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O Jornal da História

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O Jornal da História
Trazendo sempre informações de fatos já ocorridos no Brasil e no Mundo, por meio de informações históricas.
	
14 de Abril de 2023 		 	 Vol. 01
	QUEM FOI Getúlio Vargas?
Getúlio Dornelles Vargas,
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Foi um advogado e político brasileiro, líder da Revolução de 1930, que pôs fim à República Velha, depondo seu 13.º e último presidente, Washington Luís, e impedindo a posse do presidente eleito em 1.º de março de 1930, Júlio Prestes.
Vargas foi presidente do Brasil por quase vinte anos. O primeiro período foi de 15 anos ininterruptos, de 1930 até 1945, e dividiu-se em 3 fases: de 1930 a 1934, como chefe do "Governo Provisório"; de 1934 até 1937 como presidente da república do Governo Constitucional, tendo sido eleito presidente da república pela Assembleia Nacional Constituinte de 1934; e, de 1937 a 1945, como ditador, durante o Estado Novo implantado após um golpe de Estado.
NESTA EDIÇÃO
- O QUE FOI O ESTADO NOVO?
- O GOLPE DE 1937
- A CONSTITUIÇÃO DE 1937
- A REPRESSÃO POLÍTICA
- A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
- SEU FIM
- ECONOMIA 
- A POLÍTICA
- DIREITO CIVIL E TRABALHISTA
O QUE FOI O ESTADO NOVO?
Estado Novo, ou Terceira República Brasileira, foi uma ditadura brasileira instaurada por Getúlio Vargas em 10 de novembro de 1937, que vigorou politicamente até 29 de outubro de 1945, e formalmente até 31 de janeiro de 1946. Foi caracterizado pela centralização do poder, nacionalismo, anticomunismo e por seu autoritarismo. É parte do período da história do Brasil conhecido como Era Vargas.
Em 10 de novembro de 1937, através de um golpe de estado, Vargas instituiu o Estado Novo em um pronunciamento em rede de rádio, no qual lançou um Manifesto à nação, no qual dizia que o regime tinha como objetivo "reajustar o organismo político às necessidades econômicas do país".
Após a Constituição de 1937. Vargas consolidou seu poder. O governo implementava a censura à imprensa e a propaganda era coordenada pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Também houve forte repressão ao comunismo, amparada pela "Lei de Segurança Nacional", que impediu movimentos revolucionários, como a Intentona Comunista de 1935, durante todo o período. A centralização do poder estatal e da política econômica, juntamente com uma política de substituição de importações, possibilitou a captação de recursos para o avanço da industrialização no Brasil, e para a criação de instituições que possibilitassem esse processo, como a Companhia Siderúrgica Nacional e a Companhia Vale do Rio Doce.
O Estado Novo também foi considerado mais tardiamente como um precursor da ditadura militar no Brasil, que teve início com o golpe de 1964, apesar de existirem várias diferenças entre os dois regimes.
	
	
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) é a maior indústria siderúrgica do Brasil e da América Latina, e uma das maiores do mundo.
Sua usina, chamada Usina Presidente Vargas, situa-se na cidade de Volta Redonda, no médio Paraíba, no sul do estado do Rio de Janeiro, tendo suas minas de minério de ferro e outros minerais na região de Congonhas e Arcos, ambas cidades do estado de Minas Gerais e também de carvão na região de Siderópolis no estado de Santa Catarina. Sua principal usina hoje produz cerca de 6 milhões de toneladas de aço bruto e mais de 5 milhões de toneladas de laminados por ano, sendo considerada uma das mais produtivas do mundo.
