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Estudar a fisiopatologia, os tipos, o diagnostico e o tratamento das anemias hemolíticas. Compreender a fisiopatologia da crise de falcização na anemia falciforme. Anemias A anemia é definida como a existência de um número anormalmente baixo de hemácias ou de níveis de hemoglobina, ou ambos, resultando na diminuição da capacidade de transporte de oxigênio. As anemias podem ser desenvolvidas por três principais causas: Perda de grande quantidade das hemácias; Distúrbios na síntese das hemácias; Destruição patológica das hemácias. Se essa patologia ocorrer devido a destruição das hemácias pode ser desenvolvido uma anemia hemolítica. Anemia hemolítica Quando a hemólise é fisiológica, a vida média do eritrócito não está comprometida. Nos casos patológicos, o tempo de sobrevida das hemácias está diminuído (normal: de 80 a 120 dias), isso pode ocorrer por um defeito intrínseco à hemácia (ex. estrutura da hemoglobina) ou devido a um distúrbio extrínseco (imune, infeccioso, tóxico). Quando ocorre a diminuição da sobrevida dos eritrócitos, a medula óssea irá aumentar o número de precursores eritroides, para que possa compensar a hemólise. A anemia só irá ocorrer quando a hiperprodução medular não conseguir se igualar ao ritmo da destruição. Dessa maneira, a medula pode entrar em crise aplásica da anemia hemolítica, que corresponde a sua falência A degradação das hemácias pode ocorrer dentro ou fora do compartimento vascular: Hemólise intravascular é menos comum e ocorre como resultado da fixação do complemento em reações transfusionais, dano mecânico ou fatores tóxicos. Hemólise extravascular é quando as hemácias perdem parte da capacidade de deformação, o que dificulta sua passagem através dos sinusoides do baço. As hemácias anormais são sequestradas e fagocitadas por macrófagos. Outra classificação de anemia hemolítica se baseia na causa: intrínseca ou extrínseca. Causas intrínsecas (congênita): incluem defeitos da membrana das hemácias, diversas hemoglobinopatias e deficiência enzimática hereditária. Causa extrínsecas (adquiridas): são causadas por agentes externos às hemácias, como medicamentos, toxinas bacterianas e outras, além de anticorpos e traumatismo físico. Tipos de Anemias Hemolíticas O grupo de anemias congênitas pode ser subdividida em: Anormalidades na membrana celular: esferocitose (É a principal), a eliptocitose e a estomatocitose. Alterações em enzimas citoplasmáticas: deficiência da glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) Defeito na formação da hemoglobina: falciforme, talassemias e sideroblástica Já o grupo de anemias adquiridas pode ser subdividido em: Anemia hemolítica autoimune: AHAI por anticorpos a quente e AHAI por anticorpos a frio. Anemias hemolíticas aloimunes.: aloanticorpos Anemia hemolítica induzida por droga Anemias Esferocitose É transmitida principalmente de forma autossômica dominante e é a doença hereditária mais comum da membrana das hemácias. A doença é causada por anormalidades nas proteínas de membrana espectrina, anquirina, proteína 4.2 ou banda 3, que conduzem a uma perda gradual da superfície da membrana. A perda relativa de membrana em relação ao citoplasma faz a célula perder sua bicamada lipídica do citoesqueleto. Quando as hemácias passam por um local pobre em glicose (o baço, por exemplo), elas modificam-se, tornam-se mais esféricas e são facilmente destruídas, seja no próprio baço ou em outros locais ricos em células macrofágicas. O quadro clínico varia de assintomático, que é o mais comum, à sintomáticos, mas geralmente incluem anemia hemolítica leve, icterícia, esplenomegalia, cálculos biliares de bilirrubina, úlceras nas pernas. Problema 24 – Vida Curta Além disso, pode advir uma crise aplásica potencialmente fatal quando a interrupção súbita da produção de hemácias (frequentemente por