Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Unidade II JANE EYRE: UMA TRAJETÓRIA Profa. Palma Rigolon Conteúdo Short review Locais que marcam a estória Temas Clímax Símbolos Jane Eyre – Um romance gótico Na aula anterior vimos um pouco sobre o contexto sócio-histórico, sobre os personagens na obra, um resumo da estória e as características góticas da obra. O mais importante de tudo para entendermos a análise é lembrar que a obra se passa na Era Vitoriana, em que as mulheres não tinham voz e que para terem seus textos publicados tinham de usar pseudônimos. Jane Eyre é considerado um romance feminista e é um romance gótico. Vamos ver outras características: Jane Eyre: locais Podemos pensar nesse romance dividido em cinco etapas, em cinco locais, que fazem parte da trajetória da protagonista Jane Eyre e representam uma fase em sua vda. Os locais são: Casa da tia (os Reeds – Gateshead); Escola (Lowood); Thornfield; The Rivers house (Moors House); retorno à Thornfield (Ferndean). Vamos ver cada um deles: Jane Eyre: locais – The Reeds house The Reeds House: sociedade representada pela matriarca da família, Mrs. Reed. Jane se rebela, depois aparece o homem que sugere que Jane vá para a escola (Mr. Lloyd). Sua infância acontece em Gateshead e termina (praticamente) quando Jane “cresce” e percebe questões éticas quando está presa no quarto vermelho. Observe o nome do local, “Gateshead”, que fica em “gateway” ou entrada para o resto do mundo e a fonte de todos os seus problemas. Jane se rebela e fala o que pensa para sua tia. Jane não abre mão de liberdade e honestidade. Gateshead é o ponto de partida da jornada de Jane. Jane Eyre: locais – The Reeds house Além disso, ainda tem o quarto vermelho, que é onde Jane fica presa e tem as visões de seu tio morto (característica do romance gótico). Quando Jane está nesse quarto percebemos o quão só ela se sente, pois é isolada do resto da família, há a sensação de não pertencimento. Pode-se dizer também que o quarto vermelho representa a claustrofobia da mulher na sociedade vitoriana. É o pior momento, mas ela se rebela e aprende com os livros. Está sempre em busca da liberdade e felicidade. Não se encaixa na sociedade. O próximo local é a escola Lowood. Jane Eyre: locais – Lowood Institute “Lowood” significa floresta baixa (low wood) porque foi construída em um vale ao lado de uma floresta, mas, além disso, significa um tempo complicado, triste “low” para Jane. É nessa escola que Jane conhece Hellen Burns, sua melhor amiga, que acaba morrendo de tifo, e Miss Temple a professora gentil e carinhosa. Jane descreve a escola como um lugar frio e escuro: “I shuddered as I stood and looked around me: it was an inclement day for outdoor exercise – not positively rainy, but darkened by a drizzling yellow fog; all under foot was still soaking wet with the floods of yesterday”… p.50 Jane Eyre: locais – Lowood Institute Mr. Brocklehurst: Diretor de Lowood, representa as instituições de ensino da era Vitoriana. É uma crítica às instituições religiosas da época. Jane também não se encaixa aos padrões. Os alunos sofrem humilhações e privações enquanto ele, o diretor, vive uma vida de luxo. Veja o exemplo em que Mr. Broclehurst manda cortar o cabelo encaracolado de uma das alunas, Miss Temple diz a ele que o cabelo de Julia Severn é natural e ele responde: Jane Eyre: locais – Lowood Institute “Naturally! Yes, but we are not to conform to nature: I wish these girls to be the children of Grace: and why that abundance? I have again and again intimated that I desire the hair to be arranged closely, modestly, plainly. Miss Temple, that girl’s hair must be cut off entirely; I will send a barber tomorrow: and I see others who have far too much of the excrescence that tall girl, tell her to turn round. Tell all the first form to rise up and direct their faces to the wall.” (p. 55) Jane Eyre: locais – Lowood Institute Helen: exemplo para Jane (que é rejeitada) Helen é consumida pela religião, aceita sua religião e dá a outra face para a política de Lowood. Embora Helen manifeste uma certa força e amadurecimento, seus esforços de autonegação e sua submissão fazem com que Jane rejeite esse modelo de religião. Helen é uma órfã que anseia por um lar, mas acredita que encontrará esse lar no céu. Helen também acredita que a justiça será feita no céu. Por outro lado, Jane