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8 Prisão e Liberdade Provisória

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1 
Prisão e liberdade provisória 
 
PRISÃO 
 
Conceito de prisão cautelar: 
• Privação de liberdade – tolher direito de ir e vir através do recolhimento da pessoa humana ao 
cárcere, por absoluta necessidade da instrução processual; 
• Fundamentos: 
 Art. 5º - LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão 
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; 
• Espécies: 
 Prisão: 
▪ Temporária; 
▪ Em flagrante; 
▪ Preventiva; 
▪ Decorrência de pronúncia; 
▪ Decorrência de sentença condenatória recorrível; 
 Condução coercitiva do réu, vítima, testemunha ou de outra pessoa que se recuse 
injustificadamente a comparecer em juízo ou na polícia; 
• Somente o juiz pode decretar; 
 
Formalidade da prisão: 
• Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de prisão cautelar ou em 
virtude de condenação criminal transitada em julgado; 
 Indispensável mandado de prisão expedido por autoridade judiciaria que proferiu decisão 
escrita e fundamentada nos autos do inquérito ou do processo; 
• Momento da realização - § 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, 
respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio. 
• Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se encontra 
em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for 
obedecido imediatamente, o executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à 
força na casa, arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação 
ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável, 
e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão. 
 Réu: 
▪ Entrou na casa de terceiro – morador intimado para entregar; 
• Se não entregar: 
o For de dia – chama duas testemunhas e arromba as portas; 
 
2 
o Sendo noite – executor, depois da intimação, fará guardar todas as 
saídas e com o amanhecer arrombará as portes e efetuará a prisão; 
 Não há necessidade de autorização judicial específica para o arrombamento das portas 
e ingresso forçado no ambiente, que guarda o procurado, pois o mandado de prisão e a 
própria lei dão legitimidade a tal atitude. 
▪ Emprego de força é exceção - Art. 284. Não será permitido o emprego de força, 
salvo a indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso. 
• Formalização do mandado de prisão: 
 Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo mandado. 
 Parágrafo único. O mandado de prisão: 
▪ a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade; 
▪ b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou sinais 
característicos; 
▪ c) mencionará a infração penal que motivar a prisão; 
▪ d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração; 
▪ e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução. 
 Outros dados a estes se acrescentam, como praxe e seguindo as normas administrativas, 
que são: 
▪ f) colocação da Comarca, Vara e Ofício de onde é originário; g) número do 
processo e/ou do inquérito, onde foi proferida a decisão decretando a prisão; h) 
nome da vítima do crime; 
▪ i) teor da decisão que deu origem à ordem de prisão (preventiva, temporária, 
pronúncia, sentença condenatória etc.); 
▪ j) data da decisão; 
▪ k) data do trânsito em julgado (quando for o caso); 
▪ l) pena aplicada (quando for o caso); 
▪ m) prazo de validade do mandado, que equivale ao lapso prescricional. 
 Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o executor entregará ao preso, logo 
depois da prisão, um dos exemplares com declaração do dia, hora e lugar da diligência. 
Da entrega deverá o preso passar recibo no outro exemplar; se recusar, não souber ou 
não puder escrever, o fato será mencionado em declaração, assinada por duas 
testemunhas. 
▪ Expedição em 2 vias; 
▪ Uma delas fica com o preso; 
▪ O preso assina a outra via – salvo não souber ou se recusar (nesse caso será 
assinada por duas testemunhas); 
 Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará a 
prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido 
o mandado, para a realização de audiência de custódia. 
▪ Infração inafiançável – mais grave; 
▪ Preso deve ser apresentado ao juiz que tiver expedido o mandado; 
 
3 
▪ Pode ser perante o juiz plantonista, pois nem sempre aquele que decretou a prisão 
está no fórum, em horário de expediente; 
 Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja exibido o mandado ao respectivo 
diretor ou carcereiro, a quem será entregue cópia assinada pelo executor ou apresentada 
a guia expedida pela autoridade competente, devendo ser passado recibo da entrega 
do preso, com declaração de dia e hora. 
▪ Evita-se o encarceramento sem causa; 
 Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no próprio exemplar do mandado, se este 
for o documento exibido 
 Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição do juiz 
processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor 
do mandado. 
▪ Possibilidade de prisão por meio de precatória; 
 Caso de urgência - § 1o Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer 
meio de comunicação, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o valor da 
fiança se arbitrada. 
 Comunicação para requerimento da prisão deve ser autentica - § 2o A autoridade a quem 
se fizer a requisição tomará as precauções necessárias para averiguar a autenticidade da 
comunicação. 
 § 3o O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo máximo de 30 
(trinta) dias, contados da efetivação da medida. 
 Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do mandado de prisão 
em banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça para essa 
finalidade. 
▪ Viabiliza-se a prisão do procurado em todo o Brasil; 
 § 1o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no mandado de prisão 
registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da competência territorial do 
juiz que o expediu. 
 § 2o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que sem registro 
no Conselho Nacional de Justiça, adotando as precauções necessárias para averiguar a 
autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que a decretou, devendo este 
providenciar, em seguida, o registro do mandado na forma do caput deste artigo. 
 § 3o A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de cumprimento da medida 
o qual providenciará a certidão extraída do registro do Conselho Nacional de Justiça e 
informará ao juízo que a decretou. 
 § 4o O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII do art. 5o da 
Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, será 
comunicado à Defensoria Pública. 
 § 5o Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pessoa do executor 
ou sobre a identidade do preso, aplica-se o disposto no § 2o do art. 290 deste Código. 
 
