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PERITONITE INFECCIOSA FELINA

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INFECÇÃO PELO CORONAVÍRUS 
FELINO – ENTERITE EPIF 
 
etiologia 
O Coronavírus felino (CoVF) é um 
Alphacoronavirus pertencente à família 
Coronaviridae (CVC) com as seguintes 
características: 
-Grande; 
-Esférico; 
-Envelopado (sensível a detergentes, 
desinfetantes comuns, etc); 
-Apresenta filamento único de RNA; 
-Apresenta uma simetria helicoidal; 
-Contém proteínas inseridas em seu 
envelope denominadas de Spikes (alvos 
imunológicos); 
-Realiza replicação no citoplasma. 
 
Mesmo sendo um vírus sensível a maioria dos 
desinfetantes, ele é capaz de resistir ao pH 
estomacal. 
Fora do hospedeiro sofre inativação em 24 
horas quando exposta a temperatura 
ambiente. Porém, em caixas de areia 
(umidade) pode manter-se viável durante 7 
semanas. 
 
Teorias sobre as mutações 
Atualmente existem duas teorias: 
-Coexistência do CoVF virulento (menor 
quantidade) e do avirulento; 
-Mutação/recombinação (alteração na 
sequência de bases do genoma) do CoVF no 
hospedeiro (gatos persistentemente 
infectados, apresentam maior susceptibilidade) 
se tornando o vírus virulento. 
Como não se sabe ao certo o que acontece, 
o ideal é evitar que gatos com PIF convivam 
com outros gatos. 
 
SOROTIPOS DO CORONAVÍRUS FELINO 
Temos: 
-CoVF do tipo I: são cepas felinas; 
-CoVF do tipo II: são uma recombinação do 
CoVF do tipo I com o Coronavírus canino 
(CoVC). 
OBS: uma possibilidade é que quando o CoVC 
acessa o gato ele pode encontrar o CoVF do 
tipo I, se associar a ele e introduzir um tipo de 
coronavírus diferente. 
O Corona vírus entérico (CoVF) e o Vírus da 
PIF (FIPV) não são distinguíveis 
sorologicamente. 
OBS: a maior parte dos vírus virulentos são 
do os CoVF do tipo II. Estudo mostraram que 
eles perdem uma sequência de bases (gene 
3c). 
 
POSSÍVEIS DESFECHOS PARA A 
INFECÇÃO PELO CoVF 
5 a 10% dos gatos são resistentes 
naturalmente a infecção pelo CoVF. Nesse 
caso, os vírus não são capazes de entrar nas 
células. 
O coronavírus felino mais presente no 
ambiente é o coronavírus entérico felino (não 
mutável) que causa uma enterite leve ou nada 
(70%). Geralmente esses animais passam 
despercebidos. 
Cerca de 13% dos gatos que se infectam com 
CoVF apresentam uma infecção persistente 
(a diarreia vai e volta). 
Nos casos de infecção persistente, 
normalmente tentamos esgotar tudo primeiro: 
-Descartar verminoses (fazemos 
vermífugo); 
-Descartar diarreia primária por disbiose 
bacteriana (fazemos antibiótico); 
-Descartar doença inflamatória intestinal ou 
linfoma alimentar. 
Diante disso, acabamos perdendo a chance de 
diagnosticar esse gato. Com isso esse gato 
pode seguir por dois caminhos: 
-Continuar com a infecção persistente; 
-Progredir para a PIF, por meio da mutação do 
CoVF. 
e ele posteriormente podendo adquirir a PIF, 
pela mutação do CoVF. 
1 a 3% dos gatos desenvolvem a PIF (doença 
sistêmica grave, imunomediada, progressiva e 
fatal). 
 
 
epidemiologia 
A morbidade raramente excede 10% para 
infecção pela corona. 
A letalidade é considerada 100% na PIF. 
Gatos de todas as idades são susceptíveis à 
infecção pelo VPIF, porém a incidência é maior 
entre 6 meses a 5 anos de idade, com um 
segundo pico após os 10 anos de idade. 
OBS: a idade crítica é de 6 meses a 2 anos, 
por conta do desmame, sistema imune imaturo 
e eventos estressantes (vacinação, 
castração, etc). 
Além disso, os gatos são mais propensos a 
desenvolver PIF após o primeiro contato com 
o CoVF (mais provável de ocorrer quando ainda 
são filhotes). 
Gatos de raças puras apresentam maior risco 
de ter PIF do que os mestiços, talvez porque 
a criação desses animais esteja associada à 
perda da diversidade genética, de modo que 
seu sistema imune pode não ser tão forte 
como o dos mestiços. 
 
INCIDÊNCIA DA PIF 
Sabe-se que o tratamento da PIF tem um alto 
custo. Atualmente, essa doença acomete 
principalmente os gatos que encontram-se 
em gatis e aqueles que apresentam acesso a 
rua. 
A maioria desses gatos são provenientes de 
pessoas com baixo poder aquisitivo, desta 
forma o tratamento e a prevenção ficam 
difíceis de acessar. 
Se mesmo castrado, o gato tiver acesso a rua 
ele ainda continua apresentando risco de 
adquiri a PIF. 
 
 
MECANISMOS DE TRANSMISSÃO 
VIAS DE ELIMINAÇÃO 
CoVF entérico: fecal; 
VPIF: fecal, respiratória, oral, geniturinária. 
 
VIAS DE ELIMINAÇÃO 
Oral ou respiratória, sob condições de contato 
íntimo (especialmente pela via fecal-oral). 
 
FONTES DE INFECÇÃO 
CoVF entérico: fezes; 
VPIF: fezes e outras secreções de gatos 
infectados. Fômites e caixas de areia podem 
deixar o vírus viável por até 7 semanas. 
 
PERITONITE INFECCIOSA FELINA 
(PIF) 
Pré-requisitos para a ocorrência de PIF: 
-Vírus virulento (é necessário que o vírus seja 
o virulento. No caso do CoVF ele precisa sofre 
mutação es se tornar o vírus da PIF); 
-Carga infectante elevada; 
-Imunidade humoral alta e imunidade celular 
incompetente. 
OBS: Existe uma vacina para PIF, porém ela é 
não recomendada, pois ela faz com que o 
animal desenvolva imunidade humoral, ou seja, 
predispõe o animal a PIF. 
Como a vacina induz a produção de anticorpos, 
os mesmos se ligam ao vírus (opsonização), 
facilitando a fagocitose pelos macrófagos 
(célula alvo dos vírus). 
Além disso, gatos FELV positivos estão 
susceptíveis a desenvolver PIF, pois essa 
doença causa uma imunidade incompetente. 
PATOGENIA DA PIF 
Após o animal entrar em contato com o CoVF 
entérico ele segue diretamente para o epitélio 
intestinal onde se replicará. No caso do CoVC, 
ele se replica primeiramente nas tonsilas e 
posteriormente alcança o epitélio intestinal. 
Após alcançar as células intestinais, eles 
migram para os linfonodos regionais (CoVC por 
arrasto e CoVF entérico porque ele quer). 
Posteriormente, o vírus da PIF infecta 
monócitos e macrófagos em grande 
quantidade e acaba se disseminando. 
OBS: Componentes da imunidade humoral 
(Humores): Imunoglobulinas (Ac), Sistema 
complemento, Cascata de coagulação. 
Imunidade celular: Linfócitos T citotóxicos, 
Células Natural Killer, Linfócitos, etc. 
 
Pif efusiva (úmida) 
Quando o gato apresenta imunidade humoral 
aumentada e apresentam uma imunidade 
celular incompetente, ele desenvolve PIF 
efusiva. 
 
