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Litías� Uri�ári� A litíase urinária é uma patologia designada pela formação de cálculos, popularmente denominados ‘’pedras’’, no trato urinário. É uma das doenças mais frequentes do trato urinário. Ocorre principalmente no sexo masculino Fatores de risco: ● História prévia; ● História familiar; ● Baixa ingesta hídrica; ● Baixo pH urinário por comorbidades como obesidade e DM. ● Gota; ● HAS; ● ITU crônica ou recorrente ● Medicamentos Fisiopatologia A cascata de eventos físico-químicos da formação de cálculos ocorre quando o filtrado glomerular (FG) atravessa o néfron. → Supersaturação da urina A urina vai estar supersaturada (concentrada em um determinado soluto). Dessa forma, vai estar super concentrada de oxalato e de cálcio, eles vão se juntar e fazer cristais de oxalato cálcio, sendo influenciados pelo pH. Em um ambiente com pH > 7 = formação de cálculos de apatita e estruvita → por ação também da amônia e das próprias bactérias. Em um ambiente com pH < 7 = formação de cálculos de ácido úrico e cistina. Observação: o oxalato de cálcio se forma independentemente do pH ácido ou alcalino. → Nucleação É a formação da menor unidade de um cristal; Homogênea ou Primária: cristal puro com altas concentrações. Heterogênea ou secundária: um cristal sobre o outro, não é um cristal puro. → Crescimento e Agregação O cristal vai se aderir ao epitélio, geralmente na papila renal, vindo mais cristais, fazendo com que eles se juntem e cresça esse cristal. Inibidores fisiológicos Água: diluindo à urina, ou seja, fazendo com que não tenha supersaturação e consequentemente não tenha a nucleação. Além disso, aumenta o fluxo urinário, fazendo com que haja excreção. Citrato e Magnésio: pois o citrato se junta com o cálcio e o Magnésio com o oxalato, fazendo com que não forme o oxalato de cálcio. Proteína de Tamm - Horsfall: proteínas formadas nos túbulos renais que facilitam a excreção dos cristais. Estruvita: está relacionado com bactérias que produzem urease. À urease vai quebrar a ureia em amônia + CO2 + H20. À amônia vai fazer com que o pH fique alcalino, além de saturar a urina, vai se juntar com o fosfato e com o magnésio e vai formar a estruvita. Manifestações clínicas O cálculo em si não causa dor, o que vai causar a dor é a mobilização e a obstrução, isso vai gerar uma constrição do ureter, pois a musculatura lisa vai começar a ter movimentos espasmódicos e repetitivos. Por isso, a principal característica da cólica nefrética são as crises de dor que duram de 20 a 60 minutos. Pode apresentar sinal de giordano positivo; Náuseas, vômitos, sudorese, taquicardia e síncope; Pontos de constrição fisiológica do ureter: ● Junção ureteropélvica → paciente apresenta dor em flanco. ● Terço médio do ureter → dor pode irradiar para testículo ou grandes lábios. ● Junção vesicoureteral → dor parecida com a cistite e se for homem pode ocorrer dor peniana. Hematúria: pode ser macro ou microscópica Infecção: Pielonefrite aguda Obstrução: hidronefrose Cálculos coraliformes: cálculos geralmente formados por estruvitas, com um mau prognóstico e sempre precisam de uma terapia intervencionista. Diagnóstico Clínico: cólica nefrética, hidronefrose; hematúria Exames de imagem: TC de abdome sem contraste: é o exame padrão ouro, com sensibilidade de 98% e especificidade de 100%. Consegue ver cálculos radiotransparentes, como é o caso do ácido úrico. USG de rins e vias urinárias: exame de segunda escolha, melhor para ver cálculos mais altos e consegue ver hidronefrose. Rx de abdome: visualização de cálculos radiopacos. Urografia excretora: sensibilidade de 90%, mas tem como desvantagem a utilização de contraste iodado. → Sumário de urina: verificar pH e cristais → Filtrar a urina (fazer análise direta) → urocultura → observar o crescimento das bactérias proteus e klebsiella que são produtoras de urease. → urina de 24h em duas amostras → Dosagem sérica: cálcio, fosfato, sódio, potássio, cloro, bicarbonato, ácido úrico, ureia, creatinina, albumina e PTH Tratamento Cálculos assintomáticos < 4 → fazer acompanhamento para ver se há uma evolução do quadro. Cálculos <=10 mm : terapia médico expulsivas de 4 à 6 semanas. Fazer analgesia com anti-inflamatório, pois além de ter ação analgésica, vai agir na musculatura lisa diminuindo as contrações musculares que causam à cólica. Obs: paciente com insuficiência renal não pode utilizar anti-inflamatório. Nesse caso, utilizar opióide. Bloqueador alfa - 1 - adrenérgico: relaxar a musculatura, facilitando a passagem do cálcio e diminuindo a cólica. O mais utilizado é o Tamsulon 0,4mg/dia Bloqueador de canal de cálcio: também ajuda na expulsão, mas não é a primeira escolha e causa hipotensão. O medicamento é a Nifedipina. Hidratação: é importante a longo prazo, ou seja, na prevenção. Cálculos > 10 mm ou ITU ou sintomas refratários ou obstrução persistente ou IRA → necessidade de intervenção cirurgica Nefrolitotripsia percutânea
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