Prévia do material em texto
2013 AuditoriA e CertifiCAção AmbientAl Profª. Joseane Gabriele Kryzozun Ribeiro Rubin Profª. Priscila Natasha Kinas Copyright © UNIASSELVI 2013 Elaboração: Profª. Joseane Gabriele Kryzozun Ribeiro Rubin Profª. Priscila Natasha Kinas Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 657.45 Rubin, Joseane Grabriele Kryzozun Ribeiro Auditoria e certificação ambiental / Joseane Grabriele Kryzozun Ribeiro Rubin; Priscila Natasha Kinas. Indaial : Uniasselvi, 2013. 178 p. : il ISBN 978-85-7830-774-5 I. Auditoria II. Certificação ambiental. 1.Centro Uni- versitário Leonardo da Vinci. 2. Rubin, Joseane Grabriele Kryzozun Ribeiro. R896a III ApresentAção Caro Acadêmico! O Livro de Estudos abordará de maneira sistemática e prática os temas atuais relacionados ao sistema de auditoria ambiental, focando no processo a ser realizado em torno de uma auditoria compulsória, visando informar e transpor conhecimentos atuais ligados a políticas governamentais e industriais brasileiras. Na Unidade 1 do caderno serão abordados conceitos fundamentais e legislações ambientais de âmbito federal relacionados à auditoria ambiental, bem como, será formalizada a visão atual das governanças envolvidas tanto em âmbito industrial quanto legislativo. Além, é claro, de retomar alguns conceitos básicos do meio ambiente. Também qual é o contexto histórico que nos levou à criação das normas ambientais que possuímos atualmente. Lembre-se que este caderno é uma ferramenta de apoio. Você sempre deverá buscar atualizações nas legislações ambientais e normas técnicas relacionadas ao assunto aqui apresentado. Já na unidade 2, procurou-se informar as condições ambientais atuais abordando o perfil da auditoria, dos auditores e dos auditados sempre focando os padrões éticos envolvidos. É importante ressaltar que a auditoria sempre deverá revelar a real situação demostrada no ato da auditoria e que não cabe ao auditor buscar justificativas de fator econômico, ambiental ou organizacional das não conformidades evidenciadas. O auditor tem como papel fundamental relatar o observado sempre embasado nos quesitos legais envolvidos nesta dinâmica. A unidade 3 tem como finalidade abordar de maneira mais dinâmica a formalização em formato de relatório final do resultado evidenciado da auditoria. Também serão disponibilizados dois estudos de caso que servirão como ferramenta de análise e de recapitulação dos ensinamentos aqui abordados. Esperamos que você faça uma boa leitura! Profª. Joseane Gabriele Kryzozun Ribeiro Rubin Profª. Priscila Natasha Kinas IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA V VI VII UNIDADE 1 – CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA ...................................... 1 TÓPICO 1 – OS FUNDAMENTOS DA AUDITORIA AMBIENTAL ........................................... 3 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3 2 OS BENEFÍCIOS DA AUDITORIA AMBIENTAL PARA O MEIO AMBIENTE E PARA O GOVERNO ......................................................................................................................... 3 3 PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DA AUDITORIA PARA AS EMPRESAS ...................................... 6 4 CONCLUSÕES DAS AUDITORIAS ................................................................................................ 8 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 10 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 11 TÓPICO 2 – A EVOLUÇÃO DO MEIO AMBIENTE EM GOVERNANÇA E EM AUDITORIA ........................................................................................................... 13 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 13 2 ANTECEDENTES HISTÓRICOS E CONCEITOS......................................................................... 13 3 AÇÕES COLETIVAS EM AUDITORIA AMBIENTAL ................................................................. 18 4 O CONTEXTO REGIONAL E GLOBAL ......................................................................................... 18 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 20 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 24 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 25 TÓPICO 3 – O ESTADO DA AUDITORIA AMBIENTAL .............................................................. 27 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 27 2 DESENVOLVIMENTO DE MÉTODOS, CONHECIMENTO E CAPACITAÇÃO ................. 27 3 ÁREAS EMERGENTES DE AUDITORIAS RELACIONADAS AO MEIO AMBIENTE ......................................................................................................................... 30 4 O PAPEL ESPECIAL NA AUDITORIA DE ACORDOS AMBIENTAIS INTERNACIONAIS ............................................................................................................................. 30 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 36 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 37 TÓPICO 4 – DIRECIONAMENTOS FUTUROS ............................................................................... 39 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 39 2 CONDIÇÕES AMBIENTAIS ATUAIS E AS PRESSÕES DO DESENVOLVIMENTO .......... 39 3 TENDÊNCIAS PARA OBSERVAÇÃO NAGOVERNANÇA AMBIENTAL GLOBAL .......... 41 4 IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA DE AUDITORIA AMBIENTAL........................................ 42 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 44 RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 51 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 52 sumário VIII UNIDADE 2 – RESPONSABILIDADE ÉTICA E DIMENSÕES DA AUDITORIA AMBIENTAL ........................................................................................ 53 TÓPICO 1 – RESPONSABILIDADE E ÉTICA NA AUDITORIA .................................................. 55 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 55 2 PERFIL DOS AUDITORES ................................................................................................................ 55 2.1 COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS AO EXERCÍCIO DA AUDITORIA AMBIENTAL ......... 55 3 PRINCÍPIOS DE AUDITORIA ......................................................................................................... 59 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 63 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 64 TÓPICO 2 – AUDITORIA AMBIENTAL E CERTIFICAÇÃO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 65 2 NORMAS AMBIENTAIS .................................................................................................................... 66 3 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL E AUDITORIA AMBIENTAL COM FINS DE CERTIFICAÇÃO....................................................................................................... 67 4 ABNT NBR ISO 19011: 2002 – DIRETRIZES PARA AUDITORIAS DE SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE E/OU AMBIENTAL: TERMOS E DEFINIÇÕES, PROGRAMA DE AUDITORIA, ATIVIDADES DE AUDITORIA ............. 68 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 69 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 70 TÓPICO 3 – TIPOS DE AUDITORIA .................................................................................................. 71 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 71 1.1 CLIENTE ........................................................................................................................................... 71 1.2 AUDITADO ...................................................................................................................................... 72 1.3 AUDITOR .......................................................................................................................................... 72 1.4 AUDITOR LÍDER ............................................................................................................................. 72 2 AUDITORIA OU ANÁLISE CRÍTICA AMBIENTAL .................................................................. 73 3 AUDITORIA DE CONFORMIDADE LEGAL ............................................................................... 74 4 AUDITORIA FASE I E FASE II ......................................................................................................... 75 5 AUDITORIA DE OPERAÇÃO DE AQUISIÇÃO FUSÃO E ALIENAÇÃO ............................. 75 6 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA) ................................................................................ 76 6.1 ASPECTOS AMBIENTAIS ............................................................................................................. 76 6.2 REQUISITOS LEGAIS E OUTROS ................................................................................................ 77 6.3 OBJETIVOS E METAS .................................................................................................................... 78 6.4 O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ..................................................................................... 78 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 81 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 82 TÓPICO 4 – LISTAS DE VERIFICAÇÃO ESPECÍFICAS ................................................................ 