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6 j.NRAS (ESCALA DE AVALIAÇÃO DO RISCO NUTRICIONAL) – IDOSOS A escala consiste de avaliação de desordens GI, doença crônicas, mobilidade, alterações de peso corporal, apetite, dificuldade de alimentação, problemas cognitivos ou emocionais, medicações, habito de fumar ou bebida alcoólica e situação social. k.SRM (MODELO SIMPLIFICADO DE DESNUTRIÇÃO) Facilmente aplicado e menos propenso a erro quando comparada com a Mini Avaliação Nutricional original. SRM = IMC + 15 x Perda de peso – 10 x cirurgia – 6 x perda de apetite Valores para cada situação: Perda de peso (sim = 0; não = 1) Cirurgia recente (sim = 1; não = 2) Perda de apetite (sim = 1; não = 2) SRM <35 risco de desnutrição 7 O processo de triagem nutricional começa com o processo de avaliação nutricional. Uma triagem nutricional é o processo que identifica características que se sabe estarem associadas a problemas nutricionais (KRAUSE). Características de uma triagem nutricional: a) Simples e rápida; b) Dados rotineiros; c) Facilita a conclusão de metas de intervenção preliminar; d) Inclui dados relevantes sobre fator de risco e dados para intervenção e tratamento; e) Determina a necessidade de avaliação nutricional detalhada e tem custo-benefício. TIPOS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Não há um método específico capaz de avaliar adequadamente o estado nutricional. Sendo assim, recomenda-se a utilização de diferentes métodos, que incluem: Métodos objetivos Dados antropométrico: a. Estatura (cm) b. Peso corporal (kg) c. Peso atual (kg) d. Sexo e. Peso ideal f. Percentual do peso atual g. Percentual do peso usual h. Índice de massa corporal (kg/m²) i. Dobra cutânea tricipital j. Circunferência braquial (cm) k. Circunferência muscular braquial (cm) Dados laboratoriais: a. Albumina sérica (g/dL) b. Capacidade total de ligação de ferro (µg/ dL) c. Transferrina sérica (mg/dL) d. Contagem de linfócitos (%) e. Leucócitos (n° de células/mm³) f. Nitrogênio uréico na urina de 24 horas (g) g. Creatinina urinária de 24 horas (g) h. Adequação do índice de creatinina- altura Dados dietéticos a. Consumo de proteínas (g) b. Consumo energético (kcal) c. Balanço nitrogenado d. Gasto energético basal (kcal/dia) e. Adequação do consumo energético basal (%) Métodos subjetivos Exame físico a. Consumo do tecido adiposo b. Consumo muscular c. Grau de consciência d. Estado de hidratação e. Presença de peristalse f. Identificação de edema g. Funcionamento intestinal A.INQUÉRITOS ALIMENTARES Os inquéritos dietéticos podem ser destinados a todos os estágios de vida, devendo ser consideradas as especificidades de cada paciente. Dentre os principais empecilhos encontrados para a avaliação do consumo alimentar, destacam-se: - falta de conhecimento sobre os alimentos e as medidas normalmente utilizadas para o consumo desses; - inexperiência com o preparo de alimentos; - pouca familiaridade com os ingredientes de preparações que incluem diversos alimentos; - desinteresse pelos aspectos da própria alimentação; - falta de tempo e atenção ao responder o inquérito; - baixa escolaridade. A escolha de determinado inquérito alimentar deve levar em consideração os seguintes aspectos: - gênero e idade do paciente; - nível socioeconômico; - tempo disponível para aplicação do método; - estado clínico do paciente (ambulatorial, consultório ou internação); - variabilidade do consumo alimentar. Objetivo da avaliação do consumo alimentar avaliação de consumo habitual ou atual. Consumo habitual questionário de frequência de consumo ou diário habitual; Consumo atual recordatório de 24h ou registro alimentar de 3 dias; Observar a relação entre dieta e doença questionário de frequência de consumo alimentar. Métodos