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1- UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Elaboração: Luã Martins Estagiário de Terapia Ocupacional Colaboração: Mariana Seabra Terapeuta Ocupacional CREFITO 14203-TO E-mai l: mseabra@id.uff.br Universidade Federal Fluminense PROGEPE F-t: : ~ f T ,: ;: ;. : E -JES~;.C• :f F :"SSVA.S UFF , AC ESSIVEI ~ UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE PRO-REITORIA DE GESTÃO DE PESSOAS COORDENAÇÃO DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE E QUA~IDADE DE VIDA DIVISÃO DE PROMOÇÃO E VIGILÂNCIA EM SAUDE Barreiras Arquitetônicas e Atitudinais Introdução O texto aprovado pela Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidades das Pessoas com Deficiência, aprovado pela Assembléia Geral da ONU , em 2006 e ratificada no Brasil em julho de 2008, acorda o termo "pessoa com deficiência". Isto porque ter algum tipo de deficiência é apenas uma característica e não um adjetivo da pessoa. Durante ao longo dos anos foram conquistados e garantidos por lei diversos direitos para as pessoas com deficiência, porém muitos deles acabam ficando só no papel. Grande parte da população desconhece esses direitos e não participa das discussões por se colocarem fora desta problemática. O intuito desta cartilha é conscientizar as pessoas que acessibilidade não se aplica apenas às pessoas com deficiência, existem diversos tipos de defic iência e entre elas cada indivíduo tem suas particularidades, e o grande problema que encontramos são as D EFICIÊNCIAS DOS ESPAÇOS. Liberdade, autonomia, ir e vir, são coisas que todos nós buscamos, um mundo onde não tenha obstáculos que nos impeçam de circular livremente, seja por causa da nossa limitação temporária ou definitiva, todos nós em algum momento da vida precisamos de acessibilidade. 2 Acessibilidade UniversaJ x Desenho Universal Muito se fala cJe desenho universaJ , acess1b1l1dade universal e afinal para que tudo isso? Acessibilidade está ligado às condições do ambiente e não às características das pessoas , não é apenas para quem tem alguma deficiência, ela é para todos. De forma geraJ deve oferecer acesso para que um maior número de pessoas possam transitar por estes ambientes, exercendo assim o direito de todos de ir e vir com autonomia e segurança. Segundo a norma ABNT 9050/04 o desenho universal é definido como aquele que visa atender à maior gama de variações possíveis das característi cas antropométricas e sensoriais da população. Este se volta para acabar com as barreiras nos projetos de edificações, equipamentos , meios de transporte , comunicação e áreas urbanas, respeitando as diferenças existentes entre as pessoas e garantindo a acessibilidade a todos . Existem diversas Barreiras: ► Arquitetôn ica ►comunicacional ► Informativa ► Metodológica ► 1 nstrumental ► Atitudinal ► De Transporte 3 Barrei ras arquitetônicas Podem ser chamadas também de barreiras urbanfs_ticas ou ambientais , são colocadas por falta de co~hec1mento , de manutenção, de fiscalização e de proJetos inadequados. Devemos estar atentos para a Falsa acessibilidade que :ão adaptações mal feitas, que não seguem o~ padroes da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). -,.., Dispositivos de uso comum A altura de dispositivos como interruptores, maçanetas , tomadas devem ser entre 0,8 cm à 1,20m. >- Banheiro A construção, ampliação ou reforma de edificações de uso público ou de uso coletivo devem dispor de sanitári os acessíveis destinados ao uso por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida. -., Calçada O rebaixamento das calçadas ou elevação da faixa de pedestres é um recurso que permite às pessoas com deficiência, mobilidade reduzida e os demais pedestres a atravessar a via com segurança. ► Rampas As rotas acessíveis não podem apresentar degrau de qualquer natureza. Pequenos degraus de até 5cm não demandam tratamento especial. Degraus superiores a 5cm até 15cm devem ser tratados em forma de rampa com inclinação máxima de 1:2 (50%). Desníveis superiores a 15 cm devem ser tratados como rampas com inclinação de até 8,33% (1:12) (ABNT NBR 9050/2004). 