83 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 83 2 INSTRUMENTOS PARA A REALIZAÇÃO DE AUDITORIA AMBIENTAL ......................... 83 3 ELABORAÇÃO DE LISTAS ESPECÍFICAS PARA O SUCESSO DA AUDITORIA ............. 84 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 93 RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................102 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................104 IX UNIDADE 3 – AUDITORIA AMBIENTAL COMPULSÓRIA – ESTUDOS DE CASO .................................................................................................105 TÓPICO 1 – AUDITORIA AMBIENTAL COMPULSÓRIA .........................................................107 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................107 2 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA SOBRE AUDITORIAS AMBIENTAIS ..........108 2.1 CENÁRIOS DA AUDITORIA COMPULSÓRIA NO BRASIL ...............................................109 2.2 ATIVIDADES SUJEITAS À AUDITORIA AMBIENTAL COMPULSÓRIA E CRITÉRIOS PARA AUDITORES AMBIENTAIS...................................................................110 2.3 DEFINIÇÕES E DIRETRIZES PARA A REALIZAÇÃO DA AUDITORIA AMBIENTAL COMPULSÓRIA, ATIVIDADES SUJEITAS À AUDITORIA AMBIENTAL COMPULSÓRIA E CRITÉRIOS PARA AUDITORES AMBIENTAIS ...........111 2.4 RELATÓRIO DE AUDITORIA E PLANO DE CORREÇÃO DE NÃO CONFORMIDADES ......................................................................................................................112 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................117 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................119 TÓPICO 2 – ESTUDOS DE CASO .....................................................................................................121 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................121 2 ESTUDO DE CASO I ........................................................................................................................121 3 ESTUDO DE CASO II .......................................................................................................................126 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................139 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................140TÓPICO 3 – AUDITORIAS COMPLEMENTARES ........................................................................141 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................141 2 AUDITORIA DA QUALIDADE ......................................................................................................141 2.1 AUDITORIA DE ADEQUAÇÃO .................................................................................................142 2.2 AUDITORIA DE CONFORMIDADE OU DE IMPLEMENTAÇÃO ......................................142 2.3 OBJETIVOS DA AUDITORIA DE QUALIDADE .....................................................................145 2.4 FASES DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE ................................................146 2.5 REGISTOS DO PROGRAMA DE AUDITORIAS DE QUALIDADE .....................................147 3 AUDITORIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO .....................................................................153 3.1 REQUISITOS ESPECÍFICOS ........................................................................................................157 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................161 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................170 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................171 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................173 X 1 UNIDADE 1 CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS Caro acadêmico! Com esta unidade você será capaz de: • conceituar os principais termos utilizados em auditoria ambiental; • caracterizar a evolução da auditoria ambiental; • conhecer o estado atual da auditoria ambiental no Brasil e seus dimensionamentos futuros. Esta primeira unidade está dividida em quatro tópicos. Com o intuito de fixar os conteúdos apreendidos, você encontrará, no final de cada tópico, autoatividades que favorecerão a fixação dos assuntos apresentados. TÓPICO 1 – OS FUNDAMENTOS DA AUDITORIA AMBIENTAL TÓPICO 2 – A EVOLUÇÃO DO MEIO AMBIENTE EM GOVERNANÇA E EM AUDITORIA TÓPICO 3 – O ESTADO DA AUDITORIA AMBIENTAL TÓPICO 4 – DIRECIONAMENTOS FUTUROS 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 OS FUNDAMENTOS DA AUDITORIA AMBIENTAL 1 INTRODUÇÃO As questões ambientais vêm sendo discutidas há muitos anos e muitas soluções foram discutidas para tentar resolver os problemas ambientais, tais como: escassez de recursos naturais, poluição de cursos de água, solo etc. Para tanto, a auditoria ambiental vem agregar valores e fiscalizar o cumprimento de medidas para a preservação dos ecossistemas. Também nos auxilia na fiscalização e correção de alguns agentes que estão fora das normas ambientais. Portanto, é muito importante para a sociedade a efetividade do cumprimento das normas e conformidades ambientais. Neste tópico discutiremos o benefício da auditoria ambiental tanto para o governo quanto para o meio ambiente e entenderemos qual é a vantagem da auditoria para a empresa e a que conclusões estas auditorias podem chegar. Veremos também que a auditoria ambiental está intimamente ligada à conservação dos recursos naturais, pois verifica quais são as ações que podem ser tomadas para preservar e economizar recursos, evitando, assim, o desperdício. 2 OS BENEFÍCIOS DA AUDITORIA AMBIENTAL PARA O MEIO AMBIENTE E PARA O GOVERNO A auditoria ambiental tem por princípio e dever, proteger e defender o meio ambiente e seus recursos naturais, preservando os mesmos para as futuras gerações. A partir do ano de 1972, com a ocorrência da Primeira Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio Ambiente, os governantes começaram a se preocupar com a preservação dos recursos naturais do Planeta. Entre os motivos dessa preocupação se pode citar a verificação da inversão térmica, do secamento de lagos e rios, da poluição do ar e da chuva ácida... fenômenos esses que fizeram com que fosse necessária uma reunião entre os países com o objetivo de discutir soluções para estes problemas ambientais. UNIDADE 1 | CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA 4 Posteriormente, através das conferências mundiais que ocorreram ao longo dos anos, como, por exemplo, a Rio 92, a Rio+10 e a Rio+20, os países assumiram o compromisso de preservar o meio ambiente, os recursos naturais não renováveis e renováveis e reduzir a emissão de gases que aumentam o efeito estufa. Na esfera jurídica procurou-se adotar uma visão global do tema como forma de assegurar a efetividade do direito ao ambiente ecologicamente equilibrado. Podemos citar como parâmetros os descritos na Carta Magna. Os mesmos não conferem com as penalidades ou sanções que temos atualmente, porém podem oferecer diretrizes para a criação de normas na esfera ambiental. Neste momento podemos trazer um conceito, não tão novo, mas que pode auxiliar a entender a auditoria ambiental e o que tange ao direito ambiental: conjunto de leis, princípios e políticas públicas que regem a interação do homem com o Meio Ambiente para assegurar, através de processo participativo, a manutenção de um equilíbrio da Natureza, um ambiente ecologicamente equilibrado para a presente e futuras gerações. (SÉGUIN; CARRERA, 1999, p. 70 apud SCHENINI; SANTOS; OLIVEIRA, 2007, p. 6). Podemos averiguar que o objeto de desejo de todos não é o meio ambiente em si ou determinado ambiente, mas, sim, o equilíbrio ecológico, a qualidade do ambiente. É essa qualidade que se tornou o bem da vida a ser tutelado, definido pela Constituição da República como “bem de uso comum do povo” e essencial à saudável qualidade de vida. Neste momento, a Auditoria Ambiental se faz presente, através da fiscalização tanto de órgãos públicos, como privados. Assim, convém trazer o que menciona a Constituição Federal, em seu artigo 225: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Assim, o art. 225 da Constituição Federal estabelece que a gestão ambiental no plano da ordem econômica capitalista não e só de responsabilidade única e exclusiva das empresas, e sim do Poder Público e da coletividade. A ideia principal é que a auditoria ambiental se destina a promover a educação ambiental assim como a conscientização para a preservação do meio ambiente, fixando a necessidade de o fornecedor de bens ambientais prestar contas com relação aos naturais impactos produzidos. No Brasil quem determina os direitos e deveres é a legislação, a todo e qualquer fornecedor que veicule produtos ou realize prestação de serviços TÓPICO 1 | OS FUNDAMENTOS DA AUDITORIA AMBIENTAL 5 UNI O termo fornecedor irá incluir as pessoas físicas ou jurídicas de direito privado como entidades ou pessoas que veiculem produtos ou prestem serviços vinculados a bens ambientais. Em geral, as leis ambientais contribuem de forma significativa para a conscientização ecológica dos consumidores, exigindo dos fornecedores que