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Petição aula 3 - prática do trabalho

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AO JUÍZO DA ..... VARA TRABALHISTA DE PARAUAPEBAS/PARÁ. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TITO, nacionalidade, estado civil, motoboy, identidade, CPF, CTPS nº , série , PIS/PASEP, filho de 
(nome da mãe), data de nascimento, endereço eletrônico, residente e domiciliado na rua , nº, bairro, 
cidade, estado, CEP, vem por seu advogado infra assinado, endereço eletrônico, com escritório na 
rua, nº, bairro, cidade, estado, CEP, propor 
 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
 
pelo procedimento (sumaríssimo ou ordinário), em face de PIZZARIA GOURMET LTDA, CNPJ nº, 
endereço eletrônico, estabelecida na rua, nº, bairro, Parauapebas, Pará, CEP, pelos fatos e 
fundamentos a seguir expostos. 
 
1. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
O reclamante foi dispensado pela reclamada e não tem condições de arcar com o pagamento das 
custas processuais, sem prejuízo de seu sustento e do sustento de sua família, uma vez que até a 
presente data permanece desempregado, conforme cópia da CTPS em anexo. 
De acordo com o art. 790, §3º/CLT, todo empregado que receber 40% ou menos que o limite máximo 
do benefício previdenciário tem direito à gratuidade de justiça. 
Sendo assim, requer o reclamante o benefício da gratuidade por estar dentro do limite estabelecido 
por lei, já que no presente momento está desempregado nada recebendo de salário, como o 
comprova cópia da CTPS em anexo. 
 
2. DA PASSAGEM PELA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA - CCP 
Informa o reclamante que mais existe obrigatoriedade na submissão das demandas trabalhistas à 
CCP. O STF realizou interpretação conforme à Constituição do art. 625-D/CLT, nas ADI 21397 e 21605, 
garantindo, desta forma, o livre acesso ao Judiciário. 
 
3. DOS FATOS E FUNDAMENTOS 
3.1. DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE 
O reclamante foi contratado em..... para exercer a função de motoboy, realizando a entrega de pizzas 
e massas nas casas dos clientes da reclamada. 
Dispõe o art. 193, §4º/CLT que a atividade de trabalhador em motocicleta é uma atividade perigosa, 
pois implica em risco acentuado à vida do trabalhador. O §1º do referido artigo determina que o 
trabalho realizado em condições perigosas assegura ao empregado um adicional de 30% sobre o 
salário. 
Logo, por exercer atividade considerada perigosa, tem o reclamante o direito ao adicional de 
periculosidade, que nunca foi pago pela reclamada, como o comprovam contracheques em anexo. 
Deve, portanto, a reclamada pagar ao reclamante o valor de R$..., correspondente ao adicional de 
todo o período laborado. 
3.2. DA INTEGRAÇÃO DAS GORJETAS E DO ACERTO DA CTPS 
Vale ressaltar que o reclamante realizava em média 10 entregas em seu turno de trabalho, e 
normalmente recebia R$ 1,00 (um real) de bonificação espontânea de cada cliente, gerando uma 
média de R$ 260,00 (duzentos e sessenta reais) mensais. 
Determina o art. 457, caput/CLT que os valores recebidos de terceiros correspondem a gorjetas e 
que as mesmas compõem a remuneração do empregado e servem para base de cálculo de algumas 
verbas trabalhistas tais como 13º salário, férias, FGTS e recolhimento de contribuição previdenciária. 
Dispõe ainda o art. 29, §1º/CLT que a média das gorjetas recebidas deve ser anotada na CTPS do 
empregado. 
Como se pode verificar pela cópia da CTPS do reclamante anexada aos autos, a reclamada não 
procedeu à referida anotação da média das gorjetas no valor de R$260,00. Do mesmo modo, a 
reclamada não integrou a média das gorjetas para o cálculo das verbas devidas. Desta forma, deve 
ser condenada a realizar a anotação do valor de R$260,00 na CTPS do reclamante, assim como 
integrar o valor da média das gorjetas para cálculo de férias, 13º, FGTS e contribuição previdenciária, 
recolhendo a diferença dos valores devidos de todo o período trabalhado, no total de R$...... 
3.3. DAS HORAS EXTRAS 
O reclamante laborava durante seis dias na semana, com folga na 2ª feira, sendo que, uma vez por 
mês, a folga era em um domingo. A jornada cumprida ia das 18h às 3h30, com intervalo de 40 
minutos para refeição. 
A CLT, em seu art. 58, determina que a duração normal do trabalho para os empregados nas 
atividades privadas não deve exceder de 8h diárias, num total de 44h semanais. Caso haja excesso, 
este deve ser remunerado como hora extra com adicional de 50% sobre o valor da hora trabalhada. 
Determina também em seu art. 71 que todo empregado que trabalhe mais de 6h por dia tem direito 
a um intervalo de no mínimo 1 hora para refeição e descanso. 
No presente caso, o reclamante trabalha mais que 8h por dia e 44h por semana, devendo todo o 
excesso ser pago como hora extra com adicional de 50%, num total de ...horas, no valor de R$.... 
Como parte do intervalo de repouso e alimentação foi suprimido, o período suprimido de 20 min 
diários também deve ser remunerado como hora extra, conforme art. 71, §4º/CLT, no total de 
R$........... 
3.4. DO ADICIONAL NOTURNO 
Disciplina a CLT em seu art. 73, §2º que é considerado trabalho noturno o realizado entre as 22h de 
um dia e as 5h do dia seguinte. Determina também o caput do art. 73 que o trabalho realizado no 
horário noturno deve ser acrescido de adicional de 20% sobre o valor da hora trabalhada. 
O reclamante laborava de 18h às 3h 30 min diariamente, sendo, portanto, parte de sua jornada 
trabalhada em horário noturno, a saber, entre 22h e 3h 30 min. 
Consequentemente, tem direito a receber adicional de 20% sobre estas horas, devendo a reclamada 
ser condenada ao pagamento do referido adicional, no total de R$..... 
 
