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Atividade 2 Iniciado: 20 ago em 21:17 Instruções do teste Importante: Caso você esteja realizando a atividade através do aplicativo "Canvas Student", é necessário que você clique em "FAZER O QUESTIONÁRIO", no final da página. 0,2 ptsPergunta 1 Leia o poema abaixo: SURGE ET AMBULA Dormes! e o mundo marcha, ó pátria do mistério. Dormes! e o mundo avança, o tempo vai seguindo... O progresso caminha ao alto de um hemisfério E no outro tu dormes o teu sono infindo... A selava faz de ti sinistro eremitério, onde sozinha, à noite, a fera anda rugindo... A terra e a escuridão têm aqui o seu império E tu, ao tempo alheia, ó África, dormindo... Desperta. Já no alto adejam negros corvos Ansiosos de cair e beber aos sorvos Teu sangue ainda quente, em carne de sonâmbula... Desperta. O teu dormir já foi mais que terreno... Ouve a voz do Progresso, este outro Nazareno Que a mão te estende e diz: - África surge et ambula! (Fonte: Rui de Noronha (1936). In: Pires Laranjeira. Literaturas africanas de expressão portuguesa. São Paulo: Universidade Aberta, 1995, p.257) De acordo com as reflexões propostas e pela análise do poema, é possível observar que a poesia do poeta moçambicano Rui de Noronha: I. Prepara o discurso literário para a próxima fase que se inicia a partir da década de 40, com a construção dos Nacionalismos nos territórios. II. Ambienta, através do soneto, o diálogo entre a oralidade africana e a lírica clássica. A+ A A- IV e I III e II I e II II e IV I e III III. Apropria-se dos recursos estéticos da lírica clássica para a composição de um discurso inovador quanto às problemáticas africanas. IV. Distancia-se do discurso do período, visto trazer apenas traços estéticos europeus em sua poesia. É correto o que se afirma apenas em: 0,2 ptsPergunta 2 Leia o poema abaixo: Testamento À prostituta mais nova Do bairro mais velho e escuro, Deixo os meus brincos, lavrados Em cristal, límpido e puro... E àquela virgem esquecida Rapariga sem ternura, Sonhando algures uma lenda, Deixo o meu vestido branco, O meu vestido de noiva, Todo tecido de renda... Este meu rosário antigo Ofereço-o àquele amigo Que não acredita em Deus... E os livros, rosários meus Das contas de outro sofrer, São para os homens humildes, Que nunca souberam ler. A+ A A- A escritora teve como projeto artístico a retomada de uma característica discursiva encontrada na poesia africana do século XIX. Quanto ao discurso, este apenas reproduz uma perspectiva colonialista. Tanto o discurso como a experiência estética do poema estão completamente distanciados das perspectivas nacionais do período. Ainda que o poema não traga inovações estéticas que dialoguem com as culturas africanas, o discurso de solidariedade do eu-lírico demonstra uma característica importante do momento, visto que afirma a necessidade de pensar nos sujeitos explorados e em suas condições precarizadas. O poema traz algumas inovações estéticas que serão mais bem compreendidas no período pós-independência. O poema não traz inovações estéticas ou discursivas, entretanto, ambienta a perspectiva do período. Quanto aos meus poemas loucos, Esses, que são de dor Sincera e desordenada... Esses, que são de esperança, Desesperada mas firme, Deixo-os a ti, meu amor... Para que, na paz da hora, Em que a minha alma venha Beijar de longe os teus olhos, Vás por essa noite fora... Com passos feitos de lua, Oferecê-los às crianças Que encontrares em cada rua... (Fonte: Alda Lara. Poemas. Porto: Vertente, 1984, p.25) A partir da análise do poema da escritora angolana Alda Lara, e considerando as características da produção literária africana das décadas de 40 e 50, assinale a opção correta: 0,2 ptsPergunta 3 Leia o poema a seguir: A+ A A- Grito Negro Eu sou carvão! E tu arrancas-me brutalmente do chão e me fazes tua mina, patrão. Eu sou carvão! E tu acendes-me, patrão, para te servir eternamente como força motriz mas eternamente não, patrão. Eu sou carvão e tenho que arder sim; queimar tudo com a força da minha combustão. Eu sou carvão; tenho que arder na exploração arder até às cinzas da maldição arder vivo como alcatrão, meu irmão, até não ser mais a tua mina, patrão. Eu sou carvão. Tenho que arder Queimar tudo com o fogo da minha combustão. Sim! Eu sou o teu carvão, patrão. (Fonte: José Craveirinha. Karingana Ua Karingana. Lisboa: Edições 70, 1982.) O escritor moçambicano José Craveirinha é um dos nomes mais importantes das literaturas africanas de língua portuguesa. A partir da análise do