	
	Vale S.A. é uma mineradora multinacional brasileira e uma das maiores operadoras de logística do país. É uma das maiores empresas de mineração do mundo e também a maior produtora de minério de ferro, de pelotas e de níquel. A empresa também produz manganês, ferroliga, cobre, bauxita, potássio, caulim, alumina e alumínio. No setor de energia elétrica, a empresa participa em consórcios e atualmente opera nove usinas hidrelétricas, no Brasil, no Canadá e na Indonésia. Em 2008, a empresa chegou a ser a 33° maior do mundo (de acordo com o Financial Times de 2008) e a maior do Brasil em volume de exportações. Em 2009, a marca e o nome de fantasia da empresa deixaram de ser Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e passaram a ser apenas Vale S.A, nome pelo qual sempre foi conhecida nas bolsas de valores.
Fundada em 1942 como Companhia Vale do Rio Doce, nome usado até 2007, a empresa foi criada durante o governo Getúlio Vargas para a exploração das minas de ferro na região de Itabira, no estado de Minas Gerais. A Vale é hoje uma empresa privada, de capital aberto, com sede no Rio de Janeiro, e com ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), na Bolsa de Valores de Madrid (L17) (LATIBEX (L18)) e na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), integrando o Dow Jones Sector Titans Composite Index. Na Bolsa de Valores de Hong Kong(L19) (R4) (HKEx) (L20) (R5) a Vale esteve listada de 2010 até julho de 2016
O GOLPE DE 1937
Getúlio, em 10 de novembro de 1937, através de um golpe de estado, instituiu, então, o Estado Novo, em um pronunciamento em rede de rádio, no qual lançou um Manifesto à nação, no qual dizia que o Estado Novo tinha como objetivo "reajustar o organismo político às necessidades econômicas do país". No dia do golpe, Getúlio Vargas determinou o fechamento do Congresso Nacional do Brasil e outorgou uma nova constituição, a Constituição de 1937, que lhe conferia o controle total do poder executivo e lhe permitia nomear, para os estados, interventores a quem deu ampla autonomia para a tomada de decisões. Essa constituição, elaborada por Francisco Campos, ficou conhecida como "a Polaca", por se ter inspirado na constituição vigente na Polônia naquela época.
A CONSTITUIÇÃO DE 1937
A Constituição Brasileira de 1937, outorgada pelo presidente Getúlio Vargas em 10 de novembro de 1937, mesmo dia em que implanta o período do Estado Novo, é a quarta Constituição do Brasil e a terceira da república, de conteúdo pretensamente democrático. Era, no entanto, uma carta política eminentemente outorgada, mantenedora das condições de poder do presidente Getúlio Vargas. A Constituição de 1937, que recebeu o apelido de “Polaca” por ter sido inspirada no modelo semifascista polonês, era extremamente centralizadora e concedia ao governo poderes praticamente ilimitados. Foi redigida pelo jurista Francisco Campos, ministro da Justiça do novo regime, e obteve a aprovação prévia de Vargas e do ministro da Guerra, general Eurico Gaspar Dutra.
A Constituição de 1937 foi a primeira que atendeu interesses de grupos políticos desejosos de um governo forte que beneficiasse o povo, que consolidasse o domínio daqueles que se punham ao lado de Vargas. A principal característica dessa constituição era a enorme concentração de poderes nas mãos do chefe do Executivo. Seu conteúdo era fortemente centralizador, ficando a cargo do presidente da República a nomeação das autoridades estaduais, os interventores. A esses, por sua vez, cabia nomear as autoridades municipais.
O Governo Vargas caracterizou-se desde o início pela centralização do poder, mas ele foi ao extremo entre 1937 e 1945. Com essa Constituição, Getúlio implantou um regime de liderança que durou até ao fim da Segunda Guerra Mundial e consolidou seu governo, que começara em 1930.
Após o golpe sofrido por Getúlio em outubro de 1945, foram realizadas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, paralelamente à eleição presidencial. Eleita a Constituinte, seus membros se reuniram para elaborar uma nova constituição, que entrou em vigor a partir de setembro de 1946. A Constituição de 1937 deu origem a vários acontecimentos na História política do Brasil que têm consequências até hoje. E, principalmente, formou o grupo de oposição a Getúlio que culminou no golpe militar de 1964. Este, por sua vez, deu origem à Constituição de 1967, a primeira constituição republicana autoritária.