parvovírus B19) provoca uma rápida queda nos índices de hematócrito e níveis de hemoglobina. O diagnóstico deve ser feito através do histórico familiar positivo associado aos exames laboratoriais. O teste de fragilidade osmótica pode ser realizado, entretanto possui muitos casos falso-positivos. O exame laboratorial da esferocitose congênita é caracterizada por: Anemia (ou não, a depender do grau da esferocitose) Reticulocitose Microesferócitos Coombs direto negativo Hemólise: aumento de DHL e bilirrubina indireta Deve ser baseado nos sintomas do quadro, através de transfusões, colecistectomia em casos de litíase biliar, além de esplenectomia em casos de úlceras de membros inferiores e retardo de crescimento. Deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G-6PD) As hemácias não participam da síntese proteica., assim, os processos metabólicos ficam dependentes das vias enzimáticas, sendo o ciclo da glutationa o maior agente redutor do eritrócito. A enzima G6PD é fundamental na clivagem da glicose, pois ela participa do início do processo e é considerada uma etapa limitante do mesmo. A deficiência de G6FD é relativamente comum em muitas populações e possui herança recessiva ligada ao cromossomo X. Por ser uma doença ligada ao cromossomo X, indivíduos XY sempre serão afetados pela doença, pois a mãe é a carreadora do gene mutado. Essa deficiência resulta no acúmulo de hemoglobina oxidada, que, posteriormente, é depositada na membrana do eritrócito em pequenos agrupamentos chamados de corpos ou corpúsculos de Heinz. Os macrófagos presentes no baço tentam remover esses corpúsculos, ocasionando hemólise extravascular e a consequente progressão para anemia hemolítica Ela é agravada ou promovida por infecções ou por ingestão de medicamentos ou de alimentos que promovam estresse oxidativo. O quadro clínico pode variar desde assintomático a quadros de hemólise aguda. O bebê ao nascer com essa doença pode apresentar icterícia neonatal. Dentre as drogas que podem desencadear o quadro grave da deficiência de G6PD podemos citar: azul de metileno, azul de toluideno, dapsona, fenazopiridina, nitrofurantoína, primaquina, rasburicase. O diagnóstico é feito pela dosagem de G-6PD nos eritrócitos, quando o paciente se encontra fora das crises. As alterações laboratoriais encontradas quando o paciente se encontra na crise são: Eritrócitos fragmentados (bite cells). Remoção do Corpúsculo de Heinz (precipitado de hemoglobina oxidada no meio intracelular da hemácia). Hemólise intravascular – aumento de DHL e bilirrubina indireta. Reticulocitose. O tratamento é suspender o fator desencadeante, além de transfusões sanguíneas alguns em casos. Nos recém-nascidos, pode ser feita a fototerapia e a exsanguineotransfusão. Anemia Falciforme É a mais frequente das hemoglobinopatias. Ocorre, principalmente, em indivíduos negros e pardos. Ela é uma doença genética localizada no cromossomo 11 que resulta na presença de uma cadeia beta variante da hemoglobina, decorrente da substituição do aminoácido ácido glutâmico pelo aminoácido valina, na posição 6 da cadeia β da globina., dando origem à hemoglobina S (sickle = foice). A HbS promove a deformação do eritrócito de formato bicôncavo para a forma de foice em situações de baixa tensão de oxigênio. O quadro clínico apresenta-se com anemia, associada a crises intensas de dor nas costas, pernas e nos braços. Isso corre devido a obstrução de pequenos vasos sanguíneos e consequente infarto (morte) tecidual, que ocorrem de maneira recorrente e dolorosa nos membros, abdômen e tórax. Além disso, algumas crianças podem apresentar esplenomegalia (aumento do baço). O diagnóstico laboratorial inclui: Hemograma (anemia hemolítica e presença de drepanócitos no esfregaço) Eletroforese de hemoglobina (que quantifica a hemoglobina S e detecta outras hemoglobinas anômalas) Teste de falcização (útil