3.5. DO DANO MORAL POR ACIDENTE DE TRABALHO 
FATO: História do cachorro e afastamento pelo INSS 
FUNDAMENTO: Acidente de trabalho, dano moral(art. 223-A ate 223-G/CLT), responsabilidade do 
empregador pelos seus prepostos (base legal) 
CONCLUSÃO: A reclamada deve indenizar o reclamante por danos morais, no valor de R$.... 
 
3.6. DA REINTEGRAÇÃO 
FATO: O reclamante sofreu acidente de trabalho, tirou licença pelo INSS, voltou da licença e foi 
imotivadamente dispensado 
FUNDAMENTO: Acidente de trabalho gera estabilidade. Empregado depois que retorna da licença 
não pode ser dispensado imotivadamente durante 12 meses. Se for, tem direito à reintegração. (base 
legal) 
CONCLUSÃO: A reclamada deve reintegrar o reclamante ou, na impossibilidade, deve pagar as verbas 
de todo o período estabilitário 
 
3.7. DA RESTITUIÇÃO DO VALOR DA VACINA/DO DANO MATERIAL 
FATO: Gastou R$ 30,00 em vacina antirrábica 
FUNDAMENTO: O prejuízo causado ao reclamante que não teria necessidade de se vacinar deve ser 
suportado por quem causou o dano (dano material – dano emergente) – base legal - CC 
CONCLUSÃO: O valor deve ser devolvido ao reclamante 
 
3.8. DA RESTITUIÇÃO DO DESCONTO INDEVIDO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL 
FATO: Foi descontado no mês de março o valor de R$.... de contribuição sindical não autorizado pelo 
reclamante 
FUNDAMENTO: Só pode haver desconto com autorização do empregado (base legal) 
CONCLUSÃO: se não houve autorização, o desconto é indevido, devendo o valor ser restituído 
 
3.9.DA MULTA DO ART. 467/CLT 
Determina o art. 467/CLT que a empresa deve pagar no dia da primeira audiência todo o montante 
das verbas incontroversas sob pena de pagá-las posteriormente com acréscimo de 50%. Caso a 
empresa não cumpra a determinação legal sobre o referido pagamento, que seja condenada na 
multa de 50%. 
 
 
4. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS/ SUCUMBENCIAIS 
 
Após a Reforma Trabalhista, todos os advogados, mesmo atuando em causa própria, tem direito a 
honorários sucumbenciais, conforme art. 791-A/CLT. Sendo assim, requer a condenação da 
reclamada em honorários de 15% sobre o valor da causa. 
 
5. DOS PEDIDOS 
 
Ante o exposto, requer: 
• A concessão do benefício da gratuidade de justiça; 
• A condenação da reclamada ao pagamento do adicional de periculosidade de 30% de todo o 
período trabalhado, no total de R$.......; 
• A condenação da reclamada a acertar a CTPS do reclamante para fazer constar a médiadas 
gorjetas, no valor de R$260,00 mensais; 
• A condenação da reclamada a integrar as gorjetas na remuneração do reclamante e a pagar 
as diferenças sobre todas as demais verbas, num total de R$....; 
• A condenação da reclamada ao pagamento de ...horas extras, em razão de excesso de 
jornada e diminuição do intervalo, no valor de R$....; 
• A condenação da reclamada ao pagamento de 20% de adicional noturno sobre ...horas, no 
valor de R$....; 
• A condenação da reclamada ao pagamento de indenização no valor de R$...., a título de 
danos morais; 
• A condenação da reclamada a reintegrar o reclamante aos quadros da empresa em razão da 
estabilidade por acidente de trabalho ou, na impossibilidade, o pagamento de indenização 
substitutiva, no total de R$.......; 
• A condenação da reclamada a restituir o valor de R$.... pago pela vacina antirrábica; 
• A condenação da reclamada a restituir R$...., descontado indevidamente a título de 
contribuição sindical; 
• A condenação da reclamada ao pagamento de multa de 50% sobre o valor das verbas 
incontroversas, caso não sejam pagas na audiência inaugural; 
• A condenação da reclamada em honorários sucumbenciais de 15% sobre o valor da causa. 
 
6. DA NOTIFICAÇÃO DA RECLAMADA 
 
Requer a notificação da reclamada para, querendo, comparecer à audiência, em data a ser 
designada, sob pena de revelia e confissão. 
 
7. DAS PROVAS 
 
Requer a produção de todos os meios de prova admitidos em Direito, especialmente a documental, 
documental superveniente, testemunhal e depoimento pessoal do representante da reclamada. 
 
8. DO VALOR DA CAUSA 
 
Dá-se à causa o valor de R$....... 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
 
 
Local e data 
Advogado/OAB

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