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A pratica pedagógica para a melhoria da evasão escolar

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CAPITULO 1 Antecedentes: a prática pedagógica na EJA (Educação de 
Jovens e Adultos) 
 “A Educação de Jovens e Adultos é uma conquista da sociedade 
brasileira e o seu reconhecimento como um direito humano aconteceu de 
maneira gradativa ao longo do século passado, atingindo sua plenitude na 
Constituição de 1988, quando o poder público reconhece a demanda de jovens 
e adultos que não realizaram sua escolaridade pelo direito aos cursos 
regulares. No entanto, segundo esse autor, apesar desse reconhecimento de 
que toda a sociedade brasileira tem direito a uma escolarização, os fatos 
históricos posteriores limitaram a concretização desse direito, no contexto das 
reformas neoliberais implementadas nos anos seguintes” (HADDAD 2007). 
 
(PORCARO 2011) diz que: “a EJA vem, então, se expandindo 
institucionalmente pelo país e, buscando seu espaço, vem encontrando 
reconhecimento em todas as regiões. Apesar disso, no século XXI, os dados 
ainda são alarmantes: de 170 milhões dos habitantes do país, dezesseis 
milhões são analfabetos, um total de sessenta milhões não têm o Ensino 
Fundamental, somente cinco milhões estão em processo de escolarização e o 
restante está à margem do processo de ensino. Nesse contexto, os programas 
de alfabetização que vêm sendo desenvolvidos, como o Programa Brasil 
Alfabetizado e o Programa Nacional de Educação para a Reforma Agrária, 
focalizam suas ações em regiões com maiores índices de pobreza e 
analfabetismo, assumindo a configuração de ações compensatórias de 
combate à pobreza, na ausência de uma política pública universal de ensino 
básico para jovens e adultos”. 
 
Verificamos que as práticas educativas seguem regras educacionais 
formais e informais, portanto quando pensamos em práticas pedagógicas nos 
remetemos às medidas que podem implicar melhor na aprendizagem do aluno. 
 
De acordo com (Libâneo 2010), a educação é um conjunto das ações, 
processos, influencias e estruturas, que intervém no desenvolvimento humano 
na sua relação com o meio natural e social. Quando manifestas pela ótica de 
práticas educativas informais nas relações dos indivíduos em seu ambiente 
natural resultam em conhecimentos, experiências e práticas, mas sem estarem 
especificamente ligadas a instituições, tão pouco são intencionais ou 
organizadas. 
 
 Inúmeros são os desafios na idade escolar e com características 
diversificadas, especialmente na Educação de Jovens e Adultos – EJA, que 
possui uma trajetória histórica, vale destacar que a EJA no Brasil nasceu 
paralelamente à educação regular, segundo (DANTAS, 2010) os jesuítas 
buscavam atingir os pais, por meio dos seus filhos. Também pela catequese 
dos indígenas adultos, a alfabetização e a transmissão do idioma dos 
colonizadores serviam como instrumento de cristianização e aculturação dos 
nativos. 
 
 Projetos de leis que enfatizavam a obrigatoriedade da educação de 
adultos foram aprovados no final do século XIX e início do século XX, num 
contexto de emergente desenvolvimento urbano e industrial e sob forte 
influência da cultura européia. De acordo com Paraná (2008) procurava-se 
aumentar o contingente eleitoral, especialmente no primeiro período 
republicano para, assim, atender aos interesses das elites, visto que só 
poderiam votar os eleitores e candidatos que soubessem ler e escrever. 
 
 No inicio, época da colonização no Brasil, as poucas escolas existentes 
era pra privilégio das classes médias e altas, nessas famílias os filhos 
possuíam acompanhamento escolar na infância; não havia a necessidade de 
uma alfabetização pra jovens e adultos, as classes pobres não tinham acesso a 
instrução escolar e quando a recebiam era de forma indireta, de acordo com 
(GHIRALDELLI JR, 2008, p 24). 
 