para triagem da doença, não quantificaçãode HbS). Triagem neonatal (Teste do pezinho). Atualmente, existe tratamento medicamentoso com o hidroxiuréia, que auxilia no aumento da hemoglobina fetal e ajuda a qualidade de vida dos pacientes. O tratamento curativo é possível apenas com o transplante de medula óssea, mas só é indicado para pessoas com até 16 anos e com indicações específicas. Anemia Talassemias Doença que promove diminuição ou ausência na síntese de cadeias globínicas α e/ou β (α-talassemias e β-talassemias, respectivamente). em particular a β- talassemia. Essa patologia leva à redução na velocidade de síntese das cadeias beta, com consequente redução da síntese de hemoglobina. Clinicamente são classificadas em major, intermediária ou minor. A talassemia major é grave e necessita de transfusões. A talassemia major é grave e necessita de transfusões. A intermediária apresenta anemia, com ou sem esplenomegalia, enquanto a minor (ou traço) é assimtomática. O diagnóstico laboratorial das talassemias é feito por hemograma e eletroforese de hemoglobina. Também é possível estudar a mutação genética específica. O diagnóstico de talassemia beta menor não é possível de ser feito pela triagem neonatal “exame do pezinho”, enquanto na talassemia alfa encontra-se a hemoglobina Bart’s (só é detectada no recém-nascido) na triagem neonatal. O tratamento é realizado com transfusões periódicas, que auxiliam na reposição da hemoglobina. No caso da talassemia grave, os meios de tratamento são: Transfusões de sangue; Suplemento de ácido fólico; Medicamentos que são usados juntamente com a quimioterapia e ajudam o organismo a produzir a hemoglobina normal. Anemia Sideroblástica Nesse tipo de anemia ocorre deposição de ferro no interior dos eritroblastos da medula (sideroblastos) decorrente de um defeito na síntese do grupo heme, promovendo uma síntese deficiente de hemoglobina. Essa deposição de ferro ao redor do núcleo da célula forma o que chamamos de sideroblasto “em anel”. O ferro no citoplasma é corado pela reação de Perls. A anemia sideroblástica pode ser hereditária, adquirida primária (causada pela mielodisplasia por exemplo) e adquirida secundária (causada por doenças como artrite reumatoide, intoxicação por substâncias – álcool, chumbo – e medicamentos como a isoniazida). A hereditária ocorre em indivíduos masculinos, mas é transmitida pelo sexo feminino (ligada ao sexo). A incidência das anemias sideroblásticas congênitas é desconhecida e, embora sejam geralmente identificadas na infância, podem não ser diagnosticadas até a adolescência ou idade adulta, devido ao amplo espectro de manifestações em algumas das formas, especialmente, quando a apresentação é leve e, consequentemente, tardia. O diagnóstico é com hemograma completo, contagem de reticulócitos e esfregaço de sangue periférico, bem como análises do ferro e exame da medula óssea. Sendo que a principal é feito pela identificação dos sideroblastos em anel no esfregaço do aspirado da medula óssea, mas a distinção entre as formas específicas, que determina o manejo, envolve a avaliação das características clínicas e testes laboratoriais, geralmente seguidos de testes genéticos. Na avaliação de crianças e adultos jovens (< 20 anos), a suspeita de anemia sideroblástica congênita é levantada com base em uma história familiar conhecida, características clínicas que sugerem uma condição sindrômica ou falta de outro diagnóstico. O tratamento das anemias sideroblásticas depende da gravidade da anemia, da presença de anormalidades reversíveis e da resposta da anemia sideroblástica a um agente específico. Podem ser feitas transfusões para indivíduos anêmicos sintomáticos com o objetivo de aliviar os sintomas e para crianças visando permitir o crescimento e desenvolvimento normais. Além disso, em distúrbios específicos, suplementos vitamínicos são frequentemente