4 ► Pisos Í'I , t til I I t, tr,, ltq "1 (. \ • l J 1 • -....... Devem ter superf1cie regular, firme . estável e an tiderrapante , evitando acidentes. ,.. Estacionamento São previstas vagas reservadas de estacionamento para veículos que conduzam ou se1am conduzidos por pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. A vaga deve se encontrar em uma rota acessível entre o estacionamento e a entrada da edificação. Sinalizações ► Símbolos A identificação é feita por meio do Símbolo Internacional de Acesso (SIA), padronizando internacionalmente suas proporções e cores. Segundo a norma ABNT NBR 9050/04 esta 1 sinalização deve ser afixada em local visível ao público, nas edificações, equ ipamentos e mobiliários. ► sinalização Tátil no Piso Pode ser do tipo alerta ou direcional, devem ter cor e textura contrastantes com a do piso, são utilizados em espaços públicos. O piso tátil direcional é formado por barras paralelas e orienta o deslocamento de pessoas com deficiência visual consideradas cegas. Deve ser instalada no sentido do deslocamento. O piso tátil de alerta é formado por pequenos troncos de cones e serve como alerta para mudanças de direção, desníveis e na proteção de obstáculos ou barreiras arquitetônicas. ► corrimão e Guarda Corpo As escadas e rampas que não forem isoladas por paredes devem dispor de guarda-corpos, com, no mínimo, 105 cm de altura do piso, seguindo as orientações da norma ABNT. Para garantir a segurança, auxílio para impulso e orientação para pessoas devem ser instalados em rampas e escadas corrimãos em ambos os lados. Barreiras Atitudinais Às vezes não adianta investir muito dinheiro nas barreiras arquitetônicas se as pessoas agem com preconceito, medo e desconhecimento diante da pessoa com deficiência. As pessoas com deficiência enfrentam comportamentos da sociedade muito mais difíceis de lidar do que com a sua própria deficiência, muitos são invisíveis na sociedade e acabam sendo estereotipados como frágeis, dependentes, vencedores, guerreiros. Deficiência não é sinônimo de doença! Não tenha medo de interagir com pessoas que se comunicam com o mundo de maneira diferente, essa falta de convívio deixa tudo limitado. Bom senso e naturalidade são essenciais no relacionamento com as pessoas com deficiência. Algumas atitudes que fazem a diferença Oferecer sua ajuda sempre que uma pessoa cega parecer necessitar, mas não ajude sem que ela concorde. Sempre pergunte antes de agir. Se não souber em que e como ajudar, peça explicação de como fazê-lo. Não se ofenda se a oferta for recusada, nem sempre ela será necessária. A pessoa com paralisia cerebral pode apresentar alguma dificuldade na comunicação, porém na maioria das vezes o seu raciocínio está intacto. 7 Caso não compreenda o que a pessoa falou, peça que repita ou escreva, respeitando o ritmo de sua fala. Ao contrário do que se falam, em geral , as pessoas com defic iência não se importam em responder a perguntas sobre sua deficiência. Perguntar sobre o que não conhecemos é sempre natural. Formas de Falar Não reforce ou incentive atitudes e falas infantis , elogios desnecessários no diminutivo, como se conversasse com uma criança. Risque do seu vocabulário palavras como mudrnho surdo-mudo, surdinho, use a palavra surdo para se referir a pessoas que não ouvem. Não é correto utilizar o termo surdomudo (a pessoa surda tala em sua língua própria, a l1ngua de sinais) . OoÇJ . ... . 1 ,- Deficiência Visual Avise quando entrar e sair do ambiente para não deixar a pessoa falando sozinha. Ao encontrar uma pessoa cega toque no braço dela e se apresente antes de começar a conversar Para caminhar coloque a mão da pessoa cega no seu ombro ou no cotovelo dobrado e deixe que ela acompanhe seu corpo, caminhe normalmente e avis~ com antecedênciasobre a existência de barreiras . A medida que encontrar obstáculos, vá orientando-a. Ao guiar uma pessoa cega para uma cadeira, guiar a sua mão para o encosto e informe se a cadeira tem braços ou não e se é giratória. Conserve os corredores e os lugares de passagem livres de obstaculos e sempre avise se a mobília for mudada de lugar. Não taça carinho ou dê alimento ao cão guia, ele esta trabalhando e não pode ser distraído. Quando estiver em contato social ou trabalhando com pessoas com deficiência visual, não pense que a cegueira possa vir a ser problema, por isso, nunca as exclua de participar plenamente, nem procure minimizar tal participação. Procure manter as portas bem abertas ou bem fechadas , a porta meio aberta é um obstáculo de perigo. Ao explicitar direções para uma pessoa cega, seja o mais claro e específico possível. Indique , à direita, à esquerda, tomando sempre a posição dela como referência . Use a quan tidade de passos se puder. 