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Prévia do material em texto

2013
AuditoriA e CertifiCAção 
AmbientAl
Profª. Joseane Gabriele Kryzozun Ribeiro Rubin 
Profª. Priscila Natasha Kinas
Copyright © UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Profª. Joseane Gabriele Kryzozun Ribeiro Rubin 
Profª. Priscila Natasha Kinas
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
657.45
 Rubin, Joseane Grabriele Kryzozun Ribeiro
 Auditoria e certificação ambiental / Joseane Grabriele 
Kryzozun Ribeiro Rubin; Priscila Natasha Kinas. Indaial : Uniasselvi, 2013.
 
 178 p. : il 
 ISBN 978-85-7830-774-5
 
 I. Auditoria II. Certificação ambiental. 1.Centro Uni-
versitário Leonardo da Vinci. 2. Rubin, Joseane Grabriele Kryzozun 
Ribeiro.
 
R896a
III
ApresentAção
Caro Acadêmico! O Livro de Estudos abordará de maneira 
sistemática e prática os temas atuais relacionados ao sistema de auditoria 
ambiental, focando no processo a ser realizado em torno de uma auditoria 
compulsória, visando informar e transpor conhecimentos atuais ligados a 
políticas governamentais e industriais brasileiras.
 Na Unidade 1 do caderno serão abordados conceitos fundamentais e 
legislações ambientais de âmbito federal relacionados à auditoria ambiental, 
bem como, será formalizada a visão atual das governanças envolvidas tanto 
em âmbito industrial quanto legislativo. Além, é claro, de retomar alguns 
conceitos básicos do meio ambiente. Também qual é o contexto histórico 
que nos levou à criação das normas ambientais que possuímos atualmente. 
Lembre-se que este caderno é uma ferramenta de apoio. Você sempre deverá 
buscar atualizações nas legislações ambientais e normas técnicas relacionadas 
ao assunto aqui apresentado.
Já na unidade 2, procurou-se informar as condições ambientais atuais 
abordando o perfil da auditoria, dos auditores e dos auditados sempre 
focando os padrões éticos envolvidos. É importante ressaltar que a auditoria 
sempre deverá revelar a real situação demostrada no ato da auditoria e que 
não cabe ao auditor buscar justificativas de fator econômico, ambiental ou 
organizacional das não conformidades evidenciadas. O auditor tem como 
papel fundamental relatar o observado sempre embasado nos quesitos legais 
envolvidos nesta dinâmica.
A unidade 3 tem como finalidade abordar de maneira mais dinâmica 
a formalização em formato de relatório final do resultado evidenciado da 
auditoria. Também serão disponibilizados dois estudos de caso que servirão 
como ferramenta de análise e de recapitulação dos ensinamentos aqui abordados.
 Esperamos que você faça uma boa leitura!
Profª. Joseane Gabriele Kryzozun Ribeiro Rubin
Profª. Priscila Natasha Kinas
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA
 AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA ...................................... 1
TÓPICO 1 – OS FUNDAMENTOS DA AUDITORIA AMBIENTAL ........................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 OS BENEFÍCIOS DA AUDITORIA AMBIENTAL PARA O MEIO AMBIENTE
 E PARA O GOVERNO ......................................................................................................................... 3
3 PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DA AUDITORIA PARA AS EMPRESAS ...................................... 6
4 CONCLUSÕES DAS AUDITORIAS ................................................................................................ 8
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 10
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 11
TÓPICO 2 – A EVOLUÇÃO DO MEIO AMBIENTE EM GOVERNANÇA
 E EM AUDITORIA ........................................................................................................... 13
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 13
2 ANTECEDENTES HISTÓRICOS E CONCEITOS......................................................................... 13
3 AÇÕES COLETIVAS EM AUDITORIA AMBIENTAL ................................................................. 18
4 O CONTEXTO REGIONAL E GLOBAL ......................................................................................... 18
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 20
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 24
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 25
TÓPICO 3 – O ESTADO DA AUDITORIA AMBIENTAL .............................................................. 27
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 27
2 DESENVOLVIMENTO DE MÉTODOS, CONHECIMENTO E CAPACITAÇÃO ................. 27
3 ÁREAS EMERGENTES DE AUDITORIAS RELACIONADAS
 AO MEIO AMBIENTE ......................................................................................................................... 30
4 O PAPEL ESPECIAL NA AUDITORIA DE ACORDOS AMBIENTAIS
 INTERNACIONAIS ............................................................................................................................. 30
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 36
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 37
TÓPICO 4 – DIRECIONAMENTOS FUTUROS ............................................................................... 39
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 39
2 CONDIÇÕES AMBIENTAIS ATUAIS E AS PRESSÕES DO DESENVOLVIMENTO .......... 39
3 TENDÊNCIAS PARA OBSERVAÇÃO NAGOVERNANÇA AMBIENTAL GLOBAL .......... 41
4 IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA DE AUDITORIA AMBIENTAL........................................ 42
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 44
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 51
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 52
sumário
VIII
UNIDADE 2 – RESPONSABILIDADE ÉTICA E DIMENSÕES DA
 AUDITORIA AMBIENTAL ........................................................................................ 53
TÓPICO 1 – RESPONSABILIDADE E ÉTICA NA AUDITORIA .................................................. 55
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 55
2 PERFIL DOS AUDITORES ................................................................................................................ 55
2.1 COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS AO EXERCÍCIO DA AUDITORIA AMBIENTAL ......... 55
3 PRINCÍPIOS DE AUDITORIA ......................................................................................................... 59
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 63
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 64
TÓPICO 2 – AUDITORIA AMBIENTAL E CERTIFICAÇÃO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 65
2 NORMAS AMBIENTAIS .................................................................................................................... 66
3 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL E AUDITORIA AMBIENTAL
 COM FINS DE CERTIFICAÇÃO....................................................................................................... 67
4 ABNT NBR ISO 19011: 2002 – DIRETRIZES PARA AUDITORIAS DE
 SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE E/OU AMBIENTAL: TERMOS
 E DEFINIÇÕES, PROGRAMA DE AUDITORIA, ATIVIDADES DE AUDITORIA ............. 68
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 69
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 70
TÓPICO 3 – TIPOS DE AUDITORIA .................................................................................................. 71
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 71
1.1 CLIENTE ........................................................................................................................................... 71
1.2 AUDITADO ...................................................................................................................................... 72
1.3 AUDITOR .......................................................................................................................................... 72
1.4 AUDITOR LÍDER ............................................................................................................................. 72
2 AUDITORIA OU ANÁLISE CRÍTICA AMBIENTAL .................................................................. 73
3 AUDITORIA DE CONFORMIDADE LEGAL ............................................................................... 74
4 AUDITORIA FASE I E FASE II ......................................................................................................... 75
5 AUDITORIA DE OPERAÇÃO DE AQUISIÇÃO FUSÃO E ALIENAÇÃO ............................. 75
6 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA) ................................................................................ 76
6.1 ASPECTOS AMBIENTAIS ............................................................................................................. 76
6.2 REQUISITOS LEGAIS E OUTROS ................................................................................................ 77
6.3 OBJETIVOS E METAS .................................................................................................................... 78
6.4 O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ..................................................................................... 78
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 81
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 82
TÓPICO 4 – LISTAS DE VERIFICAÇÃO ESPECÍFICAS ................................................................ 83
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 83
2 INSTRUMENTOS PARA A REALIZAÇÃO DE AUDITORIA AMBIENTAL ......................... 83
3 ELABORAÇÃO DE LISTAS ESPECÍFICAS PARA O SUCESSO DA AUDITORIA ............. 84
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 93
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................102
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................104
IX
UNIDADE 3 – AUDITORIA AMBIENTAL COMPULSÓRIA –
 ESTUDOS DE CASO .................................................................................................105
TÓPICO 1 – AUDITORIA AMBIENTAL COMPULSÓRIA .........................................................107
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................107
2 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA SOBRE AUDITORIAS AMBIENTAIS ..........108
2.1 CENÁRIOS DA AUDITORIA COMPULSÓRIA NO BRASIL ...............................................109
2.2 ATIVIDADES SUJEITAS À AUDITORIA AMBIENTAL COMPULSÓRIA
 E CRITÉRIOS PARA AUDITORES AMBIENTAIS...................................................................110
2.3 DEFINIÇÕES E DIRETRIZES PARA A REALIZAÇÃO DA AUDITORIA
 AMBIENTAL COMPULSÓRIA, ATIVIDADES SUJEITAS À AUDITORIA
 AMBIENTAL COMPULSÓRIA E CRITÉRIOS PARA AUDITORES AMBIENTAIS ...........111
2.4 RELATÓRIO DE AUDITORIA E PLANO DE CORREÇÃO DE NÃO
 CONFORMIDADES ......................................................................................................................112
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................117
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................119
TÓPICO 2 – ESTUDOS DE CASO .....................................................................................................121
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................121
2 ESTUDO DE CASO I ........................................................................................................................121
3 ESTUDO DE CASO II .......................................................................................................................126
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................139
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................140TÓPICO 3 – AUDITORIAS COMPLEMENTARES ........................................................................141
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................141
2 AUDITORIA DA QUALIDADE ......................................................................................................141
2.1 AUDITORIA DE ADEQUAÇÃO .................................................................................................142
2.2 AUDITORIA DE CONFORMIDADE OU DE IMPLEMENTAÇÃO ......................................142
2.3 OBJETIVOS DA AUDITORIA DE QUALIDADE .....................................................................145
2.4 FASES DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE ................................................146
2.5 REGISTOS DO PROGRAMA DE AUDITORIAS DE QUALIDADE .....................................147
3 AUDITORIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO .....................................................................153
3.1 REQUISITOS ESPECÍFICOS ........................................................................................................157
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................161
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................170
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................171
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................173
X
1
UNIDADE 1
CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES 
SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA 
APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Caro acadêmico! Com esta unidade você será capaz de:
• conceituar os principais termos utilizados em auditoria ambiental;
• caracterizar a evolução da auditoria ambiental;
• conhecer o estado atual da auditoria ambiental no Brasil e seus
 dimensionamentos futuros.