eficazes, como os de vitamina B6 (piridoxina) para a anemia sideroblástica ligada ao X (XLSA). AHAI por anticorpos a quente As anemias hemolíticas imunes são causadas por anticorpos que se ligam aos eritrócitos, causando sua destruição precoce pelo sistema imune. A AHAI por anticorpos a quente é o tipo de anemia hemolítica imune mediada principalmente por IgG, principalmente, e em casos menos comuns por IgA, e pode ser primária, ou seja, idiopática, ou secundária, quando provocada por alguma doença subjacente ou exposição a algum medicamento. É importante pontuar que uma forma primária da AHAI quente comum é a ocorrência, muitos anos antes, de linfoma não Hodgkin. A destruição das hemácias é mediada por monócitos e macrófagos esplênicos, principalmente, que se ligam aos anticorpos dos RBCs. Eritrócitos revestidos por IgG se ligam aos receptores Fc nos fagócitos, que removem a membrana eritrocitária durante uma fagocitose “parcial”, e com isso esses eritrócitos retornam à circulação com menor volume, passando da forma discoide para o formato esferócito, que são sequestrados e removidos no baço, assim a hemólise é principalmente extravascular. O quadro clínico de pacientes com AHAI inclui palidez, icterícia e esplenomegalia, ou seja, sinais clássicos de anemia, e pode haver hepatomegalia associada. Os exames laboratoriais evidenciam queda da hemoglobina, esferocitose, reticulocitose e hiperplasia eritroblástica da medula óssea. A bilirrubina indireta pode aparecer aumentada, bem como a desidrogenase láctica, além de apresentar queda da haptoglobina. O diagnóstico de qualquer anemia imuno-hemolítica é baseado na detecção de anticorpos e/ou proteínas do sistema complemento nos eritrócitos do paciente, o que é feito através do teste de Coombs direto (TAD). O teste de Coombs direto é feito misturando os eritrócitos do paciente com soro contendo anticorpos específicos para imunoglobulina ou complemento humano. Se houver imunoglobulina ou complemento na superfície dos eritrócitos, os anticorpos causarão aglutinação, que se apresenta na forma de grumos. Esse teste é útil para caracterizar o alvo antigênico e a dependência da temperatura do anticorpo responsável. Para o tratamento de AHAI por anticorpos a quente não é contraindicada a transfusão de concentrado de hemácias, mas é reservada apenas para casos de risco de vida ou eventos cardíacos ou cerebrais causados pela anemia. Para transfusão nesses pacientes provavelmente haverá dificuldade de achar o concentrado de hemácias compatível, porque a presença dos anticorpos faz com que o sangue sofra hemólise. Além da transfusão, o tratamento também pode incluir corticosteroides (prednisona) 1-2 mg/kg/dia por 3 a 12 meses, o que reduz a hemólise em 60 a 70% dos casos, com aumento da hemoglobina dentro de 1 a 2 semanas. Nos casos de hemólise fulminante, é indicado o uso de metilprednisona endovenosa, que tem efeito mais rápido. Nos pacientes refratários ou dependentes de corticoide, recomenda-se a esplenectomia, e nos casos de pacientes refratários a corticoide e à esplenectomia, pode ser utilizado Danazol (200-800mg/ dia), Rituximabe (375mg/m2/semana por 4 semanas), ou Ciclosporina, azatioprina, ciclofosfamida. AHAI por anticorpos a frio Ocorre o acometimento de extremidades e partes mais frias do organismo, porque a temperatura baixa gera uma mudança da conformação estrutural dos sítios antigênicos das hemácias, tornando-os reativos à IgM, ocorrendo ávida ligação dessas imunoglobulinas aos eritrócitos, causando aglutinação das hemácias nas extremidades. Esses anticorpos IgM são chamados de aglutininas frias, e ela se ligam a polissacarídeos na superfície do RBC, principalmente os antígenos I/i. Quando se identifica a AHAI por anticorpos é frio, é preciso investigar nesse paciente a presença de Mycoplasma pneumoniae, ou infecção por mononucleose, HIV, hepatite