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Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos – ITPAC-Palmas Curso: Medicina SOI VI Acadêmica: Karoline de Jesus Assandri - Turma 7 / 2020/02 APG 25-Desenvolvimento e aleitamento (Infantil) Objetivos: Entender o desenvolvimento neuropsicomotor - Importância do aleitamento materno Desenvolvimento Neuropsicomotor ✓ Assim como a avaliação do crescimento da criança, a vigilância do seu desenvolvimento é parte essencial do conjunto de cuidados que visam a promover uma infância saudável, com vistas a um adulto socialmente adaptado e integrado. ✓ Dessa forma, os profissionais que atendem a criança devem estar habilitados para abordar, com competência, essa demanda, por meio do conhecimento não só da sequência natural de evolução das várias funções, mas também dos fatores de risco que possam comprometê-las, assim como ter ciência das possibilidades de recrutar as devidas intervenções para reverter ou reduzir um prejuízo no desenvolvimento infantil. ✓ É importante enfatizar que, embora a carga genética seja fator determinante, o desenvolvimento humano emerge a partir da interação com os fatores ambientais, portanto, é fundamental que ocorra uma ampla e adequada variação de estímulos e experiências, para favorecer todo o seu potencial. ✓ Do ponto de vista biológico, o sucesso do desenvolvimento depende da integridade dos vários órgãos e sistemas que concorrem para lhe condicionar, principalmente o sistema nervoso, que participa de toda ordenação funcional que o indivíduo irá experimentar. ✓ Neste aspecto, é importante salientar que o tecido nervoso cresce e amadurece sobretudo nos primeiros anos de vida, portanto, nesse período, é mais vulnerável aos agravos de natureza diversa e às adversidades das condições ambientais que podem ocasionar prejuízos relacionados aos processos em desenvolvimento. Por outro lado, por sua grande plasticidade, é também nessa época que a criança melhor responde aos estímulos que recebe e às intervenções, quando necessárias. O estudo do desenvolvimento compreende alguns domínios de função interligados, quais sejam: • Sensorial, motor (geralmente subdividido em habilidades motoras grosseiras e habilidades motoras finas), linguagem, • Social, • Adaptativo, • Emocional • Cognitivo. ✓ Esses domínios influenciam-se entre si e têm como eixo integrador a subjetividade, função de dimensão psíquica que se particulariza e possibilita a singularidade de cada um dos seres humanos. ✓ Avaliação ✓ A avaliação do desenvolvimento deve ser um processo contínuo de acompanhamento das atividades relativas ao potencial de cada criança, com vistas à detecção precoce de desvios ou atrasos. Essa verificação pode ser realizada de forma sistematizada por meio de alguns testes e/ou escalas elaboradas para tal finalidade. ✓ Como exemplos, citam-se o teste de Gesell, de triagem Denver II, a escala de desenvolvimento infantil de Bayley, o Albert Infant Motor Scale, entre vários outros. • Teste de GESELL: É um teste de desenvolvimento in-fantil. ''As tabelas de Gesell consistem numa série de 27 observações e reações, registradas por nível etário, a diversas situações padroni-zadas do nascimento até os cinco anos de idade. Em cada nível etário; um inventário de ativi-dades é dividido em quatro categorias de comportamento: (1) Motor; (2) Adaptativo; (3) Linguagem; (4) Pessoal-Social. Cada uma des-sas categorias de comportamento é avaliada observando-se a criança num certo número de situações padronizadas. • Triagem de Denver II Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos – ITPAC-Palmas Curso: Medicina SOI VI Acadêmica: Karoline de Jesus Assandri - Turma 7 / 2020/02 O instrumento apresenta um formulário composto de 125 itens representados por tarefas organizadas em quatro áreas de desenvolvimento: • Pessoal-Social, que compreende aspectos da socialização da criança; • Motor Fino-Adaptativo, que inclui coordenação olho/mão; • Motor Grosso, que diz respeito ao controle motor corporal; • Linguagem, que envolve a capacidade de reconhecer, entender e usar a linguagem. ✓ Vale o teste ressaltar que essas sistematizações apresentam peculiaridades e limitações relativas ao método utilizado, às faixas de idade avaliadas e à validação para cada população. ✓ Entretanto, na prática clínica diária, o fato de não se utilizar um método sistematizado não significa que o atendimento não tenha qualidade, sobretudo para o pediatra experiente que já sistematizou sua própria rotina de avaliação. Por outro lado, para o médico generalista e para outros profissionais de saúde, o uso de uma ferramenta sistematizada pode facilitar a