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Diabetes Melitus Tipo 2 - da Definição ao Diagnóstico - Resumo


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ANDRÉ WILLIAMS – UFMS 1 
 
Endocrinologia 
Diabetes Tipo 2 
O que é Diabetes? 
 
Diabetes: Se trata de uma doença do metabolismo 
intermediário. 
Caracterizada por: Hiperglicemia crônica 
Longo prazo: provoca lesões em órgãos-alvo, 
como olhos, rins, coração e vasos, e 
descompensações metabólicas agudas 
 
O que contribui para a hiperglicemia? 
 
• Défict de Insulina – absoluto ou relativo 
• Resistência a insulina 
 
Duas principais etiologias: DM2 90 a 95% dos 
casos, e DM1 que corresponde de 5 a 10%. 
 
Resultado final: Diminuição da utilização 
periférica e aumento da produção hepática de 
glicose. 
 
Metabolismo intermediário: Conjunto das 
reações bioquímicas de síntese e degradação de 
macromoléculas. 
 
Controlado por Hormonios: 
• Insulina: Secretada por cél beta 
pancreática – anabolismo 
• Contrarreguladores da insulina: 
Glucagon, adrenalina, cortisol, GH -> 
exercem efeito de catabolismo, oposição a 
insulina. 
 
No período pós-prandial: Predomínio do 
anabolismo, estimulada pela secreção de insulina. 
 
Período de jejum: Predominio de catabolismo, 
movido pela queda da insulina e aumento de 
contrarreguladores, como glucagon. 
 
Insulina 
 
Insulina: peptídeo derivado da pró-insulina, 
originando o peptídeo C. 
Estímulo para síntese: Aumento dos níveis séricos 
de glicose. 
Como: Adentra pelos canais GLUT 1 e 2, na 
membrana da célula beta. Há glicólise, formação de 
ATP, gerando fechamento de canais de potássio 
ATP-sensíveis – despolarização celular e influxo 
de cálcio 
Calico: degranulação – secreção de insluna 
 
Glucagon 
 
Glucagon: Hormonio peptídico, liberado pelas 
células alfa das ilhotas, na redução dos níveis 
séricos de glicose. 
 
Epidemiologia 
 
Segundo Lucio Vilar 
 
Mundial: O número de adultos acometidos por 
diabetes triplicou nos ultimos 20 anos. 
IDF – International Diabetes Federation – 9,3% dos 
adultos entre 20 e 79 anos vivem com diabetes, 
sendo 1 em cada 2 não diagnosticados. 
 
4 milhões de mortes em 2019 – reduz a expectativa 
de vida e morbimortalidade. 
 
IDF – estima 578 milhões de adultos com DM. 
 
Porque os casos aumentaram? 
 
• O aumento, em grande parte, se deve ao 
aumento da DM2 e outros fatores de riscos 
relacionados a hábitos de vida, 
urbanização, maior ingestão calórica, 
sedentarismo, obesidade. 
 
Brasil – IDF 
Haveria 16,8M de pessoas com DM, 46% sem 
diagnóstico, prevalência de 9,4%, 1 em cada 8 
adultos. 
5º lugar em maior numero de diabéticos. 
 
 
Genética: ocorrência de agregação familiar da DM 
é mais comum na DM2. Estudos recentes mostram 
prevalência 2x maior de DM1 em familias com DM2. 
 
Categorias/Classificação da Diabetes 
 
ANDRÉ WILLIAMS – UFMS 2 
 
 
A classificação da DM é proprosta pela ADA – 
American Diabetes Association, com base na 
etiologia, dividida em categorias gerais: 
 
Diabetes tipo 1 → devido à destruição autoimune 
das células b, geralmente levando à deficiência 
absoluta de insulina, incluindo diabetes 
autoimune latente da idade adulta (LADA) 
• Tipo 1A – Mecanismo autoimune – 90% 
dos casos 
• Tipo 1B – Mecanismo idioático, negros e 
asiáticos. 
 