ou presençade doença linfoproliferativa ou paraproteinemia monoclonal, pois anticorpos de aglutinina aparecem esporadicamente após algumas infecções. Quando o sangue esfria nas extremidades, as aglutininas frias se ligam aos eritrócitos, e a aderência de IgM atrai o C1q, que inicia a geração de C3b e C4b na superfície do RBC. À medida que o sangue recircula e aquece, a IgM é liberada, geralmente antes que a hemólise mediada por complemento ocorra. Mas a interação transitória do IgM é suficiente para depositar quantidades sublíticas de C3b, uma importante opsonina que permanece ancorada aos macrófagos, levando à remoção dos eritrócitos afetados pelos fagócitos no baço, fígado e medula óssea, sendo que a hemólise nesses casos é extravascular e ocorre principalmente no fígado. O quadro clínico de pacientes com essa condição cursa com aparência cianótica de nariz, orelhas e dedos, ou seja, das extremidades mais expostas ao frio. Raramente ocorre gangrena, e é importante destacar que este quadro não pode ser confundido com o fenômeno de Raynaud primário, que consiste na sensibilidade aumentada ao frio. Em resumo, ocorre uma hemólise intravascular, e com isso o paciente apresenta palidez, fadiga, insuficiência cardíaca e também pode haver esplenomegalia. Os exames laboratoriais irão evidenciar anemia, autoaglutinação espontânea, reticulocitose. A autoaglutinação aparece justamente porque o sangue no tubo estará em uma temperatura mais fria que a temperatura corpórea O diagnóstico é idêntico ao AHAI por anticorpos a quente. O tratamento da AHAI por anticorpos a frio é mais difícil de tratar, e inclui a transfusão de hemocomponentes aquecidos, para evitar que ocorra a hemólise. Pode ser realizada plasmaferese, porém o benefício é transitório. Além disso, é importante aquecimento das extremidades do paciente. Corticosteroides gera pouca melhora nesses quadros, mas é indicado um ciclo curto de corticosteroides nos casos de AHAI fria grave secundária a infecção viral para reduzir a duração da anemia. Nos casos de AHAI fria transitória induzida por infecção, é necessário a utilização de antibióticos. A esplenectomia ou uso de agentes alquilantes não tem bons resultados. Anemias Hemolíticas Aloimunes Ocorre em uma reação pós-transfusional devido à presença de aloanticorpos, que são anticorpos reativos a antígenos da mesma espécie, mas de indivíduos geneticamente diferentes. Uma reação transfusional hemolítica aguda é definida como a hemólise das hemácias do doador nas primeiras 24 horas após a transfusão, graças aos aloanticorpos pré- formados. A causa das reações transfusionais hemolíticas é a lise intravascular dos eritrócitos do doador por anticorpos (aloanticorpos ou isoanticorpos) do receptor, que se ligam a um ou mais antígenos de grupo sanguínea nas células transfundidas. Isoanticorpos do receptor podem ser anticorpos naturais anti-A ou anti-B, ou podem ser induzidos por transfusões ou gravidezes anteriores. Independentemente do tipo de anemia hemolítica imune, é necessária a suplementação com ácido fólico (5 a 10 mg/dia) a fim de evitar maior depleção de folato, causada pelo aumento da eritropoiese (estimulada pela grande morte de hemácias). O IgM ou IgG impulsionam a cascata do sistema complemento, e a rápida formação dos fragmentos de C3a e C5a provoca hipotensão e espasmo brônquico e do músculo liso. Os sinais e sintomas de uma reação hemolítica transfusional aguda intravascular podem se desenvolver mesmo quando é transfundida uma quantidade muito pequena de sangue. O quadro clínico de pacientes com reação transfusional é inespecífico, incluindo febre, que o sinal mais comum e frequentemente acompanhada de calafrios, dor lombar e/ou no peito, urticária, dispneia, hipotensão e evidência de coagulação intravascular disseminada. Alguns pacientes também se queixam de uma sensação geral de ansiedade ou