lembrança das diferentes áreas que precisam ser abordadas. No Brasil, a Caderneta de Saúde da Criança, utilizada para o registro dos atendimentos nos serviços de saúde, disponibiliza uma sistematização para a vigilância do desenvolvimento infantil até os 3 anos de idade. Essa ferramenta permite acompanhar a aquisição dos principais marcos do desenvolvimento. ✓ Além disso, com base na presença ou ausência de alguns fatores de risco e de alterações fenotípicas, a caderneta orienta para tomadas de decisão. ✓ Sendo um processo dinâmico, as avaliações do desenvolvimento devem acontecer em todas as visitas de puericultura, de forma individualizada e compartilhada com a família. É fundamental o conhecimento do contexto familiar e social no qual a criança está inserida: • Desde quando foi gerada, • Se planejada ou não; • As fantasias da mãe durante a gestação; • Quem é o responsável pelos seus cuidados; • Como é a rotina da criança; • Quais mudanças ocorreram nas relações familiares após o seu nascimento. ✓ Além disso, é importante obter dados relacionados a possíveis fatores de risco para distúrbios do desenvolvimento, como ausência de pré-natal, dificuldades no nascimento, baixo peso ao nascer, prematuridade, intercorrências neonatais, uso de drogas ou álcool, infecções e depressão durante a gestação. ✓ Também é fundamental indagar sobre a opinião da mãe em relação ao processo de desenvolvimento de seu filho. ✓ A análise processa-se por toda a duração do atendimento, observando o comportamento da família e da criança: quem traz a criança, como ela é carregada, sua postura, o seu interesse pelo ambiente e a interação com as pessoas. ✓ Além disso, como um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento da criança é a reciprocidade estabelecida na relação com sua mãe ou substituta, é interessante observar o vínculo entre ambas. Quanto às aquisições motoras, reconhece-se no recém-nascido um padrão motor muito imaturo, com a presença do reflexo tônico cervical assimétrico, que lhe confere uma postura assimétrica, com predomínio do tônus flexor nos membros e intensa hipotonia na musculatura para vertebral. Seus movimentos são, geralmente, reflexos, controlados por partes primitivas do cérebro. ✓ Assim, reflexos como sucção, preensão palmar, plantar e da marcha passarão em poucos meses a ser atividades voluntárias. Outros, como o de Moro e o tônico cervical assimétrico, desaparecerão em breve, sendo que, dentro do padrão de desenvolvimento normal, não devem persistir no 2º semestre de vida. Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos – ITPAC-Palmas Curso: Medicina SOI VI Acadêmica: Karoline de Jesus Assandri - Turma 7 / 2020/02 ✓ Continuando a evolução do sistema motor, durante os primeiros meses, há uma diminuição progressiva do tônus flexor e substituição pelo padrão extensor. ✓ Esse amadurecimento se faz na direção craniocaudal, sendo o quadril e os membros inferiores os últimos a adquiri-lo. ✓ A partir do 2º semestre, não ocorre mais predomínio de padrão flexor ou extensor, e assim, a criança, por meio de alternância entre os tônus, consegue, primeiramente, rolar e, posteriormente, já tendo dissociado os movimentos entre as cinturas escapular e pélvica, consegue mudarda posição deitada para sentada. ✓ A regra do desenvolvimento motor é que ocorra no sentido craniocaudal e próximo distal e, por meio de aquisições mais simples para mais complexas. ✓ Assim, a primeira musculatura a ser controlada é a ocular. ✓ Depois, há o controle progressivo da musculatura para a sustentação da cabeça e depois do tronco. Finalmente, durante o 3º trimestre, a criança adquire a posição ortostática. ✓ O apoio progressivo na musculatura dos braços permite o apoio nos antebraços e as primeiras tentativas de engatinhar. ✓ No entanto, algumas crianças andam sem ter engatinhado, sem que isso indique algum tipo de anormalidade. ✓ O desenvolvimento motor fino se dá no sentido próximo distal. ✓ Ao nascimento, a criança fica com as mãos fechadas na maior parte do tempo. Por volta do 3º mês, em decorrência da redução do tônus flexor, as mãos ficam abertas por período maior de tempo, e as crianças conseguem agarrar os objetos, embora ainda sejam incapazes de soltá-los. ✓ Entre o 5º e o 6º mês, conseguem apreender um objeto voluntariamente e iniciam o movimento de pinça, que será aprimorado progressivamente até se tornar completo, polpa com polpa. ✓ A partir dessa idade, o contexto cultural em que a criança se insere passa a ter uma influência maior e, consequentemente, também há maior variação entre os marcos. ✓ A avaliação do sistema sensorial, principalmente da audição e da visão, deve