
Ferndean, Gateshead.
e) Moor House, Thornfield, 
Ferndean, Lowood, Gateshead.
Jane Eyre: locais – The Moor House
 John Rivers revela um outro modelo de 
cristianismo. Um modelo de ambição, 
glória e de extrema autovalorização.
 Jane também rejeita esse modelo e fica 
mais certa ainda disso ao assistir a um 
sermão, veja o comentário de Jane sobre 
a pregação:
 “I first got an idea of its calibre when I 
heard him preach in his own church at 
Morton. I wish I could describe that 
sermon: but it is past my power. I cannot 
even render faithfully the effect it 
produced on me.” 
Jane Eyre: locais – The Moor House
“[…] It began calm – and indeed, as far as 
delivery and pitch of voice went, it was calm 
to the end: an earnestly felt, yet strictly 
restrained zeal breathed soon in the distinct 
accents, and prompted the nervous 
language. […] When he had done, instead of 
feeling better, calmer, more enlightened by 
his discourse, I experienced an inexpressible 
sadness; for it seemed to me — I know not 
whether equally so to others — that the 
eloquence to which I had been listening had 
sprung from a depth where lay turbid dregs 
of disappointment – where moved troubling 
impulses of insatiate yearnings and 
disquieting aspirations. 
Jane Eyre: locais – The Moor House
I was sure St. John Rivers — pure-lived, 
conscientious, zealous as he was — had 
not yet found that peace of God which 
passeth all understanding” (p. 300) 
 Percebemos através da percepção de 
Jane a opinião de Brontë sobre a a falta 
da verdadeira espiritualidade como 
resultado do extremismo.
 Depois de Moor House, após rejeitar o 
pedido de casamento de St. John e 
“ouvir” a voz de Rochester a chamando, 
Jane segue rumo a Thornfield.
Jane Eyre: locais – Thornfield –
Ferendean
 Volta a Thornfield: visão que Jane tem 
da casa, corresponde à decadência de 
Rochester (sem uma das mãos, cego e 
sem dinheiro).
 A queda da escada de Rochester pode se 
entender como uma metáfora para sua 
queda no abismo moral e existencial que 
ele mesmo cavou, porém, há uma atitude 
louvável que é quando tenta salvar todos 
os residentes da casa. E, 
paradoxalmente, é quando perde a visão 
que consegue “enxergar” sua atitude 
imprópria, sua justa punição e o poder 
divino.
Jane Eyre: locais – Thornfield –
Ferendean
 Temos uma inversão da situação inicial: 
Rochester, antes provedor de Jane, 
passa a ser protegido por ela (que é 
independente financeiramente). Jane 
conclui o romance confirmando a 
felicidade que compartilha com 
Rochester já há 10 anos, e conta sobre 
os filhos que tiveram juntos. Porém, 
mesmo assim continuam à margem da 
sociedade, já que vivem afastados em 
um lugar distante (Ferndean).
Jane Eyre: Themes (temas)
 Temas são ideias fundamentais e 
universais exploradas no trabalho 
literário. Vejamos alguns:
 Amor x autonomia
 Jane Eyre é muito mais do que uma 
estória de amor. Jane procura não apenas 
um amor, mas principalmente ser 
valorizada. Embora Jane diga a Helen 
Burns: “to gain some real affection from 
you, or Miss Temple, or any other whom I 
truly love, I would willingly submit to have 
the bone of my arm broken, or to let a bull 
toss me, or to stand behind a kicking 
horse, and let it dash its hoof at 
my chest”. (Chapter 8) 
Jane Eyre: Themes (temas)
 Com tudo isso, ao longo da obra Jane 
aprende a ser amada sem “violar-se” ou 
seja, sem sacrificar seus valores nesse 
processo. 
 Seu medo de perder sua autonomia 
faz com que ela recuse a proposta de 
relacionamento com Rochester. Ela não 
suportaria ser a “amante” de Rochester, já 
que ele continuaria legalmente casado 
com Bertha, pois isso sacrificaria sua 
própria integridade, seus próprios 
valores. 
 Por outro lado, quando estava em Moor 
House as coisas eram um pouco 
diferentes:
Jane Eyre: Themes (temas)
 Ela conseguiu a independência 
financeira ao lecionar para as crianças 
pobres da comunidade, mas sentia falta 
do amor que sentia por Rochester, não 
era inteiramente feliz. 
