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CÂNCER DE CÓLON RETAL · Epidemiologia · Neoplasia + frequente do TGI · Na Europa e EUA é o 3º câncer mais prevalente · BR: 3º câncer mais comum em homens e o 2º mais frequente em mulheres · O pico de incidência é entre 60 e 79 anos · 20% dos casos ocorrem antes de 50 anos · O tipo histológico mais comum no CCR é o adenocarcinoma (90%) A maior parte (85%) dos casos de CCR é esporádica e não familiar. Mas ambas as formas são resultado do acúmulo de lesões genéticas múltiplas em uma sequência específica. Esporádico: + comum. Indivíduos maiores de 60 anos, normalmente lesão única e não tem uma história familiar documentada. → 85 % Familiar: Existe uma herança genética, mas é mais sutil. Acontece em indivíduos um pouco mais jovens (< 50 anos) e normalmente indivíduos que tem uma história familiar positiva para CA colorretal. Hereditário: se origina de síndromes de cânceres colorretal. Geralmente são lesões múltiplas, indivíduos mais jovens (<40 anos) e indivíduos que possuem história familiar muito positiva para CA de colorretal. PAF e CCNPH → principais tipos de síndromes que originam o CA colorretal. FATORES DE RISCO · Tabagismo → leva a produção de hidrocarbonetos aromáticos, que constituem “adducts” do DNA. Está relacionado ao aumento de pólipos adenomatosos e características displásicas. · Álcool → Por ter efeito antagonista do folato e da metionina, aumenta o risco do ccr. · Dieta . excesso de carne vermelha, alimentos processados, alta ingestão de carboidratos refinados e gordura animal . baixa ingestão de fibras vegetais não absorvíveis . estado de hiperinsulinemia (resistência aumentada à insulina) - excesso do hormônio insulina circulante no corpo humano. · Obesidade e inatividade física . o exercício auxilia na funcionalidade intestinal e na ingesta hídrica obs: ressalta-se o hábito de que mulheres não costumam usar qualquer banheiro, o que inibe o estímulo evacuatório. · A septicemia ou endocardite por Streptococcus bovis eleva as taxas de tumores colorretais, assim como de outras neoplasias gastrointestinais. · Recentes estudos apontam o uso de aspirina e outros AINES como fatores de proteção para o CCR, de modo que algumas sociedades já recomendam o uso de 100 mg de aspirina com revestimento entérico em indivíduos entre 50 e 70 anos desde que não tenham contraindicação ao seu uso. · Fatores ambientais e genéticos contribuem direta ou indiretamente para o aparecimento do CCR. Certas afecções como doença inflamatória intestinal (doença de Crohn e retocolite ulcerativa), fibrose cística e radiação abdominal, também contribuem para esse desfecho. HPD CLASSIFICAÇÃO E TIPOS CLASSIFICAÇÃO E TIPOS Conceituação → São basicamente lesões displásicas que crescem no lúmen GI, ou seja, ELEVAÇÕES NA MUCOSA DO INTESTINO - podem estar presente no ESÔFAGO, INTESTINO DELGADO, ESTÔMAGO E INTESTINO GROSSO, sendo estes muito comuns no intestino grosso de fato. · Tipos: · Pediculados (pedúnculos): contém uma "haste" que irá segurar a massa · Sésseis: são apenas uma massa no lúmen intestinal · Classificações: Não neoplásicos e Neoplásicos NÃO NEOPLÁSICOS (Hiperplásicos/ Inflamatórios/ Hamartomatosos): 1. HIPERPLÁSICOS - maioria dos casos → São proliferações epiteliais comuns → São mais comumente encontrados no cólon esquerdo (descendente) - normalmente, apresentam menos de 5 mm de diâmetro. → São protrusões nodulares lisas da mucosa, frequentemente sobre as cristas das pregas da mucosa. → Podem ocorrer isoladamente, porém são mais frequentemente