A REPRESSÃO POLÍTICA
O Estado Novo foi instalado, segundo o preâmbulo da Constituição de 1937, para atender "às legítimas aspirações do povo brasileiro à paz política e social, profundamente perturbada por conhecidos fatores de desordem resultantesda crescente agravação dos dissídios partidários, que uma notória propaganda demagógica procura desnaturar em luta de classes, e do extremamento de conflitos ideológicos, tendentes, pelo seu desenvolvimento natural, a resolver-se em termos de violência, colocando a Nação sob a funesta iminência da guerra civil". O preâmbulo prossegue dizendo:
· "ATENDENDO ao estado de apreensão criado no País pela infiltração comunista, que se torna dia a dia mais extensa e mais profunda, exigindo remédios, de caráter radical e permanente;
· ATENDENDO a que, sob as instituições anteriores, não dispunha, o Estado de meios normais de preservação e de defesa da paz, da segurança e do bem-estar do povo;
· Resolve assegurar à Nação a sua unidade, o respeito à sua honra e à sua independência, e ao povo brasileiro, sob um regime de paz política e social, as condições necessárias à sua segurança, ao seu bem-estar e à sua prosperidade, decretando a seguinte Constituição, que se cumprirá desde hoje em todo o País:"
A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
"A posição do governo Vargas na Segunda Guerra Mundial foi pendular. Como vimos, desde o golpe e a nova Constituição, tinha influência fascista. No entanto, a posição geográfica brasileira interessava a todos os países, por se projetar para a África e ter um vasto litoral voltado para o Oceano Atlântico.
Lembremos que as alianças durante a guerra foram formadas e chamadas da seguinte maneira: Eixo, com Alemanha, Itália e Japão, e Aliados, com França, Inglaterra, EUA e, depois, União Soviética (URSS).
Com a linha ideológica que o Estado Novo seguia desde o começo, o mais natural seria que o Brasil se posicionasse junto ao Eixo, certo? Sim. E essa era uma discussão interna do governo, com os homens mais próximos de Getúlio também divididos, até que o próprio presidente, em determinada ocasião, saudou uma vitória nazista.
Os EUA perceberam esse perigo e passaram a se aproximar, mesmo que eles ainda não estivessem lutando na guerra, mas sabiam que iriam e que deveriam ter aliados, sobretudo nas Américas. E como essa aproximação foi feita? Com dinheiro! Um empréstimo de 20 milhões de dólares, que o governo brasileiro usou para a construção de uma indústria siderúrgica, consolidando um de seus objetivos, que era a industrialização.
O alinhamento fascista, a “Constituição polaca” e o elogio nazista vieram por terra quando o governo brasileiro anunciou que estava rompendo relações com o Eixo e apoiando os Aliados. Navios do Brasil foram afundados pela Alemanha e, assim, entramos na Segunda Guerra Mundial, inclusive com envio de soldados.
Esses soldados eram organizados na Força Expedicionária Brasileira (FEB) e foram para a Itália, em 1944, como parte do exército norte-americano. Junto a alguns da Força Aérea Brasileira (FAB), somavam cerca de 25 mil homens, que ficaram lá de julho de 1944 a setembro de 1945, quando a Segunda Guerra acabou. Não tiveram tantas batalhas assim, mas esse feito é considerado um marco histórico, principalmente porque foi a primeira vez que a América Latina se envolvia em conflitos mundiais.
Getúlio e o DIP, é claro, aproveitaram-se bastante da volta desses “heróis nacionais” para despertar mais ainda o sentimento patriótico. Grandes festas e comícios foram preparados para quando os navios chegassem, conforme foto abaixo."