• LADA – Latent Autoimunne Diabetes of 
Adults – Diabetes latente autoimune do 
adulto – 30% dos casos – costuma 
aparecer depois dos 30 anos, pode 
confundir o seu diagnóstico com DM2 por 
conta da idade. 
 
Diabetes tipo 2 → devido a uma perda 
progressiva não autoimune da secreção 
adequada de insulina das células b 
frequentemente no contexto de resistência à 
insulina e síndrome metabólica. 
 
Tipos Específicos de Diabetes → síndromes de 
diabetes monogênico (como diabetes neonatal e 
diabetes de início na maturidade dos jovens), 
doenças do pâncreas exócrino (como fibrose 
cística e pancreatite) e drogas ou diabetes 
induzida por produtos químicos (como com o uso 
de glicocorticoides, no tratamento de HIV/AIDS ou 
após transplante de órgãos) 
 
Diabetes Melito Gestacional → diabetes 
diagnosticado no segundo ou terceiro trimestre 
de gravidez que não era claramente diabetes 
manifesto antes da gestação. 
 
Características importantes para discriminação de DM 1: 
• Idade mais Jovem no Diagnóstico 
• Menor IMC 
• Cetoacidose 
• Glicose >360 
 
Diferenciação entre tipos 1 e 2 
 
A diferenciação entre DM 1 e 2 pode ser feita por: 
dados clínicos e epidemiológicos, e exames. 
DM1: Surge na infância e adolescência, sintomas 
clássicos – polis – polidipsia, poliúria, polifagia e 
perda de peso. 
DM2: Predomínio em adultos com excesso de peso e 
idade >30/40 anos. 
Mesmo assim, no momento do diagnóstico, pode ser 
confuso. 
DM1 na Fase Adulta – LADA – quadro pode ser diferente e 
arrastado 
Os sintomas podem não se apresentar na forma clássica, 
como visto nas crianças. Porém, uma hora ou outra, chegará ao 
hipoinsulinismo absoluto. 
Casos duvidosos: possibilidade da dosagem de 
autoanticorpos contra antígenos da célula B e peptídeo C. 
Dm1: Anti-GAD65 e ICA (anti insulina) presentes 
Dm2: Peptídeo C elevado, contrário de DM1 
 
Diabetes Melito Tipo 2 
 
Surge → Habitualmente após 30/40 anos de idade. 
 
Epidemiologia 
 
• Cerca de 80% dos pacientes são obsesos. 
• 70 a 90% dos pacientes possuem síndrome 
metabólica – dislipidemia, obesidade 
abdominal, resistência insulinica, tolerancia 
alterada a glicose, HAS e DM. 
 
Obs: Está ocorrendo aumento da frequência em 
jovens, Estudo da ERICA (Estudo de Riscos 
Cardiovasculares em Adolescentes) – realizou 
estudo com 38 mil adolescentes, ondem 22% 
possuiam estado de pré-diabetes e 3,3% DM2. 
 
Complicação Aguda: Síndrome Hiperosmolar 
hiperglicêmica SHH – elevada mortalidade. 
 
Segundo Lucio Vilar 
 
Mundial: O número de adultos acometidos por 
diabetes triplicou nos ultimos 20 anos. 
IDF – International Diabetes Federation – 9,3% dos 
adultos entre 20 e 79 anos vivem com diabetes, 
 
ANDRÉ WILLIAMS – UFMS 3 
 
sendo 1 em cada 2 não diagnosticados. 
 
4 milhões de mortes em 2019 – reduz a expectativa 
de vida e morbimortalidade. 
 
IDF – estima 578 milhões de adultos com DM. 
 
Porque os casos aumentaram? 
 
• O aumento, em grande parte, se deve ao 
aumento da DM2 e outros fatores de riscos 
relacionados a hábitos de vida, 
urbanização, maior ingestão calórica, 
sedentarismo, obesidade. 
 