Esta primeira unidade está dividida em quatro tópicos. Com o intuito de 
fixar os conteúdos apreendidos, você encontrará, no final de cada tópico, 
autoatividades que favorecerão a fixação dos assuntos apresentados.
TÓPICO 1 – OS FUNDAMENTOS DA AUDITORIA AMBIENTAL
TÓPICO 2 – A EVOLUÇÃO DO MEIO AMBIENTE EM GOVERNANÇA E 
EM AUDITORIA
TÓPICO 3 – O ESTADO DA AUDITORIA AMBIENTAL
TÓPICO 4 – DIRECIONAMENTOS FUTUROS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
OS FUNDAMENTOS DA AUDITORIA AMBIENTAL
1 INTRODUÇÃO
As questões ambientais vêm sendo discutidas há muitos anos e muitas 
soluções foram discutidas para tentar resolver os problemas ambientais, tais 
como: escassez de recursos naturais, poluição de cursos de água, solo etc. Para 
tanto, a auditoria ambiental vem agregar valores e fiscalizar o cumprimento de 
medidas para a preservação dos ecossistemas. Também nos auxilia na fiscalização 
e correção de alguns agentes que estão fora das normas ambientais. Portanto, é 
muito importante para a sociedade a efetividade do cumprimento das normas e 
conformidades ambientais. 
Neste tópico discutiremos o benefício da auditoria ambiental tanto para 
o governo quanto para o meio ambiente e entenderemos qual é a vantagem da 
auditoria para a empresa e a que conclusões estas auditorias podem chegar.
Veremos também que a auditoria ambiental está intimamente ligada 
à conservação dos recursos naturais, pois verifica quais são as ações que 
podem ser tomadas para preservar e economizar recursos, evitando, assim, o 
desperdício.
2 OS BENEFÍCIOS DA AUDITORIA AMBIENTAL PARA O 
MEIO AMBIENTE E PARA O GOVERNO
A auditoria ambiental tem por princípio e dever, proteger e defender o 
meio ambiente e seus recursos naturais, preservando os mesmos para as futuras 
gerações. A partir do ano de 1972, com a ocorrência da Primeira Conferência 
Mundial sobre o Homem e o Meio Ambiente, os governantes começaram a se 
preocupar com a preservação dos recursos naturais do Planeta. Entre os motivos 
dessa preocupação se pode citar a verificação da inversão térmica, do secamento 
de lagos e rios, da poluição do ar e da chuva ácida... fenômenos esses que fizeram 
com que fosse necessária uma reunião entre os países com o objetivo de discutir 
soluções para estes problemas ambientais.
UNIDADE 1 | CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA
4
Posteriormente, através das conferências mundiais que ocorreram ao 
longo dos anos, como, por exemplo, a Rio 92, a Rio+10 e a Rio+20, os países 
assumiram o compromisso de preservar o meio ambiente, os recursos naturais 
não renováveis e renováveis e reduzir a emissão de gases que aumentam o 
efeito estufa.
Na esfera jurídica procurou-se adotar uma visão global do tema como 
forma de assegurar a efetividade do direito ao ambiente ecologicamente 
equilibrado. Podemos citar como parâmetros os descritos na Carta Magna. Os 
mesmos não conferem com as penalidades ou sanções que temos atualmente, 
porém podem oferecer diretrizes para a criação de normas na esfera ambiental.
Neste momento podemos trazer um conceito, não tão novo, mas que pode 
auxiliar a entender a auditoria ambiental e o que tange ao direito ambiental: 
conjunto de leis, princípios e políticas públicas que regem a interação 
do homem com o Meio Ambiente para assegurar, através de processo 
participativo, a manutenção de um equilíbrio da Natureza, um 
ambiente ecologicamente equilibrado para a presente e futuras 
gerações. (SÉGUIN; CARRERA, 1999, p. 70 apud SCHENINI; 
SANTOS; OLIVEIRA, 2007, p. 6).
Podemos averiguar que o objeto de desejo de todos não é o meio ambiente 
em si ou determinado ambiente, mas, sim, o equilíbrio ecológico, a qualidade do 
ambiente. É essa qualidade que se tornou o bem da vida a ser tutelado, definido 
pela Constituição da República como “bem de uso comum do povo” e essencial 
à saudável qualidade de vida.
Neste momento, a Auditoria Ambiental se faz presente, através da 
fiscalização tanto de órgãos públicos, como privados. Assim, convém trazer o 
que menciona a Constituição Federal, em seu artigo 225:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, 
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e 
preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
Assim, o art. 225 da Constituição Federal estabelece que a gestão 
ambiental no plano da ordem econômica capitalista não e só de responsabilidade 
única e exclusiva das empresas, e sim do Poder Público e da coletividade. A ideia 
principal é que a auditoria ambiental se destina a promover a educação ambiental 
assim como a conscientização para a preservação do meio ambiente, fixando a 
necessidade de o fornecedor de bens ambientais prestar contas com relação aos 
naturais impactos produzidos.
No Brasil quem determina os direitos e deveres é a legislação, a todo 
e qualquer fornecedor que veicule produtos ou realize prestação de serviços 
TÓPICO 1 | OS FUNDAMENTOS DA AUDITORIA AMBIENTAL
5
UNI
O termo fornecedor irá incluir as pessoas físicas ou jurídicas de direito privado 
como entidades ou pessoas que veiculem produtos ou prestem serviços vinculados a 
bens ambientais.
Em geral, as leis ambientais contribuem de forma significativa para a 
conscientização ecológica dos consumidores, exigindo dos fornecedores que 
apresentem os produtos e serviços com rotulagem ambiental idônea, assim como 
seus processos e produtos não consumam excessivamente os recursos naturais 
do planeta.
Sendo assim é preciso de conscientização tanto da sociedade como dos 
governantes. A sociedade pode auxiliar na fiscalização do cumprimento de 
seus direitos e fazer a sua parte na preservação do meio ambiente, reciclando e 
reduzindo o consumo. Os governos têm o dever de fiscalizar e punir os infratores, 
bem como dar as condiçõesideais de saneamento e proteção ao meio ambiente. 
Segundo o manual de auditoria do Tribunal de Contas da União (BRASIL, 
2001), a auditoria ambiental de natureza operacional tem o objetivo de avaliar 
os resultados alcançados pela gestão ambiental, ou seja, consiste na avaliação 
sistemática da economicidade, eficiência, eficácia e efetividade de providências 
referentes à preservação do meio ambiente, através da prevenção da degradação 
ambiental ou da reparação do dano.
Segundo INTOSAI (2009), as auditorias ambientais mostram os seguintes 
resultados ambientais positivos:
• Melhoria na qualidade da água dos rios e bacias hidrográficas.
• Aumento da proteção a plantas, animais e ecossistemas.
• Melhoria da gestão de recursos naturais.
• Diminuição da degradação ambiental resultante de construções.
• Diminuição da poluição ambiental.
• Diminuição da desertificação de terras.
vinculados a bens ambientais. Assim, a auditoria como instrumento de gestão 
ambiental deverá obedecer aos critérios descritos na Lei nº 8.078/1990 (lei de 
proteção do consumidor), adaptados à tutela dos bens ambientais.
UNIDADE 1 | CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA
6
3 PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DA AUDITORIA PARA AS EMPRESAS
As auditorias ambientais examinam e acompanham, em tempo integral, 
as operações da empresa podendo verificar a sua conformidade ou não. Ao 
realizar uma auditoria interna, por exemplo, a empresa pode identificar quais 
são os problemas passiveis de risco ambiental, além disso, pode reduzir custos de 
uma área que está desperdiçando recursos pelo uso incorreto. 
Segundo Campos e Lerípio (2009), os principais benefícios vindos de uma 
auditoria ambiental são:
• Identificação de passivos ambientais.
• Redução de conflitos com órgãos públicos e sociedade.
• Priorização de investimentos.
• Geração da redução de custos através do controle de perdas.
Segundo Barbieri (2007), as auditorias também têm como objetivo detectar 
e identificar os potenciais problemas, tais como:
• Identificar as fontes de poluição e medidas de controle e prevenção.
• O mau uso de energia e água e medidas de economia.
• Verificar os processos de produção e distribuição.
• Mau uso, armazenagem, manuseio e transporte de produtos controlados.
• Verificar a conformidade das estações de tratamento de águas residuárias 
(esgoto).
• Os sítios contaminados.
• As reformas e manutenções de prédios e instalações.
• As panes, acidentes e medidas de emergência e mitigação; e
• Verificar a saúde ocupacional e segurança do trabalho.