quer encontrar a felicidade neste mundo, apesar de sempre pedir ajuda a Deus. Jane Eyre: locais – Lowood Institute Miss. Temple é a professora carinhosa com as crianças e Jane se apega a ela e tem nela seu refúgio (temple). Jane leciona na escola e fica lá por 8 anos. Jane rejeita o modelo feminino de Miss Temple. Jane quer sua liberdade e felicidade e vai em busca dela. Depois de Lowood, Jane chega a Thornfield. Jane Eyre: locais – Thornfield Thornfield: espinho, lugar difícil (a field of thorns) onde ela encontra tentação e mistério e o amor de sua vida. Aos 18 anos, Jane é mais independente e prepara-se para sair de Lowood, diferentemente de quando saiu da casa dos Reeds, em que tudo foi preparado para sua saída. Agora ela escolheu sair em busca de felicidade e liberdade. Ao chegar em Thornfield, Jane é acolhida com carinho por Mrs. Fairfax. Veja o comentário de Jane: Jane Eyre: locais – Thornfield “She treats me like a visitor”, thought I. “I little expected such a reception; I anticipated only coldness and stiffness: this is not like what I have heard of the treatment of governesses; but I must not exult too soon”. O comentário de Jane acerca do tratamento recebido pelas governantas da época, mostra que Brontë faz uma crítica à rígida hierarquia social da Inglaterra vitoriana. Brontë trabalha a complicada posição de governanta. Jane representa a ambiguidade dessa classe social e consequentemente há sempre tensão em torno dos personagens ao redor dela. Jane Eyre: locais – Thornfield Jane é tratada por Rochester como igual intelectualmente, porém o chama de “master” e finaceiramente e hierarquicamente ele é seu superior. Jane se posiciona em relação a essa superioridade sempre contra- argumentando quando acha necessário e mostrando sua opinião, além disso Jane recusa-se a aceitar seus presentes caros. Apesar disso, em Thornfield, Jane sentia- se à vontade e via o lugar como seu verdadeiro lar, mas, após descobrir sobre Bertha no dia de casamento, acaba não se encaixando no papel de “amante” e vai embora de Thornfield. Jane Eyre: locais – The Moor House Em Moor House, Jane sentia-se como igual. Veja: “There was a reviving pleasure in this intercourse, of a kind now tasted by me for the first time – the pleasure arising from perfect congeniality of tastes, sentiments, and principles” (p. 355). […] “Our natures dovetailed: mutual affection – of the strongest kind – was the result” (p. 336). Jane participava da vida de suas “primas”, fazia aulas de alemão com Diana e dava aula de arte para Mary. Interatividade Os lugares na obra Jane Eyre são muito importantes, pois representam sua trajetória. Assinale a alternativa que apresenta os lugares que aparecem na obra em ordem cronológica: a) Gateshead, Lowood, Thornfield, Moor House, Ferndean. b) Lowood, Gateshead, Thornfield, Moor House, Ferndean. c) Thornfield, Moor House, Ferndean, Gateshead, Lowood. d) Lowood, Thornfield, Moor House, Ferndean, Gateshead. e) Moor House, Thornfield, Ferndean, Lowood, Gateshead. Resposta Os lugares na obra Jane Eyre são muito importantes, pois representam sua trajetória. Assinale a alternativa que apresenta os lugares que aparecem na obra em ordem cronológica: a) Gateshead, Lowood, Thornfield, Moor House, Ferndean. b) Lowood,Gateshead, Thornfield, Moor House, Ferndean. c) Thornfield, Moor House, Ferndean, Gateshead, Lowood. d) Lowood, Thornfield, Moor House, Ferndean, Gateshead. e) Moor House, Thornfield, Ferndean, Lowood, Gateshead. Jane Eyre: locais – The Moor House John Rivers revela um outro modelo de cristianismo. Um modelo de ambição, glória e de extrema autovalorização. Jane também rejeita esse modelo e fica mais certa ainda disso ao assistir a um sermão, veja o comentário de Jane sobre a pregação: “I first got an idea of its calibre when I heard him preach in his own church at Morton. I wish I could describe that sermon: but it is past my power. I cannot even render faithfully the effect it produced on me.” Jane Eyre: locais – The Moor House “[…] It began calm – and indeed, as far as delivery and pitch of voice went, it was calm to the end: an earnestly felt, yet strictly restrained zeal breathed soon in the distinct accents, and prompted the nervous language. […] When he had done, instead of feeling better, calmer, more enlightened by his discourse, I experienced an inexpressible sadness; for it