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1 1. INTRODUÇÃO O envelhecimento humano é um processo progressivo e dinâmico onde ocorrem alterações fisiológicas, morfológicas, bioquímicas e psicológicas, ocasionando perdas e uma maior dificuldade de adaptação, sendo um processo complexo, o envelhecimento resulta da interação de diversos fatores como: fatores genéticos, estilo de vida, doenças crônicas, determinando o declínio da capacidade funcional. Dentre as doenças mais relacionadas ao envelhecimento, as mais prevalentes são as alterações sensoriais, as doenças ósseas, cardiovasculares e o diabetes (VIEIRA et al, 2015). Uma das consequências que mais se destacam nesse processo de envelhecimento é a degradação da força do individuo, essa que está atrelada a perda de massa muscular, tem sido relatada como preditora para o aumento da dependência funcional, assim, interferindo diretamente na qualidade de vida do indivíduo (MARIANO et al., 2013). Dessa forma, a prática de exercícios físicos regulares recomendados para este fim é o Treinamento de Força, que consiste na realização de exercícios com contrações voluntárias da musculatura esquelética, buscando vencer uma resistência, que pode ser desde equipamentos, pesos livres, implementos ou o próprio peso corporal (CAPRA et al., 2016). Assim, um programa individualizado de treinamento de força é uma alternativa para diminuir os declínios na força e na massa muscular que estão relacionados com a idade, dessa forma, auxilia na melhoria da saúde e na qualidade de vida (MENDONÇA; MOURA; LOPES, 2018). Nesse contexto, os idosos submetidos ao treinamento de força apresentam aumento significativo na ativação, potência e aumento da massa e força muscular durante o processo de treinamento (MARIANO et al., 2013). Segundo AGUIAR et al. (2014), fala que entre os efeitos positivos, podemos destacar, em relação à aplicabilidade prática do treinamento de força, especificamente com a utilização de exercícios físicos resistidos que são realizados na musculação, podemos destacar seus efeitos analgésicos, preventivos e de tratamento de diversas lesões. Além dos citados anteriormente, entre os seus benefícios estão incluídos, a melhora do tônus muscular, incrementos do tamanho e resistência muscular, da massa óssea, da espessura dos tecidos conectivos e da redução da gordura corporal total, além de ajudar na prevenção e manejo de 2 diversas condições patológicas e da saúde em geral (LIMA; OLÍMPIO, 2019). A adoção do Treinamento de Força evidenciada como uma estratégia eficaz e abrangente, no que se refere ao aumento da massa e força muscular, possibilita maior autonomia funcional aos idosos, aproveitando essa prática como uma alternativa de intervenção não-farmacológica para a saúde e qualidade de vida desse público-alvo. É sempre importante destacar os benefícios que o treinamento de força pode proporcionar para cada idoso, como também é importante compreender os riscos possíveis de um mal planejamento do treinamento de força ou de uma incorreta aplicabilidade deles. Nesse sentido esse trabalho buscará abordar as especificidades do treinamento de força para os idosos. O envelhecimento normalmente é acompanhado por uma diminuição da capacidade para desempenhar as tarefas do dia a dia, diminuindo a qualidade de vida dos idosos (MARTINS, 2021) Este estudo foi realizado, pois com o grande aumento de idosos no Brasil e o crescimento do número de praticantes de musculação da terceira idade, que nos leva a requerer novos conhecimentos para trabalhar com esta população tendo segurança, podendo auxiliá-los a ter uma vida saudável e ativa através da realização do treinamento de força. O estudo apresenta como objetivo geral, refletir sobre os benefícios que o treinamento de força oferece para a população idosa. Tendo como descritores: a) Analisar o conceito de força e treinamento de força dentro da musculação; b) Observar aspectos fisiológicos do corpo da pessoa idosa; e c) Avaliar a influência do treinamento de força na melhoria da qualidade de vida do idoso. Nessa perspectiva, fez necessário está buscando compreender a importância do treinamento de força para a população idosa, tendo em vista que ao passar do tempo as suas habilidades motoras vão regredindo e eles passam a perder ou fica mais fraca algumas funções e habilidades que são essenciais para o dia a dia desses idosos. Nesse sentido é importante indagar as contribuições que o treinamento de força pode estar vindo proporcionar para os idosos mediante a melhoria na sua qualidade de vida. 3 1.1 O TREINAMENTO DE FORÇA PARA IDOSOS E SEUS BENEFICIOS O processo de envelhecimento é naturalmente acompanhado por diversas alterações. Dentre estas, destacam-se prejuízos neuromusculares, cardiovasculares e metabólicos, os quais podem provocar um cenário favorável ao desenvolvimento de doenças, menor qualidade de vida e aumento de fatores de risco para mortalidade (MENDONÇA; MOURA; LOPES, 2018). Segundo Mendonça, Moura e Lopes, (2018), diz que a perda de massa muscular e a perda da força muscular é a principal responsável pela