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Clínica Médica Larissa Stephanie Ferreira TXXX Síndrome metabólica o Situação clínica muito frequente o No meio cientifico não existe um consenso sobre a síndrome metabólica fechado. Cada sociedade adota critérios diferentes. o Situação clínica cada vez mais frequente por causa da mudança na estruturação etária na população brasileira. Quanto mais as pessoas envelhecem, mais essa síndrome aparece pois ela é um conjunto de doenças crônicas não transmissíveis. A síndrome metabólica também está presente em jovens e crianças. - Doenças crônicas não transmissíveis: DM, HAS, obesidade, dislipidemia. - Doenças crônicas não transmissíveis que mais matam (82%): câncer, doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crônicas e DM. o Síndrome metabólica (critérios): relacionada com a obesidade abdominal, HAS, glicemia de jejum alterada, hipertrigliceridemia e redução de HDL. - Não existe definição de consenso, então, pensa-se como síndrome metabólica todas as alterações citadas acima. o Um ponto muito importante da síndrome metabólica é a obesidade visceral – relação direta com a HAS, resistência à insulina e demais alterações metabólicas. o A base fisiopatológica da síndrome metabólica e uma das consequências é o PROCESSO INFLAMATÓRIO CRÔNICO. - A obesidade é uma inflamação. Todo obeso, hipertenso não controlado, diabético ou resistente à insulina é uma pessoa inflamada. A hipertrigliceridemia, aumento no LDL e redução de HDL também possui relação com a inflamação. o Todos os pacientes com síndrome metabólica tem aumento de doença cardiovascular, principalmente a DAC (doença arterial coronariana), pois a base da DAC, que é a aterosclerose, é uma doença inflamatória. - Paciente com síndrome metabólica possui 2,5 ou 3x mais chances de um evento cardiovascular; aumento da mortalidade aumentado em 1,5x; quintuplica o diagnóstico de DM. - Paciente com SM sem tratamento adequado com evolução para diagnóstico de DM2. Clínica Médica Larissa Stephanie Ferreira TXXX - A gordura é um tecido endócrino, com alta produção de substâncias inflamatórias por isso o controle da obesidade é super importante. o A Síndrome metabólica é uma situação pró-inflamatória e pró-coagulante, ou seja, pacientes com esse diagnóstico possui chances maiores de fazer fenômenos tromboembólicos. - Ex: COVID-19 – pacientes que mais complicavam no COVID eram pacientes obesos, diabéticos, hipertensos pois já possuíam situações pró-inflamatórias e pró-coagulantes associadas ao efeito pró-inflamatório e pró-coagulante do covid- 19. o Critérios diagnósticos: OMS, IDF e NCEP. São 3 critérios diferentes que não entram em consenso. Com 3 dos 5 critérios já classifica o paciente com síndrome metabólica. OMS IDF NCEP Obesidade RCQ> 0,9 em H e > 0,85 em M e/ou IMC> 30 kg/m² CA > 94 cm em H europídeo, > 90 cm em H asiático e > 80 cm em M CA > 102 cm em H e > 88 cm em M Glicemia Diabetes, IGT ou resistência por clamp à insulina > 100 mg/dl ou diabetes > 110 mg/dl Triglicérides > 150 mg/dl ou tratamento de dislipidemia > 150 mg/dl ou tratamento de dislipidemia > 150 mg/dl ou tratamento de dislipidemia HDL-c < 35 em H e < 39 mg/dl em em M ou tratamento de dislipidemia < 40 mg/dl em H e < 50 mg/dl em M ou tratamento de dislipidemia < 40 mg/dl em H e < 50 mg/dl em M ou tratamento de dislipidemia Pressão arterial PAS ≥ 140 mmHg ou PAD ≥ 90 mmHg ou tratamento de HAS PAS ≥ 130 mmHg ou PAD ≥ 85 mmHg ou tratamento de HAS PAS > 130 mmHg ou PAD ≥ 85 mmHg ou tratamento de HAS o A síndrome metabólica é uma doença silenciosa, faz-se o diagnóstico avaliando o paciente como um todo (pesando, medindo a circunferência abdominal, aferindo a pressão, etc) pois o paciente não vai se queixar de nada. A maioria das vezes, pega-se o paciente com síndrome metabólica quando há complicações como infarto, AVE, insuficiência renal, DM2, etc. o Hiperferritinemia: situação em que os médicos não tem dado muita atenção, se dá muita atenção na hipoferritinemia (anemia ferropriva). Correlação muito grande com a síndrome metabólica Pode ser uma doença genética (hemocromatose), doença metabólica ou correlacionada com o abuso de álcool. Consegue-se fazer essa diferenciação observando o paciente como um todo. Maioria das vezes é silenciosa, assim como a síndrome metabólica Consequências: calvície, demência, vários comprometimentos cardiológicos (IC e arritmias), diabetes, comprometimento do pâncreas e fígado (cirrose hepática e câncer), infertilidade (masculina e feminina), dor articular, vertigem. Paciente cinza – acúmulo de ferro na pele Ferritina: forma de reserva de ferro. Constituída 24 subunidades proteicas. Capaz de armazenar até 4500 átomos de ferro. Ferritina sérica é glicada (60-80%) é derivada de macrófagos. Fração não glicada (20-40%) é derivada de lise celular. Clínica Médica Larissa Stephanie Ferreira TXXX - Na doença crônica inflamatória, como na artrite reumatoide, se for colher uma ferritina, ela estará aita. Diagnóstico: - saturação de transferrina está acima de 45-50% - presença de acúmulo de ferro na biópsia hepática (invasivo) ou RNM (ressonância magnética) – não só no fígado mas também no coração - Estudo chinês: flebotomia quantitativa – de repetição (ausência de anemia após 16 “sangrias” semanais – que equivale a retirada de pelo menos 4g de ferro) Causas de hiperferritinemia: câncer, artrite, Alzheimer, alterações neurológicas, alterações cardiovasculares, alterações autoimune, alterações pulmonares, DM2 e SM. o Tanto a síndrome metabólica (que aumenta as complicações cardiovasculares) quanto a hiperferritinemia não diagnosticada por longo período acarreta gravas consequências ao paciente. o O tratamento principal são as MUDANÇAS NOS HÁBITOS DE VIDA, entretanto, deve-se tratar as consequências (ex: paciente hipertenso deve-se tratar a hipertensão, paciente dislipidêmico deve-se tratar a dislipidemia – de forma terapêutica ou não, paciente com resistência à insulina deve-se tratar a Clínica Médica Larissa Stephanie Ferreira TXXX resistência a insulina). Se o paciente não muda os hábitos de vida, deve-se instituir drogas que ajudem a controlar as consequências. E, principalmente, tratar a obesidade. o Conclusão do estudo do Ricardo Tófano: foram analisados aproximadamente 600 pacientes e chegou-se à conclusão que em pacientes com triglicérides alto e glicemia alterada possuem chances aumentadas em de 3-6x de possuir hiperferritinemia. Estudos chineses e japoneses são similares aos resultados desse estudo.