 Quando St. John lhe propôs casamento, 
apesar da dúvida momentânea, recusou 
porque percebeu que não seria feliz 
casando-se sem amor, mesmo sabendo 
que tal proposta era mais uma proposta, 
estava mais relacionada ao trabalho 
(religião) do que a sentimento. 
Jane Eyre: Themes (temas)
 Com isso percebe-se que tais 
acontecimentos fazem com que Jane 
reafirme sua autonomia e vontade. 
 Jane só se casa com Rochester após 
provar sua autonomia, ou seja, ela já era 
autossuficiente e não estaria em uma 
relação assimétrica, dependente de seu 
“senhor”. O casamento deve acontecer 
entre iguais: “I am my husband's life as 
fully as he is mine. . . . To be together is
for us to be at once as free as in solitude, 
as gay as in company. . . . We are 
precisely suited in character—perfect
concord is the result”. 
(Chapter 38)
Jane Eyre: Themes (temas)
Religion
 Durante todo o romance Jane luta para 
encontrar equilíbrio entre os valores 
morais e os prazeres terrenos, entre 
“obrigações relacionadas ao espírito e 
atenção ao corpo. Ao longo da estória, 
Jane depara-se com três figuras 
religiosas: Mr. Brocklehurst, Helen 
Burns, and St. John Rivers. Cada um 
deles representa um modelo de religião 
que Jane acaba rejeitando, já que ela 
elabora suas próprias ideias em relação 
à fé e princípios. 
Jane Eyre: Themes (temas)
 Helen Burns: o modelo manso e 
submisso de Helen era extremamente 
passivo para ser seguido por Jane, 
embora ela admirasse e amasse muito 
sua amiga. 
 Muitos capítulos à frente, St. John 
Rivers representa um outro modelo 
de Cristianismo, que é um modelo de 
ambição, glória e autovalorização. Ele 
insiste para que Jane se sacrifique 
emocionalmente em detrimento dos 
“deveres” religiosos. Esse modelo 
também é rejeitado por ela.
Jane Eyre: Themes (temas)
 Embora Jane acabe rejeitando os três 
modelos, ela não abandona seus valores 
e crenças, a fé em um Deus Cristão. 
Quando seu casamento é interrompido, 
ela reza para que Deus a console e 
acalme seu coração (capítulo 26). 
 Ao sair de Thornville sem dinheiro, 
quando sua saúde fica debilitada, ela, 
faminta, ela entrega sua sobrevivência 
nas mãos de Deus (capítulo 28). 
Jane Eyre: Themes (temas)
 Ela rejeita a proposta de Rochester, 
de ficarem juntos sem casar, por julgar 
imoral e ir contra seus valores morais e 
religiosos, mesmo que isso custasse o 
único amor de sua vida (capítulo 27). 
 Jane encontra conforto no “meio termo”, 
seu entendimento espiritual não é odioso 
e opressor como o de Mr. Brocklehurst, 
nem de submissão e fanatismo como o 
de Helen Burns e St. John. Para Jane, 
religião ajuda a reduzir as paixões 
desenfreadas e estimula a pessoa a 
contribuir para um mundo melhor por 
meio do autoconhecimento e 
da fé em Deus. 
Jane Eyre: Themes (temas)
 Classe social: o jeito sofisticado de 
Jane e sua educação são características 
da aristocracia, pois na Era Vitoriana, 
as governantas que trabalhavam como 
tutoras das crianças tinham de ensinar 
etiqueta e assuntos acadêmicos, por 
isso tinham de ter a cultura da 
aristocracia. Então, como trabalhadoras 
assalariadas, eram mais ou menos 
tratadas como serviçais. 
Jane Eyre: Themes (temas)
A ambiguidade da profissão fica clara 
quando Jane percebe seus sentimentos por 
Rochester, pois ela é intelectualmente igual 
a ele, porém, não socialmente. Mesmo 
antes da descoberta sobre Bertha, Jane 
hesita em casar-se com Rochester, pois 
sente que ficará em débito com ele. Esse 
fato é uma crítica da autora à sociedade 
vitoriana. A própria Jane fala acerca do 
preconceito de classe. Veja:
Jane Eyre: Themes (temas)
“Do you think, because I am poor, obscure,plain, and little, I am soulless and heartless? 