 Durante muitos anos as escolas noturnas era a única forma de 
alfabetizar os adultos, depois de um dia cansativo de trabalho, e muitas dessas 
escolas eram grupos informais, onde poucos já dominavam o ato de ler e 
escrever e o transferia a outros; no começo do século XX com o 
desenvolvimento industrial é possível perceber uma lenta valorização da EJA. 
 
 Na educação brasileira, um dos assuntos que mais causa preocupação 
é a evasão escolar que se caracteriza pelo abandono do aluno, que apesar de 
estar matriculado, deixa de freqüentar a sala de aula. A evasão diversas vezes 
tem como motivação a necessidade deste aluno entrar no mercado de trabalho 
para colaborar na renda familiar, além da falta de interesse pelos estudos e a 
dificuldade no aprendizado. 
 
 De acordo com o Censo Escolar entre os anos de 2014 e 2015 revela 
que 12,7% e 12,1% dos alunos matriculados na 1ª e 2ª série do ensino médio, 
respectivamente, abandonaram os estudos. Ainda de acordo com a análise, o 
9º ano do ensino fundamental tem a terceira maior taxa de evasão, 7,7%, 
seguido pela 3ª série do ensino médio, com 6,7%. Considerando todas as 
séries do ensino médio, a evasão chega a 11% do total de alunos nessa etapa 
de ensino. 
 
 Outro fator importante que podemos citar é a pobreza tanto financeira 
quanto social que aparece também com uma relevância para que o aluno 
também não continue na escola. 
 Na fala de Siqueira (2009, p. 5). “Os recursos materiais para os 
destituídos eram muito escassos, o que agravava a situação entre os extremos 
na escala social, sinalizando a formação das raízes da desigualdade [...]”. 
Neste sentido observamos que o objetivo da Educação de Jovens e Adultos, 
diferentemente de outras políticas de alfabetização de adultos, não deve ser 
apenas para garantir um certificado ou o treinamento para o mercado de 
trabalho; mas, oferecer uma formação profissional continuada, dando 
condições para que a pessoa se torne um cidadão com uma consciência 
crítica. 
Segundo Fornari (2010), a evasão escolar é vista, de maneira geral, 
como fruto de fatores considerados externos à escola. É válido ressaltar que a 
evasão acontece em todos os níveis de ensino. Neste contexto, a Educação de 
Jovens e Adultos – EJA apresenta recorrentes situações de abandono da sala 
de aula, pois este seguimento recebe uma diversidade de público com níveis 
culturais e educacionais diferentes, fazendo da sala de aula um ambiente 
eclético. 
Já para Azevedo (2011, p.05), o problema da evasão e da repetência 
escolar no país tem sido um dos maiores desafios enfrentados pelas redes do 
ensino público, pois as causas e conseqüências estão ligadas a muitos fatores 
como social, cultural, político e econômico, como também a escola onde 
professores têm contribuído a cada dia para o problema se agravar, diante de 
uma didática ultrapassada. 
Os alunos da Educação de Jovens e Adultos são alunos trabalhadores e 
em sua maioria, chega cansados e desmotivados, por este motivo a aula 
precisa ter um significado para eles, o professor precisa passar confiança e 
entender as suas dificuldades pessoais e de aprendizado, neste sentido 
verificamos que é imprescindível uma boa interação entre ambos. 
De acordo com (CORRÊA, 2008, p. 25) 
“São necessárias, no espaço escolar, uma cultura do acolhimento e uma 
gestão do cuidado, que permitam ao aluno dizer: aqui é um lugar onde eu me 
sinto acolhido, onde eu sou escutado, onde eu posso dizer o que penso, meu 
modo de ver o mundo e as relações que o compõem, o espaço escolar deve 
ser, enfim um lugar onde o sonho acontece, onde o disciplinado é substituído 
por relações ético-afetivas”. 
O retorno deste seguimento a sala de aula, torna-se muito difícil, pois 
além de serem alunos trabalhadores, apresentam desmotivação, tem 
dificuldade de aprendizado, falta de tempo para realizar as tarefas, mas em 
contrapartida sentem a necessidade de concretizar seus sonhos, sentir-se 
incluído na sociedade, aprender mais, se qualificar para o mercado de trabalho 
e assim dar uma melhor condição de vida a seus familiares. 
Segundo RAMOS, a educação está intrinsecamente relacionada como 
trabalho, ou seja, a má educação proporciona a oportunidade de um trabalho 
mal qualificado, e a mesma coisa ocorre para a boa educação, que gera um 
trabalho qualificado: 
“De fato, a emergência das profissões modernas é conseqüência da divisão social e 
técnica do trabalho, exacerbada na divisão entre trabalho intelectual e manual, sendo 
hierarquizadas de acordo com as classes e estratos de classes sociais que poderão exercê-las. 
Do ponto de vista da formação, as profissões passam a ser classificadas de acordo com o nível 
de complexidade que, por sua vez, se relaciona com o nível de escolaridade necessário para o 
desenvolvimento de cada uma delas. É nesse sentido, então, que os contextos produtivos vão 
colocando exigências para a educação, seja de aprendizagens básicas, seja das 
aprendizagens específicas para o exercício profissional”. (2010 p. 75) 
 