ser feita desde os primeiros atendimentos. ✓ É importante indagar os familiares se a criança focaliza objetos e os segue com o olhar, e também se prefere o rosto materno. Isto porque, desde os primeiros dias de vida, o recém-nascido é capaz de focalizar um objeto a poucos centímetros de seu campo visual e detém nítida preferência pelo rosto humano. ✓ No exame dos olhos, deve-se estar atento ao tamanho das pupilas, pesquisar o reflexo foto motor bilateralmente, assim como o reflexo vermelho que avalia a transparência dos meios e, no caso da suspeita de opacidades, encaminhar para um exame oftalmológico minucioso. ✓ A audição inicia-se por volta do 5º mês de gestação, portanto, ao nascimento, a criança já está familiarizada com os ruídos do organismo materno e com as vozes de seus familiares. Deve-se perguntar se o bebê se assusta, chora ou acorda com sons intensos e repentinos, se é capaz de reconhecer e se acalmar com a voz materna e se procura a origem dos sons. ✓ A avaliação objetiva da audição pode ser feita com várias frequências de estímulos sonoros, mas no Brasil, desde 2010, tornou-se obrigatória a realização da triagem auditiva neonatal, para todos os recém-nascidos, por meio de emissões otoacústicas evocadas, comumente denominado “teste da orelhinha. ✓ Quanto à interação social, o olhar e o sorriso, presentes desde o nascimento, representam formas de comunicação, mas, entre a 4ª cadeado por estímulo, principalmente pela face humana. ✓ Já no 2º semestre de vida, a criança não responde mais com um sorriso a qualquer adulto, pois passa a distinguir o familiar do estranho. Assim, a criança pode manifestar um amplo espectro de comportamentos que expressam o medo e a recusa de entrar em contato com o estranho. ✓ Relativo à linguagem, durante os primeiros meses de vida, o bebê expressa-se por meio de sua mímica facial e, principalmente, pelo choro. Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos – ITPAC-Palmas Curso: Medicina SOI VI Acadêmica: Karoline de Jesus Assandri - Turma 7 / 2020/02 ✓ Diante do exposto, constata-se a complexidade das múltiplas funções a serem avaliadas, e pode-se deduzir que, ao abordar uma criança com suspeita de problema no seu desenvolvimento, mesmo o pediatra experiente pode precisar de mais de um atendimento para concluir sobre sua condição. ✓ Frequentemente, é necessária uma equipe multidisciplinar com competência para esse enfrentamento, não se esquecendo do apoio psicossocial aos familiares. Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos – ITPAC-Palmas Curso: Medicina SOI VI Acadêmica: Karoline de Jesus Assandri - Turma 7 / 2020/02 Aleitamento Materno ✓ A fisiologia da lactação está intimamente relacionada com a esfera neuroendócrina e pode ser dividida, fundamentalmente, em três processos: •Mamogênese, o desenvolvimento da glândula mamária •Lactogênese, o início da lactação •Lactopoese, a manutenção da lactação. Figura demostra a fisiologia da mama. FSH, hormônio foliculestimulante; LH, hormônio luteinizante; hPL, hormônio lactogênio placentário. ✓ Além de alimentar a criança, o aleitamento materno (AM) protege mãe e criança contra algumas doenças e promove o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança e o bem-estar físico e psíquico da díade mãe-filho. Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos – ITPAC-Palmas Curso: Medicina SOI VI Acadêmica: Karoline de Jesus Assandri - Turma 7 / 2020/02 ✓ Diz-se que uma criança está em AM quando ela recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado), independentemente de estar recebendo ou não outros alimentos. O padrão de AM pode ser assim classificado: • AM exclusivo (AME): quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos; • AM predominante: quando a criança recebe, além do leite materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões) e sucos de frutas; • AM complementado: quando a criança recebe, além do leite materno, alimentos complementares, definidos como qualquer alimento sólido ou semissólido com a finalidade de complementar o leite materno. O termo “suplemento” tem sido utilizado para água, chás e/ou leite de outras espécies; • AM misto ou parcial: quando a criança recebe, além do leite materno, outros tipos de leite. ✓ A amamentação deve ser iniciada tão logo quanto possível após o parto. A OMS e o MS recomendam contato pele a pele na primeira hora de vida, sempre que as condições de saúde da mãe e do bebê permitirem. A maioria dos bebês suga na primeira hora de vida, se lhe for dada oportunidade. A sucção precoce da mama reduz o risco de hemorragia pós-parto, ao liberar ocitocina, e de icterícia no recém- nascido, por