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Sulc� � Gir� Córt� Cerebra� O córtex cerebral forma uma cobertura completa do hemisfério cerebral. Compõe-se de substância cinzenta, e foi estimado que ele contém aproximadamente 10 bilhões de neurônios. A área de superfície do córtex foi aumentada pela sua disposição em convoluções ou giros, que são separados uns dos outros por fissuras ou sulcos. A espessura do córtex varia de 1,5 a 4,5 mm. O córtex é mais espesso na crista de um giro e mais fino na profundidade de um sulco. O córtex cerebral consiste em uma mistura de células nervosas, fibras nervosas, neuróglia e vasos sanguíneos. Histologi� Célula� Nerv�a� Neurônios Principais (de projeção): Glutamato e Aspartato são os neurotransmissores excitatórios desses neurônios. → Neurônios Piramidais: são assim denominadas em virtude do formato dos seus corpos celulares. Tais neurônios são encontrados em todas as lâminas, exceto na I. O equivalente ao ápice dessa pirâmide possui um dendrito apical, e o equivalente à base possui os demais dendritos basais. Seu fino axônio se dirige para outros neurônios e estruturas. A maioria dos corpos celulares mede de 10 a 50 μm de comprimento. Entretanto, piramidais gigantes, também conhecidas como células de Betz, cujos corpos celulares medem até 120 μm, são encontradas no giro pré-central motor do lobo frontal, lâmina V. → Fusiformes: São pequenos e com corpo celular alongado. Têm o seu eixo longitudinal vertical à superfície e estão concentradas principalmente nas lâminas corticais mais profundas. Os dendritos surgem de cada polo do corpo celular. O dendrito inferior se ramifica dentro da mesma lâmina celular, enquanto o dendrito superficial ascende para a superfície do córtex e ramifica nas lâminas superficiais. O axônio origina-se da parte inferior do corpo celular e entra na substância branca como fibra de projeção. Interneurônios: Células estreladas: algumas vezes denominadas células granulares em virtude do seu pequeno tamanho, têm formato poligonal, e seus corpos celulares medem cerca de 8 μm de diâmetro. Essas células possuem múltiplos dendritos ramificados e um axônio relativamente curto, que termina em um neurônio adjacente. São os únicos interneurônios excitatórios do córtex, tendo o Glutamato como principal neurotransmissor. Células horizontais de Cajal: são pequenas células fusiformes de orientação horizontal, que são encontradas nas lâminas mais superficiais do córtex, principalmente a I. São raras após o período neonatal. Um dendrito surge de cada extremidade da célula, e um axônio segue paralelamente à superfície do córtex, estabelecendo contato com os dendritos das células piramidais. Células de Martinotti: consistem em pequenas células multipolares encontradas em todos os níveis do córtex. A célula possui dendritos curtos, porém o axônio se dirige para a superfície pial do córtex, onde termina em uma lâmina mais superficial, geralmente a mais superficial delas. O axônio dá origem a alguns ramos colaterais curtos em seu trajeto. Assim como as células de Cajal, é inibitória, e seu principal neurotransmissor é o GABA. �bra� Nerv�a� Fibras radiais: seguem em ângulos retos à superfície do córtex. Incluem fibras de projeção, de associação e comissurais aferentes, que terminam dentro do córtex, e os axônios das células piramidais, estreladas e fusiformes, que deixam o córtex para se tornarem fibras de projeção, de associação e comissurais da substância branca do hemisfério cerebral. Fibras tangenciais: seguem paralelamente à superfície do córtex e consistem, em sua maior parte, em ramos colaterais e terminais das fibras aferentes. Incluem também os axônios das células horizontais e estreladas e ramos colaterais das células piramidais e fusiformes, e estão concentradas principalmente nas lâminas IV e V. Lâmina� I. Lâmina molecular (lâmina plexiforme). Trata-se da lâmina mais superficial; consiste principalmente em uma rede densa de fibras nervosas de orientação tangencial. Essas fibras são derivadas