De acordo com (GARCIA; MACHADO; ZERO 2013) “Uma das 
características dos alunos da EJA é a condição da maioria serem 
trabalhadores, com experiência profissional que geralmente começou muito 
cedo, por fatores relacionados à dificuldade financeira da família, assumindo 
responsabilidades como cuidar da casa ou dos irmãos mais novos, 
distanciando-os da escola e contribuindo para a evasão escolar. Quando 
retornam à escola, o professor deve considerar as experiências profissionais e 
o contexto cultural do aluno, abordando temas condizentes com a sua 
realidade, evitando assim o desinteresse que acaba levando ao fracasso 
escolar”. 
Educar jovens e adultos não é uma tarefa fácil, pois os mesmos já 
carregam uma experiência de vida, cabe ao professor aproveitar estas 
experiências vividas e adequar ao conteúdo programático das disciplinas e 
transformar a educação em realidade, pois é necessário diferir dos alunos 
regulares e tradicionais. 
A EJA apresenta um quantitativo considerável de jovens, que por vários 
motivos não concluíram no tempo adequado os estudos, além dos adultos e 
idosos, baseado neste público específico é necessária a contratação de 
profissionais qualificados e que os mesmos estejam motivados e formados 
especificamente para este seguimento. 
Brunel (2004, p. 29) destaca que “[...] estes alunos valorizam o tempo 
atual, dedicado à escola, pois sua trajetória escolar foi permeada por 
reprovações, por períodos de ausência escolar por vários motivos, enfim, por 
descontinuidades e rupturas”. Em sua mentalidade, acham que já perderam 
tempo demais e por isso querem abreviar ao máximo a conclusão de seus 
estudos. 
Definitivamente a EJA alcança na contemporaneidade sua mais ampla 
dimensão se caracterizando como modalidade constitutiva do sistema regular 
de ensino com todos seus componentes estruturais, atraindo dessa forma uma 
clientela de adultos defasados em termos educacionais, contudo seduzindo 
também um número expressivo e crescente de jovens desejosos por esta 
modalidade de ensino (GADOTTI; ROMÃO, 2000). 
 
Segundo os autores, várias são as causas da evasão na EJA, tais como 
as sociais, políticas, culturais e pedagógicas. Os mesmos enfatizam que entre 
as pedagógicas, pode-se destacar a falta de uma proposta em que as 
disciplinas sejam integradas, já que no mundo elas não estão separadas e, o 
adulto, por carregar um conjunto de saberes que adquiriu na prática, precisa se 
situar nos conteúdos propostos para cada disciplina. 
 
Ao voltarem à escola, “[...] as trajetórias de vida de jovens e adultos não 
se tornam mais fáceis; ao contrário, vêm se tornando mais imprevisíveis e 
incontroláveis” (ARROYO, 2005, p.46), por isso, os índices de abandono na 
EJA ainda continuam crescentes. 
 