Pif não-efusiva (seca) 
Nos casos em que o gato apresente uma 
imunidade celular parcialmente protetora 
(tenta controlar e causa mais lesão do que 
ajuda – piogranulomas vasculares), porém 
não neutralizante, o animal desenvolve a PIF 
não-efusiva. 
São os piogranulomas vasculares que dão o 
diagnóstico da PIF, porém só é identificado na 
necropsia. 
 
Pif mista 
O que mais vemos na prática é a PIF mista, pois 
existe a hipótese que os animais que no 
primeiro momento fizeram efusão, eles 
tentaram mudar a imunidade celular que não 
estava pronta. Consequentemente ocorre a 
formação dos piogranulomas vasculares. 
 
Papel dos macrófagos infectados pelo 
covf 
Os macrófagos infectados pelo CoVF liberam: 
-IL-6 (interleucina 6); 
-IL-1 beta; 
-Metaloproteinase da matriz (MMP-9); 
-TNF-alfa (Fator de necrose tumoral alfa). 
 
IL-6 
No inicio da infecção a IL-6 estimula a liberação 
de proteínas de fase aguda (como a 
glicoproteína ácida – AGP) pelos hepatócitos. 
O aumento de proteínas de fase aguda 
estimula: 
-Os processos inflamatórios vasculares; 
-Proliferação e diferenciação de linfócitos 
B em plasmócitos levando a um quadro de 
hipergamoglobulinemia (aumento de Ac). 
OBS: a produção de anticorpos auxilia o vírus a 
se proliferar, pois facilita a sua entrada nos 
macrófagos. 
 
TNF-ALFA 
É liberada pelos macrófagos nas fases inicias 
e pelos linfócitos nas fases tardias. 
O TNF-alfa promove: 
-A resposta inflamatória; 
-Linfopenia, pois promove a apoptose dos 
linfócitos T CD8+ (apresenta efeito antiviral – 
participa da resposta celular); 
-Caquexia (o animal entra em um estado 
catabólico pelo excesso de TNF-alfa). 
IL-1 
A IL-1 promove: 
-Ativação das células B e T; 
-Febre (principal pirógeno);-Contribui para a resposta inflamatória. 
OBS: a febre tem importância para o 
organismo, pois a temperatura ideal para o 
funcionamento das enzimas é mais alta. 
 
METALOPROTEINASE DA MATRIZ (MMP) 
As MMP são endopeptidades dependentes de 
zinco capazes de realizar o desdobramento 
das proteínas da matriz extracelular (deixa a 
matriz frouxa). 
Acredita-se que a MMP-9 (produzida pelo 
macrófago infectado) é responsável pelo 
extravasamento dos vasos sanguíneos 
(Efusão). 
 
Lesão 
A opsonização do vírus (marcação dos vírus 
com anticorpos) favorece a sua penetração 
em monócitos. 
Desta forma complexo antígeno-anticorpo + 
monócitos e macrófagos infectados levam a 
vasculite piogranulomatosa. 
O piogranuloma (lesão clássica da PIF) 
apresenta uma população mista de neutrófilos, 
macrófagos e outras células 
 
PIF EFUSIVA 
SINAIS CLÍNICOS 
No primeiro momento temos sinais 
inespecíficos, como: 
-Febre intermitente crônica que não responde 
a antibióticos: 39ºC e 41ºC, durante 2 a 5 
semanas; 
-Anorexia; 
-Inatividade; 
-Perda progressiva de peso; 
-Diarreia; 
-Desidratação. 
Começa a aparecer os sinais específicos, 
quando se tem os edemas (vasculite). 
Aproximadamente 60% dos gatos 
desenvolvem icterícia causada por hemólise 
(bilirrubina não conjugada), normalmente sem 
alterações de enzimas hepáticas. 
Por conta das células de Kupffer serem 
altamente ativas na patogenia PIF, temos a 
vasculite piogranulomatosa dos vasos 
hepáticos. 
Consequentemente as lesões hepáticas, 
podemos encontrar um aumento de ALT 
(melhor pra avaliar gatos) e AST. 
A caquexia pode levar a lipidose hepática, 
consequentemente ao aumento dos 
hepatócitos os canalículos são comprimidos. 
Desta forma, podemos ver o aumento de FA 
(primeiro a aumentar quando a lesão primária 
é em hepatócitos). 
 
LESÕES MACROSCÓPICAS 
Liquido cavitário com as seguintes 
características: 
-Viscoso (por ser rico em proteína); 
-Flocoso (pois está cheio de fibrina); 
-Geralmente sem sangue; 
-Coloração Âmbar. 
As superfícies serosas podem ter aspecto 
granular (recobertas com exsudato 
serofibrinoso, branco, placóide e multifocal, 
mais evidente em fígado e baço). 
Os focos brancos elevados sobre as serosas, 
podem se estender para o interior dos órgãos. 
 
RINS 
Os rins podem estar aumentados de volume e 
apresentar nódulos (piogranulomas). Podem 
estar hemorrágicos (coloração escura) por 
conta da vasculite. 
O dano endotelial pode contribuir, também, para 
a CID, observando nos estágios finais da 
doença. 
 
olhos 
Por conta da vasculite os vasos sanguíneos 
dos olhos aumentam e levam a uma alteração 
de coloração dos olhos (cor ferruginosa). 
 
PIF não-EFUSIVA 
SINAIS CLÍNICOS 
Os locais alvo principais na PIF não-efusiva são: 
olhos, sistema nervoso central e rins. 
 
Sinais oculares 
Os animais com PIF não-efusiva podem ter os 
seguintes sinais: 
-Irite (mais comum): é a alteração da cor da 
íris (fica acastanhada ou verdes) provocada 
pela vasculite em vasos sanguíneos do olho. 
-Delineamento na vasculatura da retina: linhas 
acinzentadas indistintas de cada lado do vaso 
sanguíneo; 
-Piogranulomas na retina (alguns casos); PIF 
infecção micobacteriana; 
-Deposito de grande quantidade de células e 
proteínas inflamatórias na câmara anterior, 
atrás da córnea (precipitados ceráticos). 
-Edema corneano; 
-Turvação do humor aquoso; 
-Hifiema (sangue na câmara anterior do olho); 
-Hipópio (pus na câmara anterior do olho). 
 
Sinais neurológicos 
Os sinais neurológicos irão depender da área 
de acometimento do SNC. 
OS sinais clínicos mais comuns são: 
-Ataxia (cerebelar, espinal, proprioceptiva geral 
ou vestibular central); 
-Incoordenação progressiva (cerebelo); 
-Hiperestesia toracolombar; 
-Nistagmo; 
-Anisocoria; 
-Mudanças no comportamento; 
-Apreensão; 
-Tetraparesia; 
-Tremores. 
 
lesões 
As lesões consistem de vasculite por 
deposição de imuno-complexos. 
Falhas na resposta imune celular em destruir o 
vírus faz com que formem-se múltiplos 
granulomas no interior do SNC (por 
macrófagos infectados). 
Nos animais em que a doença causa meningite, 
os sinais clínicos refletem alteração do tecido 
nervoso subjacente; 
Além das meninges, o plexo coróide e o 
epêndima podem ser afetados => obstrução 
do aqueduto mesencefálico – hidrocefalia. 
 
 
DIAGNÓSTICO 
Clínico 
Histórico e sinais clínicos (a maioria 
apresentaram PIF mista). 
 
Por imagem 
Utiliza-se muito o raio-x e o ultrassom para 
identificar as efusões e os piogranulomas 
(raio-x melhor, pois mostra a localização). 
 