apresentem os produtos e serviços com rotulagem ambiental idônea, assim como seus processos e produtos não consumam excessivamente os recursos naturais do planeta. Sendo assim é preciso de conscientização tanto da sociedade como dos governantes. A sociedade pode auxiliar na fiscalização do cumprimento de seus direitos e fazer a sua parte na preservação do meio ambiente, reciclando e reduzindo o consumo. Os governos têm o dever de fiscalizar e punir os infratores, bem como dar as condiçõesideais de saneamento e proteção ao meio ambiente. Segundo o manual de auditoria do Tribunal de Contas da União (BRASIL, 2001), a auditoria ambiental de natureza operacional tem o objetivo de avaliar os resultados alcançados pela gestão ambiental, ou seja, consiste na avaliação sistemática da economicidade, eficiência, eficácia e efetividade de providências referentes à preservação do meio ambiente, através da prevenção da degradação ambiental ou da reparação do dano. Segundo INTOSAI (2009), as auditorias ambientais mostram os seguintes resultados ambientais positivos: • Melhoria na qualidade da água dos rios e bacias hidrográficas. • Aumento da proteção a plantas, animais e ecossistemas. • Melhoria da gestão de recursos naturais. • Diminuição da degradação ambiental resultante de construções. • Diminuição da poluição ambiental. • Diminuição da desertificação de terras. vinculados a bens ambientais. Assim, a auditoria como instrumento de gestão ambiental deverá obedecer aos critérios descritos na Lei nº 8.078/1990 (lei de proteção do consumidor), adaptados à tutela dos bens ambientais. UNIDADE 1 | CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA 6 3 PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DA AUDITORIA PARA AS EMPRESAS As auditorias ambientais examinam e acompanham, em tempo integral, as operações da empresa podendo verificar a sua conformidade ou não. Ao realizar uma auditoria interna, por exemplo, a empresa pode identificar quais são os problemas passiveis de risco ambiental, além disso, pode reduzir custos de uma área que está desperdiçando recursos pelo uso incorreto. Segundo Campos e Lerípio (2009), os principais benefícios vindos de uma auditoria ambiental são: • Identificação de passivos ambientais. • Redução de conflitos com órgãos públicos e sociedade. • Priorização de investimentos. • Geração da redução de custos através do controle de perdas. Segundo Barbieri (2007), as auditorias também têm como objetivo detectar e identificar os potenciais problemas, tais como: • Identificar as fontes de poluição e medidas de controle e prevenção. • O mau uso de energia e água e medidas de economia. • Verificar os processos de produção e distribuição. • Mau uso, armazenagem, manuseio e transporte de produtos controlados. • Verificar a conformidade das estações de tratamento de águas residuárias (esgoto). • Os sítios contaminados. • As reformas e manutenções de prédios e instalações. • As panes, acidentes e medidas de emergência e mitigação; e • Verificar a saúde ocupacional e segurança do trabalho. Podemos elencar também entre as vantagens da auditoria ambiental: • Levantamento de impactos ambientais através da avaliação dos impactos ambientais no ar, água, solo e comunidade de uma determinada unidade industrial ou de um determinado processo com objetivo de fornecer subsídios para ações de controle da poluição, visando à minimização destes impactos. UNI Na conferência de Estocolmo de 1972, a decisão de ajudar a natureza foi proposta primeiramente pelos Estados Unidos, com liderança do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Esse mesmo país não assinou até hoje o Protocolo de Quioto. TÓPICO 1 | OS FUNDAMENTOS DA AUDITORIA AMBIENTAL 7 • A realização de auditoria dos riscos ambientais, avaliando os riscos ambientais reais ou potenciais de uma fábrica ou de um processo industrial específico. • A avaliação da situação ambiental de uma determinada fábrica ou organização em relação ao cumprimento da legislação vigente através da auditoria da legislação ambiental. • A gestão e gerenciamento sobre a gestão que está ligada à maneira como uma determinada organização trabalha, devendo zelar ou assegurar que seus produtos ou serviços atendam aos clientes, satisfazendo-os plenamente. Já a respeito de gerenciamento cabe aduzir que trata de ações administrativas e gerenciais, pois visa a planejar, controlar, organizar, avaliar, analisar as metas ambientais. • A avaliação sistemática feita a partir da auditoria de sistemas de gestão ambiental que determina se o sistema da gestão ambiental e o desempenho ambiental de uma empresa estão de acordo com a política ambiental, e se o sistema está efetivamente implantado e adequado para atender aos objetivos ambientais da organização. A auditoria de sistema de gestão é uma ferramenta de gestão, compreendendo uma avaliação sistemática, documentada, periódica e objetiva sobre como os equipamentos, gestão e organização ambiental estão desempenhando o objetivo de ajudar a proteger o meio ambiente. • A melhoria do controle da poluição na empresa. • A verificação das condições da empresa em relação à legislação ambiental. • A substituição parcial do governo na fiscalização ambiental. • A avaliação dos riscos existentes e da vulnerabilidade da empresa, assim como identificação dos riscos antecipadamente. • A priorização de atividades e verbas para o controle ambiental. • A dotação adequada de verbas para o controle ambiental. • A certificação da condição ambiental de unidades a serem adquiridas e avaliação de alternativas de crescimento. • O corte de gastos desnecessários, favorecendo ações econômicas e eficazes, reduzindo desperdícios. • A melhora no relacionamento empresa-governo e vice-versa. • O atendimento à legislação de forma sistemática e consistente, com resposta imediata às novas exigências legais. • O fornecimento de uma terceira visão do problema ambiental (do auditor). • A maior credibilidade e maior flexibilidade nas exigências da fiscalização. • A proteção e melhoria da imagem da empresa junto à comunidade. Além destes benefícios, a empresa ainda pode desenvolver uma prática ambiental responsável, competir por incentivos fiscais por ser uma empresa amiga do meio ambiente, além de contribuir para o aumento da vida no planeta. UNIDADE 1 | CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA 8 A maioria das auditorias ambientais é uma combinação de uma e outra forma de auditoria. Contudo, o objetivo principal de qualquer auditoria ambiental e a realização de um diagnóstico da situação atual para verificar o que está faltando e promover ações futuras que tragam a melhora do desempenho ambiental da empresa. Moreira (2001) menciona que a auditoria ambiental é uma ferramenta gerencial, que por meio de uma verificação do desempenho ambiental, pode auxiliar na determinação de melhorias a serem realizadas. Logo, seria possível afirmar que esta ferramenta tem função importante não apenas para a gestão ambiental, mas também para toda a gestão da empresa. A auditoria ambiental pode ser utilizada para minimizar os riscos financeiros da empresa e auxilia na avaliação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA), comparando-o com a política definida pela empresa. 4 CONCLUSÕES DAS AUDITORIAS As auditorias ambientais verificam a situação atual em relação ao esperado pelo órgão público. Dessa forma, examina-se a empresa auditada para perceber se ela se encontra em conformidade ou não com a legislação ambiental, ou seja, se todas as normas ambientais, legislação e regulamentações, políticas, programas, requisitos de conformidade, e departamentos e agências foram seguidos. Assim, a auditoria ambiental tem como objetivo caracterizar a situação da empresa para fornecer um diagnóstico atual no que diz respeito à poluição do ar, águas e resíduos sólidos, favorecendo a definição das ações de controle e de gerenciamento que deverão ser tomadas para proporcionar a sua melhoria ambiental. Ainda, fornece recomendações de ações emergenciais de curto, médio e longo prazo que deverão ser tomadas para proporcionar a melhoria ambiental da empresa. De forma sucinta, pode-se dizer que a auditoria ambiental compara resultados com expectativas ambientais. FONTE: Disponível em: <http://www.ebras.bio.br/autor/aulas/auditoria_certificacao_parte_1.pdf>. Acesso em: 18 jul. 2013. Logo, percebe-se que a auditoria ambiental consiste em um processo sistemáticode inspeção, análise e avaliação das condições gerais ou específicas de uma determinada empresa em relação às fontes de poluição, eficiência dos sistemas de controle de poluentes, riscos ambientais, legislação ambiental, relacionamento da empresa com a comunidade e órgão de controle, ou ainda do desempenho ambiental da empresa. TÓPICO 1 | OS FUNDAMENTOS DA AUDITORIA AMBIENTAL 9 Também se faz necessário que haja outros critérios para realizar auditorias no setor público, pois estes órgãos ainda possuem a exigência da comunidade e sociedade em geral, na questão da sua prestação de contas, além de servirem como exemplos para as demais instituições e empresas. Para tanto devemos focar sempre em um processo de gerenciamento sólido, visando, dessa forma, ao melhor para o meio ambiente equilibrado. 