4 
 § 6o O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do mandado de prisão a 
que se refere o caput deste artigo. 
 Caso de prisão em município diverso do de perseguição inicial - Art. 290. Se o réu, sendo 
perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor poderá 
efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à 
autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará 
para a remoção do preso.Legitimidade da perseguição - § 1o - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do 
réu, quando: 
▪ a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o tenha 
perdido de vista; 
▪ b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha passado, há 
pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure, for no seu 
encalço. 
 Eventuais dúvidas - § 2o Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para 
duvidar da legitimidade da pessoa do executor ou da legalidade do mandado que 
apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até que fique esclarecida a dúvida. 
▪ Custódia – verifica-se a regularidade da prisão, a pessoa detida fica sob custódia, 
ou seja, sob proteção; 
 Uso de força - Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em 
flagrante ou à determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o 
auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a 
resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas. 
 
MODALIDADES DA PRISÃO CAUTELAR 
 
Prisão temporária: 
• Modalidade da prisão cautelar; 
• Finalidade – assegurar uma eficaz IP, quando se tratar de apuração de infração penal grave; 
• Apenas a autoridade judiciária é competente para autorizar e expedir mandado de prisão contra 
alguém; 
• Regulado pela Lei 7.690/89; 
• Hipóteses que admitem - Art. 1° Caberá prisão temporária: 
 I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; 
 II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao 
esclarecimento de sua identidade; 
 III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na 
legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: 
▪ a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°); 
▪ b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°); 
▪ c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art121
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art148
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art157
 
5 
▪ d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°); 
▪ e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); 
▪ f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo 
único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940) 
▪ g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, 
caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940) 
▪ h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo 
único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940) 
▪ i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°); 
▪ j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal 
qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285); 
▪ l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal; 
▪ m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em 
qualquer de sua formas típicas; 
▪ n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976); 
▪ o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986). 
▪ p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. 
• Entende Nucci que é preciso que haja a combinação do inciso I ou II com o III; 
• Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade 
policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por 
igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. 
 Prazo – 5 dias – prorrogável por igual período; 
▪ Exceção – crime hediondo ou equiparado – sobe para 30 dias, prorrogável por + 
30; 
 Terminado o prazo – acusado deve ser solto; 
▪ Exceção – decretação da prisão preventiva, que passaria a viger após o término 
da temporária; 
 § 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela 
custódia deverá, independentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr 
imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação 
da prisão temporária ou da decretação da prisão preventiva. 
• § 1° Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o 
Ministério Público. 
• § 2° O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e prolatado dentro 
do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da representação ou do 
requerimento. 
• § 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do Advogado, determinar 
que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e esclarecimentos da autoridade policial 
e submetê-lo a exame de corpo de delito. 
• § 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias, uma das 
quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art158
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art159
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art213.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art223
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art223
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art223
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art214
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art223
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art223
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art223
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art219
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art223
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art223
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art219
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art267%C2%A71
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art288
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L2889.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L2889.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L2889.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6368.htm#art12
 
6 
• § 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o período de duração da prisão 
temporária estabelecido no caput deste artigo, bem como o dia em que o preso deverá ser 
libertado. 
• § 5° A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de mandado judicial. 
• § 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos previstos no art. 5° da 
Constituição Federal. 
• § 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do prazo de prisão 
temporária. 
 