You think wrong!—I have as much soul as 
you—and full as much heart! And if God had 
gifted me with some beauty and much 
wealth, I should have made it as hard for you 
to leave me, as it is now for me to leave you.” 
(capítulo 23) 
 Entretanto, percebemos que Jane só 
consegue casar-se com ele a partir do 
momento que é considerada como igual, 
ou seja, depois que, como num passe de 
mágica, herda o dinheiro de seu tio. 
Interatividade
Assinale a alternativa que apresenta 
afirmações corretas em relação ao tema 
religião. Escolha a alternativa correta.
I. Na obra, Jane é apresentada a três 
modelos de religião.
II. Jane opta pelo modelo Cristão, que 
é apresentado por Helen Burn.
III. Jane rejeita os três modelos de religião 
que lhe são apresentados.
a) Estão corretas apenas I e II.
b) Estão corretas apenas I e III.
c) Apenas III está correta. 
d) Apenas II está correta.
e) Todas estão corretas.
Resposta
Assinale a alternativa que apresenta 
afirmações corretas em relação ao tema 
religião. Escolha a alternativa correta.
I. Na obra, Jane é apresentada a três 
modelos de religião.
II. Jane opta pelo modelo Cristão, que 
é apresentado por Helen Burn.
III. Jane rejeita os três modelos de religião 
que lhe são apresentados.
a) Estão corretas apenas I e II.
b) Estão corretas apenas I e III.
c) Apenas III está correta. 
d) Apenas II está correta.
e) Todas estão corretas.
Jane Eyre: Themes (temas)
Relação de gêneros
 Jane luta o tempo todo para alcançar 
a igualdade e superar a opressão. Além 
da questão da classe social, há ainda a 
questão do gênero, ela tem de provar 
que não é inferior aos homens e, por 
isso, os trata como iguais. Há três 
personagens que ameaçam sua luta por 
dignidade e igualdade: Mr. Brocklehurst, 
Rochester e St. John Rivers. Os três são 
misóginos de alguma maneira. 
Jane Eyre: Themes (temas)
 Cada um deles tenta manter Jane em 
posição de submissão, de forma que 
ela não seja capaz de expressar sua 
vontade, pensamentos e sentimentos. 
Nessa luta Jane teve de escapar de 
Brocklehurst, rejeitar St. John, e só fica 
com Rochester depois de certificar-se de 
que poderia casar-se com ele como 
“igual”.
Jane Eyre: Themes (temas)
 Jane percebe-se capaz de sustentar-se 
em Moor House, pois consegue um papel 
na comunidade e na família. Dessa forma 
ela não dependeria de Rochester, já que 
era financeiramente independente. Além 
disso, Rochester fica cego e é ele quem 
acaba por ficar dependente de Jane. No 
capítulo 12 Jane deixa claro o que pensa 
acerca da questão do gênero:
Jane Eyre: Themes (temas)
“Women are supposed to be very calm 
generally: but women feel just as men feel; 
they need exercise for their faculties, and a 
field for their efforts as much as their 
brothers do; they suffer from too rigid a 
restraint, too absolute a stagnation, 
precisely as men would suffer; and it is 
narrow-minded in their more privileged 
fellow-creatures to say that they ought to 
confine themselves to making puddings 
and knitting stockings, to playing on the 
piano and embroidering bags. (continua)
Jane Eyre: Themes (temas)
It is thoughtless to condemn them, or laugh 
at them, if they seek to do more or learn 
more than custom has pronounced 
necessary for their sex.” 
Este trecho nos mostra o seguinte:
 Quando a autora define a tese que será 
desenvolvida durante a estória.
 Percebe-se o uso de linguagem 
desafiadora e política como: ‘revolt’, 
‘rebellions’, ‘restraint’, ‘narrow-minded’, 
‘privileged’.
(continua).
Jane Eyre: Themes (temas)
 Essa linguagem é aplicada não apenas 
às questões políticas, às classes sociais 
mas também à situação da mulher. 
 A questão política é trazida para o 
problema do gênero. 