aumentar a motilidade gastrointestinal. Os primeiros dias após o parto são cruciais para o sucesso da amamentação. É um período de intenso aprendizado para mãe, pai, bebê e demais membros da família. Nesse período, o pediatra não deve poupar esforços para garantir que as mães/ bebês/pais/demais familiares sejam assistidos de acordo com as suas necessidades. ✓ A Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde do Brasil (MS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendam AM por 2 anos ou mais, sendo de forma exclusiva nos primeiros 6 meses. ✓ Informações coletadas em sociedades primitivas modernas, referências em textos antigos e evidências bioquímicas de sociedades pré-históricas sugerem duração média de 2 a 3 anos para a amamentação na espécie humana, com o desmame ocorrendo naturalmente. ✓ Além de aparentemente ser o comportamento esperado para a espécie humana, a amamentação por 2 anos ou mais pode ser vantajosa em razão do valor nutritivo do leite materno e da proteção contra doenças infecciosas, que se mantém enquanto a criança for amamentada, independentemente da idade. ✓ Com relação à duração do AME, existem evidências de que não há vantagens em oferecer alimentos complementares a crianças menores de 6 meses, podendo, inclusive, haver prejuízos à saúde da criança, como maior chance de adoecer por infecção intestinal e hospitalização por doença respiratória. ✓ Além disso, a introdução precoce dos alimentos complementares diminui a duração do AM, interfere na absorção de nutrientes importantes nele existentes, como o ferro e o zinco, e reduz a eficácia da lactação na prevenção de novas gestações. Apesar da tendência ascendente nas taxas de AM noBrasil, a maioria das mulheres ainda está longe de praticar a duração recomendada da amamentação. ✓ A duração mediana da amamentação no Brasil é 14 meses e a do AME, 1,4 meses. Em torno de 25% das mulheres amamentam entre 18 e 23 meses e menos de 10% conseguem manter o AME até os 6 meses. OBS: Para uma melhor interação com o bebê, é interessante que a mãe, o pai e outros familiares saibam que alguns recém- nascidos a termo, em situações especiais (principalmente no estado quieto-alerta), são capazes de: • Ir ao encontro da mama da mãe por si próprios logo após o nascimento, se colocados no tórax dela. Dessa maneira eles decidem por si o momento da primeira mamada, que ocorre em média aos 40 minutos de vida; • Reconhecer a face da mãe após algumas horas de vida. O bebê enxerga melhor a uma distância de 20 a 25cm, a mesma que separa os olhos do bebê e o rosto da mãe durante as mamadas; • Ter contato olho a olho; • Reconhecer e mostrar interesse por cores primárias – vermelho, azul e amarelo; • Seguir um objeto com os olhos e, às vezes, virar a cabeça na sua direção; • Distinguir tipos de sons, tendo preferência pela voz humana, em especial a da mãe, e pelos sons agudos; Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos – ITPAC-Palmas Curso: Medicina SOI VI Acadêmica: Karoline de Jesus Assandri - Turma 7 / 2020/02 • Determinar a direção do som; • Reconhecer sabores, tendo preferência por doces; • Reconhecer e distinguir diferentes cheiros; com um ou dois dias de vida reconhece o cheiro da mãe; • Imitar expressões faciais logo após o nascimento; • Alcançar objetos. ➢ Evidências da superioridade da amamentação ✓ Os efeitos do AM sobre a saúde da criança e da mulher que amamenta, apresentados a seguir, comprovam a superioridade da amamentação sobre outras formas de alimentar a criança pequena: • redução da mortalidade infantil: estima-se que o AM pode reduzir em 13% a mortalidade em crianças menores de 5 anos por causas preveníveis. Nenhuma outra estratégia alcança o impacto da amamentação na redução das mortes de crianças dessa faixa etária. A amamentação na primeira hora de vida tem sido associada à redução da mortalidade neonatal; • redução da incidência e gravidade da diarreia: há fortes evidências epidemiológicas de que a amamentação confere proteção contra diarreia, sobretudo em crianças de baixo nível socioeconômico de países de baixa renda. É importante salientar que essa proteção diminui quando o AM deixa de ser exclusivo; • redução da morbidade por infecção respiratória: a proteção da amamentação contra infecções respiratórias e otite média foi demonstrada em vários estudos; • redução de alergias: há evidências de que o risco de dermatite atópica em crianças com história familiar de atopia, nascidas a termo e amamentadas exclusivamente por pelo menos 3 meses, é menor quando comparadas com crianças amamentadas por menos tempo, assim como é menor a chance de desenvolver asma em crianças sem