Podemos elencar também entre as vantagens da auditoria ambiental:
• Levantamento de impactos ambientais através da avaliação dos impactos 
ambientais no ar, água, solo e comunidade de uma determinada unidade 
industrial ou de um determinado processo com objetivo de fornecer subsídios 
para ações de controle da poluição, visando à minimização destes impactos.
UNI
Na conferência de Estocolmo de 1972, a decisão de ajudar a natureza foi 
proposta primeiramente pelos Estados Unidos, com liderança do Instituto de Tecnologia de 
Massachusetts (MIT). Esse mesmo país não assinou até hoje o Protocolo de Quioto.
TÓPICO 1 | OS FUNDAMENTOS DA AUDITORIA AMBIENTAL
7
• A realização de auditoria dos riscos ambientais, avaliando os riscos 
ambientais reais ou potenciais de uma fábrica ou de um processo industrial 
específico.
• A avaliação da situação ambiental de uma determinada fábrica ou organização 
em relação ao cumprimento da legislação vigente através da auditoria da 
legislação ambiental.
• A gestão e gerenciamento sobre a gestão que está ligada à maneira como 
uma determinada organização trabalha, devendo zelar ou assegurar que seus 
produtos ou serviços atendam aos clientes, satisfazendo-os plenamente. Já a 
respeito de gerenciamento cabe aduzir que trata de ações administrativas e 
gerenciais, pois visa a planejar, controlar, organizar, avaliar, analisar as metas 
ambientais.
• A avaliação sistemática feita a partir da auditoria de sistemas de gestão 
ambiental que determina se o sistema da gestão ambiental e o desempenho 
ambiental de uma empresa estão de acordo com a política ambiental, e 
se o sistema está efetivamente implantado e adequado para atender aos 
objetivos ambientais da organização. A auditoria de sistema de gestão é 
uma ferramenta de gestão, compreendendo uma avaliação sistemática, 
documentada, periódica e objetiva sobre como os equipamentos, gestão e 
organização ambiental estão desempenhando o objetivo de ajudar a proteger 
o meio ambiente.
• A melhoria do controle da poluição na empresa.
• A verificação das condições da empresa em relação à legislação ambiental.
• A substituição parcial do governo na fiscalização ambiental.
• A avaliação dos riscos existentes e da vulnerabilidade da empresa, assim como 
identificação dos riscos antecipadamente.
• A priorização de atividades e verbas para o controle ambiental.
• A dotação adequada de verbas para o controle ambiental.
• A certificação da condição ambiental de unidades a serem adquiridas e 
avaliação de alternativas de crescimento.
• O corte de gastos desnecessários, favorecendo ações econômicas e eficazes, 
reduzindo desperdícios.
• A melhora no relacionamento empresa-governo e vice-versa.
• O atendimento à legislação de forma sistemática e consistente, com resposta 
imediata às novas exigências legais.
• O fornecimento de uma terceira visão do problema ambiental (do auditor).
• A maior credibilidade e maior flexibilidade nas exigências da fiscalização.
• A proteção e melhoria da imagem da empresa junto à comunidade.
Além destes benefícios, a empresa ainda pode desenvolver uma prática 
ambiental responsável, competir por incentivos fiscais por ser uma empresa 
amiga do meio ambiente, além de contribuir para o aumento da vida no planeta. 
UNIDADE 1 | CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA
8
A maioria das auditorias ambientais é uma combinação de uma e 
outra forma de auditoria. Contudo, o objetivo principal de qualquer auditoria 
ambiental e a realização de um diagnóstico da situação atual para verificar o que 
está faltando e promover ações futuras que tragam a melhora do desempenho 
ambiental da empresa.
Moreira (2001) menciona que a auditoria ambiental é uma ferramenta 
gerencial, que por meio de uma verificação do desempenho ambiental, pode 
auxiliar na determinação de melhorias a serem realizadas. Logo, seria possível 
afirmar que esta ferramenta tem função importante não apenas para a gestão 
ambiental, mas também para toda a gestão da empresa. A auditoria ambiental 
pode ser utilizada para minimizar os riscos financeiros da empresa e auxilia na 
avaliação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA), comparando-o com a política 
definida pela empresa.
4 CONCLUSÕES DAS AUDITORIAS
As auditorias ambientais verificam a situação atual em relação ao 
esperado pelo órgão público. Dessa forma, examina-se a empresa auditada 
para perceber se ela se encontra em conformidade ou não com a legislação 
ambiental, ou seja, se todas as normas ambientais, legislação e regulamentações, 
políticas, programas, requisitos de conformidade, e departamentos e agências 
foram seguidos.
 Assim, a auditoria ambiental tem como objetivo caracterizar 
a situação da empresa para fornecer um diagnóstico atual no que diz 
respeito à poluição do ar, águas e resíduos sólidos, favorecendo a definição 
das ações de controle e de gerenciamento que deverão ser tomadas para 
proporcionar a sua melhoria ambiental. Ainda, fornece recomendações 
de ações emergenciais de curto, médio e longo prazo que deverão ser 
tomadas para proporcionar a melhoria ambiental da empresa. De forma 
sucinta, pode-se dizer que a auditoria ambiental compara resultados com 
expectativas ambientais. 
FONTE: Disponível em: <http://www.ebras.bio.br/autor/aulas/auditoria_certificacao_parte_1.pdf>. 
Acesso em: 18 jul. 2013.
Logo, percebe-se que a auditoria ambiental consiste em um processo 
sistemáticode inspeção, análise e avaliação das condições gerais ou específicas 
de uma determinada empresa em relação às fontes de poluição, eficiência dos 
sistemas de controle de poluentes, riscos ambientais, legislação ambiental, 
relacionamento da empresa com a comunidade e órgão de controle, ou ainda do 
desempenho ambiental da empresa.
TÓPICO 1 | OS FUNDAMENTOS DA AUDITORIA AMBIENTAL
9
Também se faz necessário que haja outros critérios para realizar auditorias 
no setor público, pois estes órgãos ainda possuem a exigência da comunidade e 
sociedade em geral, na questão da sua prestação de contas, além de servirem 
como exemplos para as demais instituições e empresas. Para tanto devemos 
focar sempre em um processo de gerenciamento sólido, visando, dessa forma, ao 
melhor para o meio ambiente equilibrado.
10
Neste tópico, você viu:
• As auditorias ambientais podem beneficiar o meio ambiente das seguintes 
formas:
• Melhoria na qualidade da água dos rios e bacias hidrográficas.
• Aumento da proteção a plantas, animais e ecossistemas.
• Melhoria da gestão de recursos naturais.
• Diminuição da degradação ambiental resultante de construções.
• Diminuição da poluição ambiental.
• Diminuição da desertificação de terras.
• As auditorias ambientais beneficiam as empresas:
• Identificação de passivos ambientais.
• Redução de conflitos com órgãos públicos e sociedade.
• Priorização de investimentos.
• Geração da redução de custos, através do controle de perdas.
• As auditorias ambientais verificam a situação atual em relação à situação 
esperada pelo órgão público.
RESUMO DO TÓPICO 1
11
1 Ao tratarmos das questões ambientais aprendemos que as auditorias 
ambientais têm o papel de auxiliar na preservação dos recursos naturais, 
mas também de recursos gastos para a empresa. Cite três formas com que as 
auditorias ambientais podem beneficiar as empresas.
2 Ao aprendermos sobre auditorias ambientais, podemos perceber o 
importante papel das mesmas, na preservação dos recursos naturais do 
planeta. Cite três formas com que as auditorias ambientais podem auxiliar 
na preservação meio ambiente.
3 O auditor ambiental tem importante papel para a preservação na vida do 
planeta. De que forma o gestor ambiental pode atuar na preservação do 
meio ambiente, perante uma auditoria ambiental?
AUTOATIVIDADE
12
13
TÓPICO 2
A EVOLUÇÃO DO MEIO AMBIENTE EM GOVERNANÇA E 
EM AUDITORIA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
O meio ambiente evoluiu durante milhões e milhões de anos para chegar 
à atual configuração que suporta a vida na Terra. Nesse período, muitos desastres 
ecológicos foram acontecendo e interferindo nos ecossistemas, aniquilando 
espécies inteiras. 
Neste tópico iremos abordar a evolução dos eventos que ocorreram no 
mundo e nos levaram às normas ambientais que temos hoje, os eventos históricos 
que foram culminantes para a conscientização ambiental, e as conferências feitas 
para tratar da interferência humana nos ecossistemas. Afinal, para se entender 
de auditoria e os seus conceitos básicos é preciso conhecer também sobre a 
preservação e as consequências do passivo ambiental que geramos.
2 ANTECEDENTES HISTÓRICOS E CONCEITOS
A auditoria ambiental teve sua origem nos Estados Unidos, através da 
realização de auditorias voluntárias na década de 1970 (CAMPOS; LERÍPIO, 2009). 
Com o aumento dos acidentes ambientais, sua maior intensidade e consequência, 
as empresas iniciaram processos de verificação, ou seja, de auditorias ambientais 
mais frequentes.
Segundo Machado (2004), na Europa a auditoria ambiental começou a 
ser utilizada na Holanda, em 1985, em filiais de empresas norte-americanas, por 
influência de suas matrizes. Em seguida, em outros países da Europa, a prática 
da auditoria passou a ser disseminada em países como Reino Unido, Noruega e 
Suécia, também por influência de matrizes americanas.