 Diante disso percebe-se que a obra 
discute a situação da mulher de classe 
média do início dos anos 1800. Nessa 
época a revolução industrial propiciou 
trabalho para as mulheres da classe 
trabalhadora em que a carreira de 
governanta era considerada uma das 
mais respeitosas para as mulheres de 
classe média. 
Jane Eyre: Themes (temas)
 Por isso, tal posição acaba sendo 
ambígua, pois a governanta tinha de ter 
uma ótima educação e morar na casa de 
seu empregador, porém, como 
assalariada, também era considerada 
uma serviçal, mas uma serviçal que tinha 
a educação semelhante e que ensinava a 
aristocracia. Por isso, no início da obra, 
enfatiza-se a origem da família de Jane. 
Interatividade
Para onde Jane vai depois de sair de 
Thornfield?
a) Para o Estado de Lockhead.
b) Para a casa dos Rivers – Moor House.
c) Para a Índia.
d) Para Londres.
e) Para Lowood.
Resposta
Para onde Jane vai depois de sair de 
Thornfield?
a) Para o Estado de Lockhead. 
b) Para a casa dos Rivers – Moor House.
c) Para a Índia.
d) Para Londres.
e) Para Lowood.
Jane Eyre – Clímax
 O clímax acontece após Jane receber 
sua segunda proposta de casamento, de 
St. John Rivers, que pede para que ela o 
acompanhe em sua viagem à Índia. Jane 
considera a proposta, mesmo sabendo 
que casar-se com St. John significaria o 
fim de sua vida emocional. Quando ela 
está para aceitar a proposta, “ouve” 
sobrenaturalmente a voz de Rochester a 
chamando e aí tem a certeza de que deve 
voltar para ele. (veja o trecho)
Jane Eyre – Clímax
 “What have you heard? What do you 
see?” asked St. John. I saw nothing but I 
heard a voice somewhere cry – “Jane, 
Jane, Jane” – nothing more.
 “O God! What is it?” I gasped.
 I might have said, “where is it?” for it did 
not seem in the room, nor in the house, 
nor in the garden; it did not come out of 
the air, nor from under the earth, nor from 
overhead. I had heard it – where or 
whence, for ever possible to know! And it 
was the voice of a human being – a 
known, loved, well-remembered voice –
that of Edward Fairfax 
Rochester;…
Jane Eyre – Clímax
And it spoke in pain and woe, wildly, eerily, 
urgently.
“I’m coming!” I cried. “wait for me! Oh, I will 
come!”I flew to the door and looked into the 
passage: it was dark. I ran out into the 
garden: it was void.
“where are you?” I exclaimed…
E o capítulo termina assim:
“I broke to St. John, who had followed, and 
who have detained me. It was my time to 
assume ascendancy. My powers were in 
play and in force. I told him to forebear 
question or remark; I desired him…
Jane Eyre – Charlote Brontë 
(1816-1855): Clímax
to leave me: I must and would be alone. He 
obeyed at once. Where there is energy to 
command well enough, obedience never 
fails. I mounted to my chamber; locked 
myself in; fell on my knees, and prayed in 
my way – a different way to St. John’s, but 
effective in its own fashion. I seemed to 
penetrate very near a Mighty spirit; and my 
soul rushed out in gratitude at His feet. I 
rose from the thanksgiving – took a resolve 
– and lay down, unscared, enlighted – eager 
but for the daylight.
Jane Eyre – Charlote Brontë 
(1816-1855): Symbols
 Símbolos são objetos, personagens, 
figuras ou cores usadas para representar 
conceitos ou ideias abstratas. 
 Bertha Mason
É uma presença complexa na obra. É ela 
quem impede a felicidade de Jane, 
porém, também catalisa o crescimento e 
autoconhecimento de Jane. O mistério 
que rodeia Bertha estabelece suspense 
e terror à estória. Além disso, Bertha 
serve para lembrar a libertinagem e 
inconsequência da juventude de 
Rochester.
Jane Eyre – Charlote Brontë 
(1816-1855): Symbols
 Pode simbolizar a maneira pela 
qual os ingleses são receosos e 
psicologicamente “fechados” a outras 
culturas, já que Bertha era Jamaicana. 
Outra possibilidade é que pode 
representar o lado inconsciente de Jane, 
seu lado transgressor com o qual ela luta 
(perfil feminino transgressor).