SEU FIM
"A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial tem tudo a ver com o fim do Estado Novo, pois foi sendo criada uma situação bastante contraditória, já que foram enviados soldados para combater o fascismo na Europa, mas aqui ele ainda era praticado pelo próprio governo, que fez aliança com os Aliados.
Começaram a circular documentos e manifestos entre intelectuais e artistas, antes varguistas, que já não eram mais. Entre esses, um dos mais famosos foi o Manifesto dos Mineiros, em 1943.
E lembra que, antes de mandarem soldados para a guerra, houve discussão interna entre homens poderosos do governo? Pois bem. Um desses, general Góis Monteiro, deu entrevista — surpreendentemente não censurada pelo DIP — dizendo ser a favor de eleições.
Tudo isso fez com que o próprio Getúlio, já entendendo que seria difícil conter tantas manifestações, agora até de dentro do governo, declarasse reabertura dos partidos políticos e eleições para 1945. Fazendo isso, ele, mais uma vez, sairia com a fama de ser bom e democrático.
Luís Carlos Prestes foi libertado após 10 anos de prisão, e seu partido, o PCB (Partido Comunista Brasileiro), voltou à legalidade. Foi criado o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), por meio do sindicalismo, e a oposição liberal se organizou na União Democrática Nacional (UDN).
Apesar da ilegalidade e das prisões impostas, o PCB passou a apoiar Vargas por ele estar combatendo o fascismo na Europa. O Exército não gostou nada disso e, então, deu um golpe que impediu Vargas de concorrer as próximas eleições, já que estava “virando esquerdista” (na verdade, querendo todo e qualquer apoio para continuar no poder).
Esse é o fim do Estado Novo. Vargas ainda tentou uma última cartada, organizando o movimento “queremista”, ou seja, de pessoas que o queriam no governo (foto abaixo), mas não deu certo e, em 1945, teve, de fato, eleição."
	Manifestação a favor de Getúlio Vargas ao final do Estado Novo, em 21 de agosto de 1945. Arquivo Nacional.
ECONOMIA 
O Estado Novo de Getúlio Vargas se destacou na história econômica do Brasil por iniciar um sistemático processo de industrialização do país, baseado na forte intervenção econômica do Estado na economia e na substituição de importações. A centralização do poder estatal no período permitiu que houvesse uma grande quantidade de investimento na industrialização, que seria lenta caso se baseasse apenas nos capitais privados da burguesia brasileira. Dessa forma, o Estado Novo era a única instituição capaz de proporcionar a acumulação capitalista no Brasil, necessária ao arranque industrial conseguido com a centralização da política econômica através do planejamento e coordenação nacional de sua execução.
O modelo adotado se espelhava na organização econômica dos países de orientação nazifascista e na URSS, apesar de neste caso não ter ocorrido no Brasil a abolição da propriedade privada. Era notória a admiração de altas autoridades do Estado Novo, como o próprio Vargas e Francisco Campos, pelos avanços econômicos da Alemanha e da URSS. Além do mais, a resolução dos conflitos entre as classes sociais se estruturava de modo semelhante ao corporativismo fascista italiano, com o Estado arbitrando esses conflitos através da institucionalização dos sindicatos de trabalhadores e das associações empresariais. O objetivo dessa estrutura era resolver os conflitos sociais para se alcançar uma pretensa harmonia social.
Na prática foram criados no Estado Novo alguns institutos de ramos econômicos, como o Instituto do Café, o Instituto do Açúcar e do Álcool, entre outros, além de órgãos de coordenação como a Carteira de Crédito Agrícola e Industrial (1937), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (1938), o Conselho Nacional do Petróleo (1938), a Comissão de Planejamento Econômico (1944) etc., sistematizando com essas divisões a execução e planejamento da política econômica.