intranquilidade e dor no local da infusão. Esses sinais aparecem e pioram durante a transfusão, e com isso essa deve ser cessada imediatamente O tratamento para reações hemolíticas transfusionais é a interrupção imediata da transfusão, como já mencionado. E o risco de insuficiência renal pode ser reduzido com a administração de cristaloides, incluindo bicarbonato de sódio para manter o pH urinário em 7,0 e pela diurese com manitol em 20% ou furosemida. Anemia Hemolítica Induzida Por Drogas Muitos fármacos ou metabólitos de fármacos têm o potencial de induzir anticorpos antifármacos. Há vários mecanismos por meio dos quais drogas podem levar à hemólise, entre eles, há o processo de adsorção da droga, que é o que ocorre com a penicilina, quando a droga funciona como um hapteno ligando-se a proteínas da membrana eritrocitária, gerando a formação de anticorpos contra a droga ligada a hemácia e hemólise extravascular. Nesses casos, a hemólise normalmente ocorre após grandes doses intravenosas do medicamento e os eventos hemolíticos aparecem entre 1 a 2 semanas após o início da terapia. Os anticorpos responsáveis por esse tipo de reação algumas vezes fixam complemento e causam hemólise intravascular, mas na maioria das vezes atuam como opsoninas, que provocam hemólise extravascular dentro dos fagócitos. Drogas também podem causar anemia hemolítica por indução da autoimunidade, e isso ocorre com a α- metildopa ou procainamida, que induzem a formação de autoanticorpos contra antígenos eritrocitários (especialmente do grupo Rh), por um processo desconhecido, interferindo na função dos linfócitos T supressores impossibilitando que eles controlem o mecanismo imune. Anexos Referências DOS RODRIGUES, Adriana D.; SANTOS, Aniúsca Vieira; ROTTA, Liane N.; et al. Hematologia básica. Grupo A, 2019. Disponível em: <https://www.einstein.br/guia-doencas- sintomas/anemia- falciforme#:~:text=%E2%80%8BO%20quadro%20cl% C3%ADnico%20apresenta,%2C%20hipertens%C3%A3 o%20pulmonar%2C%20entre%20outras.>. Acesso em: 28 abr. 2022. Resumo de anemia sideroblástica congênita: definição, fisiopatologia, diagnóstico e tratamento | Colunistas - Sanar Medicina. Disponível em: <https://www.sanarmed.com/resumo-de-anemia- sideroblastica-congenita-definicao-fisiopatologia- diagnostico-e-tratamento-colunistas>. Acesso em: 28 abr. 2022. NORRIS, Tommie L. Porth - Fisiopatologia. Grupo GEN, 2021. FILHO, Geraldo B. Bogliolo - Patologia. Grupo GEN, 2021. PORTO, Celmo C. Semiologia Médica, 8ª edição. Grupo GEN, 2019. https://www.einstein.br/guia-doencas-sintomas/anemia-falciforme#:~:text=%E2%80%8BO%20quadro%20cl%C3%ADnico%20apresenta,%2C%20hipertens%C3%A3o%20pulmonar%2C%20entre%20outras. https://www.einstein.br/guia-doencas-sintomas/anemia-falciforme#:~:text=%E2%80%8BO%20quadro%20cl%C3%ADnico%20apresenta,%2C%20hipertens%C3%A3o%20pulmonar%2C%20entre%20outras. https://www.einstein.br/guia-doencas-sintomas/anemia-falciforme#:~:text=%E2%80%8BO%20quadro%20cl%C3%ADnico%20apresenta,%2C%20hipertens%C3%A3o%20pulmonar%2C%20entre%20outras. https://www.einstein.br/guia-doencas-sintomas/anemia-falciforme#:~:text=%E2%80%8BO%20quadro%20cl%C3%ADnico%20apresenta,%2C%20hipertens%C3%A3o%20pulmonar%2C%20entre%20outras. https://www.einstein.br/guia-doencas-sintomas/anemia-falciforme#:~:text=%E2%80%8BO%20quadro%20cl%C3%ADnico%20apresenta,%2C%20hipertens%C3%A3o%20pulmonar%2C%20entre%20outras. https://www.sanarmed.com/resumo-de-anemia-sideroblastica-congenita-definicao-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento-colunistas https://www.sanarmed.com/resumo-de-anemia-sideroblastica-congenita-definicao-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento-colunistas https://www.sanarmed.com/resumo-de-anemia-sideroblastica-congenita-definicao-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento-colunistas
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