seemed to me — I know not whether equally so to others — that the eloquence to which I had been listening had sprung from a depth where lay turbid dregs of disappointment – where moved troubling impulses of insatiate yearnings and disquieting aspirations. Jane Eyre: locais – The Moor House I was sure St. John Rivers — pure-lived, conscientious, zealous as he was — had not yet found that peace of God which passeth all understanding” (p. 300) Percebemos através da percepção de Jane a opinião de Brontë sobre a a falta da verdadeira espiritualidade como resultado do extremismo. Depois de Moor House, após rejeitar o pedido de casamento de St. John e “ouvir” a voz de Rochester a chamando, Jane segue rumo a Thornfield. Jane Eyre: locais – Thornfield – Ferendean Volta a Thornfield: visão que Jane tem da casa, corresponde à decadência de Rochester (sem uma das mãos, cego e sem dinheiro). A queda da escada de Rochester pode se entender como uma metáfora para sua queda no abismo moral e existencial que ele mesmo cavou, porém, há uma atitude louvável que é quando tenta salvar todos os residentes da casa. E, paradoxalmente, é quando perde a visão que consegue “enxergar” sua atitude imprópria, sua justa punição e o poder divino. Jane Eyre: locais – Thornfield – Ferendean Temos uma inversão da situação inicial: Rochester, antes provedor de Jane, passa a ser protegido por ela (que é independente financeiramente). Jane conclui o romance confirmando a felicidade que compartilha com Rochester já há 10 anos, e conta sobre os filhos que tiveram juntos. Porém, mesmo assim continuam à margem da sociedade, já que vivem afastados em um lugar distante (Ferndean). Jane Eyre: Themes (temas) Temas são ideias fundamentais e universais exploradas no trabalho literário. Vejamos alguns: Amor x autonomia Jane Eyre é muito mais do que uma estória de amor. Jane procura não apenas um amor, mas principalmente ser valorizada. Embora Jane diga a Helen Burns: “to gain some real affection from you, or Miss Temple, or any other whom I truly love, I would willingly submit to have the bone of my arm broken, or to let a bull toss me, or to stand behind a kicking horse, and let it dash its hoof at my chest”. (Chapter 8) Jane Eyre: Themes (temas) Com tudo isso, ao longo da obra Jane aprende a ser amada sem “violar-se” ou seja, sem sacrificar seus valores nesse processo. Seu medo de perder sua autonomia faz com que ela recuse a proposta de relacionamento com Rochester. Ela não suportaria ser a “amante” de Rochester, já que ele continuaria legalmente casado com Bertha, pois isso sacrificaria sua própria integridade, seus próprios valores. Por outro lado, quando estava em Moor House as coisas eram um pouco diferentes: Jane Eyre: Themes (temas) Ela conseguiu a independência financeira ao lecionar para as crianças pobres da comunidade, mas sentia falta do amor que sentia por Rochester, não era inteiramente feliz. Quando St. John lhe propôs casamento, apesar da dúvida momentânea, recusou porque percebeu que não seria feliz casando-se sem amor, mesmo sabendo que tal proposta era mais uma proposta, estava mais relacionada ao trabalho (religião) do que a sentimento. Jane Eyre: Themes (temas) Com isso percebe-se que tais acontecimentos fazem com que Jane reafirme sua autonomia e vontade. Jane só se casa com Rochester após provar sua autonomia, ou seja, ela já era autossuficiente e não estaria em uma relação assimétrica, dependente de seu “senhor”. O casamento deve acontecer entre iguais: “I am my husband's life as fully as he is mine. . . . To be together is for us to be at once as free as in solitude, as gay as in company. . . . We are precisely suited in character—perfect concord is the result”. (Chapter 38) Jane Eyre: Themes (temas) Religion Durante todo o romance Jane luta para encontrar equilíbrio entre os valores morais e os prazeres terrenos, entre “obrigações relacionadas ao espírito e atenção ao corpo. Ao longo da estória, Jane depara-se com três figuras religiosas: Mr. Brocklehurst, Helen Burns, and St. John Rivers. Cada um deles representa um modelo de religião que Jane acaba rejeitando, já que ela elabora suas próprias ideias em relação à fé e princípios. Jane Eyre: Themes (temas) Helen Burns: o modelo manso e submisso de Helen era extremamente passivo para ser seguido por Jane, embora ela admirasse e amasse muito sua amiga. Muitos