LABORATORIAL 
Suporte: 
-Hemograma (anemia, leucocitose neutrofilica 
com ou sem desvio a esquerda); 
-Perfil de Proteínas (hipogamaglobulinemia com 
tendência a hipoalbuminemia); 
-Perfil hepático (ALT E FA aumentados); 
-Perfil renal (Ureia e creatinina aumentados - 
Hiperbilirrubinemia). 
Análise de liquitos cavitários 
-Análise físico-química: alta quantidade de 
proteínas indica PIF. Baixa relação 
albumina/gamaglobulina (abaixo de 0,45 indica 
PIF); 
-Citologia e microbiológica; 
-Teste de Rivalta (coagulação de proteína – 
positivo indica PIF). 
OBS: a Histopatologia com imuno-
histoquímica defini a PIF. Para realizar é 
necessário anestesiar o animal, e o risco 
desses animais terem complicações é alta. 
 
Sorologia e pcr 
Não há especificidade para o CoVF ou VPIF 
(vírus avirulento e vírus virulento são 
sorologicamente semelhantes). 
OBS: o que se faz para diagnosticar a PIF é 
juntar todos os resultados dos testes feitos, 
porém nunca batemos o martelo. 
O CoVF encontram-se amplamente difundido 
na população de gatos. 
Caso o animal seja negativo sorologicamente 
para o CoVF, é possível descartar a PIF (a 
sorologia ajuda a descartar). 
 
Hemograma e bioquímico 
No hemograma podemos ter as seguintes 
alterações que indicam a PIF: 
-Leucocitose neutrofilica com ou sem 
desvio a esquerda; 
-Trombocitopenia (por conta da vasculite - 
CID); 
-Anemia (por conta da vasculite ocorre a 
agregação de plaquetas e as hemácias 
também ficam agarradas, e posteriormente 
rompem - hemólise); 
-Hiperbilirrubinemia: por hemólise (bilirrubina 
não conjugada) ou por conta da vasculite 
hepática (bilirrubina não conjugada ou 
conjugada); 
 
Perfil proteico 
Ajuda um pouco mais. 
Quando a relação albumina-globulina do soro 
ou de possíveis efusões apresenta valores 
abaixo de 0,45 indica PIF. 
 
Efusões 
São muito úteis quando estão presentes e 
podem ser detectadas por raio-x ou 
ultrassom. 
Temos: 
-Quantidade de proteína > 3,5 mg/dL 
(efusão proteica); 
-Relação albumina-globulina < 0,45 
(altamente indicativo de PIF); 
-Citologia: mostra que se tem um transudato 
modificado (pobre em células) ou exsudato 
(processo inflamatório). O que se tem são 
macrófagos e neutrófilos; 
-Teste de rivalta: quando positivo indica que 
a efusão é rica em proteína. 
OBS: No fim calcula-se o valor de Kapa 
(concordância entre todos os achados). 
Quando o valor de Kapa é bom, indica que 
estamos próximos do diagnóstico. 
 
Imunofluorescência da efusão 
É uma forma de diagnóstico nova que surgiu 
recentemente no mercado, porém ainda não é 
confirmatório (é muito próximo). 
Nesse caso é necessário mandar a efusão 
para fora. 
 
Teste de rivalta 
7 a 8 ml de água destilada + 1 gota de ácido 
acético a 98% e pinga uma gota da efusão: 
-Positivo: formação da gota caudada ou que 
não desce; 
-Negativo: gota desaparece ou afunda logo; 
-Falso negativo: peritonite bacteriana 
associada (pode causar proteólise das 
proteínas); 
-Falso positivo: linfomas (aumento de volume 
que pode atrapalhar a expansão do pulmão, 
podendo gerar uma efusão). 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
A efusão pode ocorrer por: 
-Causas de hipoproteinemia; 
-Cardiomiopatia; 
-Doenças hepáticas; 
-Neoplasias (linfoma). 
Os diferencias da forma não-efusiva são 
(formações de nódulos): 
-FIV e FelV; 
-Toxoplasmose (sinais neurológicos); 
-Neoplasias. 
OBS: O gato não faz edema pulmonarcom a 
facilidade que o cão faz. Geralmente os gatos 
fazem efusão pleural, por conta da anatomia 
dos vasos torácicos (é mais fácil extravasar 
líquido para pleura do que para o pulmão). 
O gato fica cianótico por conta de um 
tamponamento dos pulmões e do coração, por 
conta da grande quantidade de líquido em volta. 
Sempre que atendermos animais com ascite 
e/ou efusão pleural devemos ter em mente 
todas essas doenças, inclusive a PIF. 
 
Tratamento 
Antiviral 
O nucleosídeo análogo GS-441524 é um 
antiviral que impede a replicação do vírus da 
PIF, consequentemente ele limita a PIF. 
O problema é que a maioria dos tutores não 
terão condições de arcar com esse 
tratamento. 
OBS: nem todos se curam da PIF. 
 
IMUNOSSUPRESSÃO 
Com o intuito de conter a doença, pode-se 
utilizar a imunossupressão para diminuir a alta 
imunidade humoral (auxilia na disseminação do 
vírus). 
A primeira escolha é o Prednisolona (2 a 4 
mg/kg/dia, PO, durante 10 a 14 dias). 
Posteriormente deve-se fazer o desmame e 
realizar a migração para outro fármaco: 
-Ciclofosfamida: não tem bons resultados; 
-Clorambucil: também não se tem bons 
resultados; 
-Ciclosporina A (Ciclavance): apresenta os 
melhores resultados, porém é um 
medicamento mais caro. 
 
Outras opções de tratamento 
Inibição do TNF-ALFA 
Pode-se utilizar a Pentoxifilina que inibi o TNF-
alfa, consequentemente diminui a vasculite e 
a caquexia resultante da expressão dessa 
citocina. 
Dose: 100mg/gato PO BID em associação com 
prednisolona. 
 
Interferon 
O interferon é uma proteína antiviral, que 
melhora a imunidade celular (atua sobre 
linfócitos estimulando efeito antiviral). 
Temos: 
-Interferon ω recombinante felino: 
1UI/kg/dia sc até melhora clínica. Depois passar 
para 1x na semana. Não está disponível em 
todos os lugares. 
-Interferon alfa humano: 30 UI/kg/dia VO por 
7 dias em semanas alternadas. Após dar por via 
oral essa proteína passa pelo tecidolinfoide da 
orofaringe, mucosa oral e do esôfago (efeito 
direto). 
 
Agentes anabolizantes como nandrolona 
Não se tem muito sucesso. 
São usados para aumentar o apetite e diminuir 
o catabolismo para manutenção da condição 
corporal especialmente se houver evidência de 
falha renal. 
Antitrombóticos 
A primeira escolha é o Clopidogrel (inibe a 
areação plaquetária). O AAS (ácido 
acetilsalicílico) pode ajudar, pois tem enfeito 
antinflamatorio (porem apresenta diversos 
efeitos adversos). 
 
Tratamento suporte 
Antitrombóticos 
A primeira escolha é o Clopidogrel (inibe a 
areação plaquetária). O AAS (ácido 
acetilsalicílico) pode ajudar, pois tem enfeito 
antinflamatorio (porem apresenta diversos 
efeitos adversos). 
 
Antimicrobianos 
Pode ser necessário utilizar um antibiótico, pois 
a doença pode predispor a infecções 
bacterianas secundárias. 
A ampicilina é uma ótima escolha, pois não 
sobrecarrega fígado e rim. 
 
Estimuladores de apetite 
Pode-se utilizar a mirtazapina, para estimular 
o apetito do animal e impedir a ocorrência de 
lipidose hepática. 
 
