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OK - Aula Rickettsias

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Hemoparasitoses
 Doenças causadas por protozoários ou 
bactérias, transmitidas aos animais por 
ectoparasitas (pulgas e carrapatos), que 
infectam os diferentes componentes do tecido 
sanguíneo com o desenvolvimento de anemia, 
leucopenia e/ou trombocitopenia
Hemoparasitoses
 Agentes mais comuns em nosso meio:
 Babesia canis
 Ehrlichia canis
 Mycoplasma haemofelis
 São muito frequentes
 Os sintomas clínicos são inespecíficos na maioria das 
vezes
 Todos os animais são susceptíveis (uso de 
ectoparasiticidas??)
 São graves e podem levar à morte se não tratadas
Ehrlichiose canina
 Agente: (classificação por genogrupo 16sRNA)
 Ehrlichia canis (cães)
 Anaplasma platys (cães)
 Anaplasma phagocytophilum (antiga E. equi) (cavalo, cão, 
humano, lhama)
 Ehrlichia risticii (cavalo, cão)
 Vetor: 
 Rhipicephalus sanguineus
 Células alvo:
 Monócitos, Linfócitos
 Neutrófilos
 Plaquetas
Ehrlichiose canina
 Riquetsiose canina, febre hemorrágica canina, ou 
pancitopenia tropical canina.
 Descrita pela primeira vez como uma doença distinta 
em 1935 na Algéria (Donatien e Lestoquard)
 De 1968 a 1970: 200 a 300 cães americanos 
morreram de erliquiose no Vietnã
 1987 – Reconhecimento da doença como zoonose (E. 
chaffensis, E. equi – HGE-, E. phagocytophila, e E. 
sennetsu)
 Descrita pela primeira vez no Brasil em 1973 em um 
cão de Belo Horizonte (Costa, 1973)
Ehrlichiose canina
 Bactéria Gram-negativa intracelular obrigatória
 Infecção do carrapato, sem transmissão 
transovariana, que permanece infectante por até 155 
dias
 São precisas 6 – 20 h para que haja a transmissão do 
agente
 No cão: Infecção e multiplicação em células do 
sistema monocítico fagocitário (linfonodos, baço, 
fígado e medula óssea)
 Linfoadenopatia e esplenomegalia
 Componente imunológico da infecção
Estimulação antigênica prolongada pela 
perpetuação do agente (mecanismos de 
sobrevivência intracelular)
Produção de Ac – Hipergamaglobulinemia
Deposição de imunecomplexos: artrite, 
glomerulopatias, trombocitopenia e vasculite 
(citocinas)
Alteração do microambiente medular – MO 
hipercelular ou aplásica
Infiltrado plasmocitário dos órgãos
 Bactérias Gram-negativas
 Intracelulares obrigatórias
 Forma cocobacilar
 Divisão binária
 Transmitidos por artrópodes vetores
Classificação Taxonómica
Domínio Bactéria
Phylum Proteobacteria
Classe α-proteobacteria
Ordem Rickettsiales
Famílias
Rickettsiaceae Anaplasmataceae
Gênero Rickettsia Gênero Anaplasma
Ehrlichia
Seus representantes são parasitas intracelulares obrigatórios com 
ciclo de vida envolvendo hospedeiro invertebrado e vertebrados 
 A classificação taxonômica desses
microrganismos recentemente proposta por
DUMLER et al., 2001 baseia-se em análises de
sequências nucleotídicas dos genes 16S rRNA,
groESL e em ptoteínas de superfície. Assim,
atualmente o gênero Ehrlichia inclui cinco
espécie: E. canis, E. chaffeensis. E. muris e E.
ruminantium.
 Os indivíduos da família Rickettsiaceae
replicam-se diretamente no citosol de células
endoteliais, ao passo que os da família
Anaplasmataceae replicam-se dentro de
vacúolos derivados de membrana, em células
sanguíneas. Esses vacúolos são conhecidos
como mórulas (DUMLER et al., 2001)
 As inclusões das espécies do gênero Ehrlichia
podem ser de três formas: corpúsculos iniciais, 
corpúsculos elementares e mórula.
 Segundo Oliveira (2008), os organísmos
ehrlichiais encontram-se distribuídos 
mundialmente e várias espécies do gênero 
Ehrlichia estão relacionas a ehrlichioses em 
diversos animais: cães, equinos,ruminantes, 
felinos e seres humanos.