No ambiente escolar não adianta pensar em formas de retenção do 
aluno sem pensar no contexto ao qual ele estar inserido, a prática pedagógica 
é influenciada pelos aspectos estruturais da sociedade, um dos aspectos pode 
ser visualizado na gestão educacional e no desenvolvimento das propostas 
curriculares, além dos programas sociais, etc. Em termos práticos não é viável 
adotar a mesma estratégia utilizada na educação infantil para a EJA e acreditar 
que os resultados serão parecidos. 
 
(COSTA, 2013) afirma que “tal prática tem contribuído para baixa 
qualidade do ensino nas escolas de EJA, tendo como conseqüência a 
diminuição do estímulo e aumento da evasão daqueles que ingressam na EJA, 
quase sempre com grandes expectativas quanto à escola, ao ensino e a 
aprendizagem. 
 
Levando em consideração os aspectos citados, é necessário delimitar 
objetivos antes de pensar nas práticas que serão utilizadas para chegar até os 
alunos e neste sentido é importante refletir: o que se pretende com elas? 
Despertar nos alunos o interesse pelo debate? Incentivar a leitura? Feita esta 
reflexão, pensa-se a respeito dos recursos que serão necessários para 
executá-las e quais deles estar à disposição para colocar a idéia em 
planejamento, tudo isto precisa ser considerado para o atingimento do objetivo. 
 
Compreender a prática educativa como um processo formal e de 
reflexão contínua e coletiva capaz de influenciar o ensino e a aprendizagem do 
aluno, além de ajudá-lo a ter uma visão melhor de mundo, faz com que o aluno 
da EJA sinta-se mais valorizados e individualizados como seres sociais. Logo, 
para se evitar o desinteresse, a sensação de fracasso e a evasão, conforme as 
Diretrizes, o contexto cultural do educando deve ser a ponte entre o seu saber 
e o que a escola pode lhe oferecer. 
Por isso a EJA não deve ser uma reposição da escolaridade perdida, 
como normalmente se configuram os cursos acelerados nos moldes de que 
tem sido o ensino supletivo. Deve, sim, construir uma identidade própria, sem 
concessões à qualidade de ensino e propiciando uma terminalidade e acesso a 
certificados equivalentes ao ensino regular (GADOTTI; ROMÃO, 2001, p. 121). 
 
Ao se estabelecer práticas educativas que valorizem o jovem e adulto 
respeitando sua individualidade e condição de aluno com uma visão de mundo 
diferenciada em comparação com a da criança, contribuirá para sua 
permanência e melhor aproveitamento escolar. 
 
Outro ponto importante que podemos observar é o contexto da formação 
docente. De acordo com (VARGAS e FANTINATO 2011) “A tarefa de 
organização do corpo docente da EJA não é simples para os gestores da 
educação básica, seja municipal ou estadual. Evidencia - se a escassa oferta 
de cursos de Pedagogia que oferecem a oportunidade de aprofundamento 
nessa modalidade de educação. No que se refere às licenciaturas, verifica-se a 
quase total ausência de espaços de discussão dos processos de ensino-
aprendizagem na EJA nos cursos de formação de professores de Matemática, 
História, Geografia, Ciências, ou mesmo Letras”. 
 
Vindos das mais diversas áreas do conhecimento, geralmente o 
professor estar preparado para o ensino regular e se deparam a trabalhar com 
a EJA por diversos motivos como horários, um acréscimo ao salário, etc. O 
processo de se tornar professor da educação de jovens e adultos parece gerar, 
também, o que chamamos em estudo anterior de “a identificação com os 
alunos da EJA” (FANTINATO; GARCIA, 2010), ou seja, o trabalho docente com 
educandos adultos propicia uma aproximação entre professores e alunos. 
 
 A educação de jovens e adultos requer do educador conhecimentos 
específicos no que diz respeito ao conteúdo, metodologia, avaliação, 
atendimento, entre outros, para trabalhar com essa clientela heterogênea e tão 
diversificada culturalmente. (Arbache, 2001 p.9). 
 