Para criar as condições gerais de produção do processo de industrialização, o Estado Novo investiu grandes somas de capitais em empresas estatais nos setores de: siderurgia (Cia. Siderúrgica Nacional, Volta Redonda/RJ, 1940); mineração (Cia. Vale do Rio Doce, MG, 1942); mecânica pesada (Fábrica Nacional de Motores, RJ, 1943); química (Fábrica Nacional de Álcalis, Cabo Frio/RJ, 1943) e hidrelétrica (Cia Hidrelétrica do Vale do Rio São Francisco, 1945). O objetivo, nesses setores, era fazer os investimentos de capitais que a burguesia era incapaz de realizar, mas que eram de suma importância para o processo de industrialização, por criar condições de funcionamento a inúmeras empresas industriais, que necessitavam de energia elétrica, transformação de metais, elementos químicos, entre outros, para a continuação de suasatividades produtivas.
A II Guerra Mundial teve algumas consequências positivas e negativas para a economia brasileira. Positivamente no sentido de estimular a exportação de produtos agrícolas e negativamente com a dificuldade de importação de meios de produção, desacelerando levemente o crescimento industrial. Entretanto, o Estado Novo se caracterizou pela consolidação da industrialização do país, que somada a seu autoritarismo de matriz fascista permitiu caracterizar a Era Vargas como um período de modernização conservadora.
A POLÍTICA
O regime político recebeu o nome de Estado Novo, nome inspirado no regime de António de Oliveira Salazar em Portugal, e durou até 29 de outubro de 1945, quando Getúlio Vargas foi deposto pelas Forças Armadas.
Propaganda do Estado Novo, mostrando Getúlio Vargas ao lado de crianças, símbolos do futuro do Brasil.
Getúlio Vargas determinou o fechamento do Congresso Nacional e extinção dos partidos políticos. Ele outorgou uma nova constituição, que lhe conferia o controle total do poder executivo e lhe permitia nomear interventores nos estados, aos quais, Getúlio deu ampla autonomia na tomada de decisões, e previa um novo Legislativo, porém nunca se realizaram eleições no Estado Novo.
A Constituição de 1937 foi apelidada de "Polaca", servindo tanto para mostrar que fora amplamente influenciada pela Constituição autoritária da Polônia quanto, depreciativamente, associá-la a uma zona de baixo meretrício no Rio de Janeiro. Na prática a Constituição de 1937 não vigorou, pois, Getúlio governou durante todo o Estado Novo através de decreto-lei e nunca convocou o plebiscito previsto na "Polaca". A Constituição de 1937 substituiu a Constituição de 1934 que Getúlio não gostava e assim se expressou sobre ela, no 10º aniversário da revolução de 1930, em discurso de 11 de novembro de 1940:
 “Uma constitucionalização apressada, fora de tempo, apresentada como panaceia de todos os males, traduziu-se numa organização política feita ao sabor de influências pessoais e partidarismo faccioso, divorciada das realidades existentes. Repetia os erros da Constituição de 1891 e agravava-os com dispositivos de pura invenção jurídica, alguns retrógrados e outros acenando a ideologias exóticas. Os acontecimentos incumbiram-se de atestar-lhe a precoce inadaptação!” 
DIREITO CIVIL E TRABALHISTA
O Estado Novo foi promulgado o Código Penal Brasileiro, a Lei das Contravenções Penais, o Código de Processo Penal Brasileiro, e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), todos até hoje em vigor. Foi criado o Código Brasileiro de Trânsito. O Código de Processo Civil de 1939, que na época representou muitos avanços, constituindo-se na primeira legislação processual moderna do Brasil. Foi revogado pelo Código de Processo Civil de 1973, instituído pela Lei 5.869, de 11 de janeiro de 1973. Pelo decreto-lei n.º 1.985, de 29 de janeiro de 1940, é instituído o Código de Minas, que teve vigência até 1967, quando foi substituído pelo Código de Mineração. O decreto-lei n.º 7.661, de 21 de junho de 1945, estabeleceu a Lei de falências, que vigorou até 2005. Pelo decreto-lei n.º 2.994, logo substituído pelo decreto-lei n.º 3.651, foi criado o primeiro código nacional de trânsito brasileiro.