A primeira norma de sistema de gestão de qualidade ambiental, a BS7750 
(BSI, 1994) surgiu na Europa, em 1992, no Reino Unido. Nesta norma BS 5770 
de Sistema de Gestão da Qualidade está normalizada a auditoria ambiental. 
Na sequência, outros países como, por exemplo, França e Espanha, também 
apresentam suas normas de sistema de gestão ambiental e de auditoria ambiental. 
Em 1993, começou a ser discutido o Regulamento da Comunidade Econômica 
Europeia – CEE nº 1.836/93, em vigor a partir de 10 de abril de 1995, que trata 
do sistema de gestão e auditoria ambiental da União Europeia (Environmental 
Management and Auditing Scheme – EMAS). 
UNIDADE 1 | CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA
14
A Diretiva nº 1.836/93, da Comunidade Econômica Europeia, define 
Auditoria Ambiental como o instrumento de gestão que inclui a avaliação 
sistemática, documentada, periódica e objetiva do funcionamento da organização 
do sistema de gestão e dos processos de proteção ao meio ambiente. 
No Canadá, as auditorias ambientais são parte rotineira da gestão 
ambiental de empresas privadas, sendo utilizadas regularmente por cerca de 76% 
das empresas privadas e 11% das organizações governamentais (THOMPSON; 
WILSON, 1994).
Dessa forma verificamos que a partir do final dos anos 80, as auditorias 
ambientais viraram uma ferramenta gerencial frequente nos países desenvolvidos, 
cada vez mais sendo usada nos países em desenvolvimento, tanto pelas empresas 
estrangeiras quanto pelas empresas locais.
Assim, para se falar em auditoria ambiental é preciso compreender os 
principais acidentes ambientais que ocorreram entre os anos de 1970 a 1980 
(Quadro 1), os quais culminaram na criação das normas que temos atualmente.
QUADRO 1 – PRINCIPAIS ACIDENTES AMBIENTAIS DA DÉCADA DE 70 E 80
Acidente Local/Ano Impacto
Seveso Itália/1976
Um reator de uma fábrica de pesticidas superaquece 
liberando uma densa nuvem de produto químico 
venenoso, causando a morte de muitos moradores 
e principalmente crianças. Todas as 723 famílias da 
região foram retiradas e abertas crateras de 200 metros 
de diâmetro para enterrar objetos contaminados.
Three Mile
Island
Pensilvânia (EUA)/ 
1979
Um reator de uma usina nuclear superaquece 
liberando gás radioativo para o meio ambiente. Os 
200.000 habitantes abandonaram a região devido à 
ameaça de contaminação.
Bhopal Índia/1984
Ocorre um vazamento de gás altamente venenoso 
numa fábrica de pesticidas causando 3.300 mortes 
nas primeiras horas após o acidente. Dos 680.000 
habitantes, na ocasião, 525.000 foram afetados.
Chernobyl Kiev (Ucrânia)/1986
O superaquecimento de um dos reatores da usina 
nuclear de Chernobyl provoca uma explosão liberando 
radioatividade em quantidade superior à contida, por 
exemplo, em 10 bombas atômicas do tipo lançado em 
Hiroshima, atingindo além das fronteiras da ex-URSS e 
ameaçando a produção de alimentos de toda a Europa. 
Esse acidente, considerado o mais grave acidente 
nuclear da história, matou mais de 10.000 pessoas, 
sendo 600.000 trabalhadores encarregados da limpeza e 
200.000 habitantes da região foram afetados. Devido à 
radioatividade os habitantes da Ucrânia e Bielorrússia 
não podem ingerir água ou alimentos da região e cerca 
de 20% do solo agricultável e 15% das florestas não 
poderão ser habitadas por mais de um século.
TÓPICO 2 | A EVOLUÇÃO DO MEIO AMBIENTE EM GOVERNANÇA E EM AUDITORIA
15
Césio Goiânia (Brasil)/ 1987
Uma cápsula contendo material altamente radioativo 
(Césio-137), desaparecida de um hospital, é encontrada 
em um ferro-velho e aberta inadvertidamente, 
causando a morte de 4 pessoas e a contaminação 
de 250. Em 2001, o Ministério Público de Goiânia 
afirmou que outras 600 pessoas foram contaminadas. 
O acidente produziu 13,4 t de lixo contaminado, o qual 
está armazenado em 1.200 caixas, 2.900 tambores e 14 
contêineres em um depósito de Goiânia e deverá ficar lá 
por mais 180 anos.
Exxon Valdez Alasca (EUA) / 1989
O navio tanque Exxon Valdez bate em um recife e 
encalha no estreito de Príncipe, derramando cerca de 
44 milhões de litros de petróleo. O vazamentopoluiu 
águas, ilhas e praias da região, matando milhares de 
animais e atingindo uma área de 260 Km².
FONTE: Ferreira e Santana (2003).
Entretanto não foram apenas os acidentes ambientais que culminaram na 
criação de normas e leis ambientais. A ocorrência de vários eventos demostraram 
a preocupação da comunidade em geral com as consequências geradas através 
do uso desenfreado dos recursos do Planeta. Dentre eles citamos quadro a seguir, 
os principais eventos que ocorreram a partir do ano de 1970 até o ano de 2000.
QUADRO 2 – LEGENDA: PRINCIPAIS EVENTOS AMBIENTAIS
Principais Eventos Ambientais a partir de 1970
1972 Declaração da ONU sobre o Ambiente HumanoCriação do Programa das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (PNUMA)
1975 Convenção sobre as Zonas Úmidas de Importância Internacional
1985 Medido pela primeira vez o buraco da Camada de Ozônio
1986 Acidente Nuclear em Chernobyl
1987 Comissão de Brundtland
1988 Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio
1990 Publicação da Primeira avaliação realizada pelo Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas.
1992
Rio 92
Agenda 21
Cúpula da Terra
Comissão da ONU sobre o desenvolvimento sustentável
1994 Convenção das Nações Unidas para o Combate à desertificação em países afetados por desertificação
1997 Protocolo de Quioto
2001 Convenção de Estocolmo
FONTE: As autoras.
UNIDADE 1 | CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA
16
Tento em vista estes acontecimentos podemos verificar a importância 
da preservação dos recursos renováveis e não renováveis (Figura a seguir) do 
Planeta Terra e a consequente necessidade de auditorias ambientais.
FIGURA 1 – RECURSOS NATURAIS – TIPOS E EXEMPLOS
Recursos Naturais
Renováveis Renováveis/não renováveis Não renováveis
Não se alteram
com o uso
energia direta solar,
ventos, mares
Alteram-se com o uso
Esgotam-se mantem-se
ou aumentam (colheita 
anual, rebanhos, animais
selvagens, cardumes,
lenha, madeira, solo)
Alteram-se com o uso
Ar, água, espaço, beleza
cênica, navegabilidade dos
rios, lagos, polinização,
assimilação de poluentes,
ciclos dos nutrientes,
regulação do clima, retenção
de sedimentos, filtro solar,
biodiversidade, controle
natural de pragas e outros
serviços ambientais
Esgotam-se com uso
Petróleo, carvão mineral,
gás natural, energia
nuclear
Esgotáveis, mas podem
ser reutilizados
e reciclados
Areia, argila,
granito, metais
FONTE: Adaptado de Barbieri (2007).
Becke (2003) afirma que a auditoria ambiental sobre base normatizada 
começou a ser discutida internacionalmente em 1991, com a criação do Strategic 
Advisory Group on Environment (Sage), no âmbito da International Standardization 
for Organization – ISO (Organização Internacional para Padronização). A discussão 
amplia-se mundialmente em 1994 com a divulgação dos projetos de norma 
dentro da série ISO 14000. Em 1996, os projetos são levados à categoria de normas 
internacionais, sendo adotadas pelos países participantes da ISO. No Brasil, a 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) expôs, em dezembro de 1996, 
as normas NBR ISO 14010, 14011 e 14012, relacionadas à auditoria ambiental. 
Entretanto, no ano de 2002, as mesmas foram substituídas pela norma NBR ISO 
19011 em 2002.
UNI
NBR é a denominação dada a todas as normas publicadas pela Associação 
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
TÓPICO 2 | A EVOLUÇÃO DO MEIO AMBIENTE EM GOVERNANÇA E EM AUDITORIA
17
Em 1997, as normas de Auditoria Ambiental no Brasil foram, 
primeiramente, publicadas pela ABNT, que definiu a Auditoria do Sistema de 
Gestão Ambiental (SGA) como:
Um processo sistemático e documentado de verificação, executado 
para obter e avaliar, de forma objetiva, evidências que determinem 
se o sistema de gestão ambiental de uma organização está em 
conformidade com os critérios de auditoria do sistema de gestão 
ambiental estabelecido pela organização, e para comunicar os 
resultados desse processo à administração.
A NBR ISO 14001:1996 (ABNT, 1996), estabelece que uma organização 
deve manter procedimentos para identificar os aspectos ambientais (produtos ou 
serviços) de suas atividades, a fim de determinar aqueles que possam ter impacto 
da elaboração para as normas série ISO 14000.
Segundo La Rovere (2001), as novas concepções de gestão empresarial 
têm como princípio estabelecer uma política da qualidade, inclusive ambiental, 
colocando a atividade industrial em foco para a promoção de um real 
desenvolvimento sustentável. A harmonia entre o desenvolvimento econômico 
e a manutenção da sustentabilidade é o foco das auditorias ambientais, pois sem 
um o outro não sobrevive por muito tempo.