(COSTA 2008) em sua dissertação diz que “ainda hoje, a noção de 
educador de EJA se confunde com a idéia de serviço voluntário, no qual 
prevalecem os conceitos de boa vontade, relegando para segundo plano a 
necessidade de profissionalismo, de conhecimento didático, psicológico, de 
conteúdo e de métodos e técnicas para atender à demanda dos alunos da 
EJA”. 
O professor da EJA deve compreender a necessidadede respeitar a 
pluralidade cultural, as identidades, as questões que envolvem classe, raça, 
saber e linguagem dos seus alunos, caso contrário, o ensino ficará limitado à 
imposição de um padrão. De acordo com os estudos de (PORCARO 2011) “O 
que podemos verificar, no país, é a ocorrência da educação de jovens e 
adultos pelas mãos de professores do próprio sistema regular de ensino, que 
buscam, nessa atividade, uma complementação salarial, ou de pessoas 
envolvidas com movimentos sociais, trabalhando pela causa abraçada”. 
Outros estudos recentes, também reforçam a existência dessas lacunas 
(SOARES, 2008; PORCARO, 2011), com base na observação do desconforto 
e da insegurança dos professores que atuam na EJA diante da desafiadora 
realidade que se expressa nos espaços-tempos escolares dessa modalidade. 
De fato, a EJA não tem se configurado como tema prioritário na universidade, 
como demonstram as pesquisas de Machado (2002), Pereira (2006), Carvalho 
(2009), Di Pierro (2010) e Fantinato; DeVargas, (2011). 
As universidades só recentemente vêm dedicando atenção às diferentes 
modalidades de educação. De acordo com Soares (2002), estas vêm 
assumindo lentamente seu papel na formação dos professores para atuar na 
EJA e na produção do conhecimento na área, ainda que apenas 16 cursos de 
Pedagogia dos 1306 existentes no Brasil oferecessem habilitação específica no 
ano de 2003. Para Arroyo (2006), “a formação do educador e da educadora de 
jovens e adultos sempre foi um pouco pelas bordas, nas próprias fronteiras 
onde estava acontecendo a EJA e recentemente passa a ser reconhecida 
como uma modalidade, como acontece em algumas faculdades de Educação” 
(p. 17). 
O papel do professor é de mediador desta formação, utilizando métodos 
de ensino adequados, possibilitando aos alunos oportunidade de alcançarem 
cada vez mais um novo nível de conhecimento que satisfaça suas 
necessidades como individuo de uma sociedade. Para que haja um bom 
desempenho no ensino é essencial que o educador esteja qualificado, mas 
será que as academias preparam o suficiente este profissional? Segundo Paulo 
Freire, “a formação do educador deve ser permanente e sistematizada, porque 
a prática se faz e refaz”. (Gadotti, 2006 p. 59). Partindo deste principio, 
percebe-se que a formação deve ser contínua, visto que nada é permanente. 
 
(GARCIA; MACHADO; ZERO 2013) “destacam a importância da 
seriedade do trabalho docente na educação de jovens e adultos, condição 
indispensável para garantir o sucesso dos alunos no processo de ensino-
aprendizagem. O docente deve trabalhar a partir dos interesses dos alunos e 
satisfazendo suas necessidades de aprendizagem. Assim o educador da EJA 
na contemporaneidade deve sempre considerar todo contexto social, familiar e 
profissional de seus discentes em suas práticas”. 
 
Podemos afirmar que “a formação de professores para a EJA [tem se 
intensificado] nas duas últimas décadas, em concomitância com o movimento 
de revitalização da escola normal”. O processo ao desencadear esta formação 
do profissional da educação gera novas prática e desperta a vontade de 
aprofundar e sistematizar os conhecimentos por meio de uma consciência 
política e social de seu papel profissional. 
(COSTA 2008) Diz que “essa concepção de formação continuada 
colocou em destaque a preparação do professor no exercício de sua prática 
como sujeito que reflete sobre as ações que realiza em seu cotidiano. O 
objetivo deve ser o de estimular uma perspectiva crítico-reflexiva, incentivando 
a análise da prática profissional docente que possibilite ao professor da EJA 
pensar, questionar, refletir criticamente sobre a sua prática, trocando com seus 
pares, criando condições de (re) construí-la”.

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