Prisão em flagrante: 
• Modalidade de prisão cautelar, de natureza administrativa, realizada no instante em que se 
desenvolve ou termina de se concluir a infração penal; 
• Autorizado mesmo sem a expedição de mandado de prisão pela autoridade judiciária; 
• Fundamento – pode ser constatada a ocorrência do delito de maneira manifesta e evidente, 
sendo desnecessária para a finalidade cautelar e provisória a análise de um juiz de direto; 
• Exige-se apenas a aparência da tipicidade – não se exige valoração sobre ilicitude e 
culpabilidade; 
• Auto de prisão em flagrante – responsável pela formalização da detenção; 
 Realizado pela Polícia Judiciária; 
 Torna-se jurisdicional, quando o juiz tomando conhecimento da prisão em vez de relaxá-
la, considera legal; 
 Caso não seja feito o auto de prisão em flagrante, é possível impetrar habeas corpus 
contra a autoridade policial, perante o juiz de direito; 
• O perigo na demora no fato está presumido no prejuízo gerado à vítima ou que se estava 
desenvolvendo-se, com isso, cabe ao magistrado observar se a liberdadedo indivíduo pode gerar 
perigo; 
• Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) 
horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença 
do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do 
Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: 
 I - relaxar a prisão ilegal; ou 
 II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos 
constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as 
medidas cautelares diversas da prisão; ou 
 III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 
• Desse modo, o juiz não vai simplesmente manter a prisão em flagrante, será realizada alguma das 
medidas supracitadas; 
• Flagrante facultativo: 
 Qualquer pessoa do povo, inclusive a vítima, pode prender aquele que for encontrado em 
flagrante delito; 
 
7 
▪ Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes 
deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. 
• Flagrante obrigatório; 
 Policiais e seus agentes – dever de prender, do contrário responde criminal e 
funcionalmente pelo delito de descaso; 
 Obrigação 24 horas por dia; 
• Flagrante próprio/perfeito: 
 Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: 
▪ I - está cometendo a infração penal; 
▪ II - acaba de cometê-la; 
 Ocorre quando o agente está em pleno desenvolvimento dos atos executórios da infração 
penal ou quando terminou de concluir a prática de infração penal, ficando evidente a 
materialidade do crime e autoria; 
• Flagrante impróprio/imperfeito: 
 Art. 302: 
▪ III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer 
pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; 
• Logo após – indica que a perseguição deve se iniciar em ato contínuo à 
execução do delito; 
 Ocorre quando o agente conclui a infração e é preso em local diverso do cometimento, 
em virtude de ter fugido; 
 Perseguição pode demorar horas ou dias, desde que tenha iniciado logo após a prática 
do crime; 
• Flagrante presumido: 
 Art. 302 - IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que 
façam presumir ser ele autor da infração. 
▪ Logo depois – expressão que não comporta uma amplitude muito grande de 
tempo, sob pena de desconfigurar o instituto do flagrante; 
• Flagrante preparado ou provocado: 
 Agente provocador induz ou instiga alguém a cometer uma infração penal, somente para 
assim poder prendê-lo; 
▪ Crime impossível – inviável consumação; 
▪ Súmula 145 Enunciado Não há crime, quando a preparação do flagrante pela 
polícia torna impossível a sua consumação. 
• Flagrante forjado: 
 Totalmente artificial, pois composto por terceiro; 
 Fato atípico em vista que a pessoa presa jamais pensou ou agiu para compor qualquer 
trecho da infração penal; 
 Ex: policial coloca entorpecente no carro de pessoa X para depois prendê-lo – ilícito; 
• Flagrante esperado: 
 
8 
 Denúncia do crime – polícia se dirige ao local, o qual não tem certeza (pode ocorrer ou 
não); 
• Flagrante diferido ou retardado: 
 É a possibilidade que a polícia possui de retardar a realização da prisão em flagrante, para 
obter maiores dados e informações a respeito do funcionamento, dos componentes e da 
atuação de uma organização criminosa; 
• Flagrante nos crimes permanentes e habituais: 
 Crimes permanentes – único ato consuma, mas podem ser arrastar ao longo do período, 
continuando o processo de consumação; 
▪ Ex: sequestro; 
▪ Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito 
enquanto não cessar a permanência. 
 Crimes habituais: 
▪ Consumação através da prática de várias condutas, de modo a evidenciar um 
comportamento, um estilo de vida; 
▪ Necessário conjunto de ações; 
▪ Não gera flagrante, pois não é capaz de gerar um prolongamento na 
consumação; 
• Formalidades para a lavratura do auto de prisão em flagrante: 
 Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor 
(autoridade ou não que deu voz de prisão ao agente do fato criminoso) e colherá, desde 
logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em 
seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório 
do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas 
respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. 
 § 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade 
mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e 
prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, 
enviará os autos à autoridade que o seja. 
▪ Com a narrativa dos fatos, inicia-se a lavratura do auto; 
▪ Exceção – com a colheita formal dos depoimentos, observa a autoridade policial 
que a pessoa presa não é, aparentemente, culpada; 
• Afastada a autoria, tendo sido constatado o erro, não recolhe o sujeito, 
determinando sua soltura; 
▪ Instaura-se o IP para apurar todas as circunstancias da prisão; 
▪ Admissível o uso do princípio da insignificância, como meio para afastar a 
tipicidade. 
• Ora, se o delegado é o primeiro juiz do fato típico, sendo bacharel em 
Direito, concursado, tem perfeita autonomia para deixar de lavrar a prisão 
em flagrante se constatar a insignificância do fato. 
 
