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Dos crimes contra a fé pública

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Ana Luiza Bittencourt 
DIREITO PENAL IV – PARTE ESPECIAL II 
Dos crimes contra a fé pública 
I - Da moeda falsa 
DA MOEDA FALSA 
Art. 289. 
CRIMES ASSIMILADOS AO DE MOEDA FALSA 
Art. 290. 
PETRECHOS PARA FALSIFICAÇÃO DE MOEDA 
Art. 291. 
EMISSÃO DE TÍTULO AO PORTADOR SEM PERMISSÃO LEGAL 
Art. 292. 
II - Da falsidade de títulos e outros papéis públicos 
FALSIFICAÇÃO DE PAPÉIS PÚBLICOS 
Art. 293. 
PETRECHOS DE FALSIFICAÇÃO 
Art. 294. 
III - Da falsidade documental 
FALSIFICAÇÃO DE SELO OU SINAL PÚBLICO 
Art. 296. 
FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO 
Art. 297. Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. 
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao 
portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. 
§ 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: 
I - na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência 
social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; 
II - na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a 
previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; 
III - em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a 
previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. 
§ 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no §3º, nome do segurado e seus dados 
pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços. 
Objetividade jurídica: fé pública nos documentos públicos. 
Sujeito ativo: qualquer pessoa. Se for cometido por funcionário público que prevaleça de suas funções há aumento de 
⅙ da pena. 
Sujeito passivo: o Estado e, eventualmente, alguém que tenha sido prejudicado pelo falso. 
Conduta: o falso incide sobre a própria autenticidade do documento, sobre o corpo do documento; o próprio 
documento é materialmente falsificado > é a FORMA do documento que é investigada. O documento deve ser público, 
ou seja, é aquele elaborado por um funcionário público (CNH, CPF, RG etc). Condutas: 
● Falsificar: criar materialmente documento falso. É chamada também de contrafação. A falsificação pode ser: 
● Total: documento integralmente forjado. É o que ocorre, por exemplo, quando sobre um espelho falso 
de CNH o agente apõe carimbos e assinaturas também falsas, declarando habilitada pessoa que não 
passou pelos exames. 
● Parcial: quando parte do documento é verdadeira quanto à forma e parte é falsa. Ex.: alguém furta um 
espelho verdadeiro em branco e o preenche, inserindo carimbos, assinaturas ou fotografias falsas. 
● Alterar: modificar um documento verdadeiro. Ex.: uma pessoa troca a fotografia em um documento de 
identidade já existente, ou altera a categoria para a qual é habilitado em sua CNH, ou troca o número de seu 
cadastro no CPF etc. 
- Atenção: COMPROVAÇÃO DE MATERIALIDADE: é indispensável o corpo de delito para a prova da materialidade. Esse 
exame é chamado de documentoscópico. 
Tipo subjetivo: dolo. Não exige qualquer finalidade especial por parte do agente e tampouco que se demonstre a que 
fim o documento falso se destinava. Obs.: a falsidade material de documento público para fins eleitorais constitui 
crime especial (art. 348 do CE). 
Consumação e tentativa: se consome independentemente do uso ou de qualquer outra consequência posterior. É 
crime de perigo, que se aperfeiçoa mesmo sem o uso. Admite a tentativa. 
Ação penal: pública incondicionada. 
 
FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR 
Art. 298. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
FALSIFICAÇÃO DE CARTÃO 
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito. 
Objetividade jurídica: preservar a fé pública nos documentos particulares. 
Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
Sujeito passivo: o Estado e eventualmente as pessoas prejudicadas pelo documento falso. 
Conduta: falsificação (total ou parcial) ou alteração de documento particular. Documento particular é aquele que não 
é elaborado por funcionário público. Para que haja a punição é necessário que o cartão falsificado seja semelhante a 
um verdadeiro. 
Tipo subjetivo: dolo. 
Consumação e tentativa: consuma-se com a falsificação ou alteração, independentemente do uso ou de qualquer 
outra consequência posterior. É crime de perigo, que se aperfeiçoa mesmo sem o uso. Admite tentativa. 
Ação penal: pública incondicionada. 
FALSIDADE IDEOLÓGICA 
Art. 299. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir 
declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a 
verdade sobre fato juridicamente relevante: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa se o 
documento é particular. 
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou 
alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. 
Objetividade jurídica: fé pública. 
Sujeito ativo: qualquer pessoa. Se for praticado por funcionário público prevalecendo-se do cargo a pena será 
aumentada em ⅙. 
Sujeito passivo: o Estado e, eventualmente, alguém que sofra prejuízo em razão do documento falso. 
Conduta: também conhecida como falsidade INTELECTUAL, MORAL ou IDEAL. Nela, o documento é AUTÊNTICO EM 
SEUS REQUISITOS EXTRÍNSECOS e emana realmente da pessoa que nele figura como seu autor. O corpo do documento 
é autêntico, falsas são as informações nele constantes. Condutas típicas: 
• Omitir declaração que devia constar do documento; 
• Inserir declaração falsa ou diversa da que devia constar. Ex.: autoridade responsável que elabora CNH 
declarando que determinada pessoa é habilitada quando ela, na verdade, foi reprovada no exame (declaração 
falsa); ou declarando que a pessoa é habilitada em categoria diversa da qual ela foi efetivamente aprovada 
(declaração diversa da que devia constar); 
• Fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia constar. Ex.: alguém declara que é solteiro ao tabelião 
durante a lavratura de uma escritura para prejudicar os direitos de sua esposa de quem está divorciando. 
ATENÇÃO: considerando que no delito em estudo o documento deve ser autêntico quanto à forma, o particular só 
pode cometer falsidade ideológica em documento público em duas hipóteses: 
A. Se ele fizer um funcionário público de boa-fé inserir declaração falsa em documento público; 
B. Se elaborar documento público por equiparação, de sua alçada, com declaração falsa. 
ATENÇÃO: a falsidade ideológica é crime que NÃO PODE SER COMPROVADO PERICIALMENTE, pois o documento é 
verdadeiro em seu aspecto formal, sendo falso apenas o seu conteúdo. O juiz é quem deve avaliar no caso concreto. 
Obs.: preenchimento abusivo de papel assinado em branco por outra pessoa: 
1. Se o papel foi assinado em branco e entregue em confiança a alguém para que o preenchesse posteriormente 
com determinado conteúdo, mas o agente maliciosamente o fez em desacordo com as instruções recebidas, 
há crime de falsidade ideológica. 
2. Se o papel assinado em branco foi obtido de forma ilícita (furto, roubo etc), o crime é o de falsidade material. 
Tipo subjetivo: dolo, com elemento subjetivo do tipo, sendo necessário que o agente queira prejudicar direito, criar 
obrigaçãoou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. Ausentes tais finalidades o fato será atípico. 
Consumação e tentativa: consuma-se com a prática de uma das figuras típicas previstas no artigo. Por ser crime formal, 
dispensa-se a ocorrência de dano efetivo, sendo suficiente que o documento ideologicamente falso tenha 
potencialidade lesiva. Admite a tentativa. 
Majorante: se for funcionário público. 
Ação penal: pública incondicionada. 
FALSO RECONHECIMENTO DE FIRMA OU LETRA 
Art. 300. 
FALSIDADE MATERIAL DE ATESTADO OU CERTIDÃO 
Art. 301, §1º 
FALSIDADE DE ATESTADO MÉDICO 
Art. 302. 
REPRODUÇÃO OU ALTERAÇÃO DE SELO OU PEÇA FILATÉLICA 
Art. 303. 
USO DE DOCUMENTO FALSO 
Art. 304. 
SUPRESSÃO DE DOCUMENTO 
Art. 305. 
IV - De outras falsidades 
FALSIFICAÇÃO DO SINAL EMPREGADO NO CONTRASTE DE METAL PRECIOSO OU NA FISCALIZAÇÃO ALFANDEGÁRIA, 
OU PARA OUTROS FINS 
Art. 306. 
FALSA IDENTIDADE 
Art. 307. 
Art. 308. 
FRAUDE DE LEI SOBRE ESTRANGEIRO 
Art. 309. 
Art. 310. 
ADULTERAÇÃO DE SINAL IDENTIFICADOR DE VEÍCULO 
Art. 311. 
V – Dos fraudes em certames de interesse público 
FRAUDE EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO 
Art. 311-A.

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