capítulos à frente, St. John Rivers representa um outro modelo de Cristianismo, que é um modelo de ambição, glória e autovalorização. Ele insiste para que Jane se sacrifique emocionalmente em detrimento dos “deveres” religiosos. Esse modelo também é rejeitado por ela. Jane Eyre: Themes (temas) Embora Jane acabe rejeitando os três modelos, ela não abandona seus valores e crenças, a fé em um Deus Cristão. Quando seu casamento é interrompido, ela reza para que Deus a console e acalme seu coração (capítulo 26). Ao sair de Thornville sem dinheiro, quando sua saúde fica debilitada, ela, faminta, ela entrega sua sobrevivência nas mãos de Deus (capítulo 28). Jane Eyre: Themes (temas) Ela rejeita a proposta de Rochester, de ficarem juntos sem casar, por julgar imoral e ir contra seus valores morais e religiosos, mesmo que isso custasse o único amor de sua vida (capítulo 27). Jane encontra conforto no “meio termo”, seu entendimento espiritual não é odioso e opressor como o de Mr. Brocklehurst, nem de submissão e fanatismo como o de Helen Burns e St. John. Para Jane, religião ajuda a reduzir as paixões desenfreadas e estimula a pessoa a contribuir para um mundo melhor por meio do autoconhecimento e da fé em Deus. Jane Eyre: Themes (temas) Classe social: o jeito sofisticado de Jane e sua educação são características da aristocracia, pois na Era Vitoriana, as governantas que trabalhavam como tutoras das crianças tinham de ensinar etiqueta e assuntos acadêmicos, por isso tinham de ter a cultura da aristocracia. Então, como trabalhadoras assalariadas, eram mais ou menos tratadas como serviçais. Jane Eyre: Themes (temas) A ambiguidade da profissão fica clara quando Jane percebe seus sentimentos por Rochester, pois ela é intelectualmente igual a ele, porém, não socialmente. Mesmo antes da descoberta sobre Bertha, Jane hesita em casar-se com Rochester, pois sente que ficará em débito com ele. Esse fato é uma crítica da autora à sociedade vitoriana. A própria Jane fala acerca do preconceito de classe. Veja: Jane Eyre: Themes (temas) “Do you think, because I am poor, obscure,plain, and little, I am soulless and heartless? You think wrong!—I have as much soul as you—and full as much heart! And if God had gifted me with some beauty and much wealth, I should have made it as hard for you to leave me, as it is now for me to leave you.” (capítulo 23) Entretanto, percebemos que Jane só consegue casar-se com ele a partir do momento que é considerada como igual, ou seja, depois que, como num passe de mágica, herda o dinheiro de seu tio. Interatividade Assinale a alternativa que apresenta afirmações corretas em relação ao tema religião. Escolha a alternativa correta. I. Na obra, Jane é apresentada a três modelos de religião. II. Jane opta pelo modelo Cristão, que é apresentado por Helen Burn. III. Jane rejeita os três modelos de religião que lhe são apresentados. a) Estão corretas apenas I e II. b) Estão corretas apenas I e III. c) Apenas III está correta. d) Apenas II está correta. e) Todas estão corretas. Resposta Assinale a alternativa que apresenta afirmações corretas em relação ao tema religião. Escolha a alternativa correta. I. Na obra, Jane é apresentada a três modelos de religião. II. Jane opta pelo modelo Cristão, que é apresentado por Helen Burn. III. Jane rejeita os três modelos de religião que lhe são apresentados. a) Estão corretas apenas I e II. b) Estão corretas apenas I e III. c) Apenas III está correta. d) Apenas II está correta. e) Todas estão corretas. Jane Eyre: Themes (temas) Relação de gêneros Jane luta o tempo todo para alcançar a igualdade e superar a opressão. Além da questão da classe social, há ainda a questão do gênero, ela tem de provar que não é inferior aos homens e, por isso, os trata como iguais. Há três personagens que ameaçam sua luta por dignidade e igualdade: Mr. Brocklehurst, Rochester e St. John Rivers. Os três são misóginos de alguma maneira. Jane Eyre: Themes (temas) Cada um deles tenta manter Jane em posição de submissão, de forma que ela não seja capaz de expressar sua vontade, pensamentos e sentimentos. Nessa luta Jane teve de escapar de Brocklehurst, rejeitar St. John, e só fica com Rochester depois de certificar-se de que poderia casar-se com ele como “igual”. Jane Eyre: Themes (temas) Jane percebe-se capaz de sustentar-se em Moor House, pois consegue um papel na