10 Neste tópico, você viu: • As auditorias ambientais podem beneficiar o meio ambiente das seguintes formas: • Melhoria na qualidade da água dos rios e bacias hidrográficas. • Aumento da proteção a plantas, animais e ecossistemas. • Melhoria da gestão de recursos naturais. • Diminuição da degradação ambiental resultante de construções. • Diminuição da poluição ambiental. • Diminuição da desertificação de terras. • As auditorias ambientais beneficiam as empresas: • Identificação de passivos ambientais. • Redução de conflitos com órgãos públicos e sociedade. • Priorização de investimentos. • Geração da redução de custos, através do controle de perdas. • As auditorias ambientais verificam a situação atual em relação à situação esperada pelo órgão público. RESUMO DO TÓPICO 1 11 1 Ao tratarmos das questões ambientais aprendemos que as auditorias ambientais têm o papel de auxiliar na preservação dos recursos naturais, mas também de recursos gastos para a empresa. Cite três formas com que as auditorias ambientais podem beneficiar as empresas. 2 Ao aprendermos sobre auditorias ambientais, podemos perceber o importante papel das mesmas, na preservação dos recursos naturais do planeta. Cite três formas com que as auditorias ambientais podem auxiliar na preservação meio ambiente. 3 O auditor ambiental tem importante papel para a preservação na vida do planeta. De que forma o gestor ambiental pode atuar na preservação do meio ambiente, perante uma auditoria ambiental? AUTOATIVIDADE 12 13 TÓPICO 2 A EVOLUÇÃO DO MEIO AMBIENTE EM GOVERNANÇA E EM AUDITORIA UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO O meio ambiente evoluiu durante milhões e milhões de anos para chegar à atual configuração que suporta a vida na Terra. Nesse período, muitos desastres ecológicos foram acontecendo e interferindo nos ecossistemas, aniquilando espécies inteiras. Neste tópico iremos abordar a evolução dos eventos que ocorreram no mundo e nos levaram às normas ambientais que temos hoje, os eventos históricos que foram culminantes para a conscientização ambiental, e as conferências feitas para tratar da interferência humana nos ecossistemas. Afinal, para se entender de auditoria e os seus conceitos básicos é preciso conhecer também sobre a preservação e as consequências do passivo ambiental que geramos. 2 ANTECEDENTES HISTÓRICOS E CONCEITOS A auditoria ambiental teve sua origem nos Estados Unidos, através da realização de auditorias voluntárias na década de 1970 (CAMPOS; LERÍPIO, 2009). Com o aumento dos acidentes ambientais, sua maior intensidade e consequência, as empresas iniciaram processos de verificação, ou seja, de auditorias ambientais mais frequentes. Segundo Machado (2004), na Europa a auditoria ambiental começou a ser utilizada na Holanda, em 1985, em filiais de empresas norte-americanas, por influência de suas matrizes. Em seguida, em outros países da Europa, a prática da auditoria passou a ser disseminada em países como Reino Unido, Noruega e Suécia, também por influência de matrizes americanas. A primeira norma de sistema de gestão de qualidade ambiental, a BS7750 (BSI, 1994) surgiu na Europa, em 1992, no Reino Unido. Nesta norma BS 5770 de Sistema de Gestão da Qualidade está normalizada a auditoria ambiental. Na sequência, outros países como, por exemplo, França e Espanha, também apresentam suas normas de sistema de gestão ambiental e de auditoria ambiental. Em 1993, começou a ser discutido o Regulamento da Comunidade Econômica Europeia – CEE nº 1.836/93, em vigor a partir de 10 de abril de 1995, que trata do sistema de gestão e auditoria ambiental da União Europeia (Environmental Management and Auditing Scheme – EMAS). UNIDADE 1 | CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA 14 A Diretiva nº 1.836/93, da Comunidade Econômica Europeia, define Auditoria Ambiental como o instrumento de gestão que inclui a avaliação sistemática, documentada, periódica e objetiva do funcionamento da organização do sistema de gestão e dos processos de proteção ao meio ambiente. No Canadá, as auditorias ambientais são parte rotineira da gestão ambiental de empresas privadas, sendo utilizadas regularmente por cerca de 76% das empresas privadas e 11% das organizações governamentais (THOMPSON; WILSON, 1994). Dessa forma verificamos que a partir do final dos anos 80, as auditorias ambientais viraram uma ferramenta gerencial frequente nos países desenvolvidos, cada vez mais sendo usada nos países em desenvolvimento, tanto pelas empresas estrangeiras quanto pelas empresas locais. Assim, para se falar em auditoria ambiental é preciso compreender os principais acidentes ambientais que ocorreram entre os anos de 1970 a 1980 (Quadro 1), os quais culminaram na criação das normas que temos atualmente. QUADRO 1 – PRINCIPAIS ACIDENTES AMBIENTAIS DA DÉCADA DE 70 E 80 Acidente Local/Ano Impacto Seveso Itália/1976 Um reator de uma fábrica de pesticidas superaquece liberando uma densa nuvem de produto químico venenoso, causando a morte de muitos moradores e principalmente crianças. Todas as 723 famílias da região foram retiradas e abertas crateras de 200 metros de diâmetro para enterrar objetos contaminados. Three Mile Island Pensilvânia (EUA)/ 1979 Um reator de uma usina nuclear superaquece liberando gás radioativo para o meio ambiente. Os 200.000 habitantes abandonaram a região devido à ameaça de contaminação. Bhopal Índia/1984 Ocorre um vazamento de gás altamente venenoso numa fábrica de pesticidas causando 3.300 mortes nas primeiras horas após o acidente. Dos 680.000 habitantes, na ocasião, 525.000 foram afetados. Chernobyl Kiev (Ucrânia)/1986 O superaquecimento de um dos reatores da usina nuclear de Chernobyl provoca uma explosão liberando radioatividade em quantidade superior à contida, por exemplo, em 10 bombas atômicas do tipo lançado em Hiroshima, atingindo além das fronteiras da ex-URSS e ameaçando a produção de alimentos de toda a Europa. Esse acidente, considerado o mais grave acidente nuclear da história, matou mais de 10.000 pessoas, sendo 600.000 trabalhadores encarregados da limpeza e 200.000 habitantes da região foram afetados. Devido à radioatividade os habitantes da Ucrânia e Bielorrússia não podem ingerir água ou alimentos da região e cerca de 20% do solo agricultável e 15% das florestas não poderão ser habitadas por mais de um século. TÓPICO 2 | A EVOLUÇÃO DO MEIO AMBIENTE EM GOVERNANÇA E EM AUDITORIA 15 Césio Goiânia (Brasil)/ 1987 Uma cápsula contendo material altamente radioativo (Césio-137), desaparecida de um hospital, é encontrada em um ferro-velho e aberta inadvertidamente, causando a morte de 4 pessoas e a contaminação de 250. Em 2001, o Ministério Público de Goiânia afirmou que outras 600 pessoas foram contaminadas. O acidente produziu 13,4 t de lixo contaminado, o qual está armazenado em 1.200 caixas, 2.900 tambores e 14 contêineres em um depósito de Goiânia e deverá ficar lá por mais 180 anos. Exxon Valdez Alasca (EUA) / 1989 O navio tanque Exxon Valdez bate em um recife e encalha no estreito de Príncipe, derramando cerca de 44 milhões de litros de petróleo. O vazamentopoluiu águas, ilhas e praias da região, matando milhares de animais e atingindo uma área de 260 Km². FONTE: Ferreira e Santana (2003). Entretanto não foram apenas os acidentes ambientais que culminaram na criação de normas e leis ambientais. A ocorrência de vários eventos demostraram a preocupação da comunidade em geral com as consequências geradas através do uso desenfreado dos recursos do Planeta. Dentre eles citamos quadro a seguir, os principais eventos que ocorreram a partir do ano de 1970 até o ano de 2000. QUADRO 2 – LEGENDA: PRINCIPAIS EVENTOS AMBIENTAIS Principais Eventos Ambientais a partir de 1970 1972 Declaração da ONU sobre o Ambiente HumanoCriação do Programa das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (PNUMA) 1975 Convenção sobre as Zonas Úmidas de Importância Internacional 1985 Medido pela primeira vez o buraco da Camada de Ozônio 1986 Acidente Nuclear em Chernobyl 1987 Comissão de Brundtland 1988 Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio 1990 Publicação da Primeira avaliação realizada pelo Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas. 1992 Rio 92 Agenda 21 Cúpula da Terra Comissão da ONU sobre o desenvolvimento sustentável 1994 Convenção das Nações Unidas para o Combate à desertificação em países afetados por desertificação 1997 Protocolo de Quioto 2001 Convenção de Estocolmo FONTE: As autoras. UNIDADE 1 | CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA 16 Tento em vista estes acontecimentos podemos verificar a importância da preservação dos recursos renováveis e não renováveis (Figura a seguir) do Planeta Terra e a consequente necessidade de auditorias ambientais. FIGURA 1 – RECURSOS NATURAIS – TIPOS E EXEMPLOS Recursos Naturais Renováveis Renováveis/não renováveis Não renováveis Não se alteram com o uso energia direta solar, ventos, mares Alteram-se com o uso Esgotam-se mantem-se ou aumentam (colheita anual, rebanhos, animais selvagens, cardumes, lenha, madeira, solo) Alteram-se com o uso Ar, água, espaço, beleza cênica, navegabilidade dos rios, lagos, polinização, assimilação de poluentes, ciclos dos nutrientes, regulação do clima, retenção de sedimentos, filtro solar, biodiversidade, controle natural de pragas e outros serviços