poema e dos seus conhecimentos sobre a literatura do período de construção nacional, analise as afirmações abaixo: I. Os versos “Tenho que arder / Queimar tudo com o fogo da minha combustão” apresentam um eu-lírico nada resignado com a sua condição colonial imposta. II. A escrita em primeira pessoa possibilita que o eu-lírico apresente ao leitor a sua indignação perante à condição colonial, mas em sintonia com as perspectivas do período, coletivizando, assim, a luta política. III. O poema se assemelha à estética clássica, visto trazer inúmeras figuras de linguagem, no rebuscamento discursivo pouco característico do período em que o poema foi escrito, na década de 60. IV. O interlocutor do poema, a que o eu-lírico se reporta, é o patrão, o qual acaba por compreender a situação de exploração visibilizada por seu funcionário. A+ A A- I e II IV e I II e III III e IV II e IV É correto o que se afirma apenas em: 0,2 ptsPergunta 4 Leia o texto abaixo: Filha de mãe negra, Noémia transfere a maternidade biológica para a simbólica, elegendo a pele africana como o seu sinal: no poema “Negra”, o corpo feminino, diverso, mas sintetizado numa única palavra, MÃE, acaba por representar o corpo do continente africano; e no poema “Sangue negro”, estabelecida também a homologia entre “África” e “Mãe” pelo possessivo comum, “minha”, o eu poemático assume o seu sangue negro-escravo e a sua ancestralidade originária: E nada mais foi preciso, que o feitiço ímpar dos teus tantãs de guerra chamando, dundundundun-tã-tã-dun-dun-dun-tã-tã, nada mais que a loucura elementar dos teus batuques bárbaros, terrivelmente belos – para que eu vibrasse, – para que eu gritasse, – para que eu sentisse, funda, no sangue, a tua voz, Mãe! E, vencida reconhecesse os nossos elos... E regressasse à minha origem milenar. (FERREIRA, 1985, p.92) (Fonte: GOMES, Simone Caputo. Poesia moçambicana e negritude: caminhos para uma discussão. In: Revista Via Atlântica. Número: 16. Universidade de São Paulo, p.31) A poesia da escritora Noémia de Sousa, segundo a crítica Simone Caputo, ambienta uma experiência que se assemelha aos preceitos da negritude. Nesse sentido, analise as afirmações abaixo: I. A proposta artística da escritora se relaciona com a negritude visto o diálogo entre os negros de todo o mundo em união. Sua poesia, além disso, traz as imagens do A+ A A- II e III, apenas. I, apenas. I e III, apenas. I e II, apenas. III, apenas. feminino, a partir da simbologia da “mãe” como metáfora dessas relações de solidariedade. II. Os poemas da escritora têm características que dialogam com o discurso da negritude, principalmente quanto à união entre todos os seres humanos, independentemente de suas nacionalidades. III. Os seus discursos trazem as perspectivas da construção dos nacionalismos africanos em diálogo com os discursos de solidariedade entre as comunidades negras de todo o globo. Logo, tanto os africanos como os afrodescendentes são parte de um projeto de solidariedade uno. É correto o que se afirma em: 0,2 ptsPergunta 5 Leia o texto abaixo: (...) sai em Luanda a revista Mensagem (1951-1952) com o subtítulo «A voz dos naturais de Angola». Consequência do projecto cultural e político do citado Movimento dos Novos Intelectuais de Angola, dela se publicaram apenas quatro números, os dois últimos num só caderno 19. É com Mensagem que se projecta a viragem definitiva no caminho da literatura e cultura angolanas: «o marcoiniciador de uma Cultura Nova, de Angola, e por Angola, fundamentalmente angolana, que os jovens da Nossa Terra estão construindo». A consciência, a determinação e o sentido da mensagem desses jovens estão inscritos na forma como grafam com maiúsculas «Cultura Nova» e «Nossa Terra». Fonte: FERREIRA, Manuel. Literaturas africanas de expressão portuguesa. Lisboa: Instituto de Cultura Portuguesa, 1977, P.15. A produção literária africana de língua portuguesa, a partir da década de 40, marca uma nova fase na historiografia desses cinco países. Nesse sentido, a revista A+ A A- Salvo em 18:28 é parte de um projeto político salazarista, como resultado da política descolonial. é exceção entre os grupos de revistas do período, visto a perspectiva colonial imposta. exemplifica a discussão sobre a literatura contemporânea. é um dos exemplos de produção literária que corrobora com o período de construção do Nacionalismo Africano. tornou-se exemplo de contravenção discursiva no período pós-independências. Mensagem Enviar teste A+ A A-
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