A palavra auditoria vem do latim auditore, e significa aquele que ouve, ou 
seja, aquele que escuta ao invés de falar. O Tribunal de Contas da União definiu 
que a auditoria ambiental é o conjunto de procedimentos aplicados ao exame e 
avaliação dos aspectos ambientais envolvidos em políticas, programas, projetos 
e atividades desenvolvidas pelos órgãos e entidades sujeitos ao seu controle 
(Brasil, 2001).
Segundo Donaire (2007), o conceito de auditoria ambiental é de uma 
atividade administrativa que compreende uma sistemática e documentada 
avaliação de como a organização se encontra em relação à questão ambiental, e 
visa facilitar a atuação e o controle da gestão ambiental da empresa.
Para tanto se pode dizer que auditoria ambiental é uma ferramenta 
essencial para o funcionamento dos procedimentos relacionados ao meio 
ambiente visto que é um processo de verificação concebido para confirmar se 
as diretrizes e todos os métodos e regulamentos de uma empresa em relação ao 
meio ambiente, estão sendo cumpridos.
A Auditoria Ambiental é um processo metodológico, objetivo, imparcial 
e técnico que existe para avaliar o uso, administração, proteção, e preservação 
do meio ambiente e dos recursos naturais, considerando os fundamentos do 
desenvolvimento sustentável e o cumprimento conforme os princípios que 
regem o controle fiscal por parte das instituições governamentais, assim como 
de particulares que manejem que explorem os mesmos (OLACEFS, 2002, p. 78).
UNIDADE 1 | CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA
18
3 AÇÕES COLETIVAS EM AUDITORIA AMBIENTAL
A auditoria ambiental tem o propósito principal de atender as exigências 
legais e apresenta também outras utilidades que agregam maior valor, não 
somente para a organização, como para o meio no qual se encontra inserida. A 
implementação da auditoria ambiental faz com que a empresa adote uma postura 
proativa, otimizando a utilização dos recursos naturais, consumindo o mínimo 
de recursos e gerando o menor impacto ambiental possível.
4 O CONTEXTO REGIONAL E GLOBAL 
A partir do ano de 1972, como já exemplificado no tópico anterior, foi 
que ocorreram efetivamente avanços na questão ambiental entre os países 
desenvolvidos e os países em desenvolvimento. Segundo Barbieri (2007), os países 
desenvolvidos estavam preocupados com a poluição e o esgotamento de recursos 
estratégicos e os demais países, defendiam o direito de usarem seus recursos para 
crescer e atingir os mesmos padrões dos países ricos.
Podemos concluir que muitos eventos culminaram para criar a política 
ambiental que temos hoje. Dentre estes eventos, alguns acordos multilaterais 
foram firmados para melhorar a questão ambiental globalmente, conforme 
visualizamos no quadro a seguir.
QUADRO 3 – ORDEM CRONOLÓGICA DOS ACORDOS MULTILATERAIS AMBIENTAIS A PARTIR 
DE 1956 
PERÍODO ACORDOS REALIZADOS
ANTERIOR a 1950 • Protocolo de Emenda (1956) • Convenção Internacional para a Proteção dos Pássaros (1950) 
1951-1960
• Convenção Internacional de Proteção das Plantas (1951)
• Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição do Mar por 
Petróleo (1954)
• Convenção sobre o Alto Mar (1958)
• Convenção sobre a Plataforma Continental (1958)
• Protocolo Opcional às Nações Unidas na Lei do Mar (1958)
1961 - 1970
• Tratado queproíbe testes da arma nuclear na atmosfera, no espaço e sob 
a água (1963)
• Convenção dos Pescadores (1964)
1971 -1980
• Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional – 
RAMSAR (1971)
• Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies em Extinção de 
Flora e da Fauna Selvagens (CITES) (1973);
• Convenção sobre a poluição atmosférica transfronteiriça a longa 
distância (1979) 
• Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (1982)
• Acordo Tropical Internacional da Madeira (1983) 
• Convenção de Viena para a proteção da camada de ozônio (1985)
• Protocolo De Montreal (1987) 
• Convenção de Basileia no controle de desperdícios perigosos e de sua 
eliminação (1989)
TÓPICO 2 | A EVOLUÇÃO DO MEIO AMBIENTE EM GOVERNANÇA E EM AUDITORIA
19
1991 - 2000
• Convenção Africana sobre o Banimento da Importação e Controle do 
Movimento e Gerenciamento de Resíduos Perigosos Transfronteiriços (1991); 
• Convenção sobre Avaliação do Impacto Ambiental em Contextos 
Transfronteiriços (1991)
• Convenção da estrutura da ONU em relação à mudança do clima (1992) 
• Convenção na diversidade biológica (1992)
• A declaração de Rio no ambiente e no desenvolvimento (1992) 
• Conferência das Nações Unidas sobre o ambiente e o desenvolvimento: 
Agenda 21 (1992) 
• Convenção da ONU em relação à desertificação nos países que sofrem 
com a seca, particularmente na África (1994) 
• Protocolo de Quioto (1997) 
• Protocolo de esboço à poluição de ar de poluentes orgânicos persistentes 
(1998)
FONTE: Adaptado de Castilho et al. (2008).
UNIDADE 1 | CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA
20
LEITURA COMPLEMENTAR
O SURGIMENTO DAS AUDITORIAS AMBIENTAIS
Joaquim Maia Neto
Muito se discute a questão das auditorias ambientais nos empreendimentos 
potencialmente poluidores, em especial, a obrigatoriedade de sua realização, ou 
seja, a chamada auditoria ambiental compulsória.
As auditorias ambientais surgiram no final da década de 70 nos Estados 
Unidos da América, onde as empresas as adotaram voluntariamente como uma 
ferramenta de gerenciamento para identificar antecipadamente os problemas 
causados por suas operações. As auditorias eram vistas como uma forma de reduzir 
custos com eventuais correções onerosas. Submetendo-se às auditorias, as empresas 
se preparavam para as inspeções da Environmental Protection Agency – EPA.
A Holanda foi o primeiro país da Europa onde as empresas passaram a 
adotar as auditorias na gestão ambiental. A iniciativa, ocorrida em 1985, partiu de 
filiais de empresas estadunidenses, a exemplo do que aconteceu nos demais países 
nos quais a prática se expandiu. Apesar das auditorias ambientais terem sido 
criadas nos EUA, a primeira norma de sistema de gestão ambiental que estabeleceu 
parâmetros para a execução de auditorias foi criada em 1992 no Reino Unido, a 
BS 7750, que foi baseada em uma norma pré-existente de sistema de gestão de 
qualidade (BS 5770). Iniciativa semelhante aconteceu na França e posteriormente 
a Comunidade Econômica Europeia adotou regulamento que entrou em vigor em 
1995, criando o Environmental Management and Auditing Scheme – EMAS.
Internacionalmente a normalização de auditorias ambientais ocorreu 
no âmbito da International Organization for Standardization – ISO. No Brasil, a 
normalização se deu em 1996 por meio da apresentação, pela ABNT, das NBR 
ISO 14010, 14011 e 14012. Atualmente está em vigor a NBR ISO 19011, de 2002.
Em praticamente todo o mundo as auditorias ambientais são voluntárias. 
As empresas que delas se utilizam costumam adotar o chamado “marketing 
verde” e precisam demonstrar aos seus consumidores e clientes que realmente 
dispõem de um processo produtivo que atende às conformidades ambientais 
e respeita o meio ambiente. As auditorias independentes são uma forma de 
comprovar aquilo que elas divulgam em sua publicidade. As relações com as 
instituições governamentais fiscalizadoras acabam melhorando, o que evita ou 
reduz as sanções administrativas ou penais e as reparações por danos causados 
ao meio ambiente e a terceiros. Nenhuma das normas internacionais, bem 
como aquelas surgidas inicialmente na Europa jamais obrigaram as empresas 
a realizarem auditorias ambientais. Apenas estabeleciam parâmetros de como 
proceder no caso de optarem pela realização das auditorias.
TÓPICO 2 | A EVOLUÇÃO DO MEIO AMBIENTE EM GOVERNANÇA E EM AUDITORIA
21
Auditoria ambiental compulsória no Brasil
Ao contrário do que ocorre nos sistemas de regulação ambiental dos demais 
países que os possuem com estrutura pelo menos razoável, no Brasil, diversas 
iniciativas têm sido adotadas pelo poder público no sentido de transformar a 
auditoria ambiental num procedimento compulsório. A primeira vez que um 
empreendimento foi obrigado a realizar auditoria ambiental no Brasil foi em 1990, 
quando uma resolução do CEPRAM – Conselho Estadual de Proteção Ambiental 
da Bahia determinou, por ocasião da emissão da licença de operação para uma 
indústria de celulose, que o empreendedor realizasse auditoria para verificação 
do cumprimento das condicionantes da licença.
A primeira iniciativa legislativa de auditoria ambiental compulsória 
partiu do município de Santos-SP, com a publicação da Lei nº 790, de 5/11/1991. 
O primeiro estado que legislou no mesmo sentido foi o Rio de Janeiro, que no 
mesmo ano publicou a Lei nº 1898, de 16/11/1991. A partir de então outros estados 
passaram a obrigar diversos tipos de empreendimentos potencialmente poluidores 
a realizar auditorias ambientais no âmbito do processo de licenciamento ambiental. 