Brasil – IDF 
Haveria 16,8M de pessoas com DM, 46% sem 
diagnóstico, prevalência de 9,4%, 1 em cada 8 
adultos. 
5º lugar em maior numero de diabéticos 
 
Patogênese 
 
Na DM1, o problema está em destruição das 
células beta, seja autoimune ou idiopático. 
 
Dm2 - Principais mecanismos fisiopatológicos que 
levam a hiperflicemia no DM2 são: 
 
• Resistência periférica à ação insulínica nos 
adipócitos e, principalmente, no músculo 
esquelético 
• Secreção deficiente de insulina pelo 
pâncreas 
• Aumento da produção hepática de glicose, 
resultante da resistência insulínica no fígado. 
 
Obs: Na verdade, acredita-se que tanto a 
resistência a insulina quanto o déficit secretório 
das celulas beta estão associadas para a expressão 
clínica da doença. 
 
Sequência de eventos: 
A resistencia a insulina surge primeiro -> a célula 
béta trabalha em excesso, atingindo um estado de 
exaustão secretória – Hipoinsulinismo relativo, 
mesmo a insulina estando normal, ou alta, ela é 
insuficiente para manter a homeostase da glicose. 
 
Genética: 
Há grande correlação da história familiar em casos 
de DM2, genes: 
• Gene da insulina, PPAR-gama, Canal de K 
ATP-sensível e calapaína 10. 
 
Octeto Ominoso de DeFronzo 
 
Mostra os outros componentes que desempenham 
papel na patogênese do DM: 
• Adipócito – lipólise acelerada 
• Trato Gastrintestinal – deficiência/ 
resistência incretínica 
• Celulas alfa pancreáticas – 
hipergucagonemia 
• Rim – reabsorção aumentada de glicose nos 
túbulos renais 
• Cérebro – resistência a insulina 
 
 
 
O que leva a resistênciaà insulina? 
 
Mecanismos de Resistência a Insulina relacionados 
com a Obesidade 
 
O que a Insulina faz? 
Insulina gera: 
• aumento do transporte de glicose, via GLUT 
4, no tecido adiposo e músculo. 
• gera inserção do GLUT 4 na membrana 
plasmática. 
 
ANDRÉ WILLIAMS – UFMS 4 
 
Isso depende de alguns componentes, a 
fosfatidilinositol 3quinase (PI3q) e da ativação 
da Akt. 
 
A via PI3Q/Akt estimulada pela insulina, tem papel 
fundamental na gliconeogênese, lipogênese e 
bloqueio de neoglicogênese. 
A RI da Obesidade e do DM2 – tem como alteração 
diversas alterações em pontos da vida do sinal da 
insulina – INCLUINDO PI31/AKT 
 
Ou seja - A RI ocorre por: 
• Redução do Receptor de Insulina, 
• Redução da atividade da PI3q e Akt, 
• diminuição da Translocação dos GLUT e 
enzimas intracelulares. 
 
Genética: 
Basicamente, as alterações envolvem vários 
genes, responsáveis pelo controle das vias de 
sinalização da insulina, na secreção de insulina e no 
metabolismo intermediário. 
Ou seja, A DM2 é poligênica, já que vários fatores 
podem estar alterados, diminuindo a eficácia da 
Insulina. 
 
Mecanismos: 
Porém, os estudos mostraram alguns mecanismos 
regulatórios descritos, que contribuem para a 
Resistência de Insulina: 
• Inflamação crônica subclínica, 
• Estresse de retículo endoplasmático 
• Alterações na microbiota intestinal 
 
Inflamação Crônica subclínica no tecido adiposo 
 
Adipocitocinas inflamatórias: 
O indivíduo obeso possui um adipócito 
hipertrofiado: que produz e libera adipocitocinas – 
TNF-Alfa, resistina, Il-6 – que contribuem para a 
instalação de uma inflamação crônica subclínica. 
 
Além disso – células imune: 
Haverá células imunes infiltradas no tecido 
adiposo que irão contribuir para a inflamação. 
 