9 
• Ou, se já deu início à lavratura do auto, pode deixar de recolher ao cárcere 
o detido. 
• Lavra a ocorrência, enviando ao juiz e ao Ministério Público para a 
avaliação final, acerca da existência – ou não – da tipicidade. 
▪ Auto de prisão em flagrante – peça hábil a dar início ao inquérito policial, 
substituindo a portaria do delegado; 
 § 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, 
nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam 
testemunhado a apresentação do preso à autoridade. 
 § 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de 
prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura 
na presença deste. 
 § 4o Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a 
existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o 
contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. 
▪ Garantir amparo aos filhos; 
• Controle jurisdicional da prisão em flagrante: 
 Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados 
imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa 
por ele indicada. 
 § 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao 
juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de 
seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública. 
▪ Art. 310 – após a prisão em flagrante, no prazo de 24 horas haverá promoção da 
audiência de custódia, estando presente o advogado/defensor público e membro 
do Ministério Público; 
▪ Prazo se inicia quando a prisão se concretiza, ainda fora da delegacia de polícia; 
 § 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada 
pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das 
testemunhas. 
▪ Nota de culpa - documento informativo oficial, dirigido ao indiciado, 
comunicando-lhe o motivo de sua prisão, bem como o nome da autoridade que 
lavrou o auto, da pessoa que o prendeu (condutor) e o das testemunhas do fato. 
▪ Ausência de nota de culpa – ato abusivo do Estado, proporcionando o 
relaxamento da prisão em flagrante;Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou contra esta, no 
exercício de suas funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as 
declarações que fizer o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado 
pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a 
quem couber tomar conhecimento do fato delituoso, se não o for a autoridade que 
houver presidido o auto. 
 
10 
 Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será 
logo apresentado à do lugar mais próximo. 
• Audiência de custódia: 
 Em 24 horas, o juiz terá em suas mãos o auto de prisão em flagrante, o qual deverá analisar 
e manter a prisão, convertendo-a em preventiva ou relaxá-la se for ilegal; 
 Pode também conceder liberdade provisória ao preso, impondo as medidas alternativas 
do art. 319 do CPP; 
 Em seguida, em 24 horas após a prisão, é feita a audiência de custódia, como instrumento 
por meio do qual o preso é visualizado pelo magistrado; 
 
Prisão preventiva: 
• Medida cautelar de constrição à liberdade do indiciado ou réu, por razoes de necessidade, 
respeitado os requisitos dispostos em lei; 
• Requisitos: 
 Natureza da infração (algumas modalidades não admitem a prisão preventiva – Ex: crime 
culposo); 
 Probabilidade da condenação; 
 Perigo na demora; 
 Controle jurisdicional prévio; 
• Decretação da PP em qualquer momento da IP ou do processo penal - Art. 311. Em qualquer fase 
da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a 
requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da 
autoridade policial. 
 Legitimados a requerer: 
▪ MP; 
▪ Querelante; 
▪ Assistente; 
• Pode ser representado pela autoridade; 
 Em regra, a duração se dá durante a instrução, não podendo ultrapassar eventual decisão 
absolutória; 
 A prisão preventiva tem a finalidade de assegurar o bom andamento da instrução criminal, 
não podendo esta se prolongar indefinidamente, por culpa do juiz ou por atos 
procrastinatórios do órgão acusatório. 
▪ Se assim acontecer, configura constrangimento ilegal. 
 Deve-se terminar, em nível ideal, a instrução nos prazos fixados em lei. Porém, havendo 
fundamento para que tal não se dê, admite-se a prorrogação e, existindo prisão cautelar, 
adota-se o princípio da razoabilidade. 
▪ Além disso, deve-se respeitar a proporcionalidade, critério correlato, para que o 
tempo de segregação provisória não se torne o indevido cumprimento antecipado 
da pena. 
 