múltiplos, em particular no cólon sigmóide e reto. → APRESENTAM ASPECTO SERRÁTIL (confusão com outras doenças) → NÃO APRESENTAM ALTERAÇÃO DISPLÁSICA 0. INFLAMATÓRIOS - "pseudopólipos" → Causados pelo COMPROMETIMENTO DO RELAXAMENTO DO ESFÍNCTER ANORRETAL (tração, distorção) → causa lesões com o longo do tempo por criar um ângulo agudo sobre a mucosa retal → ULCERAÇÕES (decorrentes das diversas inflamações que ocorrem no local), após isso irá criar-se o pólipo podendo ser séssil ou pediculado. → É possível encontrar histologicamente fibroses na lâmina própria, vários graus de hiperplasia, alongamento da cripta, extensão da muscular da mucosa. → NÃO PODEM SER NEOPLÁSICOS 0. HAMARTOMATOSOS São esporádicos, porém provenientes de SÍNDROMES GENÉTICAS de nascença ou adquiridas durante a vida (ex. Síndrome de Peutz - Jeghers) → CRESCIMENTOS IRREGULARES SEMELHANTE A TUMORES, PORÉM DE CÉLULAS MADURAS. NEOPLÁSICOS (Adenomatosos / Serrilhados): 1. ADENOMATOSOS - maioria dos casos O tamanho é a característica mais importante a ser correlacionada com o risco de malignidade. → Origem neoplásica benigna, porém têm GRANDE CAPACIDADE DE VIRAR UM CÂNCER, por conterem alto grau de ALTERAÇÃO DISPLÁSICA EPIDEMIOLOGIA: relativamente comuns, especialmente na população masculina mais idosa. Indivíduos com história familiar, em primeiro grau, positiva apresentam um risco 4x maior de desenvolver pólipos adenomatosos. Como surgem: Acredita-se que eles sejam originários de uma falha em uma ou algumas etapas do processo normal de proliferação celular e de morte celular (apoptose). A aberração inicial parece surgir de uma única cripta do cólon na qual o compartimento proliferativo, em vez de estar confinado à base da cripta, é expandido por toda ela. --> Como esta pode ocorrer morfologicamente: Transformação em Malignidade: Apenas a minoria dos adenomas têm chance de virarem , durante ANOS de proliferação, porém a chance aumenta com ALTO GRAU DE DISPLASIA > 10mm ou de origem vilosa , leva-se em conta que há possibilidade de haver carcinoma invasivo junto a esses. Histopatologia: São grandes, podem ser sésseis ou pedunculados, os sésseis têm aspecto de veludo pelo seu padrão de crescimento displásico abundante. Já os pedúnculos apresentam casca fibromuscular e vasos sanguíneos derivados da submucosa. · Classificação da arquitetura histológica: Vilosos, tubulares ou tubovilosos · Tubulares: Tendem a ser pedunculados , formados por pequenas glândulas arredondadas · Vilosos: são maiores e sésseis, são recobertas por diversas vilosidades - secretam potássio e proteínas · Túbulo Vilosos: Apresentam os dois ao mesmo tempo IMPORTANTE: RISCO AUMENTADO DE CÂNCER EM VILOSOS, PELA MUDANÇA DE EPITÉLIO PROEMINENTE (MAIOR DISPLASIA ASSOCIADA) 1. SERRILHADOS Histopatologia: Grupo heterogêneo de pólipos adenomatosos de característica histológica serrátil, SÃO COMUNS NO CÓLON DIREITO e apresentam malignidade variável. · Serrilhados Sésseis: Prevalentes no cólon proximal , têm normalmente superfície lisa em "formato de nuvem", podem estar cobertos de muco e podem conter displasia significativa- há envolvimento das criptas em sua composição histológica. · Alto grau de malignidade pelo seu formato e arquitetura SÍNDROMES GENÉTICAS As síndromes polipoides podem ser classificadas em síndromes de polipose hereditárias (polipose adenomatosa e hamartomatosa) e nas não hereditárias (inúmeras variantes). · PAF – Polipose Adenomatosa Familiar: Autossômica dominante. Tem duas variáveis: 1. Gardner: variável relacionada com câncer colorretal associado também à câncer de tecidos moles e ósseos. 