Jane Eyre – Charlote Brontë 
(1816-1855): Symbols
 O quarto vermelho
Pode ser vistocomo símbolo do que 
deve ser superado por Jane para que 
encontre liberdade, felicidade. No quarto 
vermelho a posição de exílio e prisão fica 
clara. Embora Jane geralmente seja 
libertada desse quarto, continua sendo 
rejeitada por todos, excluída do amor e 
da família. Seu senso de independência 
e liberdade é constantemente ameaçado. 
Jane Eyre – Charlote Brontë 
(1816-1855): Symbols
 A importância do quarto vermelho 
continua por toda a obra. Reaparece 
na memória de Jane toda a vez que ela 
relaciona sua situação atual e o 
sentimento de ser ridicularizada. Ela 
lembra do quarto vermelho quando é 
humilhada na escola e na noite que 
decide deixar Thonfield depois da 
proposta de Rochester de ser sua 
“amante”. 
Jane Eyre – Charlote Brontë 
(1816-1855): Symbols
 Fogo e gelo: permeiam toda a obra. 
 Fogo: representa paixão, raiva, 
espirituosidade de Jane. O fogo é 
também uma metáfora que representa 
a própria Jane.
 Gelo: representa as forças opressivas 
que tentam acabar com a vitalidade de 
Jane. 
A imagem do gelo e do frio simbolizam 
solidão, desolação e até mesmo a morte.
Jane fala sobre a temperatura congelante 
de Lowood. Observe o trecho:
Jane Eyre – Charlote Brontë 
(1816-1855): Symbols
“A Christmas frost had come at mid-
summer: a white December storm had 
whirled over June; ice glazed the ripe 
apples, drifts crushed the blowing roses; on 
hay-field and corn-field lay a frozen 
shroud... and the woods, which twelve 
hours since waved leafy and fragrant as 
groves between the tropics, now spread, 
waste, wild, and white as pine-forests in 
wintry Norway. My hopes were all dead...” 
(p. 291)
Jane Eyre – Charlote Brontë 
(1816-1855): the final 
 Ao final da estória, Jane, mais madura, 
decide viver seu amor. Ao encontrá-lo 
cego e sem uma das mãos, percebe o 
quanto o ama. 
 Se observarmos o final e o primeiro 
encontro dos dois, perceberemos que 
tanto no início como no final, Jane o 
estava ajudando. 
 Também percebemos que Jane só 
consegue ficar com Rochester depois de 
ficar “rica”. É por causa da insistência de 
Jane que Rochester vai ao médico e 
recupera parte da visão. 
Jane Eyre – Charlote Brontë 
(1816-1855): the final 
 Ao final, Jane conta ao leitor:
“Reader, I married him” (p. 444) – apenas os 
dois Jane e Rochester! 
A vida e alma de Jane e Rochester se 
desenvolvem e mudam depois que decidem 
ficar juntos, não só pela vontade deles 
mesmos, mas também por vontade de 
Deus. Eles amadurecem como indivíduos, 
e crescem muito como casal. A estória 
termina com o amor e a visão de Rochester 
restabelecidos. 
Jane Eyre – Charlote Brontë 
(1816-1855): the final 
 E o que é mais interessante notar acerca 
de Rochester é que foi necessário que 
ficasse cego para então poder “enxergar’ 
seus sentimentos.
 Com os filhos a felicidade doméstica se 
estabelece entre os dois. 
Interatividade
Assinale as afirmativas que apresentam a 
crítica feita à Era Vitoriana por Brontë.
I. Instituições de ensino.
II. Papel da mulher.
III. Hierarquização das classes sociais.
IV. Arte da época.
V. Falta de tecnologia.
Estão corretas apenas:
a) I e II
b) II e III
c) III e IV
d) Apenas V
e) I, II e III
Resposta
Assinale as afirmativas que apresentam a 
crítica feita à Era Vitoriana por Brontë.
I. Instituições de ensino.
II. Papel da mulher.
III. Hierarquização das classes sociais.
IV. Arte da época.
V. Falta de tecnologia.
Estão corretas apenas:
a) I e II
b) II e III
c) III e IV
d) Apenas V
e) I, II e III
ATÉ A PRÓXIMA!

Continue navegando