Vitaminas e antioxidantes 
Devemos fornecer para esse gato: 
-Vitamina A (proteger mucosas); 
-Vitamina B1 (pois gatos hiporexos entram e 
hipovitaminose b com muita facilidade); 
-Vitamina C (hidrossolúvel mais antioxidante); 
-Vitamina E (lipossolúvel mais antioxidante). 
Os antioxidantes são extremamente 
importantes nas doenças infecciosas, pois 
muitas geram um estado muito oxidativo. 
Consequente a essa oxidação temos muita 
perda tecidual, perda de função tecidual. 
Desta forma, se tenho fármacos captadores 
finais de elétron ou captador de oxigênio 
tecidual, eles impedem a oxidação excessiva. 
 
Prognóstico 
O prognóstico da PIF é ruim -> progressivo e 
fatal. 
Gatos com envolvimento somente ocular, 
algumas vezes sobrevivem por um ano ou 
mais. 
 
Prevenção e profilaxia 
Para a prevenção e profilaxia devemos: 
-Evitar misturar animais sem quarentena; 
-Realizar a higienização correta de gatis, baias 
e caixas de areia; 
-Não vacinar o animal com a vacina da PIF, pois 
ela predispõe o animal a doença (estimula 
imunidade humoral). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RETROVIROSES felina 
Os vírus da família Retroviridae apresentam a 
transcriptase reversa, enzima responsável 
por transformar a fita simples de RNA em dita 
dupla de DNA (DNA pro-viral). 
Os vírus da FeLV e da FILV apresentam 
distribuição mundial e também já foram 
isolados em felinos selvagens. 
Estão presentes em média em 2% da 
população geral de gatos (subdiagnóstico). 
Aproximadamente 30% em gatis. 
O grupo de risco compreende os gatos 
machos, adultos, com acesso a rua (em 
geral os não castrados). 
OBS: no Brasil ainda não temos uma quantidade 
de gatos vacinados suficiente para poder 
evitar a prevalência alta de FeLV. 
 
etiologia 
A família Retroviridae apresentam dois 
principais gêneros: 
-Gammaretrovirus (FeLV); 
-Lentivirus (FIV). 
Principais características dos Retrovírus: 
-Capsídeo icosaedro; 
-Envelope (sensível a desinfetantes comuns, 
dessecação e morre em poucas horas); 
-2 moléculas idênticas de RNA de fita 
simples; 
-1 molécula de transcriptase; 
-1 molécula de integrasse. 
Família: Retroviridae; 
Subfamília: Orthoretrovirinae; 
Gênero: Gamaretrovirus (FeLV) e Lentivirus 
(FIV). 
 
MULTIPLICAÇÃO DE RETROVÍRUS 
O vírus apresenta em suas superfícies 
proteínas como a gp70 que se ligam aos 
receptores celulares para que o vírus seja 
internalizado. 
Após ser internalizado as proteínas do capsídeo 
se desfazem, deixando o conteúdo interior (2 
fitas simples de RNA, 1 transcriptase reversa e 
1 Integrase) exposto no citosol da célula do 
hospedeiro. 
Posteriormente a transcriptase reversa pega 
a fita simples de RNA e faz transcrição e uma 
fita dupla de DNA pro-viral. A integrasse pega 
essa fita dupla de DNA pro-viral e insere ela no 
genoma do gato. 
A partir dai toda vez que as células contendo 
o DNA pró-viral em seu genoma se multiplicam, 
as novas células terão esse DNA pro-viral 
também. 
 
PRODUÇÃO DE PARTÍCULAS VIRAIS 
A produção pode ocorrer ou não. 
Quando os vírus decidirem amplificar a 
infecção, mais partículas virais serão 
produzidas. 
A partir do DNA pro-viral realiza a produção 
(transcrição) de novas moléculas de RNA viral 
que vão para o citosol serem moldes para as 
proteínas dos vírus. 
Desta forma temos a formação de novos 
retrovírus. 
Os gatos que realizam a produção de novos 
vírus são considerados virêmico e será um 
transmissor por vias naturais e não naturais. 
Os gatos que não produzem novos vírus, são 
considerados não virêmicos. Esse animais não 
transmitem o vírus por vias naturais, porém 
podem transmitir por meio da transfusão 
sanguínea. 
OBS: O teste rápido detecta apenas animais 
virêmicos (produtores de partículas virais), 
desta maneira ele não deve ser o único 
utilizado para ver se o animal é um bom doador. 
O ideal é realiza a PCR, pois ela detecta tanto 
o gato virêmico quanto o gato não virêmico. 
 
DOAÇÃO DE SANGUE 
Quando se coleta sangue de um gato que seja 
não virêmico, ele pode passar a ser virêmico, 
pois houve estimulação da medula a repor 
(mitose) o que atrai o vírus. 
Quando se realiza a transfusão de sangue de 
um gato não virêmico para um gato saudável, 
pode-se transmitir os retrovírus que pode 
iniciar a produção de partículas viras. 
OBS: O ideal é ter um banco de dados de gatos 
PCR negativos para serem doadores. 
 
FELV 
O FeLV A é o único subtipo transmissível (não 
da para transmitir os outros subtipos pelas vias 
naturais – B e C). 
O FeLV A sozinho pode: 
-Ativar oncogenes do próprio animal; 
-Pode se inserir ao lado do enFeLV, levando a 
formação do FeLV B (causa muitas neoplasias) 
ou o FeLV T (causa imunodeficiência grave). 
-Sofrer mutações espontâneas nos genes do 
envelope, leva a formação do FeLV C (causa 
anemias arregenerativas). Principal achada 
hematológico nos gatos FeLV. 
 
 
Enfelv 
enFeLV é um FeLV ancestral que se encontra 
inserido no genoma dasmaiorias dos felinos 
em geral (não é capaz de produzir partículas 
virais infecciosas). 
Quando o DNA pro-viral da FeLV se insere ao 
lado do enFeLV, pode levar a formação de uns 
novos subtipos de vírus. 
 
Dinâmica da infecção 
A transmissão pode ser horizontal ou vertical 
(via transplacentária, ou quando a mãe lambe 
os filhotes e os amamenta). 
 
Fontes de infecção 
As principais fontes de infecção são: 
-Saliva (principal); 
-Leite; 
-Sêmen; 
-Sangue de gatos infectados ou portadores 
(transfusão de sangue); 
-Urina e fezes (menos comum); 
-Fômites como comedouros e bebedouros 
(por conta da saliva). 
 
Vias de infecção 
As vias de infecção são: 
-Oronasal (mais importante); 
-Sexual; 
-Transfusional; 
-Transplacentária; 
-Via mordedura. 
Vias de eliminação 
As principais vias de eliminação do vírus são: 
-Salivar (estratégias, pois os gatos tem 
habito de se lamber); 
-Seminal. 
 
Patogenia 
Fase 1 
1 – Entrada do vírus via oronasal; 
2 – Eles infectam os linfócitos e macrófagos 
das tonsilas e dos tecidos linfáticos da faringe; 
3 – Posteriormente, segue para os linfonodos, 
e inicia uma replicação nos linfócitos B dos 
centros foliculares (amplificação viral); 
4 – Alguns linfócitos e monócitos se infectam 
e seguem para a corrente sanguínea 
(disseminação da infecção); 
5 – O vírus atinge a medula óssea e se distribui 
pelo organismo via linfócitos e monócitos 
(viremia). 
 
Fase 2 
6 – Estágio hemolinfático e intestinal (ponto 
crítico, onde o gato desenvolvera uma 
pequena diarreia, onde a infecção se instala 
realmente). É aqui que ocorre a definição se 
o gato irá ficar virêmico ou não. 
7 – Neutrófilos e plaquetas infectados vão 
para a circulação e também temos vírus livres 
(viremia); 
8 – Posteriormente o vírus penetra em todos 
os tecidos epiteliais, inclusive aqueles que 
produzem as fontes de infecção (saliva, 
glândulas anexas do trato geniturinário, 
glândulas mamarias). 
 