2. Turcot: 2ª variável do câncer colorretal, está relacionada com câncer de colorretal e tumores do sistema nervoso central (principalmente meduloblastoma. · Aparecimento por meio GENÉTICO de múltiplos pólipos adenomatosos colorretais perante todo GI. É causada por mutações do gene da polipose adenomatosa do cólon (PAC). Uma contagem de pelo menos 100 pólipos é necessária para o diagnóstico de PAF clássica, e vários milhares podem estar presentes · → MUITO PRESENTE NEOPLASIAS, DESENVOLVIMENTO EM 100% DOS NÃO TRATÁVEIS · Rastreio da PAF 🡪 colonoscopia anual (a partir dos 10-12 anos), endoscopia digestiva alta a cada 1 a 3 anos a partir dos 20-25, exame anual de tireoide. Temos que lembrar que as síndromes genéticas hereditárias levam a tumores de outras regiões que não só do cólon e do reto. · CCHNP – Câncer Colorretalnão Poliposo Hereditário ou SÍNDROME DE LYNCH: Autossômica dominante. Geralmente acomete mais o cólon ascendente e o ceco. Acomete indivíduos jovens. Tem subgrupos: · tipo I (predisposição a desenvolver o câncer colorretal) · tipo II (além da predisposição para desenvolver o câncer colorretal, ele também tem predisposição para desenvolver outros tipos de cânceres, como por exemplo, os ginecológicos (ovário e endométrio), gástrico, delgado, hepatobiliar, próstata, pelve renal, ureter). · Conhecido como síndrome de Lynch, foi originalmente descrito como um agrupamento de cânceres familiares de ocorrência distribuída em vários locais, os cânceres do cólon em pacientes com CCHNP tendem a ocorrer em idades mais jovens do que os cânceres de cólon esporádicos, e muitas vezes estão localizados no cólon direito · → Adenomas serrilhados sésseis estão associados ao CCHNP, e a produção de mucina pode ser proeminente nos adenocarcinomas subsequentes · → O CCHNP é causado por mutações herdadas na linhagem germinativa em genes que codificam proteínas responsáveis pela detecção, excisão e reparo de erros que ocorrem durante a replicação do DNA · → Basicamente, é a ocorrência de adenocarcinoma sem necessidade de ser por pólipos, herdada a partir de erros genéticos herdados. · Critérios de AMSTERDAM DIAGNÓSTICO · Pólipos Juvenis: É o tipo mais comum de pólipo juvenil (pólipos hamartomatosos), sendo esses muito comum em crianças. Têm como característica de dilatação glandular (GLÂNDULAS CÍSTICAS) , são muito comuns em hemorragias e podem "aparecer" no ânus da criança · Síndrome de Peutz-Jeghers: MUTAÇÃO STK11/LKB1 presença de múltiplos pólipos hamartomatosos (mais que 30) gastrointestinais e hiperpigmentação mucocutânea em quase todo epitélio cutâneo ("fluorescentes") que implicam risco aumentado para várias neoplasias malignas, como cânceres de cólon, pâncreas, mama, pulmão, ovários, útero e testículos, bem como outras neoplasias incomuns - GRANDES E PEDUNCULADOS COM CONTORNOS LOBULADOS → Em sua morfologia são de células GLANDULARES (CALICIFORMES) que são sustentados pela musculatura lisa FISIOPATOLOGIA → maioria dos casos: lesões esporádicas + fatores ambientais · Perda de função de genes supressores e ativação de oncogenes → aquisição fenótipo maligno · 2 vias: → AMBAS = acúmulo de mutações sucessivas e cumulativas Anormalidades podem ser reconhecidas pela ausência de proteínas de reparo do DNA ou pela análise de microssatélites 1. VIA APC/B-catenina → atua na origem de adenomas e sua progressão para adenocarcinomas → responsável por 70 a 80% dos carcinomas esporádicos de cólon → lesão inicia com mutação no gene APC (Supressor de tumor) em condições normais: PTN APC se liga B-catenina, levando à sua degradação perda de função APC: B-catenina fica livre, ativando fatores de transcrição de alguns genes, cujos produtos induzem proliferação celular (MYC e ciclina D1) *mutações adicionais pelo gene KRAS (aumenta a proliferação celular e diminui a apoptose) → mutação no gene TP53 são encontradas em 70% dos cânceres de cólon 2. VIA de instabilidade de microssatélites → relacionada com defeitos no reparo do DNA → os produtos desses genes (hMSH2, 6…) são revisores do DMA, detectando erros em sua replicação → sem reparo de DNA = erros de replicação não são corrigidos = mutações · Microssatélites = pequenas sequências repetitivas em nucleotídeos (3 a 5 pares de base) muito sujeitas a mutações ↳ são um bom marcador de defeitos nos genes de reparo do DNA → podem se situar em genes envolvidos na proliferação celular (ex: TGF-B) ou apoptose (BAX), permitindo a expansão de clones transformados → carcinomas com instabilidade de microssatélites ocorrem na síndrome de lynch/HNPCC OBS → Carcinomas com instabilidade de microssatélites ocorrem na síndrome do câncer do cólon hereditário não associado à polipose (HNPCC – síndrome de Lynch). ● A via mutadora apresenta o mesmo desfecho da Via do APC, porém, caracteriza-se por alterações genômicas (mutação ou inativação) nos genes de reparo do DNA ● Essas alterações se associam aos microssatélites, gerando uma instabilidade em regiões codificadoras de genes do ciclo celular, levando ao aumento da proliferação celular e redução da apoptose. ● Ilha: região genômica em que há o gene MLH1, que controla a instabilidade cromossômica e faz reparações. Quando há alterações do gene, há espaço para o surgimento de mutações ● Microssatélites: São localizações dos genomas que ficam nas extremidades. Essas regiões são mais suscetíveis a reparações. ● Nas zonas de microssatélites tem-se BAX, que sofre uma mutação ou pode ser inibida. Dessa forma, os clones que estão alterados podem se proliferar ● Perda de função de TGF-beta CLÍNICA CLÍNICA A hematêmese → vômito de apreciável quantidade de sangue · tom vermelho vivo se a hemorragia for ativa e contínua. · pode ter aspecto de borra de café → hemorragia que diminuiu ou parou, e o sangue se parece com borra de café porque foi parcialmente digerido pelo ácido no estômago. É possível que o sangue também seja expelido do RETO: · Melena - na forma de fezes negras e escuras · A origem da hemorragia se situa geralmente nos segmentos mais altos do trato digestivo (esôfago, estômago ou intestino delgado) · A cor negra da melena resulta do sangue exposto aos ácidos e às enzimas do estômago por várias horas e das bactérias que se alojam normalmente no intestino grosso · Pode continuar por vários dias depois de a hemorragia cessar. · Hematoquezia (rectorragia) - na forma de sangue vermelho vivo · Sinal de uma hemorragia digestiva baixa · Mais provável quando a hemorragia tem origem no intestino grosso, embora também possa ser decorrente de uma hemorragia muito rápida originada nas regiões superiores do trato digestivo. · Enterorragia - hemorragia intestinal. (sangue vivo) SINAIS E SINTOMAS Normalmente: fases iniciais são ASSINTOMÁTICAS, sendo esses diagnosticados após aparecimento de sintomatologia em 90% dos casos. Os sintomas do CCR podem ser devido ao crescimento tumoral no lúmen intestinal ou por invasão de órgãos adjacentes, o que sugere doença avançada. - Sinais e sintomas sugestivos - de acordo com a topografia da lesão: → CECO E CÓLON ASCENDENTE: Anemia ferropriva por sangramento insidioso