9 ► Deficiên cia Auditiva Fale sempre se dirigindo à pessoa surda e não ao intérprete . O surdo pode se comunicar pela língua de sinais escrita, leitura labial. Tente sempre falar de frente para ~ pessoa e falar pausadamente , mantenha sempre 0 contato visual. Para IrncIar uma conversa com uma pessoa surda,1 acene ou toque levemente no seu braco. Não grite , fale com tom de voz normal, a não ser que lhe peçam para falar mais alto. ► Deficiência Intelectual Existem mais de 200 tipos de deficiências intelectuais ' não seja superprotetor, se a pessoa com deficiência for uma criança trate-a como uma criança, se for um adulto trate-a como um adulto. Cumprimentar a pessoa com deficiência intelectual de maneira normal e respeitosa, não se esquecendo de fazer isso ao se despedir. Não confunda deficiência intelectual com doença mental. A pessoa com deficiência intelectual compreende normalmente a sua realidade. mostre um modelo e certifique-se que ela tenha entendido, e o mais importante, respeite o ritmo dela. Pessoas com deficiência intelectual tem seu próprio tempo para aprender e fazer as coisas, elas não são incapazes. e c encon ar ua u a pessoa com e IcIen Ia intelectual que esteja perdida tente acalmá-la antes de tudo, depois pergunte como pode ajudar e se ela possui algum cartão de identificação. 10 r Deficiência Física Ao cam inhar com uma pessoa com deficiência física, procure acompanhar o passo dela. Nunca movimente ou se apóie na cadeira de rodas sem pedir permissão para o cadeirante. Se você ficar responsável por guardar as muletas de uma pessoa, procure deixá-las sempre ao alcance do seu usuário . Se presenciar um tombo ofereça ajuda, mas antes pergunte como fazer. Em nenhuma hipotese, nem por um segundo estacione em uma vaga reservada a pessoas com deficiência ou ao lado de "guias" rebaixadas (quando você estaciona nestes locais você esta impedindo que o deficiente físico se locomova). Ao conversar com um cadeirante procure sentar, assim vocês mantém a mesma linha do olhar. 11 NormaABNT ►NBR 9050/2004 - Acessibilidade a edificações m bl - · e equipamentos urbanos , o ' ,ano, espaços ► NBR 13994 - Elevadores de Passage,·ros _ EI T evadores para ransportes de Pessoa Portadora de Deficiência. ►NBR 14021 - Transporte - Acessibilidade no sistema de trem urbano ou metropolitano. ►NBR 14273 - Acessibilidade a Pessoa Portadora de Deficiência no Transporte Aéreo Comercial. ► NBR 14970-1 Acessibilidade em Veículos Automotores- Requisitos de Di rigibilidade. ► NBR 14970-2 - Acessibilidade em Veículos Automotores- Diretrizes para avaliação clínica de condutor. ► NBR 15250 - Acessibilidade em caixa de auto-atendimento bancário. ► NBR 15290 - Acessibilidade em comunicação na televisão. NBR 15320:2005 - Acessibilidade à pessoa com deficiência no transporte rodoviário. ►NBR 16001 - Responsabilidade social - Sistema da gestão - Requisitos. ► NBR 15599 - Acessibilidade - Comunicação na Prestação de Serviços. ► NBR 14022:2009 - Acessibilidade em veículos de características urbanas para o transporte coletivo de passageiros. Legislação Federal ► Lei 1.048 - 8/12/2000 - Dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e dá outras providências. ► Decreto 5.296 - 02/12/2004 - Regulamenta as Leis 10.048, de 8/11/2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19/12/2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. ► Lei 7.405 - 12/11/1985 - Torna obrigatória a colocação do "Símbolo Internacional de Acesso" em todos os locais e serviços que permitam sua utilização por pessoas portadoras de deficiência e dá outras providências. 12 ·, ► Lei 7853 - 24/10/1989 - Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - Corde institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas , disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências . ► Le i 8.899 - 29/07/1994 - Concede passe livre às pessoas portadoras de deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual. ► Lei 10.098 - 19/12/2000 - Estabelece as normas gerais e critérios básicos para a promoção de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. ► Decreto 3.298 - 20/12/1999 - Regulamenta a Le i 7.853, de 24/10/1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consol ida as normas de proteção , e dá providências. ►Decreto 3.691, DE 19/1_2/2000 - Regulamenta a Lei 8.899 , de_ 29/07/1994, que dispõe sobre o transporte de pe$soas portadoras de deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual. ► Decreto 3.956 - 8/10/2001 - Promulga a Convenção lnteramericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. ► Hoje, o Brasil está em uma das últimas colocações quando tratamos do cumprimento das leis e das condições de acessibi lidade às pessoas com -.. deficiência. Faça a sua denúncia através da Ouvidoria do Ministério Público do estado do Rio de Janeiro, pelo telefone 127, ou através do site www.mprj.mp.br Referencias ► Lei 1.048 - 8/12/2000 - Dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e dá outras providências. 13
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