Possíveis DESFECHOS da infecção 
INFECÇÃO ABORTIVA (eliminação completa) 
Se o animal, entre o 2 e o 3 estágios, 
consegue bloquear o avanço do vírus, ele faz 
a infecção abortiva (elimina completamente o 
vírus). 
 
INFECÇÃO REGRESSIVA (viremia transitória) 
Caso o vírus consiga ter êxito (DNA Pro-viral 
se instala no genoma), porém o organismo do 
gato não permita produção de partículas 
virais, o animal apresenta infecção regressiva. 
Esse animal não elimina o vírus apenas por vias 
naturais. 
 
INFECÇÃO progressiva (viremia persistente) 
É aquele que além de apresentar o DNA pro-
viral inserido em seu genoma, têm partículas 
virais novas sendo formadas. 
Esse animal elimina o vírus através das vias 
naturais. É o único que dá positivo no teste 
rápido. 
 
atípica 
É uma quantidade de vírus sequestrados para 
determinados tecidos (sítios) que são 
negativos no teste rápido e na PCR. 
Só da positivo caso seja puncionado o tecido 
onde esses vírus se encontram. O que dificulta 
é que geralmente não se formam estruturas 
visíveis. 
 
 
Quanto mais gatos vacinados, maior a 
probabilidade do animal desenvolver a forma 
abortiva. Ainda que o gato não seja vacinado, 
caso ele tenha uma capacidade imunológica 
adequada ele pode abortar a infecção. 
 
Categorias de infecção 
Caso o animal apresente uma capacidade 
imunológica parcial, ele pode se tornar 
repressor ou fazer a forma atípica. 
 
 
Como saber a categoria de 
infecção de um gato? 
-Testando mais de uma vez em intervalos 
variados; 
-Alguns autores sugerem anualmente; 
-Usar mais de um tipo de teste (sorologia e 
PCR). 
 
Focma 
FOCMA representa o antígeno de membrana 
celular do oncornavírus felino. Esse antígeno 
está localizado na superfície das células 
transformadas. 
É um antígeno tumoral especifico, presente 
nas superfícies de células: 
 -De linfossarcoma (FeLV); 
-De eritroleucemia (FeLV); 
-De leucemia mielógena (FeLV); 
-Do Fibrossarcoma (FeSV - vírus do sarcoma 
felino – mutação do FeLV-A). 
O vírus da FeLV imprime o FOCMA nas células 
e induz à formação de neoplasias. 
O desenvolvimento de grandes anticorpos 
contra o FOCMA pode proteger contra o 
desenvolvimento de neoplasias malignas (mas 
não das síndromes não-neoplásicas). 
 
PANORAMA DA FELV 
Apresenta alta taxa de prevalência local (não 
totalmente definida - faltam dados 
disponíveis). 
A sobrevida de gatos “sadios” é de 2 a 3 anos. 
Apresenta alta relação com anemias graves e 
neoplasias. Vacina disponível (é necessário a 
conscientização). 
 
 
FIV 
etiologia 
A FIV é ocasionada por um retrovírus do 
gênero Lentivirus (semelhante ao vírus da AIDS 
humana). 
O vírus da FIV apresenta os seguintes subtipos 
(todos são transmissíveis): 
-A; 
-B; 
-C; 
-D; 
-E. 
Só replica nas células da espécie felina e 
alguns felídeos selvagens. 
Superinfecções (+ de 1 subtipo) podem 
ocorrer em infecções naturais. 
 
TRANSMISSÃO 
A transmissão se dá principalmente pela saliva, 
porém requer um sistema de inoculação 
parental (mordedura) para a inoculação do 
FIV. Desta forma, as brigas são as principais 
formas de transmitir. 
Além disso pode ser transmitida via sexual, 
vertical (transplacentária) e iatrogenia 
(transfusional). 
 
A infecção 
As principais fontes de infecção são: 
-Saliva; 
-Sangue (quem morde também pode ser 
infectado); 
-Líquor (para grandes felinos que entram em 
contato com gatos); 
-Sêmen; 
-Leite. 
De animais virêmicos. 
As vias de eliminação são aqueles epitélios 
que produzem as fontes de infecção. 
As vias de infecções principais são: 
-Parenteral (mordedura); 
-Oral; 
-Genital (coito); 
-Transplacentária (situação vertical) 
-Transmamária (situação vertical). 
 
Patogenia 
Após o vírus ser inoculado no organismo do 
gato, ele causa um processo inflamatório no 
tecido onde foi inoculado. 
Com isso ele acessa os linfócitos B, T e 
macrófagos (células apresentam receptores 
que favorecem a entrada do vírus). 
Com isso o vírus da FIV causa uma diminuição 
no número de células CD4+ (organiza as 
respostas no primeiro momento) e além da 
disfunção de citocinas. Causa um 
comprometimento da barreira inicial. 
Posteriormente ele dissemina, fazendo uma 
viremia, e segue para os órgãos linfoides e 
para o SNC. 
A partir dos órgãos linfoides (linfonodo, baço, 
timo, etc) ele causa uma nova viremia. Essa 
viremia faz com que haja uma diminuição mais 
intensa dos linfócitos T CD4+ e também 
causa diminuição dos linfócitos T CD8+ 
(citotóxicos). 
OBS: O bloqueio da ação dos linfócitos T CD4+ 
(T helper) faz uma inibição da produção de 
anticorpos que iriam neutralizar esses vírus. 
O bloqueio da ação dos linfócitos T CD8+ 
(citotóxico) é para evitar a destruição das 
células que estão infectadas. 
Com essa depleção de T CD4+ e T CD8+, a 
resposta mediada por células e a humoral 
ficam comprometidas. 
Posteriormente a viremia diminui, a replicação 
viral fica cada vez mais baixa (poucos vírus – 
se esconde). 
Porém, isso tem um preço. É muito provável 
que em algum momento o gato entre em uma 
disfunção imune clássica, podendo ser: 
-De magnitude grande, chegando à síndrome 
da imunodeficiência felina (animais com uma 
imunidade fragilizada); 
-De magnitude baixa (imunidade mais ou 
menos). Nesse caso o animal progride cada 
vez mais (8 anos, 9 anos). 
No momento que isso começa a passar do 
limite, chegou em um ponto de 
imunodisfunção, onde as doenças oportunistas 
começaram a detonar com gato, desviam a 
resposta imunologica (qualquer situação que 
possa baixar a imunidade do animal), o FIV para 
de ser discreto e começa a ser horroroso 
para a vida do animal. 
Consequente a isso começam a aparecer: 
-Infecções oportunistas; 
-Neoplasias; 
-Debilitação: o animal fica magro, apresenta 
caquexia, começa ter disfagia. 
 
Sistema nervoso 
O SNC é alvo do FIV, pois a intenção dele é 
alterar o comportamento do gato, para tornar 
mais provável a mordedura. 
Promove uma alteração do metabolismo 
neuronal, deixando o neurônio mais intoxicado 
e funcionandode forma diferente. 
Consequentemente é mais provável que o 
gato apresente: 
-Disfunção cognitiva precoce; 
-Alterações do SNC levando a quadros 
neurológicos clássicos. 
DIAGNÓSTICO COM BASES NA PATOGENIA 
Um gato da fase assintomática pode migrar 
para uma fase clínica ou permanecer na fase 
assintomática. 
Na fase assintomática o animal apresenta 
anticorpos, o que faz com que ele seja 
assintomático. Desta forma o teste rápido 
(busca Anticorpo) é positiva. 
No caso da PCR, ela pode ser positiva ou 
negativa (quantidade de partícula viral muito 
baixa – indetectável). 
 