11 
▪ Cada caso concreto deve ser, isoladamente, analisado. Não se pode ter uma 
padronização. 
• Requisitos para a decretação da prisão preventiva: 
 3 requisitos: 
▪ Materialidade – prova da existência do crime; 
• Certeza que houve infração penal; 
▪ Indícios de autoria; 
• Suspeita fundada de que o indiciado ou réu é o autor da infração penal; 
▪ Uma das situações previstas no art. 312: 
• Garantia de ordem pública; 
o Observa-se gravidade concreta da infração + repercussão social + 
periculosidade do agente + antecedentes criminais + envolvimento 
com organização criminosa, etc. 
• Garantia de ordem econômica; 
o Busca punir aquele que realizou crime que gerou grande prejuízos 
econômicos; 
• Conveniência da instrução criminal; 
o Garante a existência do devido processo legal, nos seu aspecto 
procedimental; 
• Garantia de aplicação da lei penal; 
o Significa assegurar a finalidade útil do processo penal, que é 
proporcionar ao Estado o exercício do seu direito de punir, 
aplicando a sanção devida a quem é considerado autor de 
infração penal; 
 Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da 
ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação 
da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e 
de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. 
• Fundamentação da prisão preventiva: 
 Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre 
motivada e fundamentada. 
▪ Caso de coautoria ou participação – deve individualizar fundamentos e 
motivação; 
 § 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer outra cautelar, o 
juiz deverá indicar concretamente a existência de fatos novos ou contemporâneos que 
justifiquem a aplicação da medida adotada. 
 § 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, 
sentença ou acórdão, que: 
▪ I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem 
explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; 
 
12 
▪ II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto 
de sua incidência no caso; 
▪ III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; 
▪ IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em 
tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; 
▪ V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus 
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta 
àqueles fundamentos; 
▪ VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado 
pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a 
superação do entendimento. 
• Circunstâncias legitimadores e impeditivas da prisão preventiva: 
 Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão 
preventiva: 
▪ I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 
4 (quatro) anos; 
• Descarta para crimes culposos ou contravenções penais; 
▪ II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em 
julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei 
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; 
• Necessário que a condenação tenha sido em crime doloso; 
▪ III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, 
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução 
das medidas protetivas de urgência; 
 § 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade 
civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, 
devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo 
se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. 
 § 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de 
antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação 
criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia. 
 Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas 
provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas 
nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 
- Código Penal. 
▪ Estado de necessidade, legítima defesa, exercício regular de direito e estrito 
cumprimento do dever legal; 
• Modificações fáticas da situação determinante da prisão ou soltura do réu: 
 Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no 
correr da investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, 
bem como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. 
 
13 
 Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão 
revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão 
fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal. 
▪ Como a prisão preventiva não tem prazo para terminar, é necessárioque haja a 
revisão a cada 90 dias, sob pena de gerar constrangimento ilegal; 
 
Prisão decorrente de pronúncia: 
• Ao decidir sobre a admissibilidade da acusação, optando-se por remeter o caso ao julgamento 
pelo Tribunal do Júri, deve o magistrado se manifestar acerca da possibilidade de o réu aguardar 
solto o seu julgamento; 
• Art. 413 - § 3o O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou 
substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se 
de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de quaisquer das 
medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código. 
 Prisão por pronuncia é uma exceção, sendo lastreada, quando decretada, nos requisitos 
da prisão preventiva; 
• Outro ponto pacífico na jurisprudência é que, se o acusado teve a prisão preventiva decretada, 
permanecendo recolhido ao longo da instrução, não há, como regra, motivo para ser solto 
justamente quando a pronúncia é proferida. 
• Eventualmente, havendo motivo para revogar a preventiva, pode o juiz reavaliar o caso, 
colocando o acusado em liberdade. 
• E mais, se o réu foi preso cautelarmente, assim aguardando até a pronúncia, nesta decisão basta 
que o magistrado mencione que continuará preso pelos mesmos motivos já expostos 
anteriormente, sendo desnecessário fundamentar mais uma vez. 
 
Prisão decorrente de sentença condenatória recorrível: 
• Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: § 1o O juiz decidirá, fundamentadamente, 
sobre a manutenção ou, se for o caso, a imposição de prisão preventiva ou de outra medida 
cautelar, sem prejuízo do conhecimento de apelação que vier a ser interposta. 
 Réu que aguarda preso, caso seja imposto o regime fechado, deve continuar detido 
enquanto ocorre o julgamento do recurso; 
 Se for imposto regime aberto – não tem porque manter regime fechado; 
 
Medidas cautelares alternativas à prisão: 
• Espécies de medidas cautelares: 
 Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: 
▪ I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, 
para informar e justificar atividades; 
▪ II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por 
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer 
distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; 
 
14 
▪ III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por 
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela 
permanecer distante; 
▪ IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja 
conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; 
• Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às 
autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, 
intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo 
de 24 (vinte e quatro) horas. 
▪ V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o 
investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; 
▪ VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza 
econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a 
prática de infrações penais; 
▪ VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com 
violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-
imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; 
▪ VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a 
atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência 
injustificada à ordem judicial; 
▪ IX - monitoração eletrônica. 
 § 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, 
podendo ser cumulada com outras medidas cautelares. 
▪ Caráter cumulativo com as hipóteses do art. 319; 
• Decretação das medidas cautelares: 
 Art. 282 - § 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das partes 
ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial 
ou mediante requerimento do Ministério Público. 
▪ Não há decretação de ofício – necessário requerimento; 
 § 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao 
receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, para 
se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias, acompanhada de cópia do requerimento e das 
peças necessárias, permanecendo os autos em juízo, e os casos de urgência ou de perigo 
deverão ser justificados e fundamentados em decisão que contenha elementos do caso 
concreto que justifiquem essa medida excepcional. 
▪ Será aberto o contraditório caso possível; 
 § 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua 
substituição por outra medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o não 
cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá ser justificado de forma 
fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma individualizada. 
• Requisitos para decretação das medidas cautelares: 
 