Atualmente há auditoria ambiental compulsória nos sistemas de licenciamento de 
sete estados brasileiros: Rio de Janeiro (1991), Minas Gerais (1992), Espírito Santo 
(1993), Mato Grosso (1995), São Paulo (1997), Paraná (2002) e Santa Catarina (2009).
Na esfera federal, a primeira discussão no sentido de se estabelecer 
auditoria compulsória se deu no âmbito do Projeto de Lei nº 3160/1992, do então 
deputado Fábio Feldmann, à época no PSDB-SP. Histórico militante da causa 
ambiental, Feldmann foi, em 1986, o primeiro parlamentar brasileiro a ser eleito 
com uma plataforma ambientalista e foi também o responsável pela inclusão 
do capítulo sobre meio ambiente na Constituição Federal de 1988. Por meio de 
seu projeto, o deputado tentou inserir na Lei n° 6938/1981 a auditoria ambiental 
como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, tornando-a 
obrigatória para os empreendimentos potencialmente poluidores. Aprovado na 
Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias (CDCMAM), 
o PL teve parecer contrário do relator na Comissão de Economia, Indústria e 
Comércio (CEIC), o deputado Sandro Mabel, hoje no PMDB-GO. O parecer do 
relator não chegou a ser votado na comissão. Em 1998, o deputado Feldmann não 
conseguiu sua reeleição e o projeto foi arquivado em fevereiro de 1999.
O primeiro ato normativo a vigorar estabelecendo auditoria ambiental 
compulsória foi a Resolução CONAMA nº 265, de 27/1/2000, motivada pelo 
acidente da Petrobras na Baía de Guanabara. A resolução obrigava a estatal a 
realizar auditorias ambientais em todas as suas instalações localizadas no Estado 
do Rio de Janeiro. Em abril do mesmo ano foi publicada a única lei federal que 
estabelece auditoria ambiental compulsória. A Lei nº 9966, de 28/4/2000, que 
dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição causada por 
lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob 
jurisdição nacional, determina, em seu artigo 9º, que “As entidades exploradoras 
de portos organizados e instalações portuárias e os proprietários ou operadores 
UNIDADE 1 | CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA
22
de plataformas e suas instalações de apoio deverão realizar auditorias ambientais 
bienais, independentes, com o objetivo de avaliar os sistemas de gestão e 
controle ambiental em suas unidades”. Portanto, noBrasil de um modo geral, 
apenas empreendimentos portuários e de exploração de petróleo e gás natural 
estão sujeitos à auditoria ambiental compulsória. Como os estados podem ter 
legislação própria mais restritiva que a federal, nos sete estados citados o rol de 
empreendimentos sujeitos à obrigação é bem maior.
Em 2002, o CONAMA estabeleceu, por meio da Resolução nº 306, de 
5/7/2002 (alterada pela Resolução CONAMA nº 381/2006), os requisitos mínimos 
e o termo de referência para a realização de auditorias ambientais com foco no 
atendimento ao disposto na Resolução nº 265 e no artigo 9º da Lei nº 9966.
No Congresso Nacional a discussão sobre a obrigatoriedade das auditorias 
ambientais não cessou com a regulamentação para os setores portuário e 
petrolífero. Dois projetos praticamente idênticos ao do deputado Fábio Feldmann 
foram apresentados em 2003. Um deles, o PL 1254/2003, de autoria do deputado 
César Medeiros (PT-MG), apesar de contar com parecer favorável do deputado 
Rubens Otoni (PT-GO), relator na Comissão de Desenvolvimento Econômico, 
Indústria e Comércio (CDEIC), foi rejeitado na Comissão, que não acatou o 
voto do relator. O projeto foi arquivado definitivamente em janeiro de 2007 em 
decorrência da não reeleição do autor. O outro projeto (PL 1834/2003) teve como 
autor o deputado Antônio Carlos Medes Thame (PSDB-SP), que requereu seu 
arquivamento em 2007.
É conveniente estabelecer auditorias ambientais compulsórias?
É praticamente um consenso entre os países desenvolvidos a defesa 
do caráter voluntário das auditorias ambientais. Seus defensores argumentam 
que a obrigatoriedade inibiria o desenvolvimento desse instrumento de gestão 
ambiental e perturbaria as relações entre auditor e auditado, levando à sonegação 
de informações por parte deste. Propugnam por um sistema de incentivo 
aos empreendedores como forma de motivá-los a aderir voluntariamente 
às auditorias. Exemplos de incentivos seriam a agilização do licenciamento 
ambiental, a menor frequência nas fiscalizações e a não imputação de penalidades 
quando não conformidades forem informadas à entidade reguladora e corrigidas 
espontaneamente pelo empreendedor, por exemplo. O sistema, que parece 
funcionar bem na Europa, EUA e Canadá, não foi suficiente para evitar o desastre 
do Golfo do México, causado pela British Petroleum em 2010. No Brasil, a auditoria 
compulsória também não evitou o acidente da Chevron no ano passado.
O Brasil tem uma realidade muito distinta dos países que adotam a 
auditoria voluntária. Nesses países, a adesão à auditagem ambiental voluntária é 
grande porque as entidades fiscalizadoras são eficazes e punem severamente os 
empreendedores pelas infrações que geram impactos ambientais. Dessa forma, 
a auditoria leva a empresa a economizar recursos, pois antecipa a solução do 
problema para quando este ainda não causou grandes danos. É mais barato 
TÓPICO 2 | A EVOLUÇÃO DO MEIO AMBIENTE EM GOVERNANÇA E EM AUDITORIA
23
do que pagar as pesadas multas, responder a processos penais e arcar com a 
reparação cível dos prejuízos.
No Brasil, praticamente ninguém paga as multas ambientais. Os processos 
na justiça se arrastam por anos a fio e quase nunca a pessoa dos empresários 
é responsabilizada pelos danos causados pela sua empresa. É prática comum 
não internalizar os custos das externalidades negativas causadas pela atividade 
econômica. Nesse contexto, a auditoria ambiental é vista como um ônus ao 
empreendedor e não como uma oportunidade de economizar e se proteger de 
sinistros que poderiam comprometer a saúde financeira da empresa em um 
ambiente regulatório eficaz. Poucas empresas enxergam na auditoria uma forma 
de melhorar sua imagem junto ao consumidor e angariar novos nichos de mercado. 
Tais problemas, aliados a um sistema público de gestão ambiental altamente 
deficiente, largado ao sucateamento e sujeito a ataques do próprio governo, que 
desmantela gradativamente o aparato ambiental federal, tornam a auditoria 
ambiental compulsória um mecanismo necessário à realidade brasileira, como 
forma de viabilizar resultados minimamente aceitáveis na regulação ambiental.
Em 1992, o deputado Fábio Feldmann já sabia disso. Articulado com o que 
se passa no mundo em relação ao meio ambiente, não iria propor uma jabuticaba, 
sabendo que o mundo todo já adotava a auditoria voluntária, se o Brasil não 
precisasse da compulsória.
Talvez, num futuro próximo, após o desenvolvimento de uma ampla 
cultura de responsabilidade empresarial no país, poderíamos migrar para o 
sistema voluntário. A própria EPA estadunidense adotou o modelo compulsório 
entre 1980 e 1981 e depois passou para o modelo voluntário com incentivos. Não 
é por acaso que os estados brasileiros que têm os sistemas de licenciamento mais 
eficazes dispõem de legislação que torna compulsória a auditoria ambiental.
FONTE: Disponível em: <http://www.opiniaosustentavel.com.br/2012/01/historico-e-consideracoes-
sobre.html>. Acesso em: 30 jun. 2013.
24
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você estudou:
• Os principais desastres ecológicos que ocorreram nas últimas décadas.
• Os principais acordos multilaterais para a preservação da vida no planeta 
Terra, tais como: 
• Conferência de Estocolmo.
• Rio 92.
• Rio+10. 
• Rio+20. 
• Protocolo de Quioto.
• Entre outros.
• Os antecedentes históricos que nos levou às normas que possuímos hoje.
• O que são recursos renováveis e não renováveis.
25
1 O contexto histórico dos desastres ambientais nos ensinou uma lição muito 
importante. Ao analisar os antecedentes históricos o que podemos aprender 
e não repetir?
2 As empresas cada vez mais buscam a excelência na produção de seus 
produtos e também de estar em conformidade legal. Qual é o principal 
propósito de uma empresa que implementa uma auditoria ambiental?
3 A questão ambiental nos remete à preservação, entretanto precisamos nos 
lembrar dos desastres que já causamos ao planeta. Lembrando-se destes 
desastres, cite três acordos de proteção multilateral mundiais.
AUTOATIVIDADE
26
27
TÓPICO 3
O ESTADO DA AUDITORIA AMBIENTAL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico iremos discorrer sobre a criação de métodos de auditoria, 
como se chegou a estes métodos e alguns conceitos ambientais determinados 
mundialmente, bem como, conceituar desenvolvimento sustentável e suas 
implicações.
Também iremos determinar algumas áreas emergentes da auditoria 
ambiental e seu papel da mesma forma como discutiremos sobre o Sistema de 
Gestão Ambiental (SGA) e as ISOs.