comunidade e na família. Dessa forma ela não dependeria de Rochester, já que era financeiramente independente. Além disso, Rochester fica cego e é ele quem acaba por ficar dependente de Jane. No capítulo 12 Jane deixa claro o que pensa acerca da questão do gênero: Jane Eyre: Themes (temas) “Women are supposed to be very calm generally: but women feel just as men feel; they need exercise for their faculties, and a field for their efforts as much as their brothers do; they suffer from too rigid a restraint, too absolute a stagnation, precisely as men would suffer; and it is narrow-minded in their more privileged fellow-creatures to say that they ought to confine themselves to making puddings and knitting stockings, to playing on the piano and embroidering bags. (continua) Jane Eyre: Themes (temas) It is thoughtless to condemn them, or laugh at them, if they seek to do more or learn more than custom has pronounced necessary for their sex.” Este trecho nos mostra o seguinte: Quando a autora define a tese que será desenvolvida durante a estória. Percebe-se o uso de linguagem desafiadora e política como: ‘revolt’, ‘rebellions’, ‘restraint’, ‘narrow-minded’, ‘privileged’. (continua). Jane Eyre: Themes (temas) Essa linguagem é aplicada não apenas às questões políticas, às classes sociais mas também à situação da mulher. A questão política é trazida para o problema do gênero. Diante disso percebe-se que a obra discute a situação da mulher de classe média do início dos anos 1800. Nessa época a revolução industrial propiciou trabalho para as mulheres da classe trabalhadora em que a carreira de governanta era considerada uma das mais respeitosas para as mulheres de classe média. Jane Eyre: Themes (temas) Por isso, tal posição acaba sendo ambígua, pois a governanta tinha de ter uma ótima educação e morar na casa de seu empregador, porém, como assalariada, também era considerada uma serviçal, mas uma serviçal que tinha a educação semelhante e que ensinava a aristocracia. Por isso, no início da obra, enfatiza-se a origem da família de Jane. Interatividade Para onde Jane vai depois de sair de Thornfield? a) Para o Estado de Lockhead. b) Para a casa dos Rivers – Moor House. c) Para a Índia. d) Para Londres. e) Para Lowood. Resposta Para onde Jane vai depois de sair de Thornfield? a) Para o Estado de Lockhead. b) Para a casa dos Rivers – Moor House. c) Para a Índia. d) Para Londres. e) Para Lowood. Jane Eyre – Clímax O clímax acontece após Jane receber sua segunda proposta de casamento, de St. John Rivers, que pede para que ela o acompanhe em sua viagem à Índia. Jane considera a proposta, mesmo sabendo que casar-se com St. John significaria o fim de sua vida emocional. Quando ela está para aceitar a proposta, “ouve” sobrenaturalmente a voz de Rochester a chamando e aí tem a certeza de que deve voltar para ele. (veja o trecho) Jane Eyre – Clímax “What have you heard? What do you see?” asked St. John. I saw nothing but I heard a voice somewhere cry – “Jane, Jane, Jane” – nothing more. “O God! What is it?” I gasped. I might have said, “where is it?” for it did not seem in the room, nor in the house, nor in the garden; it did not come out of the air, nor from under the earth, nor from overhead. I had heard it – where or whence, for ever possible to know! And it was the voice of a human being – a known, loved, well-remembered voice – that of Edward Fairfax Rochester;… Jane Eyre – Clímax And it spoke in pain and woe, wildly, eerily, urgently. “I’m coming!” I cried. “wait for me! Oh, I will come!”I flew to the door and looked into the passage: it was dark. I ran out into the garden: it was void. “where are you?” I exclaimed… E o capítulo termina assim: “I broke to St. John, who had followed, and who have detained me. It was my time to assume ascendancy. My powers were in play and in force. I told him to forebear question or remark; I desired him… Jane Eyre – Charlote Brontë (1816-1855): Clímax to leave me: I must and would be alone. He obeyed at once. Where there is energy to command well enough, obedience never fails. I mounted to my chamber; locked myself in; fell on my knees, and prayed in my way – a different way to St. John’s, but effective in its own fashion. I seemed to penetrate very near a Mighty spirit; and my soul rushed out in gratitude at His feet. I rose from the thanksgiving – took a resolve – and lay down, unscared, enlighted – eager but for the daylight. Jane Eyre – Charlote Brontë (1816-1855): Symbols Símbolos são objetos, personagens, figuras ou cores usadas para representar conceitos ou ideias abstratas. Bertha Mason É uma presença complexa na obra. É ela quem impede a felicidade de Jane, porém, também catalisa o crescimento e autoconhecimento de Jane. O mistério que rodeia Bertha estabelece suspense e terror à estória. Além disso, Bertha serve para lembrar a libertinagem e inconsequência da juventude de Rochester. Jane Eyre – Charlote Brontë (1816-1855): Symbols Pode simbolizar a maneira pela qual os ingleses são receosos e psicologicamente “fechados” a outras culturas, já que Bertha era Jamaicana. Outra possibilidade é que pode representar o lado inconsciente de Jane, seu lado transgressor com o qual ela luta (perfil feminino transgressor). Jane Eyre – Charlote Brontë (1816-1855): Symbols O quarto vermelho Pode ser vistocomo símbolo do que deve ser superado por Jane para que encontre liberdade, felicidade. No quarto vermelho a posição de exílio e prisão fica clara. Embora Jane geralmente seja libertada desse quarto, continua sendo rejeitada por todos, excluída do amor e da família. Seu senso de independência e liberdade é constantemente ameaçado. Jane Eyre – Charlote Brontë (1816-1855): Symbols A importância do quarto vermelho continua por toda a obra. Reaparece na memória de Jane toda a vez que ela relaciona sua situação atual e o sentimento de ser ridicularizada. Ela lembra do quarto vermelho quando é humilhada na escola e na noite que decide deixar Thonfield depois da proposta de Rochester de ser sua “amante”. Jane Eyre – Charlote Brontë (1816-1855): Symbols Fogo e gelo: permeiam toda a obra. Fogo: representa paixão, raiva, espirituosidade de Jane. O fogo é também uma metáfora que representa a própria Jane. Gelo: representa as forças opressivas que tentam acabar com a vitalidade de Jane. A imagem do gelo e do frio simbolizam solidão, desolação e até mesmo a morte. Jane fala sobre a temperatura congelante de Lowood. Observe o trecho: Jane Eyre – Charlote Brontë (1816-1855): Symbols “A Christmas frost had come at mid- summer: a white December storm had whirled over June; ice glazed the ripe apples, drifts crushed the blowing roses; on hay-field and corn-field lay a frozen shroud... and the woods, which twelve hours since waved leafy and fragrant as groves between the tropics, now spread, waste, wild, and white as pine-forests in wintry Norway. My hopes were all dead...” (p. 291) Jane Eyre – Charlote Brontë (1816-1855): the final Ao final da estória, Jane, mais madura, decide viver seu amor. Ao encontrá-lo cego e sem uma das mãos, percebe o quanto o ama. Se observarmos o final e o primeiro encontro dos dois, perceberemos que tanto no início como no final, Jane o estava ajudando. Também percebemos que Jane só consegue ficar com Rochester depois de ficar “rica”. É por causa da insistência de Jane que Rochester vai ao médico e recupera parte da visão. Jane Eyre – Charlote Brontë (1816-1855): the final Ao final, Jane conta ao leitor: “Reader, I married him” (p. 444) – apenas os dois Jane e Rochester! A vida e alma de Jane e Rochester se desenvolvem e mudam depois que decidem ficar juntos, não só pela vontade deles mesmos, mas também por vontade de Deus. Eles amadurecem como indivíduos, e crescem muito como casal. A estória termina com o amor e a visão de Rochester restabelecidos. Jane Eyre – Charlote Brontë (1816-1855): the final E o que é mais interessante notar acerca de Rochester é que foi necessário que ficasse cego para então poder “enxergar’ seus sentimentos. Com os filhos a felicidade doméstica se estabelece entre os dois. Interatividade Assinale as afirmativas que apresentam a crítica feita à Era Vitoriana por Brontë. I. Instituições de ensino. II. Papel da mulher. III. Hierarquização das classes sociais. IV. Arte da época. V. Falta de tecnologia. Estão corretas apenas: a) I e II b) II e III c) III e IV d) Apenas V e) I, II e III Resposta Assinale as afirmativas que apresentam a crítica feita à Era Vitoriana por Brontë. I. Instituições de ensino. II. Papel da mulher. III. Hierarquização das classes sociais. IV. Arte da época. V. Falta de tecnologia. Estão corretas apenas: a) I e II b) II e III c) III e IV d) Apenas V e) I, II e III ATÉ A PRÓXIMA!
Compartilhar