15 
 Necessidade; 
▪ Para aplicação da lei penal; 
• Possibilidade de fuga do agente; 
▪ Para investigação ou instrução criminal; 
• Evitar que o réu perturbe a colheita de provas; 
▪ Para evitar prática de outros crimes; 
• Obs. Requisitos alternativos; 
 Adequabilidade; 
▪ Gravidade do crime; 
▪ Circunstâncias do fato; 
▪ Condições pessoais do indiciado ou acusado; 
• Descumprimento da medida cautelar: 
 Art. 282 - § 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, 
mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá 
substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão 
preventiva, nos termos do parágrafo único do art. 312 deste Código. 
 § 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida cautelar ou substituí-
la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se 
sobrevierem razões que a justifiquem. 
 
Prisão domiciliar: 
• Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência, 
só podendo dela ausentar-se com autorização judicial. 
 É uma prisão cautelar preventiva em residência; 
• Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: 
 I - maior de 80 (oitenta) anos; 
 II - extremamente debilitado por motivo de doença grave; 
 III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou 
com deficiência; 
 IV - gestante; 
 V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; 
 VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos 
de idade incompletos. 
• Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos neste 
artigo. 
• Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por 
crianças ou pessoas com deficiência será substituída (caráter obrigatório) por prisão domiciliar, 
desde que: 
 I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; 
 II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente. 
 
16 
• Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A poderá ser efetuada sem prejuízo da 
aplicação concomitante das medidas alternativas previstas no art. 319 deste Código. 
 Podem ser aplicadas cumulativamente; 
 Ex: possibilidade de monitoramento eletrônico da detenta; 
 
LIBERDADEPROVISÓRIA 
 
Conceito: 
• É a liberdade concedida, em caráter provisório, ao indiciado ou réu, preso em decorrência prisão 
em flagrante, que, por não necessitar ficar segregado, em homenagem ao princípio da 
presunção de inocência, deve ser liberado, sob determinadas condições. 
 Aguarda julgamento solta; 
 Paga ou não fiança; 
• Instituto compatível com a prisão em flagrante, mas não com a prisão preventiva ou temporária; 
• Fundamento: 
 Art. 5º - LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a 
liberdade provisória, com ou sem fiança; 
 Prisão é a exceção e a liberdade a regra; 
 
Liberdade provisória com fiança: 
• Fiança – garantia real; 
• Pagamento em dinheiro para assegurar direito de permanecer em liberdade no transcurso do 
processo penal; 
• Finalidade: 
 1) Assegurar a liberdade do indiciado, enquanto ocorre o IP ou processo penal, desde que 
preenchidos os requisitos legais; 
 2) Garantir pagamento das despesas processuais; 
 3) Garantir pagamento da indenização gerada pelo crime; 
 4) Pagar prestação pecuniária, caso seja necessário; 
 5) Pagar eventual multa; 
• Impossibilidade de concessão de fiança: 
 Art. 323. Não será concedida fiança: 
▪ I - nos crimes de racismo; 
▪ II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e 
nos definidos como crimes hediondos; 
▪ III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático; 
 Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: 
▪ I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente 
concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se 
referem os arts. 327 e 328 deste Código; 
 
17 
• Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer 
perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do 
inquérito e da instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu não 
comparecer, a fiança será havida como quebrada. 
• Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da 
fiança, mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade 
processante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem 
comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado. 
▪ II - em caso de prisão civil ou militar; 
• Civil – devedor de alimentos; 
▪ IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva 
(art. 312). 
 Obs. Esses delitos não comportam liberdade provisória por meio de fiança, mas pode 
ocorrer liberdade provisória sem fiança; 
 CTB - Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte 
vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e 
integral socorro àquela. 
 