 Segundo Trappet al., (2006), o parasitismo por R.
sanguineus tem sido apontado como principal
fator de risco para aquisição da ehrlichiose
monocítica canina.
 Ehrlichiose canina → Ehrlichia canis → R.
sanguineus
 Ehrlichia ruminantium → gado → Amblyomma
 Ehrlichia chaffeensis → reservatórios veados →
Amblyomma
 Ehrlichia ewingii → infectam seres humanos e cães →
Brasil
 Três espécies
 E. ewingii → Ehrlichiose Granulocítica Humana (EGH)
Ehrlichiose Granulocítica Canina (EGC)
 E. chaffeensis → Ehrlichiose Monocítica Humana (EMH)
 E. canis → Ehrlichiose Monocítica Canina (EMC)
 Principal agente etiológicoda ehrlichiose canina
Ciclo de vida dos Ixodídeos
Compreende quatro fases:
Uma inativa (ovo)
Três ativas
Larva hexapoda
Ninfa octopoda
Adulto
Repasto sanguíneo → muda
 Os carrapatos vetores adquirem a E. canis ao 
fazerem repasto em um cão infectado, durante a fase 
aguda da doença, por meio da ingestão de leucócitos 
infectados (SMITH et al. 1976).
 Durante a fase aguda, que se manifesta no período 
de 2 a 3 semanas após a infecção do cão, este 
apresenta um maior número de células infectadas, o 
que torna a transmissão para o carrapato mais 
efetiva nesta fase (WOODYe HOSKINS, 1991).
Patogenia
Picada do 
carrapato e 
transmissão 
do agente
Invasão dos 
leucócitos e 
distribuição pelos 
tecidos linfoides
Eliminação 
ou 
perpetuação 
do agente
Desaparecimento dos 
sintomas e 
perpetuação da 
estimulação antigênica
Reaparecimento 
(agudização) dos 
sintomas
Fase crônica Fase assintomática
Fase agudaPeríodo de incubação
(7 a 21 dias) (2 a 4 semanas)
(6 a 9 semanas)
Patogenia
Após a inoculação
↓
Agente infeccioso no hospedeiro
↓
Período de incubação
↓
7 a 21 dias
↓
Três fases
↓
Aguda, subclínica e crônica
Fase Aguda
 Começa em torno de 8 a 21 dias após a infecção
 Dura 2 a 4 semanas
 Replicação do microrganismos → células 
mononucleares → disseminação SMF
↓
Hiperplasia linforreticular (fígado, baço e linfonodos) → 
aumento de volume
● febre, depressão, anorexia, linfoadenopatia, perda de peso
Fase Subclínica
 Após a fase aguda o animal pode apresentar cura
espontânea ou entrar na fase subclínica, onde os
sinais clínicos desaparecem, mas a rickettsia se
mantém no organismo, podendo esta fase persistir
por anos.
 HIBLER et al. (1986), cães imunocompetentes
poderão eliminar o parasita, enquanto cães com
reposta imunológica insuficiente entrarão na fase
crônica da doença.
Fase Crônica
 Leve a moderada
 Sinais clínicos severos
 Acentuada anemia, trombocitopenia, petequias, 
hemorragia, edema periférico, emagrecimento.
 Anemia normócítica normocrômica
Forma Severa
↓
Comprometimento da medula (pancitopenia)
 A virulência da cepa de E. canis, a duração do
processo infeccioso, o grau de resposta do cão
afetado, sua idade e raça são fatores que
determinam a evolução da enfermidade, assim
como a presença de um maior ou menor
número de manifestações clínicas.
Erliquiose
 Hipoplasia medular ossea severa (não é comum)
 Trombocitopenia
 Anemia arregenerativa
 Com ou sem neutropenia
 Medula óssea 
→ hipercelular
→ megacariocitose
→ hiperplasia granulocitária
► plasmocitose → achado comum
► erliquiose crônica → linfocitose persistente
Ehrlichia
Linfócitos
Monócitos
Plaquetas
Alteração em 
vários 
orgãos
Diagnóstico 
laboratorial
Isolamento do Agente
Exame direto
PCR
Sorologia
REAÇÕES
CRUZADAS
Granulócitos
Sorologia REAÇÕES
CRUZADAS
Proteínas 
recombinantes
Antígenos 
específicos
Sem Infecções Experimentais
Produção de Maior Quantidade 
CULTIVO IN VITRO DAS CÉLULAS DH82
Mórulas de E. canis, amostra São Paulo, em células DH82, 
apresentando em torno de 80% de infecção. As setas indicam as 
morulas. Coloração panótico.