ambientais Esgotam-se com uso Petróleo, carvão mineral, gás natural, energia nuclear Esgotáveis, mas podem ser reutilizados e reciclados Areia, argila, granito, metais FONTE: Adaptado de Barbieri (2007). Becke (2003) afirma que a auditoria ambiental sobre base normatizada começou a ser discutida internacionalmente em 1991, com a criação do Strategic Advisory Group on Environment (Sage), no âmbito da International Standardization for Organization – ISO (Organização Internacional para Padronização). A discussão amplia-se mundialmente em 1994 com a divulgação dos projetos de norma dentro da série ISO 14000. Em 1996, os projetos são levados à categoria de normas internacionais, sendo adotadas pelos países participantes da ISO. No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) expôs, em dezembro de 1996, as normas NBR ISO 14010, 14011 e 14012, relacionadas à auditoria ambiental. Entretanto, no ano de 2002, as mesmas foram substituídas pela norma NBR ISO 19011 em 2002. UNI NBR é a denominação dada a todas as normas publicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. TÓPICO 2 | A EVOLUÇÃO DO MEIO AMBIENTE EM GOVERNANÇA E EM AUDITORIA 17 Em 1997, as normas de Auditoria Ambiental no Brasil foram, primeiramente, publicadas pela ABNT, que definiu a Auditoria do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) como: Um processo sistemático e documentado de verificação, executado para obter e avaliar, de forma objetiva, evidências que determinem se o sistema de gestão ambiental de uma organização está em conformidade com os critérios de auditoria do sistema de gestão ambiental estabelecido pela organização, e para comunicar os resultados desse processo à administração. A NBR ISO 14001:1996 (ABNT, 1996), estabelece que uma organização deve manter procedimentos para identificar os aspectos ambientais (produtos ou serviços) de suas atividades, a fim de determinar aqueles que possam ter impacto da elaboração para as normas série ISO 14000. Segundo La Rovere (2001), as novas concepções de gestão empresarial têm como princípio estabelecer uma política da qualidade, inclusive ambiental, colocando a atividade industrial em foco para a promoção de um real desenvolvimento sustentável. A harmonia entre o desenvolvimento econômico e a manutenção da sustentabilidade é o foco das auditorias ambientais, pois sem um o outro não sobrevive por muito tempo. A palavra auditoria vem do latim auditore, e significa aquele que ouve, ou seja, aquele que escuta ao invés de falar. O Tribunal de Contas da União definiu que a auditoria ambiental é o conjunto de procedimentos aplicados ao exame e avaliação dos aspectos ambientais envolvidos em políticas, programas, projetos e atividades desenvolvidas pelos órgãos e entidades sujeitos ao seu controle (Brasil, 2001). Segundo Donaire (2007), o conceito de auditoria ambiental é de uma atividade administrativa que compreende uma sistemática e documentada avaliação de como a organização se encontra em relação à questão ambiental, e visa facilitar a atuação e o controle da gestão ambiental da empresa. Para tanto se pode dizer que auditoria ambiental é uma ferramenta essencial para o funcionamento dos procedimentos relacionados ao meio ambiente visto que é um processo de verificação concebido para confirmar se as diretrizes e todos os métodos e regulamentos de uma empresa em relação ao meio ambiente, estão sendo cumpridos. A Auditoria Ambiental é um processo metodológico, objetivo, imparcial e técnico que existe para avaliar o uso, administração, proteção, e preservação do meio ambiente e dos recursos naturais, considerando os fundamentos do desenvolvimento sustentável e o cumprimento conforme os princípios que regem o controle fiscal por parte das instituições governamentais, assim como de particulares que manejem que explorem os mesmos (OLACEFS, 2002, p. 78). UNIDADE 1 | CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA 18 3 AÇÕES COLETIVAS EM AUDITORIA AMBIENTAL A auditoria ambiental tem o propósito principal de atender as exigências legais e apresenta também outras utilidades que agregam maior valor, não somente para a organização, como para o meio no qual se encontra inserida. A implementação da auditoria ambiental faz com que a empresa adote uma postura proativa, otimizando a utilização dos recursos naturais, consumindo o mínimo de recursos e gerando o menor impacto ambiental possível. 4 O CONTEXTO REGIONAL E GLOBAL A partir do ano de 1972, como já exemplificado no tópico anterior, foi que ocorreram efetivamente avanços na questão ambiental entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento. Segundo Barbieri (2007), os países desenvolvidos estavam preocupados com a poluição e o esgotamento de recursos estratégicos e os demais países, defendiam o direito de usarem seus recursos para crescer e atingir os mesmos padrões dos países ricos. Podemos concluir que muitos eventos culminaram para criar a política ambiental que temos hoje. Dentre estes eventos, alguns acordos multilaterais foram firmados para melhorar a questão ambiental globalmente, conforme visualizamos no quadro a seguir. QUADRO 3 – ORDEM CRONOLÓGICA DOS ACORDOS MULTILATERAIS AMBIENTAIS A PARTIR DE 1956 PERÍODO ACORDOS REALIZADOS ANTERIOR a 1950 • Protocolo de Emenda (1956) • Convenção Internacional para a Proteção dos Pássaros (1950) 1951-1960 • Convenção Internacional de Proteção das Plantas (1951) • Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição do Mar por Petróleo (1954) • Convenção sobre o Alto Mar (1958) • Convenção sobre a Plataforma Continental (1958) • Protocolo Opcional às Nações Unidas na Lei do Mar (1958) 1961 - 1970 • Tratado queproíbe testes da arma nuclear na atmosfera, no espaço e sob a água (1963) • Convenção dos Pescadores (1964) 1971 -1980 • Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional – RAMSAR (1971) • Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies em Extinção de Flora e da Fauna Selvagens (CITES) (1973); • Convenção sobre a poluição atmosférica transfronteiriça a longa distância (1979) • Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (1982) • Acordo Tropical Internacional da Madeira (1983) • Convenção de Viena para a proteção da camada de ozônio (1985) • Protocolo De Montreal (1987) • Convenção de Basileia no controle de desperdícios perigosos e de sua eliminação (1989) TÓPICO 2 | A EVOLUÇÃO DO MEIO AMBIENTE EM GOVERNANÇA E EM AUDITORIA 19 1991 - 2000 • Convenção Africana sobre o Banimento da Importação e Controle do Movimento e Gerenciamento de Resíduos Perigosos Transfronteiriços (1991); • Convenção sobre Avaliação do Impacto Ambiental em Contextos Transfronteiriços (1991) • Convenção da estrutura da ONU em relação à mudança do clima (1992) • Convenção na diversidade biológica (1992) • A declaração de Rio no ambiente e no desenvolvimento (1992) • Conferência das Nações Unidas sobre o ambiente e o desenvolvimento: Agenda 21 (1992) • Convenção da ONU em relação à desertificação nos países que sofrem com a seca, particularmente na África (1994) • Protocolo de Quioto (1997) • Protocolo de esboço à poluição de ar de poluentes orgânicos persistentes (1998) FONTE: Adaptado de Castilho et al. (2008). UNIDADE 1 | CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA 20 LEITURA COMPLEMENTAR O SURGIMENTO DAS AUDITORIAS AMBIENTAIS Joaquim Maia Neto Muito se discute a questão das auditorias ambientais nos empreendimentos potencialmente poluidores, em especial, a obrigatoriedade de sua realização, ou seja, a chamada auditoria ambiental compulsória. As auditorias ambientais surgiram no final da década de 70 nos Estados Unidos da América, onde as empresas as adotaram voluntariamente como uma ferramenta de gerenciamento para identificar antecipadamente os problemas causados por suas operações. As auditorias eram vistas como uma forma de reduzir custos com eventuais correções onerosas. Submetendo-se às auditorias, as empresas se preparavam para as inspeções da Environmental Protection Agency – EPA. A Holanda foi o primeiro país da Europa onde as empresas passaram a adotar as auditorias na gestão ambiental. A iniciativa, ocorrida em 1985, partiu de filiais de empresas estadunidenses, a exemplo do que aconteceu nos demais países nos quais a prática se expandiu. Apesar das auditorias ambientais terem sido criadas nos EUA, a primeira norma de sistema de gestão ambiental que estabeleceu parâmetros para a execução de auditorias foi criada em 1992 no Reino Unido, a BS 7750, que foi baseada em uma norma pré-existente de sistema de gestão de qualidade (BS 5770). Iniciativa semelhante aconteceu na França e posteriormente a Comunidade Econômica Europeia adotou regulamento que entrou em vigor em 1995, criando o Environmental Management and Auditing Scheme – EMAS. Internacionalmente a normalização de auditorias ambientais ocorreu no âmbito da International Organization for Standardization – ISO. No Brasil, a normalização se deu em 1996 por meio da apresentação, pela ABNT, das NBR ISO 14010, 14011 e 14012. Atualmente está em vigor a NBR ISO 19011, de 2002. Em praticamente todo o mundo as auditorias ambientais são voluntárias. As empresas que delas se utilizam costumam adotar o chamado “marketing verde” e precisam demonstrar aos seus consumidores e clientes que