dos dendritos apicais das células piramidais e fusiformes, dos axônios das células estreladas e das células de Martinotti. Também há células de Cajal dispersas e é uma região que ocorrem muitas sinapses. II. Lâmina granular externa: Essa camada contém grandes números de células piramidais pequenas e células estreladas. Os dendritos dessas células terminam na lâmina molecular, e os axônios entram nas lâminas mais profundas, onde terminam ou prosseguem até entrar na substância branca do hemisfério cerebral. III. Lâmina piramidal externa: Essa camada é composta de células piramidais, cujos corpos celulares aumentam de tamanho da borda superficial para a borda mais profunda da lâmina. Os dendritos apicais seguem para a lâmina molecular, e os axônios entram na substância branca como fibras de projeção, de associação ou comissurais. IV. Lâmina granular interna: Essa lâmina é composta de células estreladas densamente agrupadas, com alta concentração de fibras de disposição horizontal, conhecidas coletivamente como faixa externa de Baillarger. V. Lâmina piramidal interna (lâmina ganglionar): Essa camada contém células piramidais de tamanho muito grande e médio. Espalhadas entre as células piramidais, encontram-se células estreladas e células de Martinotti. Além disso, existe um grande número de fibras de disposição horizontal, que formam a faixa interna de Baillarger. VI. Lâmina multiforme (lâmina de células polimórficas): Embora a maioria das células seja fusiforme, muitas delas consistem em células piramidais modificadas, cujos corpos celulares são triangulares ou ovoides. As células de Martinotti também são proeminentes nessa lâmina. Muitas fibras nervosas presentes estão entrando ou deixando a substância branca subjacente. Variaçõe� d� Córt� As áreas do córtex onde as seis lâminas básicas não podem ser reconhecidas são designadas como heterotípicas, em oposição à maioria das áreas, que são homotípicas e possuem seis lâminas. São descritas duas áreas heterotípicas: os tipos granular e agranular. → Tipo granular: as lâminas granulares estão bem desenvolvidas e contêm células estreladas densamente agrupadas. Assim, as lâminas 2 e 4 estão bem desenvolvidas, enquanto as lâminas 3 e 5 são pouco desenvolvidas, de modo que as lâminas 2 a 5 se fundem em uma única lâmina de células predominantemente granulares. → Tipo agranular: as lâminas granulares são pouco desenvolvidas, de modo que as lâminas 2 e 4 praticamente estão ausentes. As células piramidais nas lâminas 3 e 5 estão densamente agrupadas e são muito grandes. �siologi� Lob� Fronta� → Área pré-central: situa-se no giro pré-central e inclui a parede anterior do sulco central e as partes posteriores dos giros frontais superior, médio e inferior; estende-se sobre a margem superior medial do hemisfério até o lóbulo paracentral. → Área motora primária: está na região posterior da área pré-central, é conhecida como área 4 de Brodmann, ocupa o giro pré-central e estende-se além da margem superior no lóbulo paracentral. Quando eletricamente estimulada, produz movimentos isolados no lado oposto do corpo, bem como contração de grupos musculares envolvidos na execução de um movimento específico. Por conseguinte, a função da área motora primária consiste em executar movimentos individuais de diferentes partes do corpo. Para ajudar nessa função, recebe numerosas fibras aferentes da área pré-motora, do córtex sensitivo, do tálamo, do cerebelo e dos núcleos da base. O córtex motor primário não é responsável pelo planejamento do padrão de movimentos, porém atua como estação final para a conversão do planejamento na execução do movimento. → Área motora secundária (pré-motora): Está na região anterior da área pré-frontal, está na área 6 de Brodmann e partes das áreas 8, 44 e 45. Ocupa a parte anterior do giro pré-central e as partes posteriores dos giros frontais superior, médio e inferior. Ela recebe numerosos impulsos provenientes do córtex sensitivo, do tálamo e dos núcleos da base. A função da área pré-motora consiste