história familiar de asma, quando comparadas com crianças não amamentadas. A ex-posição a pequenas doses de leite de vaca nos primeiros dias de vida parece aumentar o risco de alergia ao leite de vaca. Por isso, é muito importante evitar o uso desnecessário de fórmulas infantis nas maternidades; • redução de doenças crônicas: há relatos bem consistentes da associação entre AM e menor chance de desenvolver obesidade e diabete tipo 2, pressões sistólica e diastólica mais baixas e níveis menores de colesterol total; • melhor nutrição: por ser próprio da espécie, o leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento e o desenvolvimento ótimos da criança pequena, além de ser mais bem digerido, quando comparado com leites de outras espécies. Atualmente, o crescimento da criança amamentada é a referência utilizada nas curvas de crescimento da OMS; • melhor desenvolvimento cognitivo e inteligência: a maioria dos estudos publicados sobre AM e desenvolvimento cognitivo conclui que as crianças amamentadas apresentam vantagem nesse aspecto, quando comparadas com as não amamentadas ou amamentadas por um período inferior. Essa vantagem foi observada em diferentes faixas etárias, até mesmo em adultos; • melhor desenvolvimento da cavidade bucal: a interrupção precoce do exercício que a criança faz para retirar o leite do seio da mãe pode determinar ruptura do desenvolvimento motor-oral harmônico, prejudicando o alinhamento adequado dos dentes e as funções de mastigação, deglutição, respiração e fala; • proteção contra doenças na mulher que amamenta: há evidências de proteção do AM contra câncer de mama e de ovário, e o desenvolvimento de diabete tipo 2, além do efeito anticoncepcional; • economia: não amamentar tem implicações financeiras, podendo onerar uma família de modo substancial. Ao gasto com leites industrializados, devem-se acrescentar custos com mamadeiras, bicos e gás de cozinha, além de eventuais gastos decorrentes de doenças, que são mais comuns em crianças não amamentadas. Onera também o sistema público de saúde e as empresas/serviços públicos e privados, Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos – ITPAC-Palmas Curso: Medicina SOI VI Acadêmica: Karoline de Jesus Assandri - Turma 7 / 2020/02 pelas faltas ao trabalho de mães e pais por doença da criança; • promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho: apesar de difícil comprovação, é praticamente consenso que a amamentação traz benefícios psicológicos para a criança e para a mãe. É uma oportunidade ímpar de intimidade e afeto, gerando sentimentos de segurança e proteção na criança e de autoconfiança e realização como mãe na mulher. ➢ Contraindicações para a amamentação ✓ São contraindicações temporárias à amamentação: mães com algumas doenças infecciosas, como varicela, herpes com lesões mamárias, doença de Chagas e tuberculose não tratada, ainda quando tenham de fazer uso de uma medicação imprescindível referentes às categorias 2 A e 2 B, consideradas moderadamente seguras para uso durante a lactação e que, por isso, devem ser usadas com cautela. ✓ Os agentes farmacológicos cruzam a membrana celular através de microporos, por difusão ou por transporte ativo; e, ainda, vão diretamente ao leite via espaços intercelulares do epitélio alveolar. ✓ A maioria das substâncias ingeridas aparecem no leite, em concentração que não costuma exceder 1% da dose e independentemente do volume da secreção. Durante esse período de tempo, os recém-nascidos devem ser alimentados com leite artificial por copo, e a produção de leite materno deve ser estimulada. ✓ As contraindicações definitivas da amamentação não são muito frequentes, mas existem. ✓ Trata-se de mães com doenças graves, crônicas ou debilitantes, mães com AIDS, e com o vírus HTLV-1, mães que necessitam fazer uso de medicamentos nocivos aos recém-nascidos e, ainda, bebês com doenças metabólicas raras como fenilcetonúria e galactosemia. Referencias: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutricao_aleitamento_alimentacao.pdf MONTENEGRO, Carlos Antonio B.; FILHO, Jorge de R. Rezende Obstetrícia Fundamental, 14ª edição. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2017. 9788527732802. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527732802/. Acesso em: 24 abr. 2022. PEDIATRIA, Sociedade Brasileira D. Tratado de Pediatria, Volume 1. [Digite o Local da Editora]: Editora Manole, 2017. 9788520455869. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520455869/. Acesso em: 25 abr. 2022. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutricao_aleitamento_alimentacao.pdf
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