 
Macrófagos M1: 
Existirão Macrófagos ativados, M1, que expressam 
TNF-alfa e IL-6 – atuam de maneira parácrina 
inibindo a ação da insulina em células-alvo: 
• Hepatócitos 
• Miócitos 
• Adipócitos 
 
Citocinas do M1 no sangue: 
Mas também, as citocinas caem na circulação 
sistêmica, gerando RI por efeito endócrino. 
OS macrófagos M1 amplificam o sinal 
inflamatório da obesidade. 
 
Em contrapartida, os macrófagos M2, liberam IL-10 
e TGF-Beta, anti-inflamatórios. 
 
Ativação de Vias inflamatórias 
 
Na obesidade e no DM2, há ativação de vias 
inflamatórias em vários tecidos: 
• músculo, fígado, trato gastrintestinal e 
sistema nervoso central (SNC) 
 
Isso ocorre por vários estímulos: 
• Ativação do receptor tolllike 4 (TLR4), 
• ativação de receptores de citocinas, 
• estresse oxidativo, 
• estresse de retículo endoplasmático e 
• ativação por lipídios intracelulares dessas 
vias 
Essas ativações levam a vias que inibem o sinal 
da insulina por meios transcricionais e pós-
transcricionais. 
 
Via da IKK-Beta: 
TNF-alfa e agonistas de TLR-4 ativam uma via que 
resulta em uma enzima, a IKK-Beta. 
 
A IKK-Beta fosforila IRS-1 e 2: 
• uma serina-quinase que fosforila um sítio 
do substrato do receptor de Insulina: IRS 
1 e 2. 
• A fosforiração reduz a capacidade do IRS-1 
e 2 de interagir com receptor de insulina, 
gerando estados de RI. 
 
ANDRÉ WILLIAMS – UFMS 5 
 
 
 
Via JNK: 
Além disso, existe uma outra via, a via JNK, que é 
ativada em resposta a TNF-alfa e ativação de TLR-
4, que fosforila o IRS-1, inibindo o sinal da Insulina 
– RI. 
 
Correlação – adipócitos e Macrófagos M1 do 
tecido adiposo estão secretando TNF-alfa, que 
ativa a via da IKK-Beta. 
 
Acúmulo de Lipídios Intracelulares e Aa de 
cadeia ramificada circulantes 
 
Processo inflamatório subclínico 
 
O processo inflamatório subclínico pode ser ativado 
ou mantido por outras alterações da obesidade: 
• o acúmulo de lipídios intracelulares e 
elevação de alguns aminoácidos que 
alteram sinalização de insulina. 
 
Excesso de Lipídos: 
Ativação PKCo: 
Excesso de Consumo de Lipídos – ac graxos livres 
ou não esterificados na circulação – ativação da 
PKC0 que fosforila IRS-1 em serina – inibe o sinal 
de Insulina. 
Resumo: Ácidos graxos livres ativação PKCo que 
fosforila IRS-1 
 
Biossíntese de ceramidas – PP2A 
Acidos graxos – aumenta biossíntese intracelular 
de ceramidas – ativa fosfatases, a PP2A – inibe 
ativação de Akt – RI 
Resumo: Ceramidas – PP2A – inibe Akt 
 
Efeitos dos BCAA – Ativação MtorC-1 – leva a 
fosforilação de IRS-1 
• Níveis elevados de BCAA –> pode ocorrer 
ativação do Complexo 1 da Mtor ( mTORC-
1) pela leucina 
• isso gera, no fim das contas, ativação de S6 
K-1 – fosforilação do IRS-1. 
 
Outra hipótese é o metabolismo anormal de BCAA 
em obesos: 
• levando acúmulo de metabolitos tóxicos – 
disfunção mitocondrial e RI ou DM2. 
Resumo: Ativação MtorC-1 – leva a reação que 
culmina em fosforilação de IRS-1 
 
ENFIM – Estresse de RE 
Processo inflamatório subclínico + anormalidades 
lipídicas e aminoácidos – levam estresse de 
Reticulo Endoplasmático. 
 