(Aumento:1000 X)
Titulação de soros caninos frente à proteína recombinante TRP36 de E. canis por 
ensaio imunoensimático (ELISA) indireto. As linhas representam a reação de soros 
caninos com TRP36 recombinante adsorvida à placa de microtitulação. 
As linhas em preto correspondem às reações de soros de animais não infectados; 
as linhas em vermelho correspondem às reações de soros de animais infectados 
naturalmente de acordo com testes sorológicos e/ou PCR.
Titulação de soros frente gp36 de E.canis
0
0,5
1
1,5
2
2,51/20 1/40 1/80 1/160 1/320 1/640 1/1280 1/2560
Diluição
A
b
so
rb
ân
ci
a 
(4
90
n
m
)
360
363
368
Tobi
Belinha
Chico
460
Barão 
Ensaio imunenzimático
(ELISA) indireto
Titulação de soros frente gp36 de E.canis
0
0,5
1
1,5
2
2,5
1/20 1/40 1/80 1/160 1/320 1/640 1/1280 1/2560
Diluição
A
b
so
rb
ân
ci
a 
(4
90
n
m
)
360
363
368
Tobi
Belinha
Chico
460
Barão 
Titulação de soros frente TRP36 de E. canis
aAmostras de soros de cães da campanha de vacinação, realizada no município de 
Maricá, RJ, Setembro 2007.
bTeste comercial SNAP® 4Dx®. Amostras de soro não diluídos.
cTeste de Elisa indireto. Amostras dos soros caninos diluídos a 1/80
Positiva (+); Negativa (-)
TABELA I - Análise comparativa dos testes de PCR e imunológicos 
dos soros caninos quanto à infecção por E. canis
Amostraa PCR SOROLOGIAb ELISA indiretoc
360 - - -
363 - - -
368 - - -
Tobi + + +
Belinha + + +
Chico + + +
460 + + +
Barão + + +
Caio + + -
Linha 1 – transferência da proteína TRP36 recombinante para membrana de nitrocelulose. 
A revelação foi por Amido Black a 1%; Linha 2 – padrões de pesos moleculares do tipo pré-
corados; Linhas 3 a 8 – reação de soros de cães infectados com E. canis (Revelação com 
DAB durante 30 minutos); Linhas 9 a 12 – reação de soros de cães normais (Rev. DAB 30 
minutos); Linha SP – Reação de soro infectado - amostra 460. Rev. DAB 5 minutos; Linha SN 
– Reação de soro normal – amostra 360. Ver. DAB 5 minutos.
Detecção de anticorpos anti-TRP36 por “Western Blot”
Tratamento
 Consiste em prevenir a manutenção da doenças pelos 
portadores sãos.
 Suporte
 Várias drogas efetivas:
 Tetraciclina
 Doxiciclina
 Minociclinica
 Oxitetraciclina
 Dipropionato de iminocarb
 Clorfenicol
Tratamento
 Doxiciclina 
 5 mg/kg a cada 12 horas/ 28 dias
 Dipropionato de imidocarb
 5 a 7 mg/kg – duas doses com intervalo 15 dias
 Atropina 0,044 mg/kg 10’ antes (diminuição do efeito 
anticolinesterásico do medicamento)
• Minociclina
20 mg/kg a cada 12 horas
• Cloranfenicol
50 mg/kg a cada 8 horas
• Hidrocloridrato de tetraciclina
22 mg/kg a cada 8 horas 
• Oxitetraciclina
25 mg/kg a cada 8 horas
Por que meu tratamento falhou?
Tratamento correto?
Doxiciclina 5mg/kg/BID 28 dias
Não
Sim
Avaliação hemograma e 
contagem de plaquetas
Melhora significativa?
Sim Não
Aguardar e reavaliar 
em 7 dias
Mielograma
PCR
Corticoideterapia?
PCR
Positivo Negativo
Novo tratamento e 
acompanhar hemograma 
Mielograma
Corticoideterapia?
Cansei!!!!

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