Vargas tornou a carteira de trabalho obrigatória para consolidação dos direitos trabalhistas
Getúlio Vargas criou, no Estado Novo, a Justiça do Trabalho, no dia 1 de maio de 1939, pelo decreto-lei n.º 1.237. Criou o salário mínimo, e concedeu a estabilidade no emprego do trabalhador, após de dez anos no emprego. Em 28 de novembro de 1940, foi assinado, em Washington, DC, pelo Brasil e por mais 13 países produtores de café e os Estados Unidos, o Acordo Interamericano do Café, visando regular seu o preço e o comércio internacional.
Em 1942 foi criado o território de Fernando de Noronha. Em 1943, foram criados o Território Federal do Guaporé (atual Rondônia), o Território Federal do Rio Branco (atual Roraima), e o Território Federal do Amapá. Foram também criados os territórios federais do Iguaçu e de Ponta Porã, que não prosperaram. O fator decisivo para Getúlio criar os territórios foi sua visita, durante o Estado Novo, ao Centro-Oeste do Brasil, quando, segundo diz em seu Diário, ficou impressionado com o vazio populacional do interior do Brasil. Getúlio considerava o Brasil Central, de antigamente, como sendo "uma vasta solidão inaproveitada". Vargas neste processo criou reservas indígenas para os guarani kaiowá em vista de desalojá-los para facilitar esta expansão.
O norte do Paraná, até então despovoado, foi colonizado e povoado através de um grande projeto de colonização feito pela iniciativa privada, especialmente pela Companhia de Terras do Norte do Paraná, a Cianorte. Este esforço de ocupar o interior do Brasil foi chamado, por Getúlio, de "Marcha para o Oeste". Em 1940, Cassiano Ricardo publica um livro com este título. O empresário da mineração Jorge Abdalla Chamma, em seu livro Por um Brasil Melhor, detalha os esforços do Estado Novo para implantar um polo siderúrgico em Corumbá. Quanto à preocupação de Getúlio com a "Marcha para o Oeste", em 10 de setembro de 1950, na sua campanha para presidente da república, faz um discurso em Uberaba atribuindo aos criadores do gado zebu o desenvolvimento do Triângulo Mineiro e do Brasil Central:
“Lutando contra opiniões que combatiam a introdução do gado zebu no Brasil, os fazendeiros do Triângulo Mineiro apoiados exclusivamente no seu próprio trabalho e nos seus próprios recursos arrostaram todos os percalços da tremenda luta que se feriu, e que, afinal, lhes conferiu incontestada vitória. De então para cá, o Brasil Central passou a ter expressão econômica, transformando-o de uma vasta solidão inaproveitada, que era então, no grande reduto econômico e francamente ativo da atualidade.”
Foi implantada, pelo decreto-lei n.º 5.941, de 28 de outubro de 1943, a Colônia Agrícola Nacional Dourados, que possibilitou a colonização e expansão da agricultura no sul do atual Mato Grosso do Sul. Foi feito o saneamento da Baixada Fluminense. Foi criada, pelo decreto-lei n.º 6.882, de 19 de fevereiro de 1941, a Colônia Nacional Agrícola de Goiás.
O decreto-lei n.º 3.855, de 21 de fevereiro de 1941, estabeleceu o Estatuto da Lavoura Canavieira, o qual, em um discurso pronunciado em 12 de janeiro de 1947, em Recife, Getúlio assim o definiu: "A primeira lei da reforma agrária do Brasil surgiu em vosso benefício com o 'Estatuto da Lavoura Canavieira'. Não prometi: fiz. Realizei a maior reforma social do século com esse estatuto, equilibrando o direito real com os direitos do trabalho"

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