 
RETROVIROSES FELINAS - 
ASPECTOS GERAIS 
TRANSMISSÃO 
FIV é transmitida principalmente por mordedura 
(brigas – via parenteral) 
A FeLV é transmitida principalmente por 
lambedura (via oronasal). 
Ambos têm como fonte de infecção a saliva 
(principal). 
 
Fatores que influenciam 
consequências das infecções por 
retrovirus 
Fatores virais 
-Subgrupos virais, carga viral infectante e 
modo de exposição; 
-Variabilidade genética viral; 
-Vírus que emergem nos estágios finais da 
infecção são mais patogênicos que a forma 
transmitida. 
 
Fatores do hospedeiro 
-Idade: é extremamente importante, pois a 
capacidade de resistir a infecção é adquirida 
com a idade e a maturidade do sistema 
imunológico; 
-Presença de comorbidades e fatores 
imunossupressores. 
 
Fatores do ambiente 
-Aglomerações aumentam a exposição, a 
possibilidade de infecção e a disseminação de 
variantes virulentas; 
-Ambientes mais úmidos favorecem a 
persistência do vírus. 
 
SINAIS CLÍNICOS EM GATOS 
PORTADORES DE RETROVIROSE E SUA 
RELAÇÃOCOM AS INFECÇÕES 
Temos: 
-Doenças que não apresentam relação direta 
com a infecção por retrovirus, porém quando 
elas aparecem o retrovírus pode ser 
influenciada por elas: diabetes, hipertireoidismo, 
cardiopatias, doença renal crônica; 
-Doenças secundárias a infecção por 
retrovirus (doenças oportunistas pela queda 
da imunidade): infecções oportunistas 
(micoplasmose, toxoplasmose, calicivirose, 
etc) e neoplasias; 
-Doenças associadas a infecção por 
retrovirus: 
 ->FeLV: neoplasia (linfoma), trombocitopenia, 
leucopenia e anemia. 
 ->FIV: imunossupressão e doenças 
neurológicas. 
OBS: a chance de ter câncer é maior pra que 
tem FeLV, do que pra quem tem FIV ou não 
tem nada. 
O FIV não é oncogênico, porém da mais chance 
de ter neoplasia, pois tira a reposta imunologica 
que é necessária para lidar com células 
neoplásicas. 
 
ACHADOS CLÍNICO-LABORATORIAIS 
MAIS COMUNS 
Os principais achados clínicos são: 
-Anemia (principalmente no FeLV); 
-Neoplasias (linfomas, leucopenias); 
-Disfunções imunológicas; 
-Coinfecções. 
 
ACHADOS CLÍNICO-patológicos 
-A anemia pode ser regenerativa, tudo vai 
depender da causa de base (micoplasmose = 
regenerativa; depleção medular = 
arregenerativa - FeLV). 
-Neutropenia (pode ser própria do FeLV) 
-Disfunção neutrofílica (pode ser própria do 
FeLV); 
-Lise de linfócitos T e depleção de linfócitos 
T CD4+ e CD8+ (FIV); 
-Formação de imunocomplexo (provocando 
depleção de anticorpo e hipocomplementemia): 
uveite, glomerulonefrite, poliartrite, etc; 
-Trombocitopenia; 
-Leucemias (causa Policitemia, com muitas 
células atípicas no sangue) e mielodisplasias. 
 
AIDS FELINA 
A síndrome da imunodeficiência felina induzida 
pelos retrovirus felinos, pode ser ocasionada 
pela FeLV, pois também pode fazer uma 
síndrome de imunodeficiência. 
Infecções secundárias ou oportunistas: 
-Estomatites, faucites (fauces: arcos 
palatoglosso e palatofaríngeo), dermatites, 
abcessos, otites e enterites; 
-Toxoplasmose, micoplasmose, criptococose, 
esporotricose; 
-Quadros gravíssimos quando há co-infecção 
PIF-FeLV e FIV-FeLV. 
 
FILHOTES 
Uma coisa que é frequentemente vista é o 
linfoma mediastinico, que ocorre por conta do 
animal ter sido infectado cedo. 
Além disso esses animais que são infectados 
muito cedo, podem desenvolver atrofia tímica 
Isso piora o prognóstico do animal. 
 
SINAIS CLÍNICOS 
-Doenças orais: como exemplos temos as 
lesões provocadas pelo calicivirus (podemos 
ter lesões descamativas da língua, gengivite 
persistente). 
-PIF; 
-Síndrome do rim grande e do rim pequeno; 
glomerulopatia com deposição de 
imunocomplexos. 
-Abcessos que não se cicatrizam; 
-Linfomas: mediastínico, multicêntrico 
(linfonodos acometidos), renal, 
-Poliartrite: claudicações; 
-Glomerulonefrite: subclínica ou síndrome 
nefrótica. 
-Distúrbios neurológicos: 
 ->Paralisia de ciliares (dilatação pupilar 
persistente) 
 ->Ataxia, paresia, paralisia ou tetraparalisia 
(associada ou não ao linfoma de canal 
medular); 
->Mudanças comportamentais; 
->Hiperestesia à palpação da pele do dorso; 
->Incontinência urinária. 
 
Diagnóstico 
Técnicas sorológicas: testes utilizam 
anticorpos mono ou policlonais contra a mais 
importante proteína viral p27; 
-Soro é material ideal, podendo ser sangue 
total ou plasma também 
-Técnicas: Western Blotting, 
Imunofluorescência indireta (RIFI), ELISA, Teste 
rápido FeLV/FIV (imunocromatográfico ou 
ELISA). 
Biologia molecular (PCR): 
-RNA ou DNA; 
-Qualitativo ou quantitativo. 
Isolamento viral. 
Teste de imunofluorescência de Membrana 
(IMI): exposição ao FeLV e imunidade ao FOCMA. 
 
Teste rápido 
 
Quando acende a bolinha da direita, quer dizer 
que o animal apresenta antígeno p27, gato 
virêmico, positivo para FeLV (infecção 
ocorreu a mais de 30 dias). 
Quando a bolinha da esquerda acende, quer 
dizer que o animal apresenta anticorpos anti-
FIV (infecção ocorreu a mais de 60 dias), 
animal positivo para FIV. 
 
Teste rápido felv 
Busca o antígeno p27. A p27 é uma proteína 
amplamente produzida pelos vírus (produz mais 
do que precisam). 
É um teste extremamente sensível, porém só 
ocorre a produção de p27 o gato que está 
produzindo o vírus (virêmico). 
Nos casos quem que não a produção de vírus 
(DNA pro-viral no genoma das células), o teste 
perde sua sensibilidade. 
Desvantagens: 
-Não detecta gatos regressivos; 
-Demora 30 dias para positivar após a 
infecção. 
 
Teste rápido Fiv 
Busca anticorpos específicos anti-FIV. 
Nesse caso os anticorpos estarão presentes 
em todas as fases (não depende da viremia). 
Desta forma é um teste sensível e especifico 
que indiretamente detecta todas as fases da 
doença. 
Desvantagens: 
- Alguns gatos nunca irão soroconverter (em 
casos onde a síndrome da imunodeficiência 
felina já se instala o animal poderá ser impedido 
de produzir anticorpos – o ideal seria fazer 
uma PCR); 
-Outros reduzem a produção de Anticorpos; 
-Leva 60 dias para positivar após a infecção; 
-Anticorpos maternos interferem por até 6 
meses (mães que apresentam anticorpos 
anti-FIV, passam os mesmos pelo leite para os 
filhotes, desta maneira os filhotes podem dar 
positivo no teste). 
 