Valor da fiança: 
• Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites: 
 I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa 
de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos; 
 II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de 
liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. 
• § 1º Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser: 
 I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; 
▪ Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica 
do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações 
constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for o 
caso. 
▪ Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das 
obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4o do art. 282 deste 
Código. 
 II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou 
 III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes 
• Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consideração a natureza da 
infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado, as circunstâncias 
indicativas de sua periculosidade, bem como a importância provável das custas do processo, até 
final julgamento. 
 Natureza da infração – observar circunstâncias legais de aumento ou diminuição de pena; 
 Condições pessoais de fortuna – analisa-se a condição econômica do beneficiário; 
 
18 
 Vida pregressa do acusado – antecedentes criminais; 
 Periculosidade – vida pregressa + gravidade do crime; 
 Provável importância das custas – pensa-se apenas nas custas do processo e não na 
indenização e multa; 
• Caso o juiz verifique que a parte é pobre – poderá conceder liberdade provisória sem fiança; 
 Os financeiramente abonados devem ter sua fiança aumentada; 
 
Condições da fiança: 
• 1) Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a 
autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para 
o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida como quebrada. 
• 2) Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de 
residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) 
dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado. 
 Ausência prolongada pode sinalizar uma possibilidade de fuga – fato incompatível com a 
liberdade provisória; 
• 3) obrigação de não tornar a cometer infração penal dolosa durante a vigência da fiança (art. 
341, V, CPP); 
• 4) obrigação de não obstruir ao andamento do processo (art. 341, II, CPP); 
• 5) obrigação de cumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança (art. 341, III, 
CPP); 
• 6) obrigação de cumprir ordem judicial (art. 341, IV, CPP). 
 
Fiança definitiva: 
• Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras, objetos 
ou metais preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual ou municipal, ou em hipoteca 
inscrita em primeiro lugar. 
• § 1o A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais preciosos será feita imediatamente 
por perito nomeado pela autoridade. 
 Fiança é definitiva, pois todas as verificações são feitas antes da concessão da liberdade 
provisória; 
• § 2o Quando a fiança consistir em caução de títulos da dívida pública, o valor será determinado 
pela sua cotação em Bolsa, e, sendo nominativos, exigir-se-á prova de que se acham livres de 
ônus. 
• Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido prestada por meio de hipoteca, a execução será 
promovida no juízo cível pelo órgão do Ministério Público. 
 Execução da hipoteca será feita no juízo cível – legitimidade do MP; 
• Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia, haverá um livro especial, com termos de 
abertura e de encerramento, numerado e rubricado em todas as suas folhas pela autoridade, 
destinado especialmente aos termos de fiança. O termo será lavrado pelo escrivão e assinado 
pela autoridade e por quem prestar a fiança, e dele extrair-se-á certidão para juntar-se aos autos. 
 
19 
• Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão pelo escrivão notificados das obrigações e 
da sanção previstas nos arts. 327 e 328, o que constará dos autos. 
• Prisão em flagrante/mandado - Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será competente para 
conceder a fiança a autoridade que presidir ao respectivo auto, e, em caso de prisão por 
mandado, o juiz que o houver expedido, ou a autoridade judiciária ou policial a quem tiver sido 
requisitada a prisão. 
 Mandado – competente para decidir sobre a fiança é a autoridade judiciária que 
determinou ou a quem foi requisitada a prisão; 
 Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivomandado. 
▪ Parágrafo único. O mandado de prisão: 
• d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração; 
• Desnecessidade de oitiva do MP para concessão de fiança: 
 Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida independentemente de 
audiência do Ministério Público, este terá vista do processo a fim de requerer o que julgar 
conveniente. 
▪ MP pode: 
• Requerer reforço da fiança (art. 340); 
• Recorrer da concessão da fiança; 
• Concessão da fiança: 
 Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença 
condenatória. 
 Pode ser prestada desde a prisão em flagrante até o trânsito em julgado da decisão 
condenatória; 
• Retardamento na concessão: 
 Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial a concessão da fiança, o preso, 
ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante simples petição, perante o juiz 
competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. 
▪ Não precisa aguardar a autoridade policial decidir – pode encaminhar seu desejo 
ao juiz; 
▪ Basta simples pedido direcionado ao magistrado – não precisa impetrar habeas 
corpus; 
▪ Se o magistrado negar – cabe habeas corpus junto ao tribunal; 
• Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, da 
indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for condenado. 
• Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescrição depois da sentença 
condenatória; 
 
Consequências da fiança: 
• Fiança sem efeito: 
 Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sentença que houver 
absolvido o acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor que a constituir, 
 