Estresse de retículo endoplasmático oxidativo na 
resistência à insulina 
 
Dieta Hiperlipídica + obesidade + DM2 
• geram sobrecarga capacidade funcional do 
RE –> estresse em hepatócitos, adipócitos e 
SNC. 
• Estresse crônico do RE pode levar a 
sinalização de IRE-1alfa. 
• IRE-1alfa ativa a via da IKK-beta 
(inflamação) e JNK (fosforilação de IRS-1 
 
Microbiota 
 
Alterações de Microbiota: 
Na DM2, existem alterações na microbiota, em 
todos os níveis. 
 
Microbiota normal: 
Análises mostram que as bactérias do intestino 
pertencem a 2 filos principais: 
• Bacteroidetes, gram-negativo, e 
• Firmicutes, Gram positivo. 
Resumindo: há um predomínio de bactérias gram-
negativas. 
 
Obesidade e microbiotas – redução de gram - 
Na obesidade – há redução das gram negativas, e 
aumento das positivas. 
Há alteração de permeabilidade de membrana: 
• Há absorção aumentada de LPS, um lipídio 
da membrana de gram-negativas, por conta 
de alterações que ocorrem na 
permeabilidade do intestino. 
 
ANDRÉ WILLIAMS – UFMS 6 
 
 
Mas porque ocorre alteração da permeabilidade? 
 
Um pouco complexo, a própria: 
• alteração da proporção das bactérias já 
pode alterar a permeabilidade do intestino, 
pois há bactérias que estimulam o 
metabolismo energético 
• Além disso, há conexão com outros fatores 
que levam a RI, como os aminoácidos de 
cadeia ramificada. 
 
Correlação - LPS aumenta – inflamação – leva a RI 
por ativação do TLR-4 – citocinas e resposta 
inflamatória. 
 
Falência de células Beta 
 
Quando a Dm2 começa? 
A DM2 começa quando as células Beta do pâncreas 
não conseguem secretar insulina o suficiente para 
suprir o metabolismo. 
 
Ocorre por: 
Isso ocorre pela disfunção secretória e/ou por 
diminuição da massa de céulas B. 
 
Massa de células Beta: 
 
Obesos que não tem Dm: 
Os obesos que não desenvolvem diabetes 
apresentam aumento da massa de células B, para 
compensar a RI, é preciso de mais insulina para 
vencê-la. 
 
Quem desenvolve Dm2 – redução de massa 
Porém, quem desenvolve DM2 não tem aumento de 
massa, e sim, redução de células B pancreáticas. 
 
Redução de Massa – deficiência relativa: 
Ocorre uma deficiência relativa de insulina, há 
células beta produzindo, mas em quantidade 
insuficiente para vencer a RI. 
 
Correlação com Idosos: Massa de células B cai, o 
que explica a maior propensão nessa faixa etária. 
 
O que leva a queda de massa de cel beta? 
Lembra da via IKK-Beta – ativada por TNF-alfa, 
TLR-4? 
Ela fosforila o IRS-2! 
IRS-2 – Protetor de células beta: 
A IRS-2 protege a célula B, pois ela estimula sua 
replicação, e sua diminuição pode levar a apoptose 
das células. 
Inflamação crônica = Risco para Dm2. 
 
Então, na DM2: 
Há maior apoptose de Cel B, decorrente da: 
• hiperglicemia, lipotoxicidade, 
• estresse oxidativo, estresse do RE e ação de 
algumas citocinas 
 
Hiperglicemia crônica: 
• leva a espécies reativas deOxigênio, 
expressão de IL-1 nas ilhotas, somado a 
TNF-alfa e Il-6 aumentada e os ácidos 
graxos como ativadores de serina-quinases 
(JNK) – fosforila a IRS-2 
Resumo: hiperglicemia crônica aumenta expressão 
de TNF-alfa, e ácidos graxos a JNK – ambos leva a 
fosforilação de IRS-2 
 
Incretinas: 
Há menor efeito insulinotrópico das incretinas na 
obesidade e Dm2. 
 