 
PCR – POLYMERASE CHAIN REACTION 
Detecta o material genético do vírus (RNA ou 
DNA). 
A PCR é sensível e específica, podendo ser 
qualitativa (tem ou não) e quantitativa (quanto 
tem). 
Vantagens: 
-Diagnóstico preciso; 
-Amostras de diferentes naturezas. 
Desvantagens: 
-Tipo de amostra faz diferença; 
-Não é amplamente acessível; 
-Nem sempre são conclusivos. 
 
PCR FELV 
Pode-se pedir PCR de: 
-RNA viral: positivo apenas quando se tem 
viremia; 
-DNA proviral: detecta o DNA proviral que está 
inserido na célula do hospedeiro. Detecta a 
animais com infecção regressiva. 
O RNA viral é detectável até 1 semana e o DNA 
proviral até 2 semanas após a exposição ao 
FeLV. 
 
 
 
 
 
PCR FELV 
-RNA viral: identifica o vírus. Pode dar negativo 
em casos que a viremia esteja extremamente 
baixa. 
-DNA proviral: detecta o DNA proviral associado 
à célula. 
Ambos são detectáveis em até 2 a 4 semanas 
após a exposição ao FIV. 
 
Sorologia (imunofluorescência) 
A sorologia é útil para saber se o animal que 
foi vacinado está soroconvertendo 
(produzindo anticorpos). 
Detecção mais tardia de anticorpos para FIV 
(sustentada pela falsa latência).Diagnóstico das comorbidades 
Buscar diagnosticar as coinfecções: 
-Sorologias especificas, isolamento culturas, 
esfregaços. 
Atenção especial com sítios típicos de tumores 
(diagnóstico por imagem). 
Hemograma, perfil hepático e renal (rotina). 
Aspirado de MO. 
Análise de fluido pleural e citologias aspirativas. 
 
Exames especiais 
Citologia: massas, exsudatos. 
Mielograma: aplasia, mielodisplasia, leucemias. 
 
Tratamento 
Tratamento inespecífico (suporte) 
-Antiparasitários e antimicrobianos (evitar que 
o animal desvie a atenção do sistema 
imunológico dele que já está debilitado); 
-Transfusão de sangue total para animais 
anêmicos; 
-Em gatos neutropênicos pode-se utilizar um 
fator estimulante de colônia granulocítica (por 
um lado estimula a produção de neutrófilos, 
por outro favorece o vírus); 
-Quimioterapia para os animais com leucemia 
(Policitemia) ou linfoma (diminui o tamanho da 
neoplasia); 
-Prednisolona: aumenta o apetite e reduz o 
tamanho de massas (deve-se utilizar em 
curto prazo). 
 
Tratamento específico (sintomático) 
-Antiviral: AZT (zidovudina 3’-azido-1’, 3’-
desoxitimidina, Retrovir): 
 -> inibidor da transcriptase reversa (limita a 
infecção e novas células); 
 ->Se feito logo após a exposição pode evitar 
a viremia persistente; 
 ->Melhora o estado clínico dos gatos doentes 
com FIV e FeLV; 
 ->Efeitos adversos importantes 
(metabolização hepática). 
-Imunomoduladores (estimula a imunidade): 
 ->Proteína estafilocócia A; 
 ->Propionibacterium acnes; 
 ->Acemannan (derivado da babosa); 
 ->Interferon alfa-2b humano; 
 ->Interferon ϒ recombinante felino (ideal); 
 ->Lactoferrina bovina (lesões orais); 
 ->Fator estimulador de linfócitos T; 
 ->Timomodulina. 
 
Medicina veterinária integrativa 
Podemos utilizar: 
-Viscum álbum (homeopatia) em pontos de 
acupuntura estimula a imunidade do animal; 
-Ozonioterapia: utilizada para o manejo de 
infecções e inflamações; 
-Outras modalidades, de acordo com cada 
caso. Exemplo: cromoterapia e aromaterapia 
para gatos estressados, mas que toleram bem 
a intervenção; 
 
Cuidados no ambiente hospitalar 
Esses cuidados no ambiente hospitalar ajudam 
a evitar a transmissão iatrogênica. 
-Gaiolas individuais e isoladas; 
-Manipular esses animais com luvas; 
-Doadores de sangue devem ser sempre 
testados para FIV e FeLV com PCR. 
-Desinfecção de gaiolas e potenciais fômites. 
 
prognóstico 
-FeLV: sobrevida média de um gato saudável 
infectado é de 2 a 3 anos; 
-FIV: variável, podendo viver o mesmo que 
gatos não infectados. 
O sucesso no tratamento dos linfomas e 
leucemias levam à remissão destas 
anormalidades e aumentam a sobrevida dos 
animais. 
 
Prevenção e profilaxia 
-Não devemos aglomerar os gatos; 
-Não introduzir animais em residências ou gatis 
sem realizar o teste para FIV e FeLV; 
-Manter os gatos em ambiente domiciliar, 
utilizando telas de proteção e não permitindo 
acesso de outros gatos de origem 
desconhecida à casa; 
-Vacinar os animais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROTOCOLO VACINAL em cães e 
gatos 
A vacina é um imunobiológico, ou seja, um 
microrganismo, proteína ou subunidade que é 
inoculada em um hospedeiro com o intuito de 
gerar imunidade ativa. 
Vias para vacinação: 
-Parenteral (injetável): subcutâneo (SC), 
intradérmica (ID), intramuscular (IM). 
-Enteral (oral): estimula a produção 
principalmente de IgA (mucosa). 
-Intra-nasal (semelhante a oral): estimula a 
produção principalmente de IgA (mucosa) 
 
Tipos de imunidade 
Imunidade passiva: 
-Natural: colostro ou sangue da placenta para 
algumas espécies; 
-Artificial: soro hiperimune. 
Imunidade ativa: 
-Natural: contato com microrganismo 
selvagem; 
-Artificial: vacinas. 
 
Histórias das vacinas 
O médico britânico naturalista, Edward Jenner, 
foi quem fez a vacina contra a varíola (1796). 
Entretanto, foi uma mulher que observou que 
pessoas que lidavam com aquelas que 
cuidavam de pessoas com varíola faziam 
doença branda ou não adoeciam. 
Ela percebeu que isso poderia ser uma 
resistência criada a partir do contato 
progressivo com essas pessoas. 
O cientista frânces criador da teoria 
microbiológica, Louis Pasteur, desenvolveu a 
vacina contra raiva (1885). 
 
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO DE JENNER 
Os matérias oriundos de feridas ou pacientes 
com varíola passaram a serem inoculados em 
outras pessoas para gerar imunidade. 
Como o vírus estava vivo, as pessoas faziam 
sinais clínicos da doença de forma branda. 
Posteriormente começou-se a inocular 
materiais provenientes de casos mais brandos. 
Consequentemente, os números de pessoas 
que faziam reação diminuíram 
significativamente (vírus atenuado). 
Posteriormente, notou-se que mulheres que 
ordenhavam vacas com varíola bovina 
(vaccínia), não adoeciam pela varíola humana 
(vacinação por similaridade). 
 
Tipos de vacinas 
1a geração: consiste em pegar o agente 
patogênico completo, submetido a um 
tratamento para atenuação ou inativação. 
2a geração: é direcionar a produção de 
anticorpos para um único alvo, como uma 
toxina, açucares de superfície de bactérias. 
3a geração: são vacinas de DNA ou gênicas. 
 
PREPARAÇÕES VACINAIS 
Vacina atenuada (passagem sucessivas por 
cultivo celular e redução do nº das partículas 
infectantes): 
-Viva; 
-Replicação no hospedeiro; 
-Preserva melhor os epítopos; 
-Menor carga microbiana; 
-Dispensa adjuvantes; 
-Imunidade sólida e duradoura; 
-Pode haver reversão da patogenicidade; 
-Neutralizada por anticorpos maternos. 
 