emarmazenar programas de atividade motora reunidos em consequência de experiência pregressa. Assim, a área pré-motora programa a atividade da área motora primária, ou seja, planeja movimentos. Está particularmente envolvida no controle dos movimentos posturais grosseiros por meio das suas conexões com os núcleos da base. → Área motora suplementar: está situada no giro frontal medial na face medial do hemisfério e anteriormente ao lóbulo paracentral. A estimulação desta área resulta em movimentos dos membros contralaterais; entretanto, é necessário um estímulo mais forte do que quando a área motora primária é estimulada, ela é responsável por planejar sequências mais complexas de movimentos. A remoção da área motora suplementar não produz perda permanente do movimento. → Campo ocular frontal: estende-se para a frente da área facial do giro pré-central até o giro frontal médio (partes das áreas 6, 8 e 9 de Brodmann). A estimulação elétrica dessa região produz movimentos conjugados dos olhos, particularmente em direção ao lado oposto. Éconsiderado como uma área que controla os movimentos oculares voluntários de varredura, e é independente dos estímulos visuais. O acompanhamento involuntário de objetos em movimento pelos olhos envolve a área visual do córtex occipital à qual o campo ocular frontal está conectado por fibras de associação. → Área motora da fala de Broca: está localizada no giro frontal inferior (áreas 44 e 45 de Brodmann). Na maioria dos indivíduos, essa área é importante no hemisfério esquerdo ou dominante, e a sua ablação resulta em paralisia da fala. Nos indivíduos cujo hemisfério direito é dominante a área no lado direito é importante. A ablação dessa região no hemisfério não dominante não tem nenhum efeito sobre a fala. É responsável pela formação de palavras por meio das suas conexões com as áreas motoras primárias adjacentes; os músculos da laringe, boca, língua, palato mole e músculos respiratórios são estimulados apropriadamente. → Córtex pré-frontal é uma área extensa situada anteriormente à área pré-central. Inclui a maior parte dos giros frontais superior, médio e inferior; os giros orbitais; a maior parte do giro frontal medial; e a metade anterior do giro do cíngulo (áreas 9, 10, 11 e 12 de Brodmann). Está relacionada com a constituição da personalidade do indivíduo. Em consequência dos impulsos de muitas fontes corticais e subcorticais, essa área desempenha um papel como regulador da profundidade dos sentimentos do indivíduo. Exerce também a sua influência na determinação da iniciativa e discernimento do indivíduo. Lob� Parieta� → Área somestésica primária (córtex sensitivo somático primário S1): ocupa o giro pós-central (áreas 3, 1 e 2 de Brodmann). Sua função é relacionada com a sensibilidade (dor, temperatura, tato, pressão e propriocepção consciente da metade oposta do cérebro). A intensidade sensitiva varia dependendo da quantidade de receptores presentes em cada área do corpo, e tal relação pode ser exposta no famoso homúnculo de Penfield: → Área somestésica secundária (córtex sensitivo somático secundário S2) encontra-se no lábio superior do ramo posterior do sulco lateral. A área sensitiva secundária é muito menor e menos importante do que a área sensitiva primária. A importância funcional dessa área não está bem elucidada. Foi demonstrado que os neurônios respondem particularmente a estímulos cutâneos transitórios, como toques com escova ou batidas leves na pele. Pode estar relacionada com a interpretação de informações sensitivas. → Área de associação somestésica: ocupa o lóbulo parietal superior e estende-se até a face medial do hemisfério (áreas 5 e 7 de Brodmann). Essa área possui muitas conexões com outras áreas sensitivas do córtex, e a sua principal função consiste, provavelmente, em receber e integrar diferentes modalidades sensitivas. Por exemplo, essa área possibilita o reconhecimento de objetos colocados na mão sem o auxílio da visão, ou seja, integra as informações das áreas secundárias auditiva, visual