e oculto → tumores apresentam uma perda maior de sangue em comparação a outros locais do cólon: 9mL/dia → vertigem, fadiga e palpitações. Melena pode ocorrer. Por serem tumores volumosos (massa abdominal), podem gerar dores abdominais. Além do estreitamento do lúmen intestinal → síndrome obstrutiva. → CÓLONS DESCENDENTE, SIGMÓIDE E RETO: Mudança no hábito intestinal → constipação (obstipação), devido ao menor calibre do intestino no lado esquerdo em comparação ao cólon ascendente (fezes líquidas e maior diâmetro luminal) Hematoquezia → sobretudo câncer retossigmoide. - Admissão em emergência com quadros de sangramento gastrointestinal agudo, obstrutivos e/ou perfurativos com peritonite. - Perda ponderal maior que 10% do peso, não intencional, em curto período, sugere fortemente síndrome consumptiva. Em resumo mudanças do hábito intestinal, dor abdominal, tenesmo, sangramento retal e obstrução intestinal = tumores no cólon distal ulceração e perda sanguínea crônica, se manifestando clinicamente com astenia, palpitações ou angina pectoris, sinais da anemia ferropriva = tumores no cólon proximal NÁUSEAS, VÔMITOS E DOR ABDOMINAL DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO TRATAMENTO · Exame físico e proctológico (toque retal, anuscopia, retosigmoidoscopia rígida) · Hemograma → anemia (hipocrômica e microcítica) → perda de Fe · Carcino antígeno-embrionário (CEA) → exame de sangue venoso para avaliar um marcador cancerígeno Retossigmóide · Colonoscopia · Enema Opaco (bário + exame de imagem) Anamnese + EF: Toque Retal ● Colonoscopia: Padrão-Ouro, possibilidade de realizaçãode biópsia ○ Como sua taxa de eficiência é maior, posso repetir apenas a cada 10 anos ● TC e RM: por conta de metástases no peritônio, óssea, hepática, tórax ○ TC: 5 anos ○ Colonografia ou Colonoscopia Virtual: 5 anos ● USG endorretal ● Enema Opaco: exame para diagnóstico de uma forma mais tardia ○ Pode ser repetido a cada 5 anos ● Retossigmoidoscopia: permite visualização até o sigmóide (20-40cm) ● Sangue Oculto nas fezes guaiaco (PSOF-g) ● Hemograma: investigação de anemia (C-19) SANGUE OCULTO NAS FEZES: Métodos: São realizados com 3 amostras - IMUNOQUÍMICOS: Como um teste de gravidez, realizado sem necessidade de dieta, membrana de nitrocelulose e presença de anticorpos monoclonais para Hb humana - específico e detecta quantidade pequenas de Hb (0.006 mg) sensibilidade varia dependendo do tipo de teste e etc - MUITO ESPECÍFICO Método Químico: Basicamente: O diagnóstico dos tumores colônicos é feito pelo exame anatomopatológico em material normalmente obtido através da colonoscopia, pela visualização de lesão e biópsia da mesma ou pela ressecção de um pólipo. A grande maioria das neoplasias malignas do cólon é representada pelos adenocarcinomas colonoscopia é o método preferencial de diagnóstico por permitir o exame de todo o intestino grosso e a remoção ou biópsia de pólipos, oferecendo vantagem sobre a colonografia por tomografia O diagnóstico da doença por exame radiológico contrastado do cólon (enema opaco) deve ser reservado para quando não houver acesso à colonoscopia ou quando existir contraindicação médica para esse exame OBS: Pólipo localizado deve ser retirado --> BIÓPSIA É DE ACORDO COM O PÓLIPO RETIRADO - DEVE-SE RETIRAR TODO PÓLIPO Suspeita Diagnóstico: Ao suspeitar de um diagnóstico, é OBRIGATÓRIO a realização de um exame proctológico (toque retal) → Em casos de diagnósticos confirmados, a infiltração e extensão do tumor de reto devem ser avaliadas quando possível pela ultrassonografia endorretal (Localização do "estrago" que este causou). Investigação de metástases: Deve ser feita alternativamente por meio de exame ultrassonográfico, tomografia computadorizada ou ressonância magnética → metástases pulmonares devem ser efetuadas por meio de radiografia simples de tórax ou tomografia computadorizada. · Teste imuno-histoquímico fecal (FIT) · utiliza anticorpos direcionados contra a hemoglobina humana (uma proteína dos glóbulos vermelhos que faz com que o sangue tenha cor vermelha) para detectar sangue nas fezes · a pessoa coleta amostras com um kit caseiro parecido com o utilizado para o exame fecal com guáiaco. Se for detectado sangue, outros exames serão necessários para determinar a fonte. Esse exame não exige nenhuma restrição em relação à dieta, medicamentos ou vitaminas. Esses exames imunoquímicos mais recentes são mais exatos que os exames fecais com guaiaco mais antigos e a maioria das diretrizes de associações médicas dá preferência àqueles exames para a realização de exames preventivos para o câncer colorretal. Recomenda-se a realização anual do teste imuno-histoquímico fecal como exame preventivo para o câncer colorretal. · Exame fecal genético (exame FIT-DNA) · utiliza uma combinação de um exame de material genético (DNA) associado ao câncer colorretal e o teste imunoquímico fecal (FIT, no qual anticorpos direcionados contra a hemoglobina humana são utilizados para detectar sangue nas fezes) · pessoa coleta amostras para esse exame com um kit caseiro e depois envia as amostras ao laboratório. Se o resultado do exame for alterado, serão necessários outros exames para determinar a fonte.Esse exame não exige nenhuma restrição em relação à dieta, medicamentos ou vitaminas. Esse exame é mais exato que o teste imunológico fecal e é realizado a cada três anos. Contudo, o teste FIT-DNA é mais caro Ressecção Cirúrgica → tratamento padrão - por via aberta do tumor primário e linfonodos regionais → deve visar margem distal livre de infiltração neoplásica, quando houver na peça operatória um limite de ressecção superior a 1,5 a 2,0 cm, com ressecção de no mínimo 15 linfonodos. → deve incluir pelo menos 5cm de cólon de cada lado do tumor OBS: colectomias por videolaparoscopia apresentam resultados semelhantes em termos de margens de ressecção e número de linfonodos ressecados, associado a menor morbidade operatória, rápido restabelecimento pós-operatório. Quimioterapia → adjuvante está indicada para doentes com câncer colorretal no estágio III e, excepcionalmente, no estágio II, a critério médico (METÁSTASES) - deve ocorrer entre 4 e 6 semanas após à cirurgia → fluoropirimidina (5-fluorouracila ou capecitabina – para casos em estágio II), associada ou não a oxaliplatina (para casos em estágio III) Radioterapia → não é recomendada rotineiramente no tratamento pós-operatório de doentes com câncer de cólon. → é recomendada como parte do tratamento para doentes com câncer retal em estágio II ou III, consistindo na irradiação pélvica EFEITOS DOS TRATAMENTOS Neutropenia febril → leucócito abaixo de 1500 / 1000 em queda → abaixo de 500 = choque → complicação frequente e potencialmente fatal nos pacientes em tratamento quimioterápico → é uma emergência clínica → a administração de antibióticos de amplo espectro diminui drasticamente a mortalidade → é a presença de febre em paciente neutropênico → causada pela redução do número de granulócitos → a redução nos neutrófilos circulantes é acentuada e tem repercussões graves porque predispõe a infecções → Infecções oportunistas, incluindo as causadas