quantitativos: como o nome sugere se prestam a avaliar a QUANTIDADE de calorias, macro e micronutrientes (recordatório de 24h e registro alimentar) Métodos qualitativos: objetivam avaliar não a quantidade especificamente, mas a qualidade e freqüência dos alimentos consumidos (freqüência alimentar e anamnese) Distorções no auto-relato do consumo alimentar (subrelato): Obesos tendem a subestimar o consumo de alimentos calóricos Mulheres subrelatam mais que homens Idosos apresentam lapso de memória As pessoas tendem a oferecer respostas mais aceitáveis socialmente Os alimentos mais sub-relatados são os ricos em carboidratos e gorduras. MÉTODOS RETROSPECTIVOS A.1 RECORDATÓRIO ALIMENTAR DE 24H Método rápido, fácil de ser administrado e de baixo custo. Objetiva quantificar o consumo de todos os ALIMENTOS E BEBIDAS nas últimas 24h. Não reflete a ingestão habitual ou as diferenças entre dias de semana e dias de final de semana se realizado apenas 1 vez. Para se obter um consumo habitual recomenda-se: AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Prof. José Aroldo Filho goncalvesfilho@nutmed.com.br 8 Para indivíduos: pelo menos 2 recordatórios 24h (incluindo 1 dia de final de semana) Para grupos: 2 vezes em um período de 6 meses a 1 ano. Recomenda-se iniciar o questionário da última refeição para primeira. Um único recordatório pode ser utilizado para estimativa média da ingestão de nutrientes de grupos, mas não de indivíduos. Depende da memória do entrevistado (Krause, DAN e CHEMIN&MURA), ocorrendo sub-relatos de ingestão, em especial de lanches e bebidas. Fatores que se apresentam associados com sub-relato de consumo: massa corporal, sexo, qualidade social desejada, restrição alimentar, nível educacional, percepção do estado de saúde, raça e etnia. A.2 QUESTIONÁRIO DE FREQÜÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR (QFCA) Permite obter estimativas de ingestão usual. Consistem em listas de alimentos (100 a 150 ítens) ou grupos para os quais o entrevistado (auto-administrado) ou o entrevistador deve anotar a freqüência com que o alimento é consumido em unidades de tempo,(diário, semanal, mensal, quinzenal ou anual). A porção do alimento utilizada pode ser padronizada (mais comum) ou em aberto. A porção e a freqüência permitem a estimativa da ingestão de nutrientes ou o consumo de alimentos específicos. Ë um método de baixo custo e rápido. É um excelente método para obtenção de padrões de ingestão ou para identificação de consumo de nutrientes ou alimento específico além de fornecer resultados padronizados. Pode ocorrer superestimação de consumo ou tédio (listas muito grandes > 100 alimentos) ou subestimação (se os alimentos de consumo habitual não estiverem na lista ou se a lista for muito pequena <50 alimentos). A precisão do método é maior quando: perguntas foram feitas separadas de cada alimento selecionado; alimentos do mesmo tipo forem agrupados; nenhuma das formas sobre adição mostrou maior precisão (adição de açúcar ao café, por exemplo). ATENÇÃO: Seu uso não é recomendado para avaliar a adequação de ingestão de NUTRIENTES de indivíduos ou grupos, já que a lista por ser pré-definida, pode não contemplar todos os alimentos ingeridos pelo indivíduo/grupo. A.3 HISTÓRICO DIETÉTICO / ANAMNESE / DIÁRIO HABITUAL Associa vários métodos incluindo recordatório de 24h e QFCA associado a outras informações como preferências, hábitos, aversões, intolerâncias, crenças e tabus, apetite, padrão das refeições e hábitos de atividade física, condição socioeconômica, mudanças recentes de peso, uso de medicamentos/suplementos, sintomas no TGI e saúde oral e dental. MÉTODOS PROSPECTIVOS A.4 REGISTRO ALIMENTAR Consiste no registro diário de todos os ALIMENTOS E BEBIDAS ao longo do dia, realizado