Vacina inativada: 
-Morta; 
-Não há replicação no hospedeiro; 
-Alguns epítopos se perdem; 
-Alta carga microbiana; 
-Requer adjuvantes (causar inflamação e 
chamar a atenção do sistema imune). 
-Imunidade pouco duradoura; 
-Não há reversão da patogenicidade; 
-Neutralizada por anticorpos maternos; 
-Mais segura para gestantes e gatos FIV ou 
FeLV +. 
 
Vacina recombinante (sequencias de genes é 
inserida em um vetor para produzir os epítopos 
desejados): 
-Viva; 
-Replicação no hospedeiro; 
-Produção dos epítopos desejados; 
-Genoma do mo desejado é inserido num mo 
vetor; 
-Dispensa adjuvantes; 
-Imunidade sólida e duradoura; 
-Não há reversão da patogenicidade; 
-Sem interferência de anticorpos maternos. 
Por isso as melhores vacinas para cinomose, 
são aquelas com vírus recombinante, que a 
imunidade é muito precoce (por iniciamos com 
45 dias). 
Tipos de vacinas recombinantes 
Para fazer uma vacina recombinante, 
inicialmente seleciona a parte do RNA que 
codifica a proteína F e o que codifica a 
proteína H. 
Esses dois RNAS são transcritos em DNA por 
meio de uma transcriptase reversa artificial. 
Posteriormente, esse DNA é inserido no 
genoma de um vírus da bouba do canário (não 
causa nada no animal). 
Coloca-se esse vírus em cultivo celular, para 
ele se multiplicar. 
Após esses vírus serem introduzidos no animal 
e penetrar suas células, o DNA viral é 
transcrito e inicia-se a produção de proteínas 
H e F. 
Diante disso, o cão desenvolve imunidade 
contra essas proteínas especificas e fica 
protegido contra a cinomose. 
 
Principias tipos de vacina recombinantes: 
Categoria I: de subunidade; 
Categoria II: de genes isolados; 
Categoria III: vetoriais. 
 
Resposta vacinal e imunidade 
É necessário a produção de anticorpos na 
maioria das vezes. 
Para a vacina de PIF ser efetiva, ela deverá 
estimular a reposta citotóxica (efetiva contra 
o coronavírus mutado). 
Existem vacinais que estimulam a ativação de 
linfócitos T efetores (T CD8+, Th1-CD4+ e 
Th2-CD4+). 
Imunidade protetora contras os agentes 
infecciosos aos quais a vacina é especifica. 
Anticorpos e células T citotóxicas especificas 
contra agentes infecciosos, ou contra seus 
produtos tóxicos. 
Geração de linfócitos T e B de memória que 
podem perdurar por muitos anos. 
 
Qualquer paciente pode ser 
vacinado? 
A resposta é não. 
 
Quando não vacinar? 
-Animais com doençasfebris agudas; 
-Submetidos à corticoterapia; 
-Em antibioticoterapia; 
-Após transfusão sanguínea; 
-Em anestesia; 
-Com intervalo de menos de 2 semanas entre 
uma dose e outra (de qualquer vacina); 
-Quando o animal apresenta hipersensibilidade 
conhecida a algum componente da formula da 
vacina; 
-Animais parasitados (desvio da imunidade – 
resposta th2); 
-Animais imunocomprometidos (quimioterapia, 
retorovirose sintomático, etc). 
 
Todo paciente precisa ser 
vacinado? 
A resposta é não. 
 
Quem não precisa? 
-Animais soropositivos para as doenças para as 
quais a vacina pretendida protege (exposição 
ou vacinação); 
-Animais que não se expõe a estas doenças: 
 ->Hábitos (animal não se expõem); 
 ->Geografia (não há incidência da doença na 
região); 
 ->Condições sanitárias. 
 
Pré-requisitos para uma boa 
resposta vacinal 
-Vacina de qualidade e bem conservada. 
-Vacina aplicada de forma correta e pela via 
indicada; 
-Animal hígido, livre de doenças que possam 
interferir na resposta imunológica; 
-Não haver neutralização por anticorpos 
martenos; 
-Animais imunocompetente. 
 
Vacinas para cães 
Essências 
-Cinomose (Morbilivirus); 
-Parvovirose (Parvovirus canino do tipo 2); 
-Hepatite infecciosa (Adenovirus canino do 
tipo-1); 
-Raiva (no Brasil). 
OBS: a vacina para Coronavirus e Adenovirus 
canino tipo 2 é não recomendada. 
 
Não-Essências 
-Leptospirose (L. Pomona, L. harjo, L. 
icterohemorragiae, L. interrogans). Pode ser 
indicada na nossa região; 
-Bordetella bronchiseptica; 
-Vírus da Parainfluenza; 
-Microsporum canis; 
-Leishmaniose (L. infatum chagasi, L. donovani, 
L. amazonenses e L. guianesis); 
-Borrelia burdorferi; 
-Influenza canina. 
 
Protocolo básico (filhote) 
O ideal é começar com 8 semanas (56 dias ou 
2 meses): V8 ou V10; 
!2 semanas (84 dias ou 3 meses): V8 ou V10; 
16 semanas (112 dias ou 4 meses): V8 ou V10; 
19 semanas (133 dias ou 5 meses): antirrábica. 
 
Início com 6 semanas: V8 ou V10; 
10 semanas: V8 ou V10; 
14 semanas: V8 ou V10; 
18 semanas (4a dose): V8 ou V10; 
21 semanas: antirrábica. 
OBS: Quando o animal completa 1 ano de idade, 
ele deverá revacinar. Depois trienalmente 
pode-se realizar o reforço de V8/V10 + 1 dose 
anual de antirrábica. 
 
V8 
-CDV (cinomose); 
-CAV-1 (adenovírus canino tipo 1 – Hepatite 
infecciosa); 
-CAV-2 (adenovírus canino tipo 2 – Adenovirose); 
-CPV (parvovirose); 
-CCV (coronavírus); 
-CPIV (parainfluenza); 
-Leptospirose (2 sorovares). 
 
V10 
-CDV (cinomose); 
-CAV-1 (adenovírus canino tipo 1 – Hepatite 
infecciosa); 
-CAV-2 (adenovírus canino tipo 2 – Adenovirose); 
-CPV (parvovirose); 
-CCV (coronavírus); 
-CPIV (parainfluenza); 
-Leptospirose (4 sorovares). 
 
Vacinas para gatos 
Essências 
-Rinotraqueíte infecciosa; 
-Calicivirose; 
-Panleucopenia felina; 
-Raiva. 
 
Não-Essências 
-Clamydophyla felis; 
-Bordetella bronchiseptica; 
-Dermatofitose (Microsporum canis); 
-FeLV; 
-FIV; 
-PIF. 
 
Principais vacina disponíveis 
V3: Rinotraqueíte (FHV-1), Calicivirose (FCV) e 
Panleucopenia felina (FPV); 
V4: + Chlamydophila felis 
V5: + FelV 
 
Protocolo básico (filhote) 
O ideal é começar com 8 semanas: V3, v4 ou 
V5; 
!2 semanas: V3, v4 ou V5; 
 
16 semanas: V3 ou v4; 
19 semanas: antirrábica. 
OBS: Quando o animal completa 1 ano de idade, 
ele deverá revacinar. Depois trienalmente 
pode-se realizar o reforço de V8/V10 + 1 dose 
anual de antirrábica. 
O ideal para aplicação é: 
-Membro torácico direito: V3 ou V4; 
-Membro pélvico direito: raiva; 
-Membro pélvico esquerdo: Leucemia felina

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