2 DESENVOLVIMENTO DE MÉTODOS, CONHECIMENTO E 
CAPACITAÇÃO 
Os auditores ambientais veteranos observaram que a expansão do seu 
conhecimento, da sua confiança e aprimoramento dos métodos, muitas vezes, 
resulta da prática (INTOSAI, 2009). Porém algumas dicas foram oferecidas para 
superar os desafios comuns: 
• Enfatizar o planejamento de auditoria.
• Decompor a auditoria em questões específicas para garantir um foco melhor.
• Obter dados adequados.
• Usar especialistas externos.
• Usar padrões internacionais como objetivos e critérios de auditoria.
• Realizar inspeções físicas dos locais.
• Usar provas fotográficas.
• Usar observações baseadas em resultados.
Segundo Almeida (2011) considerando alguns valores éticos já 
consagrados universalmente pelos movimentos denominados ambientalistas, a 
politica ambiental deve atender aos seguintes princípios:
a) Princípio da viabilização ambiental: assegura que todas as relações mantidas 
entre a nação e o território sobre o qual se assenta são viabilizáveis do ponto 
de vista ambiental.
28
UNIDADE 1 | CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA
b) Princípio da integração de esforços: rege que a sociedade civil e o poder público 
instituído têm plena consciência da necessidade da viabilização ambiental 
imposta às decisões e atos, públicos e privados, que impliquem a transformação 
ambiental de qualquer parcela de seu território.
c) Princípio da coletividade: identifica que a dignidadehumana em uma sociedade 
organizada está intimamente vinculada à estabilidade do ambiente em que se 
insere e no qual pretende realizar todas as suas aspirações de vida: o nascimento, 
o desenvolvimento físico e intelectual, as associações, a reprodução, as atividades 
produtivas, o lazer e a capacidade de contemplar este mesmo ciclo em todos os 
demais fatores do ambiente do qual é apenas parte.
d) Princípio da globalização: rege que o ambiente deve ser visto e compreendido 
em sua totalidade, contemplado todos os seus componentes físicos, químicos, 
biológicos, sociais, políticos e econômicos.
e) Princípio do uso racional: determina que o uso de qualquer um dos conjuntos 
dos recursos disponíveis em um território, naturais ou transformados, e requer 
a adoção de práticas de comprovada eficiência que:
• Identifiquem, confirmem e justifiquem as demandas sociais que determinam a 
sua apropriação.
• Estabeleçam as condições essenciais desta apropriação e dos eventuais processos 
subsequentes de transformação.
• Condicionem as ações a serem empreendidas a resultados preestabelecidos e 
socialmente legítimos.
• Sejam transparentes à nação, submetendo-se aos padrões de controle e fiscalização 
vigentes e distribuindo, sistematicamente, informações para a consulta pública.
f) Princípio do uso comum: declara que todos os indivíduos têm direito ao ambiente 
ecologicamente estabilizado, cabendo-lhes, portanto, o dever de protegê-lo, 
conservá-lo e preservá-lo. 
g) Princípio da equivalência: conclui que os fatores ambientais básicos – o ar, a água, 
o solo, a flora, a fauna e o homem – têm igual relevância diante de sua estreita e 
permanente interferência na estabilização ecológica do ambiente. Em razão dos 
processos inteligentes desenvolvidos pelo homem, a ele cabe compreender a 
inteligência subjacente às relações ambientais mantidas entre os demais fatores 
constituintes do ambiente. Dessa forma, o homem nunca será entendido, nem 
se entenderá como um fator externo ao ambiente, o que enseja os enfoques 
limitados que abordam a ecologia somente através de fatores físicos e biológicos.
 
Precisamos compreender que o desenvolvimento sustentável é aquele que 
atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações 
futuras de atenderem as suas próprias necessidades (BARBIERI, 2007). Segundo 
Barbieri (2007) os principais objetivos de politicas ambientais e desenvolvimentistas 
derivados desse conceito de desenvolvimento são os seguintes:
TÓPICO 3 | O ESTADO DA AUDITORIA AMBIENTAL
29
a) Retomar o crescimento como condição necessária para erradicar a pobreza.
b) Mudar a qualidade do crescimento para torná-lo mais justo, equitativo e menos 
intensivo em matérias-primas e energia.
c) Atender as necessidades humanas essenciais de emprego, alimentação, energia, 
água e saneamento.
d) Manter um nível populacional sustentável.
e) Conservar e melhorar a base de recursos.
f) Reorientar a tecnologia e administrar os riscos; e
g) Incluir o meio ambiente e a economia no processo decisório. 
Um dos agravantes da destruição do planeta são as emissões de gases do 
efeito estufa. Para tentar conter as emissões e desacelerar o aquecimento global 
foi assinado o Protocolo de Quioto. Este protocolo limita a emissão desses gases 
poluentes, na atmosfera do planeta. No quadro a seguir podemos verificar a 
porcentagem de emissão dos principais países do planeta.
QUADRO 4 – PROTOCOLO DE QUIOTO – PRINCIPAIS PAÍSES POLUIDORES E TOTAL DE EMISSÕES 
DE CO
2
 EM 1990. LEGENDA: Gg = GIGAGRAMA. 
País Emissões (Gg) % País Emissões (Gg) %
Alemanha 1.012.443 7,4 Islândia 2.172 0,0
Austrália 288.965 2,1 Itália 428,941 3,1
Áustria 59.200 0,4 Japão 1.173.360 8,5
Bélgica 113.405 0,8 Letônia 22.976 0,2
Bulgária 82.990 0,6 Liechtenstein 208 0,0
Canadá 457.441 3,3 Luxemburgo 11.343 0,1
Dinamarca 52.100 0,4 Mônaco 71 0,0
Eslováquia 58.278 0,4 Noruega 35.533 0,3
Espanha 260.654 1,9 Nova Zelândia 25.530 0,2
Estados Unidos 4.957.022 36,1 Países Baixos 167.600 1,2
Estônia 37.797 0,3 Polônia 414.930 3,0
Federação Russa 2.388.720 17,4 Portugal 42.148 0,3
Finlândia 53.900 0,4 Reino Unido 584.078 4,3
França 366.536 2,7 República Tcheca 169.514 1,2
Grécia 82.100 0,6 Romênia 171.103 1,2
Hungria 71.673 0,5 Suécia 61.256 0,4
Irlanda 30.719 0,2 Suíça 43.600 0,3
Total 13.728.306 100
FONTE: Protocolo de Quioto á Convenção sobre Mudança do Clima, 1997. Disponível em: <www.
unep.org>. Acesso em: 30 jun. 2013.
Ao se estudar as normas e leis ambientais, podemos verificar que sem o 
desenvolvimento sustentável não conseguiremos manter por muito tempo a vida 
no planeta. Para tanto é preciso de muita fiscalização, conscientização e, antes de 
tudo, responsabilidade pública.
30
UNIDADE 1 | CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA
3 ÁREAS EMERGENTES DE AUDITORIAS RELACIONADAS AO 
MEIO AMBIENTE
Quanto maior é a interação humana com os ambientes, mais difícil fica 
de segregar as temáticas do meio ambiente e do desenvolvimento populacional. 
O desenvolvimento sustentável e seus pilares de meio ambiente, economia 
e harmonia social remetem ao conhecimento integrado do meio ambiente 
(INTOSAI, 2009). 
Portanto, as áreas ambientais são consideradas áreas emergentes, pois 
necessitam de verificações constantes devido à cultura instituída na sociedade, 
nos empresários e governos. Precisamos estar atentos às mudanças que ocorrem 
na nossa comunidade, para cobrar dos responsáveis as medidas de contenção de 
desastres ambientais. Ainda, é necessário denunciar e fiscalizar as indústrias, a 
comunidade e os órgãos públicos.
Desse modo faz-se necessário que haja um comprometimento entre todos 
os órgãos responsáveis pelo nosso meio ambiente, para que utilize este nosso 
bem maior, de forma correta, visando sempre ao melhor para que tenhamos 
um ambiente equilibrado com recursos infinitos para todas as gerações. Enfim 
é preciso que se tenha uma politica ambiental estruturada em normas legais 
focadas em planejamento e organização a fim de que se possa ter um diagnóstico 
preciso dos problemas ambientais, assim como podem servir de decisões sempre 
no sentido de melhorar o desempenho ambiental.
4 O PAPEL ESPECIAL NA AUDITORIA DE ACORDOS 
AMBIENTAIS INTERNACIONAIS
No que tange à auditoria ambiental, no foco de acordos internacionais, 
cabe salientar o sistema proposto pela Câmara de Comércio Internacional, a 
International Chamber of Commerce (ICC), uma entidade não governamental 
dedicada ao comércio internacional, propôs um modelo de sistema de gestão 
ambiental (SGA) e de auditoria ambiental de adesão voluntária, em resposta às 
preocupações com o efeito das questões ambientais sobre a competitividade das 
empresas no mercado internacional. 
De acordo com a ICC, o SGA é uma estrutura ou método para alcançar 
um desempenho sustentável em relação aos objetivos estabelecidos e atender às 
constantes mudanças na regulamentação, nos riscos ambientais e nas pressões 
sociais, financeiras, econômicas e competitivas (BARBIERI, 2007).
Assim deste modo, segundo Barbieri (2007), o SGA objetiva:
a) Assegurar a conformidade com as leis locais, regionais, nacionais e internacionais.
b) Estabelecer políticas internas e procedimentos para que a organização alcance 
os objetivos ambientais propostos.
