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Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Ele possibilita diversas formas de interação com o conteúdo, a qualquer hora e de qualquer lugar. Mas na versão impressa, alguns conteúdos interativos são perdidos, por isso, fique atento! Sempre que possível, opte pela versão digital. Bons estudos! De acordo com Choi et al. (2011), a Libras tem uma representação muito forte entre as pessoas surdas em virtude das três funções principais que assume: 1. Símbolo de identidade 2. Meio de interação 3. Depositário de conhecimento cultural Com base nisso, esta webaula abordará a contribuição da Libras na construção da identidade surda. Libras: uma língua em comum Por meio do uso de uma língua em comum, as pessoas surdas: aproximam-se e interagem criam formas de dialogar desenvolvem-se culturalmente compartilham aprendizados Para além da língua de sinais, a identificação entre os sujeitos surdos ocorre por diversos fatores, tais como as experiências visuais, uma mesma história de lutas, tradições, costumes e interesses semelhantes etc. (STROBEL, 2007). A partir dessa aproximação, criam grupos conhecidos como "comunidades surdas” (BRASIL, 2002) ou "povo surdo" (STROBEL, 2007). Libras – Língua Brasileira de Sinais Identidade surda Unidade 1 – Seção 4 Imprimir Assim como a Libras não é determinante para definir uma comunidade surda, o caráter biológico da perda auditiva também não o é. De acordo com Maher (1998) e Silva (2000), a identidade surda não está relacionada a uma essência biológica, linguística ou racial, pois, para tais autores, o conceito de identidade se refere a um "constructo sócio-histórico" (MAHER, 1998, p. 117), cuja diferença é fabricada no discurso através das relações culturais e sociais. Fonte: iStock. A identidade é construída na interação, pois face ao outro o sujeito estabelece a diferença entre "nós" e "eles", ou seja, no caso dos surdos, trata-se da diferença entre ouvintes e surdos e, também, das negativas, uma vez que ser surdo significa não ser ouvinte. Conforme Silva (2000), as diferenças que regulam o conceito de identidade não são ingênuas, pois estão ligadas a relações de poder que podem ser vislumbradas de forma negativa, por meio da exclusão ou marginalização do outro, ou positiva, quando a diversidade é celebrada como situação enriquecedora. Importa destacar que a construção da identidade não se restringe ao contexto surdo/ouvinte. As identidades são formadas pelo sentimento de pertencimento a um grupo, seja em virtude de raça, religião, nacionalidade, gênero, classe social, filiação política etc. Identidades surdas Não existe uma única identidade surda, mas, sim, várias. Não é possível fixar as identidades surdas em um número fechado, pois são inúmeras suas formas de manifestação. Segundo a pesquisadora surda Perlin (1998), é possível enumerar ao menos cinco modelos de identidades: 1. Identidade surda Aqueles que vivenciam o mundo por meio de experiências visuais e da Libras desde a tenra infância e, geralmente, estão ativamente envolvidos na militância surda. De maneira mais ampla, o artigo 2º do Decreto nº 5.626 manifesta que, para fins legais de suas determinações, considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais – Libras. — Fonte: Brasil (2005). “ ” Segundo Choi et al. (2011, p. 28), quando convivem com a comunidade surda, os surdos assumem e valorizam a identidade e cultura surda, aprendendo a lidar com a surdez enquanto diferença, não aceitando serem chamados ou tratados como deficientes. Assim, como afirma a autora surda Strobel (2007, p. 34) "respiram com mais orgulho a riqueza de suas condições culturais" e o fato de se assumirem e se autoafirmarem surdos. Para visualizar o vídeo, acesse seu material digital.
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