pelo próprio avaliado ou representante por 1 a 7 dias. Recomenda-se a utilização de 3 dias alternados incluindo um dia de final de semana. Desde que aplicado várias vezes é o método de escolha para estimar a ingestão inadequada de nutrientes por indivíduos ou grupos. Requer a participação ativa do entrevistado que, obrigatoriamente deve saber ler e escrever. Requer tempo e treinamento do entrevistado, principalmente sobre o modo de preparo dos alimentos e medidas caseiras utilizadas. A.5 REGISTRO ALIMENTAR PESADO Semelhante ao registro alimentar, entretanto tem-se a pesagemdireta dos alimentos e gêneros. Fornece informações bastante precisas. Tabela 1: VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS INQUÉRITOS (KRAUSE) Método Vantagens Desvantagens Análise da ingestão de nutrientes Permite a observação real do consumo alimentar. Pode oferecer estimativas inconsistentes e subjetivas do consumo alimentar. Possível variação do tamanho da porção. Registro / diário alimentar Fornece o registro diário do consumo alimentar. Pode fornecer informações sobre a quantidade de alimentos, como são preparados e horários de refeições e lanches. Habilidade de anotação variável entre indivíduos. Requer habilidade para medir ou julgar o tamanho das porções. Ingestão alimentar atual possivelmente influenciada pelo ato de registrar. Confiabilidade questionável dos registros. Frequência alimentar Facilmente padronizado. Pode ser útil considerando em combinação com ingestão habitual. Fornece quadro geral de ingestão. Requer habilidade ao fazer anotação. Não fornece dados de refeição padrão. Requer conhecimento de tamanho de porções. Recordatório de 24h Rápido. Fácil. Conta com a memória. Requer conhecimento de tamanho de porção. Pode não representar a ingestão habitual. Requer entrevistador habilidoso. 9 Tabela 2: VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS INQUÉRITOS (DAN WAITZBERG 2009) B.ANTROPOMETRIA Método diagnóstico que se fundamenta na investigação das variações nas dimensões físicas e na composição do corpo humano, visando à predição do estado nutricional e/ou doenças nutricionais, de acordo com a natureza e gravidade. Vantagens: - simplicidades do uso de instrumentos; - facilidade e rapidez da coleta e interpretação dos dados; - facilidade de padronização da técnica; - não-invasiva; - boa aceitabilidade; - aplicabilidade nos ciclos de vida; - baixo custo; - maior cobertura populacional e reprodutibilidade; - níveis adequados de sensibilidade e especificidade. Medidas mais utilizadas: peso, estatura (comprimento ou altura), perímetro cefálico, perímetro braquial e medidas de segmentos corporais (em indivíduos com limitações físicas). Essas medidas permitem a construção de índices antropométricos: - estatura para idade (E/I); - peso para a idade (P/I); - peso para a estatura (P/E ou P/A); - perímetro cefálico para a idade; e -perímetro braquial para a idade. A partir dos índices antropométricos são construídos indicadores, definindo-se níveis de corte que permitam situar o indivíduo dentro de uma faixa aceita como normal, de acordo com a referência de crescimento utilizada. Classificação proposta pelo Ministério da Saúde para crianças até 7 anos de idade Peso/Idade onde tem-se a distribuição da curva nos percentis que seguem: •<p0,1 = muito baixo peso para idade; •p0,1 |– 3 = baixo peso para idade; •p3 |– 10 = situação de risco ou alerta nutricional; •p10 |– p97 = peso adequado para idade; •p≥97 = risco para sobrepeso. Índice estatura para a idade percentil 3 como limite abaixo do qual a criança pode ser considerada como de baixa estatura (stunting/nanismo). O índice peso para a estatura é importante na detecção de desnutrição aguda ou wasting/emaciação (< p3) e sobrepeso (>p97). Expressa a proporcionalidade ou harmonia das dimensões do corpo ou a harmonia do processo de crescimento. A limitação reside no fato de classificar como eutrófico o indivíduo de baixo peso, mas que teve anormalidade de crescimento em altura. CLASSIFICAÇÃO PROPOSTA PELA OMS – ESCORE Z Por essa classificação, são consideradas desnutridas ou obesas as crianças que estiverem dois desvios-padrão acima ou abaixo do percentil 50 (mediana) para o índice peso para a estatura, sendo consideradas desnutridas 10 graves aquelas situadas três desvios-padrão abaixo do percentil 50. Essa medida é mais precisa, pois leva em consideração medidas de tendência central e de dispersão das população. B.1 PESO - medida facilmente obtida; - muito eficaz; - medida de adequação nutricional mais sensível que a altura; - reflete a ingestão nutricional recente. Tipos de Peso em avaliação nutricional: Peso atual (PA) encontrado no momento da avaliação; Deve ser avaliado em uma balança antropométrica, em geral pela manhã após esvaziamento da bexiga. Deve ser realizado com roupas de hospital ou comuns, nesse caso desconta-se o peso delas. Peso Usual (PU) considerado normal, quando o indivíduo está hígido e mantendo suas atividades usuais; Deve ser considerado como referência na impossibilidade de medir o atual. Peso Ideal (PI) calculado de acordo com o sexo, altura e estrutura óssea do indivíduo e obtido através de tabelas. Ou fórmula abaixo PI = IMC médio x estatura² Tabela 3: Categorias de IMC segundo sexo. IMC Masculino Feminino Médio 22,0 20,8 Normal 20,1 – 25,0 18,7 – 23,8 Obeso 30,0 28,6 Peso ajustado (PA) usado quando a adequação do peso for < 95% ou > 115% PA = (peso ideal – peso atual) x 0,25 + peso atual GRAVIDADE DE PERDA DE PESO A gravidade da perda de peso pode ser avaliada de acordo com Blackburn et al. (1977) em que o percentual de perda de peso é comparado ao tempo em que ocorreu essa alteração ponderal. Tabela 4: Classificação da gravidade da perda de peso relativa ao tempo. Tempo Perda significativa de peso % Perda de peso grave % 1 semana 1-2 > 2 1 mês 5 >5 3 meses 7,5 > 7,5 6 meses 10 > 10 O peso mínimo para sobrevivência é 48 a 55% do peso habitual. Pacientes com peso de 85 a 90% do peso habitual possuem desnutrição leve; com peso entre 75 e 84% desnutrição moderada e pacientes com peso <74% possuem desnutrição grave. Outro método para determinar a porcentagem de perda de peso é determinar o peso atual do indivíduo como a porcentagem de peso habitual. O peso mínimo para sobrevivência é 48 a 55% do peso habitual. Pacientes com peso de 85 a 90% do peso habitual possuem desnutrição leve; com peso entre 75 e 84% desnutrição moderada e pacientes com peso <74% possuem desnutrição grave. Percentual do peso atual em relação ao ideal (KRAUSE) = % do peso corporal ideal = peso atual x 100 peso ideal Tabela 5: Classificação do estado nutricional segundo o percentual do peso ideal Percentual Classificação 90 - 110% Eutrófico 80-90% Desnutrição leve 70-79% Desnutrição moderada <69% Desnutrição severa Percentual de peso usual (KRAUSE) Permite identificar o grau de desnutrição a partir do peso atual em relação ao usual % do peso corporal usual = peso atual x 100 peso usual Tabela 6: Classificação do estado nutricional segundo o percentual do peso usual Percentual Classificação 95 - 110% Eutrófico 85-95% Desnutrição leve 75-84% Desnutrição moderada <74% Desnutrição severa SITUAÇÕES ESPECIAIS Existem situações especiais onde deve ser realizado o ajuste de peso. Um exemplo é para indivíduos amputados, que devemos considerar a parte amputada (% amputação) no cálculo do peso corpóreo corrigido, conforme figura abaixo: Fig 1.: Percentual de amputação (Cuppari, 2014)
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