TÓPICO 3 | O ESTADO DA AUDITORIA AMBIENTAL
31
c) Identificar e administrar os riscos empresariais resultantes dos riscos 
ambientais.
d) Identificar o nível de recursos e de pessoal apropriado aos riscos e aos objetivos 
ambientais, garantindo sua disponibilidade quando e onde forem necessários.
Portanto Barbieri (2007), assim aduz:
No âmbito das organizações, as políticas são diretrizes ou orientações 
para a tomada das decisões, que se expressam por enunciados escritos 
ou padrões de decisão estabelecidos informalmente. Um Sistema de 
Gestão Ambiental exige que a política ambiental seja explicitada em 
documentos da empresa, e constituída por um conjunto articulado de 
processos administrativos(planejamento, organização, implementação 
e controle) integrados à gestão empresarial global mediante a uma 
política ambiental formulada pela própria empresa e coerente com sua 
política ambiental.
Segue figura que demonstra os elementos primordiais de um SGA 
(Sistema de Gestão Ambiental).
FIGURA 2 – DEMONSTRAÇÃO DOS ELEMENTOS PRIMORDIAIS DE UM SGA
Controle
Gestão do sistema
de informação
Mensuração dos
resultados
Diagnósticos dos
problemas
Auditoria Ambiental
Ações corretivas
Implementação
Gerenciamento dos
compromentimentos
Revisão de projetos e
programas ambientais
Programas ambientais
específicos
Motivação e delegação
Avaliação e gestão
de riscos
Planejamento
Políticas e
procedimentos
Processos de
planejamento:
Acompanhamento da
regulamentação e da
sua influência sobre
os departamentos da
empresa.
– objetivos e metas
– alocação de recursos
Organização da
Gestão
Níveis de autoridade
e responsabilidade
Estrutura
organizacional
Delineamento
de papéis
Organização
FONTE: Adaptado de Barbieri (2007).
Portanto, em se tratando da matéria ambiental, é importante ressaltar que 
sempre existiu uma legislação disciplinando a questão do meio ambiente, mas os 
crimes ambientais eram praticados por essa ser pouco observada. O Brasil possui 
uma das mais ricas legislações do mundo em relação ao meio ambiente, porém a 
sua cobrança não é feita com todo o rigor exigido.
 
Para exemplificar os acordos internacionais, temos o caso do Rio Danúbio 
e do Mar Negro conforme figura extraída do INTOSAI (2009).
32
UNIDADE 1 | CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA
FIGURA 3 – ACORDO INTERNACIONAL
O Rio Danúbio faz parte da história da
Europa há bastante tempo. Ele corre por
quatro capitais nacionais: Viena, Bratislava,
Budapeste e Belgrado. O rio deságua no Mar
Negro pela segunda maior foz de zona
úmida na Europa. Em meados da década de
80, o Danúbio parecia estar sofrendo de
questões mais sérias do que apenas a de
transporte. Em particular, a questão da
qualidade da água era urgente. Muitas
grandes cidades, incluindo as quatro
capitais, jogam os dejetos de milhões
pessoas, da agricultura e de suas indústrias
no Danúbio. Além disso, trinta de seus
tributários significantes foram classificados
como altamente poluídos.
Romênia
Negro contra a Poluição (1992) e a Convenção
para a Cooperação na Proteção e Uso
Sustentável do Rio Danúbio (1994) foram
auditados para garantir que as disposições do
acordo estavam sendo cumpridos. Um dos
resultados importantes na auditoria de 2002
foi quanto à necessidade de estabelecer um
marco legal claro e coerente que fosse justo
para os poluidores e os beneficiários. Os
auditores também identificaram a necessida-
de de um equilíbrio entre incentivos e
penalidades para garantir o progresso da
Convenção. O Tribunal de Contas da Romênia
reconhece que estão no meio de um processo
de modernização e fortalecimento institucio-
nal. O Tribunal baseia-se no WGEA europeu e
no WEGA da INTOSAI para continuamente
melhorar sua prática de auditoria ambiental.A ratificação de dois acordos ambientais
internacionais deram ao Tribunal de Contas
da Romênia a oportunidade de realizar sua
primeira auditoria ambiental em coopera-
ção. A Convenção para a Proteção do Mar
Mandato de desempenho: Não
Mandato ambiental específico: Sim
O Rio Danúbio e o Mar Negro: Uma Auditoria Cooperativa
de um Acordo Ambiental Internacional
FONTE: INTOSAI (2009).
Além de toda a legislação, existem ainda as normatizações como a ISO 
(International Organization for Standardization) série 14000, que foi elaborada por 
uma organização internacional especializada, não governamental, com sede 
na Suíça, que possui membros de todas as partes do mundo, e da qual o Brasil 
também faz parte. Os países que constituem esta organização acabam adotando 
estas normas como compulsórias, com o objetivo de combater a degradação do 
meio ambiente. Fazem parte dessas normas estabelecidas a ISO 14010, 14011 
e 14012, que tratam especificamente de Auditoria Ambiental (FERREIRA; 
SANTANA, 2003).
Estas normas fomentam a prevenção de processos que conduzem a 
contaminações ambientais, uma vez que orientam a organização quanto a sua 
estrutura, forma de operação e de levantamento, armazenamento, recuperação e 
disponibilização de dados e resultados (sempre atentando para as necessidades 
futuras e imediatas de mercado e, consequentemente, a satisfação do cliente). 
No Brasil, o selo de qualidade ambiental é de responsabilidade da ABNT e a 
certificação ambiental está sob a responsabilidade do Instituto Nacional de 
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). O selo brasileiro é 
inspirado no caso francês – um dos mais completos, incluindo além da ausência 
TÓPICO 3 | O ESTADO DA AUDITORIA AMBIENTAL
33
de determinadas substâncias poluentes no produto, a garantia de qualidade 
ambiental de todo o processo produtivo, da matéria-prima até a disposição final 
(FERREIRA; SANTANA, 2003).
As séries da ISO têm escopo específico, avaliando um determinado aspecto 
do processo produtivo. Assim, a Série ISO 22000 é voltada para a qualidade do 
produto, enquanto a série 14000 é voltada para o meio ambiente. Cada série é 
subdividida em normas.
UNI
A ISO 14000 é um conjunto de normas voluntárias, definidas pela ISO, para 
padronizar a Gestão Ambiental nas empresas. A série ISO 14000 engloba seis grupos de normas, 
cada uma delas atendendo a um assunto específico da questão ambiental. Esses grupos são: 
• Sistema de Gestão Ambiental (ISO 14001)
• Auditorias ambientais (14010, 14011 e 14012)
• Avaliação do desempenho ambiental (14031)
• Rotulagem ambiental (14020, 14021 e 14024)
• Aspectos ambientais em normas de produtos (15060)
• Análise do ciclo de vida do produto (14040)
QUADRO 5 – RELAÇÃO DE NORMAS DA SÉRIE ISO 14000
RELAÇÃO DE NORMAS DA SÉRIE ISO 14000
Nº Ano Publicação Título
Sistema de Gestão Ambiental
14001 1996 Sistemas de Gestão Ambiental - Especificações e diretrizes para uso
14004 1996 Sistemas de Gestão Ambiental - Diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio
Auditoria Ambiental
14010 1996 Diretrizes para Auditoria Ambiental - Princípios Gerais
14011 1996 Diretrizes para Auditoria Ambiental - Diretrizes gerais sobre princípios, sistemas de Gestão Ambiental
14012 1996 Diretrizes para Auditoria Ambiental - Critérios de qualificação para Auditores Ambientais
14015 2001 Avaliação Ambiental de Sites e Entidades
Rotulagem Ambiental
14020 1998 Rótulos e Declarações Ambientais - Princípios Básicos
14021 1999 Rótulos e Declarações Ambientais - Auto-Declarações Ambientais - Rotulagem Ambiental Tipo II
14024 1999 Rótulos e declarações ambientais - Rotulagem Ambiental Tipo I - Princípios e procedimentos
34
UNIDADE 1 | CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA
14025 2000 Rótulos e Declarações Ambientais - Rotulagem Ambiental Tipo III
Avaliação de Desempenho Ambiental
14031 1999 Gestão Ambiental - Avaliação de Desempenho Ambiental
14031 1999 Gestão Ambiental - Exemplos de Avaliação de Desempenho Ambiental
Análise do Ciclo de Vida
14040 1997 Gestão Ambiental - Análise do Ciclo de Vida - Princípios e Estrutura
14041 1998 Gestão Ambiental - Análise do Ciclo de Vida - Definição de escopo e análise do inventário
14042 1999 Gestão Ambiental - Análise do Ciclo de Vida - Interpretação do Impacto do Ciclo de Vida
14043 1999 Gestão Ambiental - Análise do Ciclo de Vida - Interpretação do Ciclo de Vida
14048 1999 Gestão Ambiental - Análise do Ciclo de Vida - Forma da documentação de Dados
14049 1999 Gestão Ambiental - Análise do Ciclo de Vida - Exemplos da Aplicação da Iso 14041
Termos e Definições
14050 1998 Gestão Ambiental - Termos e Definições
Aspectos Ambientais nos Produtos
64 1997 Guia para Inclusão de aspectos ambientais em normas de produto
FONTE: Adaptado de Vale (2000). Disponível em: <www.unep.org>. Acesso em: 15 JUL. 2013.
A concepção em relação à auditoria ambiental neste início