realmente dispõem de um processo produtivo que atende às conformidades ambientais e respeita o meio ambiente. As auditorias independentes são uma forma de comprovar aquilo que elas divulgam em sua publicidade. As relações com as instituições governamentais fiscalizadoras acabam melhorando, o que evita ou reduz as sanções administrativas ou penais e as reparações por danos causados ao meio ambiente e a terceiros. Nenhuma das normas internacionais, bem como aquelas surgidas inicialmente na Europa jamais obrigaram as empresas a realizarem auditorias ambientais. Apenas estabeleciam parâmetros de como proceder no caso de optarem pela realização das auditorias. TÓPICO 2 | A EVOLUÇÃO DO MEIO AMBIENTE EM GOVERNANÇA E EM AUDITORIA 21 Auditoria ambiental compulsória no Brasil Ao contrário do que ocorre nos sistemas de regulação ambiental dos demais países que os possuem com estrutura pelo menos razoável, no Brasil, diversas iniciativas têm sido adotadas pelo poder público no sentido de transformar a auditoria ambiental num procedimento compulsório. A primeira vez que um empreendimento foi obrigado a realizar auditoria ambiental no Brasil foi em 1990, quando uma resolução do CEPRAM – Conselho Estadual de Proteção Ambiental da Bahia determinou, por ocasião da emissão da licença de operação para uma indústria de celulose, que o empreendedor realizasse auditoria para verificação do cumprimento das condicionantes da licença. A primeira iniciativa legislativa de auditoria ambiental compulsória partiu do município de Santos-SP, com a publicação da Lei nº 790, de 5/11/1991. O primeiro estado que legislou no mesmo sentido foi o Rio de Janeiro, que no mesmo ano publicou a Lei nº 1898, de 16/11/1991. A partir de então outros estados passaram a obrigar diversos tipos de empreendimentos potencialmente poluidores a realizar auditorias ambientais no âmbito do processo de licenciamento ambiental. Atualmente há auditoria ambiental compulsória nos sistemas de licenciamento de sete estados brasileiros: Rio de Janeiro (1991), Minas Gerais (1992), Espírito Santo (1993), Mato Grosso (1995), São Paulo (1997), Paraná (2002) e Santa Catarina (2009). Na esfera federal, a primeira discussão no sentido de se estabelecer auditoria compulsória se deu no âmbito do Projeto de Lei nº 3160/1992, do então deputado Fábio Feldmann, à época no PSDB-SP. Histórico militante da causa ambiental, Feldmann foi, em 1986, o primeiro parlamentar brasileiro a ser eleito com uma plataforma ambientalista e foi também o responsável pela inclusão do capítulo sobre meio ambiente na Constituição Federal de 1988. Por meio de seu projeto, o deputado tentou inserir na Lei n° 6938/1981 a auditoria ambiental como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, tornando-a obrigatória para os empreendimentos potencialmente poluidores. Aprovado na Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias (CDCMAM), o PL teve parecer contrário do relator na Comissão de Economia, Indústria e Comércio (CEIC), o deputado Sandro Mabel, hoje no PMDB-GO. O parecer do relator não chegou a ser votado na comissão. Em 1998, o deputado Feldmann não conseguiu sua reeleição e o projeto foi arquivado em fevereiro de 1999. O primeiro ato normativo a vigorar estabelecendo auditoria ambiental compulsória foi a Resolução CONAMA nº 265, de 27/1/2000, motivada pelo acidente da Petrobras na Baía de Guanabara. A resolução obrigava a estatal a realizar auditorias ambientais em todas as suas instalações localizadas no Estado do Rio de Janeiro. Em abril do mesmo ano foi publicada a única lei federal que estabelece auditoria ambiental compulsória. A Lei nº 9966, de 28/4/2000, que dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional, determina, em seu artigo 9º, que “As entidades exploradoras de portos organizados e instalações portuárias e os proprietários ou operadores UNIDADE 1 | CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA 22 de plataformas e suas instalações de apoio deverão realizar auditorias ambientais bienais, independentes, com o objetivo de avaliar os sistemas de gestão e controle ambiental em suas unidades”. Portanto, noBrasil de um modo geral, apenas empreendimentos portuários e de exploração de petróleo e gás natural estão sujeitos à auditoria ambiental compulsória. Como os estados podem ter legislação própria mais restritiva que a federal, nos sete estados citados o rol de empreendimentos sujeitos à obrigação é bem maior. Em 2002, o CONAMA estabeleceu, por meio da Resolução nº 306, de 5/7/2002 (alterada pela Resolução CONAMA nº 381/2006), os requisitos mínimos e o termo de referência para a realização de auditorias ambientais com foco no atendimento ao disposto na Resolução nº 265 e no artigo 9º da Lei nº 9966. No Congresso Nacional a discussão sobre a obrigatoriedade das auditorias ambientais não cessou com a regulamentação para os setores portuário e petrolífero. Dois projetos praticamente idênticos ao do deputado Fábio Feldmann foram apresentados em 2003. Um deles, o PL 1254/2003, de autoria do deputado César Medeiros (PT-MG), apesar de contar com parecer favorável do deputado Rubens Otoni (PT-GO), relator na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC), foi rejeitado na Comissão, que não acatou o voto do relator. O projeto foi arquivado definitivamente em janeiro de 2007 em decorrência da não reeleição do autor. O outro projeto (PL 1834/2003) teve como autor o deputado Antônio Carlos Medes Thame (PSDB-SP), que requereu seu arquivamento em 2007. É conveniente estabelecer auditorias ambientais compulsórias? É praticamente um consenso entre os países desenvolvidos a defesa do caráter voluntário das auditorias ambientais. Seus defensores argumentam que a obrigatoriedade inibiria o desenvolvimento desse instrumento de gestão ambiental e perturbaria as relações entre auditor e auditado, levando à sonegação de informações por parte deste. Propugnam por um sistema de incentivo aos empreendedores como forma de motivá-los a aderir voluntariamente às auditorias. Exemplos de incentivos seriam a agilização do licenciamento ambiental, a menor frequência nas fiscalizações e a não imputação de penalidades quando não conformidades forem informadas à entidade reguladora e corrigidas espontaneamente pelo empreendedor, por exemplo. O sistema, que parece funcionar bem na Europa, EUA e Canadá, não foi suficiente para evitar o desastre do Golfo do México, causado pela British Petroleum em 2010. No Brasil, a auditoria compulsória também não evitou o acidente da Chevron no ano passado. O Brasil tem uma realidade muito distinta dos países que adotam a auditoria voluntária. Nesses países, a adesão à auditagem ambiental voluntária é grande porque as entidades fiscalizadoras são eficazes e punem severamente os empreendedores pelas infrações que geram impactos ambientais. Dessa forma, a auditoria leva a empresa a economizar recursos, pois antecipa a solução do problema para quando este ainda não causou grandes danos. É mais barato TÓPICO 2 | A EVOLUÇÃO DO MEIO AMBIENTE EM GOVERNANÇA E EM AUDITORIA 23 do que pagar as pesadas multas, responder a processos penais e arcar com a reparação cível dos prejuízos. No Brasil, praticamente ninguém paga as multas ambientais. Os processos na justiça se arrastam por anos a fio e quase nunca a pessoa dos empresários é responsabilizada pelos danos causados pela sua empresa. É prática comum não internalizar os custos das externalidades negativas causadas pela atividade econômica. Nesse contexto, a auditoria ambiental é vista como um ônus ao empreendedor e não como uma oportunidade de economizar e se proteger de sinistros que poderiam comprometer a saúde financeira da empresa em um ambiente regulatório eficaz. Poucas empresas enxergam na auditoria uma forma de melhorar sua imagem junto ao consumidor e angariar novos nichos de mercado. Tais problemas, aliados a um sistema público de gestão ambiental altamente deficiente, largado ao sucateamento e sujeito a ataques do próprio governo, que desmantela gradativamente o aparato ambiental federal, tornam a auditoria ambiental compulsória um mecanismo necessário à realidade brasileira, como forma de viabilizar resultados minimamente aceitáveis na regulação ambiental. Em 1992, o deputado Fábio Feldmann já sabia disso. Articulado com o que se passa no mundo em relação ao meio ambiente, não iria propor uma jabuticaba, sabendo que o mundo todo já adotava a auditoria voluntária, se o Brasil não precisasse da compulsória. Talvez, num futuro próximo, após o desenvolvimento de uma ampla cultura de responsabilidade empresarial no país, poderíamos migrar para o sistema voluntário. A própria EPA estadunidense adotou o modelo compulsório entre 1980 e 1981 e depois passou para o modelo voluntário com incentivos. Não é por acaso que os estados brasileiros que têm os sistemas de licenciamento mais eficazes dispõem de legislação que torna compulsória a auditoria ambiental. FONTE: Disponível em: <http://www.opiniaosustentavel.com.br/2012/01/historico-e-consideracoes- sobre.html>. Acesso em: 30 jun. 2013. 