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Ana Luiza Bittencourt 
DIREITO CIVIL IV – CONTRATOS 
Empréstimo 
COMODATO (infungível) – empréstimo de uso 
Comandante (proprietário da coisa emprestada) x Comandatário (beneficiário da coisa) 
Características: 
• Unilateral: gera obrigação para quem pega a coisa (comandatário) > deverá guardar e conservar a coisa como se 
sua fosse, devendo restituí-la ao final do contrato. 
• Real: somente se efetiva com a entrega da coisa. 
• Informal: não existe forma prevista em lei, muito menos solenidade. 
• Personalíssimo: para determinada pessoa possa usar o bem. 
• Temporário: concessão do bem > transferência de POSSE. 
- Posse: gozar, reaver, usar. 
- Propriedade: gozar, reaver, usar e dispor. 
Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto. (contrato 
que se aperfeiçoa com a entrega = contrato real). 
Art. 580. Os tutores, curadores e em geral todos os administradores de bens alheios não poderão dar em comodato, 
sem autorização especial, os bens confiados à sua guarda. Não se trata de incapacidade, mas sim de falta de 
legitimidade para dar em comodato. Forma de proteger o interesse de pessoas em situação especial. 
Art. 581. Se o comodato não tiver prazo convencional, presumir-se-lhe-á o necessário para o uso concedido; não 
podendo o comodante, salvo necessidade imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o uso e gozo da coisa 
emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou o que se determine pelo uso outorgado. RETOMADA DO BEM. O 
mais comum é a fixação de prazo para o comodato, mas a norma permite que o contrato não tenha prazo determinado, 
caso em que se presumirá o necessário para o uso concedido. Se o comandatário não restituir a coisa mesmo após 
pedido, pode ser ajuizada ação de reintegração de posse. 
Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa emprestada, não podendo usá-la 
senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos. O comodatário 
constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo 
comodante. OBRIGAÇÕES DO COMANDITÁRIO. 
Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente com outros do comodatário, antepuser este a salvação 
dos seus abandonando o do comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso fortuito, 
ou força maior. Se acontecer algo com a coisa enquanto na posse do comanditário, ele deverá responder pelo dano, 
mesmo que tenha sido por motivos de força maior ou caso fortuito. 
Art. 584. O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas feitas com o uso e gozo da coisa 
emprestada. BENFEITORIAS. As despesas imprescindíveis podem ser feitas e podem ser cobradas: exceção ao art. 584. 
Art. 585. Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatárias de uma coisa, ficarão solidariamente 
responsáveis para com o comodante. 
MÚTUO (fungível) – empréstimo de consumo 
Mutuante (aquele que empresta) x Mutuário (aquele que recebe) 
Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele 
recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade. 
Art. 587. Este empréstimo transfere o domínio da coisa emprestada ao mutuário, por cuja conta correm todos os riscos 
dela desde a tradição. RISCOS DA COISA EMPRESTADA: os riscos de destruição da coisa emprestada correrão, única e 
exclusivamente, por conta do tomador do empréstimo – aquele que recebe a coisa (mutuário). RES PERIT DOMINO (a 
coisa parece para o dono). O mutuário se torna dono da coisa a partir do momento em que a mesma lhe é entregue. 
Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob cuja guarda estiver, não pode ser reavido 
nem do mutuário, nem de seus fiadores. MÚTUO FEITO A MENOR: o legislador admitiu a validade e eficácia de 
empréstimo feito a menor, com determinadas ressalvas. O art. 588 não admite a força eficacial do mútuo feito a pessoa 
menor, sem autorização de seu representante, impondo ao próprio mutuante o prejuízo eventualmente advindo deste 
empréstimo. Isso ocorre pois é vedado reaver este valor do menor ou do seu fiador. 
Art. 589. Cessa a disposição do artigo antecedente: MÚTUO FEITO A MENOR: EXCEÇÃO AO ARTIGO ANTERIOR 
I - se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para contrair o empréstimo, o ratificar posteriormente; 
II - se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a contrair o empréstimo para os seus alimentos habituais; 
III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal caso, a execução do credor não lhes poderá 
ultrapassar as forças; 
IV - se o empréstimo reverteu em benefício do menor; 
V - se o menor obteve o empréstimo maliciosamente. 
Art. 590. O mutuante pode exigir garantia da restituição, se antes do vencimento o mutuário sofrer notória mudança 
em sua situação econômica. A garantia possível de ser exigida poderá ser real (penhor, hipoteca, anticrese) ou 
fidejussória (fiança), podendo também ser caução em dinheiro. 
Art. 591. Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos juros, os quais, sob pena de redução, não 
poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406, permitida a capitalização anual. MÚTUO FENERATÍCIO: há a 
possibilidade de cobrança de juros > estes juros são chamados de juros remuneratórios > remuneração que é paga em 
razão da realização do contrato> quando deixa de efetuar o pagamento desses juros, pode-se cobrar juros moratórios 
(referente a atraso). O juro legal é 1% ao mês > mais que isso é crime (crime de usura = ganhar dinheiro em cima da 
dificuldade de alguém) Exceção: instituições financeiras. 
Art. 592. Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do mútuo será: PRAZO DO MÚTUO 
I - até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim para o consumo, como para semeadura; 
II - de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro; 
III - do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa fungível. 
*Nota promissória é um contrato mútuo > fornece segurança jurídica para execução de título extrajudicial.

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