O GIP e GLP-1 induzem secreção de insulina após 
refeição, estimula a proliferação das células B, são 
responsáveis por cerca de 50% da secreção de 
insulina após refeição. 
 
Na DM2 – o GLP-1 tem efeito reduzido e GIP efeito 
quase perdido, por isso há redução a tolerância da 
glicose. 
 
OUTROS MECANISMOS 
 
SNC – Cérebro – Inflamação do Hipotálamo 
Dieta rica em gorduras - estresse oxidativo, 
citocinas pro inflamatórias – leva a inflamação do 
hipotálamo. 
 
ANDRÉ WILLIAMS – UFMS 7 
 
Há redução dos sinais anorexígenos da insulina e 
leptina, gerando hiperfagia e ganho de peso. 
Resumo: dieta rica em gordura leva a estresse 
oxidativo – inflamação do hipotálamo, reduz sinal 
anorexígeno da insulina e leptina 
 
 
Rins: 
Há aumento da atividade dos transportadores de 
sódio e glicose 2 nos túbulos proximais, que são 
responsáveis por reabsorver glicose. 
Resumo: Aumento de reabsorção de glicose. 
 
Em contrapartida, os macrófagos M2, liberam IL-10 
e TGF-Beta, anti-inflamatórios. 
 
 
1.Fatores de Risco 
 
Obesidade - IMC: 
A Obesidade é o mais importante – abdominal 
Maior IMC e Circunferencia abdominal = maior risco. 
 
Incidência de DM2 – 5x maior em pacientes com 
síndrome metabólica. 
Sedentarismo e História familiar também entram 
em FR. 
 
Tabagismo – maior risco para DM2. 
Café – evidencias que consumo cronico diminua o 
risco para DM2. 
 
Crianças que nascem com idade gestacional pequena 
tem risco aumentado de desenvolver DM2 e 
sindrome metabolica na vida adulta: 
 
Hipótese do Fenótipo econômico: 
A desnutrição uterina modifica os mecanismos 
reguladores da tolerância a carboidraos, 
aumentando a disponibilidades de nutrientes, porém, 
esses mecanismos poupadores de glicose 
perduram por toda a vida, aumentando a 
resistência a insulina. 
Resumo: Mecanismos poupadores de glicose 
decorrentes de desnutrição uterina geram RI em 
adultos. 
 
Quadro Clínico do DM2 
 
Oligoassintomáticos: 
O diagnóstico do DM2 costuma ser tardio, já que 
muitos pacientes passam anos assintomáticos. 
Cerca de 50% dos casos, só ocorre o reconhecimento 
da doença quando já há lesões de ógão-alvo. 
 
Sintomas clássicos do DM – polis – poliúria, 
polidipsia, polifagia, e perda ponderal – são 
característicos do DM1 
 
Dm2: 
No DM2, 40 a 50% dos pacientes desconhecem ter 
a doença, sao oligo ou assintomáticos, podem 
apresentar sintomas inespecíficos: 
• Tonturas 
• Difuculdade visual 
• Caibras 
• Astenia 
 
Paciente típico da DM2: >40 anos, obeso, 
sedentário, possui fatores de risco cardiovasculares 
 
Obs: Vale lembrar também da incidência 
aumentando em jovens e adolescentes. 
 
Menos frequente: sintomas de franca hiperglicemia 
– poliúria e polidipsia – raro a cetoacidose diabética, 
já que existe uma produção endógena de insulina 
para evitar a cetogênese hepática. 
 
Sinal clínico: acantose nigrans – ou diabetes ou 
neoplasia, principalmente em dobras cutâneas. 
 
A não ser que ocorra diagnóstico clínico claro – 
crise hiperglicêmica, glicose plasmática aleatória 
de >200mg, recorreremos para 2 resultados 
anormais de exames: 
• Glicemia 
• Teste oral de tolerância a glicose 
• Hemoglobina Glicada 
 
Diagnóstico 
 
O diagnóstico de DM requer demonstração 
laboratorial de hiperglicemia. 
 