deterioração da mobilidade e na capacidade funcional do individuo que está envelhecendo, dessa forma, a musculação é recomendada para os idosos a fim de manter e aumentar a força muscular melhorando o desempenho durante as atividades cotidianas. A atividade física na terceira idade é considerada como um importante componente para um estilo de vida mais saudável, devido aos inúmeros benefícios que estão associados à saúde física e mental do individuo. Desse modo, alguns idosos preferem estar vinculados a alguns compromissos para poder manterem-se ativos, para que não ocorra um possível isolamento (RIBEIRO; PAÚL, 2011). Os exercícios físicos tem se tornado mais imprescindível durante o processo de envelhecimento ativo, já que são capazes de preservar a capacidade funcional dos idosos, garantindo mais assim, autonomia, independência, bem-estar e qualidade de vida (NEVES; FAUSTINO, 2022). A prática regular de exercício físico pode ser capaz de promover benefícios aos indivíduos idosos em diversos níveis, como: morfológicos, neuromuscular, metabólico e psicológico, servindo tanto para prevenção quanto para o tratamento das doenças próprias da idade (VIEIRA et al., 2015). Dessa forma, Mendonça, Moura e Lopes (2018), diz que: Níveis suficientes de práticas corporais na rotinha diária dos idosos representam uma melhor qualidade de vida e longevidade: “Percebe-se, então, que a manutenção da independência física é algo fundamental para a saúde dos idosos, sendo as práticas corporais executadas regularmente uma das mais importantes estratégias para sua preservação (MENDONÇA; MOURA; LOPES, 2018). Para além dos fatores relacionados com a funcionalidade, o treinamento de força auxilia na manutenção e promove aumentos da densidade mineral óssea e da taxa metabólica basal do idoso. Nessa perspectiva o treinamento também pode aumentar a sensibilidade à insulina, o tempo de trânsito intestinal e contribui para redução da dor e da incapacidade induzidas pela degeneração articular (MELO, 4 2013). O grau de organização de um treinamento vai variar de acordo com os objetivos traçados, respondendo a uma necessidade particular da idade, e respeitando os princípios básicos do treinamento, os programas de fortalecimento efetivos são baseados na sobrecarga, na especificidade, no treinamento cruzado e na reversibilidade (NEVES; FAUSTINO, 2022) Conforme Venâncio (2013) para desenvolver um programa de treinamento de força para idosos, consiste em um pré-teste e avaliação, estabelecimento de objetivos individualizados, planejamento de um programa e desenvolvimentos de métodos de avaliação. O treinamento deve fazer parte de um estilo de vida que desenvolva o condicionamento físico em caráter permanente, objetivando as necessidadespara a promoção de uma melhoria da qualidade de vida do idoso, facilitando, assim, sua vida diária, possibilitando, uma longevidade independente, facilitando sua interação com o ambiente que convive. Para que os idosos iniciem o treino de força com pesos é necessário seguir algumas recomendações, conforme Venâncio (2013): A reserva fisiológica reduzida, e, portanto recuperações mais longas de lesões, formam o axioma geriátrico 'comece devagar, vá devagar', talvez a orientação mais importante para os indivíduos mais velhos que começam a se exercitar (VENÂNCIO, 2013). Através dessa citação, pode-se notar que o idoso, apesar de poder participar de um programa semelhante como qualquer outro indivíduo, necessita de atenção e supervisão minuciosa, devido a serem mais propensos a lesões. Dessa forma, deve- se evitar no estágio inicial do treinamento com peso, o levantamento máximo, podendo ser utilizadas resistências mais leves, para que possam executar mais repetições (NEVES; FAUSTINO, 2022) Outra recomendação é que se evite prender a respiração durante a execução das atividades propostas, segundo Venâncio (2013): Os adultos mais velhos devem evitar segurar a respiração, o que pode causar um grande aumento da pressão sanguínea, especialmente durante os exercícios de fortalecimento, em que as valsavas tendem a ocorrer naturalmente. (VENÂNCIO, 2013) Dessa maneira, uma das técnicas de respiração mais apropriada envolve a inalação antes do levantamento do peso ou durante a contração excêntrica e a exalação durante o levantamento durante a contração concêntrica (VENÂNCIO, 2013). 5 Devem-se tomar alguns cuidados para a prescrição de treinamentos para idosos. Faz-se necessária a realização de uma avaliação física direcionada especificamente à população idosa. Pode-se afirmar que os principais componentes da avaliação de aptidão física em idosos são as medições de força, flexibilidade, endurance cardiorrespiratória, aptidão motora e composição corporal (PITANGA, 2019). Nesse contexto, as pessoas idosas são capazes de melhorar a sua capacidade de desenvolver força. Estes aumentos da força muscular parecem estar associados a melhorias funcionais, aspecto determinante para a manutenção da autonomia diária do idoso e para a sua melhor qualidade de vida (PITANGA, 2019).
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