24 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você estudou: • Os principais desastres ecológicos que ocorreram nas últimas décadas. • Os principais acordos multilaterais para a preservação da vida no planeta Terra, tais como: • Conferência de Estocolmo. • Rio 92. • Rio+10. • Rio+20. • Protocolo de Quioto. • Entre outros. • Os antecedentes históricos que nos levou às normas que possuímos hoje. • O que são recursos renováveis e não renováveis. 25 1 O contexto histórico dos desastres ambientais nos ensinou uma lição muito importante. Ao analisar os antecedentes históricos o que podemos aprender e não repetir? 2 As empresas cada vez mais buscam a excelência na produção de seus produtos e também de estar em conformidade legal. Qual é o principal propósito de uma empresa que implementa uma auditoria ambiental? 3 A questão ambiental nos remete à preservação, entretanto precisamos nos lembrar dos desastres que já causamos ao planeta. Lembrando-se destes desastres, cite três acordos de proteção multilateral mundiais. AUTOATIVIDADE 26 27 TÓPICO 3 O ESTADO DA AUDITORIA AMBIENTAL UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Neste tópico iremos discorrer sobre a criação de métodos de auditoria, como se chegou a estes métodos e alguns conceitos ambientais determinados mundialmente, bem como, conceituar desenvolvimento sustentável e suas implicações. Também iremos determinar algumas áreas emergentes da auditoria ambiental e seu papel da mesma forma como discutiremos sobre o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e as ISOs. 2 DESENVOLVIMENTO DE MÉTODOS, CONHECIMENTO E CAPACITAÇÃO Os auditores ambientais veteranos observaram que a expansão do seu conhecimento, da sua confiança e aprimoramento dos métodos, muitas vezes, resulta da prática (INTOSAI, 2009). Porém algumas dicas foram oferecidas para superar os desafios comuns: • Enfatizar o planejamento de auditoria. • Decompor a auditoria em questões específicas para garantir um foco melhor. • Obter dados adequados. • Usar especialistas externos. • Usar padrões internacionais como objetivos e critérios de auditoria. • Realizar inspeções físicas dos locais. • Usar provas fotográficas. • Usar observações baseadas em resultados. Segundo Almeida (2011) considerando alguns valores éticos já consagrados universalmente pelos movimentos denominados ambientalistas, a politica ambiental deve atender aos seguintes princípios: a) Princípio da viabilização ambiental: assegura que todas as relações mantidas entre a nação e o território sobre o qual se assenta são viabilizáveis do ponto de vista ambiental. 28 UNIDADE 1 | CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA b) Princípio da integração de esforços: rege que a sociedade civil e o poder público instituído têm plena consciência da necessidade da viabilização ambiental imposta às decisões e atos, públicos e privados, que impliquem a transformação ambiental de qualquer parcela de seu território. c) Princípio da coletividade: identifica que a dignidadehumana em uma sociedade organizada está intimamente vinculada à estabilidade do ambiente em que se insere e no qual pretende realizar todas as suas aspirações de vida: o nascimento, o desenvolvimento físico e intelectual, as associações, a reprodução, as atividades produtivas, o lazer e a capacidade de contemplar este mesmo ciclo em todos os demais fatores do ambiente do qual é apenas parte. d) Princípio da globalização: rege que o ambiente deve ser visto e compreendido em sua totalidade, contemplado todos os seus componentes físicos, químicos, biológicos, sociais, políticos e econômicos. e) Princípio do uso racional: determina que o uso de qualquer um dos conjuntos dos recursos disponíveis em um território, naturais ou transformados, e requer a adoção de práticas de comprovada eficiência que: • Identifiquem, confirmem e justifiquem as demandas sociais que determinam a sua apropriação. • Estabeleçam as condições essenciais desta apropriação e dos eventuais processos subsequentes de transformação. • Condicionem as ações a serem empreendidas a resultados preestabelecidos e socialmente legítimos. • Sejam transparentes à nação, submetendo-se aos padrões de controle e fiscalização vigentes e distribuindo, sistematicamente, informações para a consulta pública. f) Princípio do uso comum: declara que todos os indivíduos têm direito ao ambiente ecologicamente estabilizado, cabendo-lhes, portanto, o dever de protegê-lo, conservá-lo e preservá-lo. g) Princípio da equivalência: conclui que os fatores ambientais básicos – o ar, a água, o solo, a flora, a fauna e o homem – têm igual relevância diante de sua estreita e permanente interferência na estabilização ecológica do ambiente. Em razão dos processos inteligentes desenvolvidos pelo homem, a ele cabe compreender a inteligência subjacente às relações ambientais mantidas entre os demais fatores constituintes do ambiente. Dessa forma, o homem nunca será entendido, nem se entenderá como um fator externo ao ambiente, o que enseja os enfoques limitados que abordam a ecologia somente através de fatores físicos e biológicos. Precisamos compreender que o desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de atenderem as suas próprias necessidades (BARBIERI, 2007). Segundo Barbieri (2007) os principais objetivos de politicas ambientais e desenvolvimentistas derivados desse conceito de desenvolvimento são os seguintes: TÓPICO 3 | O ESTADO DA AUDITORIA AMBIENTAL 29 a) Retomar o crescimento como condição necessária para erradicar a pobreza. b) Mudar a qualidade do crescimento para torná-lo mais justo, equitativo e menos intensivo em matérias-primas e energia. c) Atender as necessidades humanas essenciais de emprego, alimentação, energia, água e saneamento. d) Manter um nível populacional sustentável. e) Conservar e melhorar a base de recursos. f) Reorientar a tecnologia e administrar os riscos; e g) Incluir o meio ambiente e a economia no processo decisório. Um dos agravantes da destruição do planeta são as emissões de gases do efeito estufa. Para tentar conter as emissões e desacelerar o aquecimento global foi assinado o Protocolo de Quioto. Este protocolo limita a emissão desses gases poluentes, na atmosfera do planeta. No quadro a seguir podemos verificar a porcentagem de emissão dos principais países do planeta. QUADRO 4 – PROTOCOLO DE QUIOTO – PRINCIPAIS PAÍSES POLUIDORES E TOTAL DE EMISSÕES DE CO 2 EM 1990. LEGENDA: Gg = GIGAGRAMA. País Emissões (Gg) % País Emissões (Gg) % Alemanha 1.012.443 7,4 Islândia 2.172 0,0 Austrália 288.965 2,1 Itália 428,941 3,1 Áustria 59.200 0,4 Japão 1.173.360 8,5 Bélgica 113.405 0,8 Letônia 22.976 0,2 Bulgária 82.990 0,6 Liechtenstein 208 0,0 Canadá 457.441 3,3 Luxemburgo 11.343 0,1 Dinamarca 52.100 0,4 Mônaco 71 0,0 Eslováquia 58.278 0,4 Noruega 35.533 0,3 Espanha 260.654 1,9 Nova Zelândia 25.530 0,2 Estados Unidos 4.957.022 36,1 Países Baixos 167.600 1,2 Estônia 37.797 0,3 Polônia 414.930 3,0 Federação Russa 2.388.720 17,4 Portugal 42.148 0,3 Finlândia 53.900 0,4 Reino Unido 584.078 4,3 França 366.536 2,7 República Tcheca 169.514 1,2 Grécia 82.100 0,6 Romênia 171.103 1,2 Hungria 71.673 0,5 Suécia 61.256 0,4 Irlanda 30.719 0,2 Suíça 43.600 0,3 Total 13.728.306 100 FONTE: Protocolo de Quioto á Convenção sobre Mudança do Clima, 1997. Disponível em: <www. unep.org>. Acesso em: 30 jun. 2013. Ao se estudar as normas e leis ambientais, podemos verificar que sem o desenvolvimento sustentável não conseguiremos manter por muito tempo a vida no planeta. Para tanto é preciso de muita fiscalização, conscientização e, antes de tudo, responsabilidade pública. 30 UNIDADE 1 | CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA 3 ÁREAS EMERGENTES DE AUDITORIAS RELACIONADAS AO MEIO AMBIENTE Quanto maior é a interação humana com os ambientes, mais difícil fica de segregar as temáticas do meio ambiente e do desenvolvimento populacional. O desenvolvimento sustentável e seus pilares de meio ambiente, economia e harmonia social remetem ao conhecimento integrado do meio ambiente (INTOSAI, 2009). Portanto, as áreas ambientais são consideradas áreas emergentes, pois necessitam de verificações constantes devido à cultura instituída na sociedade, nos empresários e governos. Precisamos estar atentos às mudanças que ocorrem na nossa comunidade, para cobrar dos responsáveis as medidas de contenção de desastres ambientais. Ainda, é necessário denunciar e fiscalizar as indústrias, a comunidade e os órgãos públicos. Desse modo faz-se necessário que haja um comprometimento entre todos os órgãos responsáveis pelo nosso meio ambiente, para que utilize este nosso bem maior, de forma correta, visando sempre ao melhor para que tenhamos um ambiente equilibrado com recursos infinitos para todas as gerações. Enfim é preciso que se tenha uma politica ambiental estruturada em normas legais focadas em planejamento e organização a fim de que se possa ter um diagnóstico preciso dos problemas ambientais, assim como podem servir de decisões sempre no sentido de melhorar o desempenho ambiental. 