ANDRÉ WILLIAMS – UFMS 8 
 
 
Basicamente, precisamos de 2 resultados 
anormais de: 
• Glicemia, 
• Teste oral de tolerancia a glicose 
• e/ou Hemoglobina Glicada. 
 
Glicemia 
 
Meio mais prático de avaliar status glicêmico. 
Jejum de ao menos 8 horas. 
 
Valores: 
• valores >126mg em dias diferentes 
estabelece o diagnóstico de DM. 
• 100 e 125 – status pré-diabético – já é 
alterada – lançar mão de TOTG – teste oral 
 
Teste oral de tolerância à glicose 
 
Coleta sangue para dosagem da GJ 
 
Após, se Administra 75g de glicose anidra 
dissolvidos em 250/300ml de agua. 
2 horas após, amostra de glicemia do sangue. 
 
Deve ser feito pela manhã, após 8/14h de jejum. 
 
Valores: 
• Se a glicemia for >200 – DM 
• Se entre 140 – 200 – Tolerancia diminuida 
a glicose – pré diabetes 
• < 140 – tolerancia normal a glicose 
 
Hemoglobina Glicada 
 
HbA1c ou A1C – representa 4 a 6% da Hb total. 
 
Produto da reação não enzimática entre glicose 
sanguinea e grupo aminoterminal na cadeia beta 
da Hemoglobina. 
• Se trata de uma reação irreversível, com 
intensidade proporcional a glicemia. 
• Os valores da HbA1c reflete a média da 
glicemia nos últimos 2 a 3 meses, o tempo 
de sobrevida das hemácias. 
 
Alguns estudos demonstram que em pacientes com 
controle da glicemia estável: 
• 50% da HbA1c é formado no mês 
precedente 
• 25% anterior 
• 25% no 3º ou 4º mes anterior ao exame 
 
Acurácia 
 
É Considerada o padrão-ouro para avaliar o 
controle glicêmico. 
O teste deve ser realizado usando o método 
certificado pelo NGSP. 
 
Resultados 
• A1c> 6,5% indica DM, desde que o método 
utilizado seja aprovado pelo NGSP. 
A escolha de 6,5% ja ser considerado DM 
baseia-se que há maior risco de retinopatia 
diabética a partir de 6,5%. 
• Entre 5,7 e 6,4% - pré diabéticos. 
 
 
Interpretação – cuidados 
 
É necessário considerar alguns fatores para a 
interpretação da HbA1c. 
 
Método – Padrão ouro: 
O método laboratorial tem que ser o padrão ouro 
utilizado no DCCT, a cromatografia líquida de alta 
eficiência. 
 
Precisamos levar em consideração fatores que 
podem alterar a glicação da hemoglobina, 
independendente de glicemia: 
Abaixam a glicada: 
• Anemia hemolítica 
• Estágios hemorrágicos 
Aumentam a glicada: 
• Anemias por carência de Ferro 
• Vitamina B12 
• Deficiência de Folato 
 
 
Cuidado – hemoglobinopatias: 
A quantificação da HbA1c não deve ser feita em 
pacientes com hemoglobinopatias, 
principalmente as formas homozigotas. Nessas 
situações, é mais recomendável avaliar o controle 
do DM pela frutosamina 
 
Glicosúria 
 
Baixa sensibilidade diagnóstica, ela costuma 
surgir apenas com glicemias >180mg/dl. 
Pode ocorrer na ausencia de DM, em até 50% das 
 
ANDRÉ WILLIAMS – UFMS 9 
 
gestantes, tubulopatias renais, IRC. 
 
 
Peptídeo C 
 
A capacidade secretória do pancreas pode ser 
analisada pela dosagem do Peptideo C. 
Secretado na circulação porta em [] equimolar a 
insulina, já que é originado da clivagem da 
proinsulina. 
 