20 
atualizado, será restituído sem desconto, salvo o disposto no parágrafo único do art. 336 
deste Código. 
▪ Haverá restituição ao acusado; 
• Fiança inidônea e cassação da fiança: 
 Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será cassada em qualquer 
fase do processo. 
▪ Fiança inidônea – aquela que não poderia ter sido concedida, seja porque a lei 
proíbe, seja porque os requisitos legais não foram corretamente preenchidos; 
▪ Cassação da fiança – ocorre quando a autoridade judiciária percebe ter sido 
incabível a fixação – pode haver de ofício ou a requerimento do MP; 
• Art. 339. Será também cassada a fiança quando reconhecida a existência 
de delito inafiançável, no caso de inovação na classificação do delito. 
• Ex: Acreditava-se (na polícia ou em juízo) que a infração era afiançável, 
porém, depois de oferecida a denúncia ou mesmo de um aditamento, 
nota-se não ser o caso. Exemplo: a autoridade policial, crendo tratar-se do 
delito previsto no art. 38 da Lei 11.343/2006 (um médico ministra, 
culposamente, droga em excesso ao paciente) fixa fiança para quem foi 
preso em flagrante. Entretanto, o promotor o denuncia por tráfico ilícito de 
entorpecentes (art. 33 da mesma Lei), convencendo-se ter havido dolo na 
conduta. Cabe a cassação da fiança, que foi indevidamente concedida, 
mesmo porque é vedada para esse tipo de delito. O valor será restituído a 
quem o recolheu; 
• Reforço da fiança: 
 Valor recolhido foi insuficiente; 
 Art. 340. Será exigido o reforço da fiança: 
▪ I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente; 
▪ II - quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipotecados ou 
caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas; 
• Ex: tinha valor X, mas com a desvalorização passa a ter ½ de X – tem que 
complementar; 
▪ III - quando for inovada a classificação do delito. 
• Embora alterada a classificação do delito, admite-se fiança – no entanto, 
o delito é mais grave, logo deve haver complementação; 
 Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à prisão, quando, na 
conformidade deste artigo, não for reforçada. 
• Quebra da fiança: 
 Quebra da fiança é sempre decretada pelo juiz, nunca pela autoridade policial; 
 Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: 
▪ I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo 
justo; 
▪ II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo; 
 
21 
• Pode gerar causa para a decretação da prisão preventiva; 
▪ III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança; 
▪ IV - resistir injustificadamente a ordem judicial; 
▪ V - praticar nova infração penal dolosa. 
 Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em que se declarou quebrada a fiança, 
esta subsistirá em todos os seus efeitos 
 Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de metade do seu 
valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for 
o caso, a decretação da prisão preventiva. 
• Restauração da fiança: 
 Uma vez cassada a fiança autoriza-se o recurso em sentido estrito (art. 581, V, CPP); 
 Tribunal pode dar provimento ao recurso e restaurar a fiança; 
 Pode o juiz em juízo de retratação rever a decisão e restaurar a fiança; 
 Recurso em sentido estrito não tem efeito suspensivo – caso haja um constrangimento – 
cabe habeas corpus; 
• Perda da fiança: 
 Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o 
acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena definitivamente 
imposta. 
 Quando é condenado à pena privativa de liberdade, o oficial ou a autoridade 
encarregada de prendê-lo dirige-se ao local onde disse que estaria, não devendo haver 
frustração. Se lá não se encontrar é porque rompeu tal compromisso, sendo por isso 
sancionado com a perda total desse valor. O mesmo pode ocorrer se o sentenciado for 
intimado a cumprir pena restritiva de direitos e não o fizer. 
 Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as custas e mais encargos a 
que o acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei. 
▪ Nessa situação, abate-se do valor da fiança as custas (se houver), a indenização 
do dano (quando existente), a prestação pecuniária (se estabelecida) e a multa 
(se foi fixada). 
 Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas no art. 345 deste 
Código, o valor restante será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei. 
• Restituição da fiança: 
 Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345 (perda da fiança, o saldo será entregue a 
quem houver prestado a fiança, depois de deduzidos os encargos a que o réu estiver 
obrigado. 
 
Liberdade provisória sem fiança: 
• 1) Art. 310, § 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato 
em qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao 
 
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acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos 
processuais, sob pena de revogação. 
 Poderá haver liberdade provisória sem fiança; 
• 2) quando o magistrado verificar, pelo auto de prisão em flagrante, a inocorrência de qualquer 
das hipóteses que autorizem a prisão preventiva (art. 310, III, CPP) e não for cabível a fiança. 
 Não há, nesse caso, periculum in mora. A medida cautelar, que foi a lavratura do flagrante, 
não mais se justifica, uma vez que seu contraponto, a preventiva, não preenche seus 
requisitos; 
• 3) quando o réu for pobre e não puder arcar com o valor da fiança (art. 350, CPP). 
 Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do 
preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes 
dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for o caso. 
 Não seria mesmo justo que o rico fosse beneficiado pela liberdadeprovisória e o pobre 
ficasse preso, unicamente por não dispor de recursos para custear a fiança. 
 Estarão, nesse caso, sempre presentes as condições fixadas nos arts. 327 (comparecimento 
a todos os atos e termos do processo ou inquérito) e 328 (mudança de residência, sem 
prévia autorização ou ausência da residência por mais de oito dias, sem fornecer o 
paradeiro).

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