4 O PAPEL ESPECIAL NA AUDITORIA DE ACORDOS AMBIENTAIS INTERNACIONAIS No que tange à auditoria ambiental, no foco de acordos internacionais, cabe salientar o sistema proposto pela Câmara de Comércio Internacional, a International Chamber of Commerce (ICC), uma entidade não governamental dedicada ao comércio internacional, propôs um modelo de sistema de gestão ambiental (SGA) e de auditoria ambiental de adesão voluntária, em resposta às preocupações com o efeito das questões ambientais sobre a competitividade das empresas no mercado internacional. De acordo com a ICC, o SGA é uma estrutura ou método para alcançar um desempenho sustentável em relação aos objetivos estabelecidos e atender às constantes mudanças na regulamentação, nos riscos ambientais e nas pressões sociais, financeiras, econômicas e competitivas (BARBIERI, 2007). Assim deste modo, segundo Barbieri (2007), o SGA objetiva: a) Assegurar a conformidade com as leis locais, regionais, nacionais e internacionais. b) Estabelecer políticas internas e procedimentos para que a organização alcance os objetivos ambientais propostos. TÓPICO 3 | O ESTADO DA AUDITORIA AMBIENTAL 31 c) Identificar e administrar os riscos empresariais resultantes dos riscos ambientais. d) Identificar o nível de recursos e de pessoal apropriado aos riscos e aos objetivos ambientais, garantindo sua disponibilidade quando e onde forem necessários. Portanto Barbieri (2007), assim aduz: No âmbito das organizações, as políticas são diretrizes ou orientações para a tomada das decisões, que se expressam por enunciados escritos ou padrões de decisão estabelecidos informalmente. Um Sistema de Gestão Ambiental exige que a política ambiental seja explicitada em documentos da empresa, e constituída por um conjunto articulado de processos administrativos(planejamento, organização, implementação e controle) integrados à gestão empresarial global mediante a uma política ambiental formulada pela própria empresa e coerente com sua política ambiental. Segue figura que demonstra os elementos primordiais de um SGA (Sistema de Gestão Ambiental). FIGURA 2 – DEMONSTRAÇÃO DOS ELEMENTOS PRIMORDIAIS DE UM SGA Controle Gestão do sistema de informação Mensuração dos resultados Diagnósticos dos problemas Auditoria Ambiental Ações corretivas Implementação Gerenciamento dos compromentimentos Revisão de projetos e programas ambientais Programas ambientais específicos Motivação e delegação Avaliação e gestão de riscos Planejamento Políticas e procedimentos Processos de planejamento: Acompanhamento da regulamentação e da sua influência sobre os departamentos da empresa. – objetivos e metas – alocação de recursos Organização da Gestão Níveis de autoridade e responsabilidade Estrutura organizacional Delineamento de papéis Organização FONTE: Adaptado de Barbieri (2007). Portanto, em se tratando da matéria ambiental, é importante ressaltar que sempre existiu uma legislação disciplinando a questão do meio ambiente, mas os crimes ambientais eram praticados por essa ser pouco observada. O Brasil possui uma das mais ricas legislações do mundo em relação ao meio ambiente, porém a sua cobrança não é feita com todo o rigor exigido. Para exemplificar os acordos internacionais, temos o caso do Rio Danúbio e do Mar Negro conforme figura extraída do INTOSAI (2009). 32 UNIDADE 1 | CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA FIGURA 3 – ACORDO INTERNACIONAL O Rio Danúbio faz parte da história da Europa há bastante tempo. Ele corre por quatro capitais nacionais: Viena, Bratislava, Budapeste e Belgrado. O rio deságua no Mar Negro pela segunda maior foz de zona úmida na Europa. Em meados da década de 80, o Danúbio parecia estar sofrendo de questões mais sérias do que apenas a de transporte. Em particular, a questão da qualidade da água era urgente. Muitas grandes cidades, incluindo as quatro capitais, jogam os dejetos de milhões pessoas, da agricultura e de suas indústrias no Danúbio. Além disso, trinta de seus tributários significantes foram classificados como altamente poluídos. Romênia Negro contra a Poluição (1992) e a Convenção para a Cooperação na Proteção e Uso Sustentável do Rio Danúbio (1994) foram auditados para garantir que as disposições do acordo estavam sendo cumpridos. Um dos resultados importantes na auditoria de 2002 foi quanto à necessidade de estabelecer um marco legal claro e coerente que fosse justo para os poluidores e os beneficiários. Os auditores também identificaram a necessida- de de um equilíbrio entre incentivos e penalidades para garantir o progresso da Convenção. O Tribunal de Contas da Romênia reconhece que estão no meio de um processo de modernização e fortalecimento institucio- nal. O Tribunal baseia-se no WGEA europeu e no WEGA da INTOSAI para continuamente melhorar sua prática de auditoria ambiental.A ratificação de dois acordos ambientais internacionais deram ao Tribunal de Contas da Romênia a oportunidade de realizar sua primeira auditoria ambiental em coopera- ção. A Convenção para a Proteção do Mar Mandato de desempenho: Não Mandato ambiental específico: Sim O Rio Danúbio e o Mar Negro: Uma Auditoria Cooperativa de um Acordo Ambiental Internacional FONTE: INTOSAI (2009). Além de toda a legislação, existem ainda as normatizações como a ISO (International Organization for Standardization) série 14000, que foi elaborada por uma organização internacional especializada, não governamental, com sede na Suíça, que possui membros de todas as partes do mundo, e da qual o Brasil também faz parte. Os países que constituem esta organização acabam adotando estas normas como compulsórias, com o objetivo de combater a degradação do meio ambiente. Fazem parte dessas normas estabelecidas a ISO 14010, 14011 e 14012, que tratam especificamente de Auditoria Ambiental (FERREIRA; SANTANA, 2003). Estas normas fomentam a prevenção de processos que conduzem a contaminações ambientais, uma vez que orientam a organização quanto a sua estrutura, forma de operação e de levantamento, armazenamento, recuperação e disponibilização de dados e resultados (sempre atentando para as necessidades futuras e imediatas de mercado e, consequentemente, a satisfação do cliente). No Brasil, o selo de qualidade ambiental é de responsabilidade da ABNT e a certificação ambiental está sob a responsabilidade do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). O selo brasileiro é inspirado no caso francês – um dos mais completos, incluindo além da ausência TÓPICO 3 | O ESTADO DA AUDITORIA AMBIENTAL 33 de determinadas substâncias poluentes no produto, a garantia de qualidade ambiental de todo o processo produtivo, da matéria-prima até a disposição final (FERREIRA; SANTANA, 2003). As séries da ISO têm escopo específico, avaliando um determinado aspecto do processo produtivo. Assim, a Série ISO 22000 é voltada para a qualidade do produto, enquanto a série 14000 é voltada para o meio ambiente. Cada série é subdividida em normas. UNI A ISO 14000 é um conjunto de normas voluntárias, definidas pela ISO, para padronizar a Gestão Ambiental nas empresas. A série ISO 14000 engloba seis grupos de normas, cada uma delas atendendo a um assunto específico da questão ambiental. Esses grupos são: • Sistema de Gestão Ambiental (ISO 14001) • Auditorias ambientais (14010, 14011 e 14012) • Avaliação do desempenho ambiental (14031) • Rotulagem ambiental (14020, 14021 e 14024) • Aspectos ambientais em normas de produtos (15060) • Análise do ciclo de vida do produto (14040) QUADRO 5 – RELAÇÃO DE NORMAS DA SÉRIE ISO 14000 RELAÇÃO DE NORMAS DA SÉRIE ISO 14000 Nº Ano Publicação Título Sistema de Gestão Ambiental 14001 1996 Sistemas de Gestão Ambiental - Especificações e diretrizes para uso 14004 1996 Sistemas de Gestão Ambiental - Diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio Auditoria Ambiental 14010 1996 Diretrizes para Auditoria Ambiental - Princípios Gerais 14011 1996 Diretrizes para Auditoria Ambiental - Diretrizes gerais sobre princípios, sistemas de Gestão Ambiental 14012 1996 Diretrizes para Auditoria Ambiental - Critérios de qualificação para Auditores Ambientais 14015 2001 Avaliação Ambiental de Sites e Entidades Rotulagem Ambiental 14020 1998 Rótulos e Declarações Ambientais - Princípios Básicos 14021 1999 Rótulos e Declarações Ambientais - Auto-Declarações Ambientais - Rotulagem Ambiental Tipo II 14024 1999 Rótulos e declarações ambientais - Rotulagem Ambiental Tipo I - Princípios e procedimentos 34 UNIDADE 1 | CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÕES SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO ATUAL E FUTURA 14025 2000 Rótulos e Declarações Ambientais - Rotulagem Ambiental Tipo III Avaliação de Desempenho Ambiental 14031 1999 Gestão Ambiental - Avaliação de Desempenho Ambiental 14031 1999 Gestão Ambiental - Exemplos de Avaliação de Desempenho Ambiental Análise do Ciclo de Vida 14040 1997 Gestão Ambiental - Análise do Ciclo de Vida - Princípios e Estrutura 14041 1998 Gestão Ambiental - Análise do Ciclo de Vida - Definição de escopo e análise do inventário 14042 1999 Gestão Ambiental - Análise do Ciclo de Vida - Interpretação do Impacto do Ciclo de Vida 14043 1999 Gestão Ambiental - Análise do Ciclo de Vida - Interpretação do Ciclo de Vida 14048 1999 Gestão Ambiental - Análise do Ciclo de Vida - Forma da documentação de Dados 14049 1999 Gestão Ambiental - Análise do Ciclo de Vida - Exemplos da Aplicação da Iso 14041 Termos e Definições 14050 1998 Gestão Ambiental - Termos e Definições Aspectos Ambientais nos Produtos 64 1997 Guia para Inclusão de aspectos ambientais em normas de produto FONTE: Adaptado de Vale (2000). Disponível em: <www.unep.org>. Acesso em: 15 JUL. 2013. A concepção em relação à auditoria ambiental neste início