• Dm1 - o C de 0,35 ng/mℓ no basal e de 0,5 
ng/mℓ após estímulo. 
• Dm2 - 2,1 e de 3,3 ng/mℓ , respectivamente 
 
Valor para Dm2: 
• Basal >0,9 
• Estímulo>1,8 
Deve ser considerado que níveis do peptídeo C > 0,9 
ng/mℓ no basal e > 1,8 ng/mℓ após glucagon indicam 
uma reserva de insulina compatível com DM2. 
 
Valores inferiores confirmam o diagnóstico de DM1. 
 
Dosagem de autoanticorpos contra célula beta 
 
Autoanticorpos são encontrados no DM1A e LADA. 
Dosar permite diferenciar de DM2. 
 
GAD65 – 80% dos casos de DM1 recente 
• 50% detectável após 10 anos de ddo. 
 
ICA, IAA, IA2 e antiZnt8A – encontrados em 70/80% 
logo após ddo, desaparecem em até 2/3 anos da 
doença. 
 
Estado de pré diabetes 
 
Os pacientes em estado pré diabético tem glicose 
alterada, mas não possuem critérios para DM. 
 
Obs: Possuem alta probabilidade de desenvolver 
DM2 em curto prazo, 30% em 5 anos. 
Seu risco cardiovascular já é aumentado. 
 
Exame de TOTG-75 – em pré diabéticos: 
 
Fazer o TOTG-75 para pré diabéticos pode ser 
uma ferramenta útil, já que pode detectar DM 
nesses casos. 
Se a TOTG não for >200, ele é realmente pré 
diabético. 
 
IntervirOrientação Nutricional + Atividades Físicas – MEV 
– modificações terapeuticas no estilo de vida – visa 
a redução do peso e a reversão da resistência 
insulínica. 
MEV: 
A adoção da MEV reduz o risco de DM2 em até 60%. 
O uso de drogas para reduzir o risco de DM2 tem 
que ser analisado, geralmente, a MEV é mais efetiva 
em reduzir o risco. 
 
Metformina: 
Apenas a metformina, que vale ser indicada em 
pacientes de alto risco, como IMC>35, idade <60ª e 
história de diabétes gestacional, apenas nesses 
pacientes ela possui eficácia próxima a MEV. 
 
Rastreamento 
 
DM sempre deve ser considerado em pacientes 
com sintomas clássicos – poliúria, polidipsia, 
polifagia e perda de peso. 
 
Assintomáticos: 
 
Entre os assintomáticos – pesquisa >45 anos ou 
mais jovens se IMC>25, HAS, Histórico familiar, 
dislipidemia e DMG. 
 
Uso de fármacos: glicocorticoides, diuréticos 
tiazídicos, alguns medicamentos para o HIV e 
antipsicóticos atípicos – aumentam risco de DM. 
 
 
ADA - Recomenda que a partir dos 10 anos ou início 
da puberdade, quando há sobrepeso, (IMC > 85 
opercentil para idade e sexo ou peso, 120% do ideal 
para a altura, e 2 ou+ FR: 
• História familiar de DM2 em parentes em 
primeiro e segundo graus 
• Determinadas raças ou etnias (p. ex., índios 
norte-americanos, negros, 
latino-americanos etc.) 
• Sinais de resistência insulínica ou condições 
associadas à resistência insulínica (p. ex., 
acantose nigricans, hipertensão 
• dislipidemia, SOP ou recém-nascido com 
baixo peso para a idade gestacional) 
 
ANDRÉ WILLIAMS – UFMS 10 
 
• História materna de DM ou DMG na 
gestação da criança. 
 
ALVOS GLICÊMICOS 
 
Controle Glicêmico: 
O objetivo do tratamento do DM2 é diminuir as 
complicações micro a macrovasculares, e isso é 
obtido através do controle glicêmico, da PA e lipídico. 
 
Alvos: 
Adultos não grávidos: A1C <7% sem hipoglicemia 
significativa. 
Metas limitadas <8% podem ser apropriadas para 
pacientes com expectativa de vida limitada, onde 
os riscos do tratamento são maiores.