por alimentos, podem ocorrer no período em que os pacientes estão imunodeprimidos ESCALA DA MASCC: → igual ou superior a 21 pontos = baixo risco → tratamento ambulatorial VO de clavulin + ciprofloxacina + orientações (acesso hosp rápido, acesso equipe médica, se for idoso às vezes é melhor internar) → abaixo de 21 = alto risco → cefepime EV no max em 1h → internação 2g de 8 em 8h Mucosite → inflamação da parte interna da boca e garganta → pode levar a úlceras dolorosas e feridas nessas regiões → ocorre em até 40% das pessoas que fazem quimio ➢ A quimioterapia danifica as células basais das mucosas, de modo a acarretar mucosite ➢ iniciação, geração de citocinas pró-inflamatórias, inflamação, ulceração, cura ➢ pode ser associado a vômito, náusea e inapetência ➢ afeta também a flora intestinal, que começa a enviar bactérias para a corrente sanguínea, o que pode engendrar novas infecções (infecções oportunistas) ➢ pode gerar feridas na boca ➢ graus de mucosite: 0, I (eritemas), II (início de ulcerações), III (não consegue mais ingerir alimentos sólidos), IV (não consegue ingerir mais nada) Tirar do cardápio os alimentos ácidos, apimentados, salgados ou secos. Consistência, textura e sabor picante e acentuado = irritam a mucosa da boca, dificultando a mastigação e a deglutição = feridas e levar aos quadros de inflamação. Recomendação: alimentos fáceis de serem mastigados e engolidos, como purês (de frutas, de batata, de mandioquinha ou de legumes), mingau, ovos mexidos, gelatinas, caldos e massas. Ingestão de muito líquido, para manter a boca sempre úmida e hidratada. Síndrome da lise tumoral → aparece em geral logo após o início do tratamento com agentes quimioterápicos citotóxicos → caracterizada pela destruição maciça de células malignas e consequente liberação do seu conteúdo no espaço extracelular → quando esses metabólitos são liberados eles podem subjugar os mecanismos homeostáticos resultando em hiperuricemia, hipercalemia, hiperfosfatemia e hipocalcemia → estas alterações biológicas podem levar à ocorrência de diversas manifestações clínicas, incluindo lesão renal aguda, convulsões e morte súbita, que podem requerer cuidados intensivos ácido úrico = lesão renal potássio = arritmia Náuseas, vômitos e inapetência → causados pela toxicidade gastrointestinal pela quimioterapia → as drogas utilizadas na quimioterapia afetam diretamente as células de revestimento do estômago e na área destinada ao controle do vômito (Rápidaproliferação) → recomendações: · comer várias vezes ao dia em pequenas quantidades · beber líquido conforme sua tolerância · beber sucos gelados ou picolé · comer alimentos leves e de fácil digestão · evitar preparar alimentos para evitar o contato com o cheiro da comida · evitar bebidas alcoólicas (Afetam o estômago e interferem na ação dos medicamentos) · medicamentos para náuseas e vômitos devem ser indicados pelo médico Alopécia (perda de cabelo) → acomete 65% daqueles que recebem quimioterapia e a sua incidência depende do medicamento utilizado,a dose, duração, via de uso e da frequência das sessões. → quimioterápicos têm “avidez” pelas células que possuem alta taxa de crescimento e multiplicação, cabelos em fase anágena (fase de crescimento capilar) = queda abrupta dos cabelos após 1 a 4 semanas do início do tratamento. METÁSTASE ● Pulmão: pela veia cava ● Fígado: pelo sistema porta ● Peritônio: por via de disseminação de implantação ou pela via linfática (que é principal disseminação) ● Óssea ● Parede do Intestino: pela invasão pericólica DISSEMINAÇÃO VIA SANGUÍNEA