e somestésica. Lob� Occipita� → Área visual primária (área 17 de Brodmann) está localizada nas paredes da parte posterior do sulco calcarino e, em certas ocasiões, estende-se ao redor do polo occipital, na face lateral do hemisfério. Também é conhecido como córtex estriado devido à sua aparência a olho nu. É responsável por receber os estímulos visuais, e mostra principalmente o contorno dos objetos e características mais rudimentares. → Área visual secundária (áreas 18 e 19 de Brodmann) circunda a área visual primária nas faces medial e lateral do hemisfério. Essa área recebe fibras aferentes da área 17 e de outras áreas corticais, bem como do tálamo. A função da área visual secundária consiste em relacionar as informações visuais recebidas pela área visual primária com experiências visuais prévias, permitindo, assim, que o indivíduo reconheça e entenda o que está vendo. → Campo ocular occipital: acredita-se que exista na área visual secundária nos seres humanos. Sua estimulação produz desvio conjugado dos olhos, particularmente para o lado oposto. Acredita-se que a função desse campo visual seja reflexa e esteja associada aos movimentos dos olhos quando acompanham um objeto. Lob� Tempora� → Área auditiva primária: (áreas 41 e 42 de Brodmann), giro transverso anterior. A parte anterior da área auditiva primária está envolvida com a recepção de sons de baixa frequência, enquanto a parte posterior da área está relacionada com os sons de alta frequência. → Área auditiva secundária (córtex de associação auditivo): está localizada posteriormente à área auditiva primária no sulco lateral e no giro temporal superior (área 22 de Brodmann). Recebe impulsos da área auditiva primária e do tálamo. Acredita-se que a área auditiva secundária seja necessária para a interpretação dos sons e para a associação do impulso auditivo com outras informações sensitivas. → Área sensitiva da fala de Wernicke: está localizada no hemisfério esquerdo dominante, principalmente no giro temporal superior, com extensões em torno da extremidade posterior do sulco lateral até a região parietal. A área de Wernicke está conectada com a área de Broca por um feixe de fibras nervosas, denominado fascículo arqueado. Recebe fibras provenientes do córtex visual no lobo occipital e do córtex auditivo no giro temporal superior. A área de Wernicke possibilita a compreensão da linguagem escrita e falada e permite que o indivíduo possa ler uma frase, compreendê-la e pronunciá-la em voz alta. Ínsul� É uma área do córtex que está mergulhada dentro do sulco lateral e forma o seu assoalho. Pode ser examinada apenas quando os lábios do sulco lateral são amplamente separados. As conexões das suas fibras não são totalmente conhecidas. Acredita-se que essa área seja importante no planejamento ou na coordenação dos movimentos articulares necessários para a fala. O córtex insular posterior está relacionado com a área de degustação, já o córtex insular anterior executa funções de características límbicas. Algumas dessas funções são: empatia, sensação de nojo, conhecimento da própria fisionomia e percepção dos componentes subjetivos das emoções. Outra� Área� Corticai� → Área da gustação: situa-se na extremidade inferior do giro pós-central, na parede superior do sulco lateral e na área adjacente da ínsula (área 43 de Brodmann). Essa área é responsável pelo paladar. As fibras ascendentes do núcleo solitário provavelmente ascendem até o núcleo ventral posteromedial do tálamo, onde fazem sinapse com neurônios que enviam fibras para o córtex. → Área vestibular: acredita-se que esteja situada próximo à parte do giro pós-central envolvida com a sensibilidade da face. Sua localização é oposta à área auditiva no giro temporal superior. A área vestibular e a parte vestibular da orelha interna estão envolvidas no reconhecimento das posições e dos movimentos da cabeça no espaço. Por meio das suas conexões nervosas, os movimentos dos olhos e os músculos do troncoe dos membros são influenciados na manutenção da postura.