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Perfilagem de Produção em Poços de Petróleo

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148
Alta Competência
(1) Cunha superior
(2) Pinos de cisalhamento
(3) Anel de travamento
(4) Elemento de vedação
(5) Rosca cremalheira
(6) Pinos de cisalhamento
Collet
(7) Cunha interior
(8) Camisa interna
(9) Anéis de vedação
Rosca para conexão
do ponto fraco
Retentor de cimento (cement retainer)
2.6.8. Perfilagem de produção
Operações de perfilagem consistem em transitar pelo poço sondas 
elétricas com diversas finalidades, para obter dados e informações 
de reservatório e de produção do poço. A ferramenta Production 
Logging Tool (PLT) pode fornecer os seguintes perfis:
Perfil de fluxo contínuo (• continuous flowneter);
Gradiomanômetro;• 
Perfil de medição de densidade do fluido (• fluid densitymeter);
Capítulo 2. Completação
149
Perfil composto com caracterização de fluido (• Hidrolog);
Perfil de temperatura.• 
a) Perfil de fluxo contínuo (continuous flowmeter)
São perfis que registram continuamente a rotação de palhetas 
centralizadas da ferramenta. A rotação das palhetas é função da 
velocidade de fluxo do fluido dentro do poço, da velocidade, do 
sentido de movimentação do cabo elétrico (descendo ou subindo) e 
da viscosidade dos fluidos. 
O objetivo principal do perfil é determinar qual a velocidade de 
fluxo dos fluidos em cada seção do poço e, por diferença, determinar 
a contribuição de cada intervalo, já que a vazão de produção na 
superfície é conhecida. A forma de analisar o perfil é determinar 
qual a velocidade do cabo que resulte em rotação das palhetas igual 
a zero. Para que a velocidade relativa seja igual a zero não pode 
haver movimento relativo entre a ferramenta e o fluido produzido, 
portanto a velocidade do cabo é a própria velocidade do fluido.
Como seria bastante trabalhoso (ou mesmo não operacional) ficar 
alterando a velocidade do cabo em cada trecho de interesse entre os 
canhoneados abertos, de forma a se encontrar a rotação das palhetas 
igual a zero, é mais simples efetuar três manobras de descida e subida, 
com velocidades de cabos diferentes entre cada manobra e plotá-los 
num gráfico em cuja abscissa está a velocidade do cabo (Vcabo) e na 
ordenada, a rotação das palhetas (RPS).
Traçando-se uma reta pelos pontos obtidos, pode-se extrapolar e 
encontrar a velocidade do cabo que resulte rotação zero para cada 
trecho de interesse. Como é sabido que a velocidade de fluxo é igual 
a zero abaixo de todos os canhoneados – caso não se tenha nenhum 
tipo de vazamento através de tampões mecânicos assentados para 
isolamento de canhoneados abertos mais abaixo – e a vazão total 
de produção na superfície também é conhecida, é possível definir 
a contribuição na produção de um único fluido (geralmente, óleo) 
de cada intervalo. Esse procedimento também pode ser adotado 
para poços injetores de água, para determinar qual a parcela 
recebida em cada intervalo.
150
Alta Competência
O perfil flowmeter corrido isoladamente, sem outras informações, 
somente pode informar a contribuição de cada intervalo se estivermos 
trabalhando com um único fluido. Caso esteja presente a produção 
de dois fluidos, mais um perfil é necessário para informar, além da 
contribuição de cada intervalo, qual a percentagem de cada fluido.
b) Gradiomanômetro
Esse perfil registra continuamente a densidade da mistura de fluido 
dentro do poço, em função da profundidade, através da medição de 
pressão em dois pontos distintos, afastados de dois pés. Sua resolução 
é de cerca de 0,01g/cm3.
A diferença de pressão registrada é função da soma da coluna 
hidrostática com as perdas por atrito e a diferença do efeito cinético 
entre os dois foles de medição de pressão. Como em velocidades 
normais de fluxo o efeito do atrito não é muito grande e o efeito 
cinético nos foles é normalmente desprezível, a diferença de pressão 
é reflexo da própria densidade do fluido. Cuidados especiais devem 
ser tomados com poços direcionais, já que o ângulo de inclinação 
do poço em cada ponto irá afetar a diferença de pressões. Portanto, 
é necessário corrigir essas leituras, dividindo-se os valores do perfil 
pelo cosseno do ângulo de desvio do poço.
Resumindo, pode-se dizer que caso o poço esteja produzindo 
somente dois fluidos (óleo e água, óleo e gás, ou gás e água) é 
possível determinar a contribuição e percentagem de cada fluido, em 
cada intervalo aberto para produção, correndo-se simultaneamente 
o perfil flowmeter e o perfil gradiomanômetro.
c) Perfil de medição de densidade do fluido (Fluid density meter)
Este perfil apresenta a densidade do fluido que passa por dentro 
da própria ferramenta (amostra de 4” por ½” de diâmetro) 
através de um sistema radioativo semelhante, embora não igual, 
ao dos perfis que medem a densidade da formação a poço aberto. 
A resolução do perfil, em condições normais de velocidade do 
cabo e constante de tempo, é melhor que 0,02g/cm3 e não precisa 
ser corrigido pelo desvio do poço, pois as medidas de densidade 
não são afetadas por isto.
Capítulo 2. Completação
151
É interessante ressaltar, porém, que em fluxos multifásicos é usual 
que o fluido mais leve vá pelo centro do conduto, enquanto o mais 
pesado vá pelas paredes do poço. A ferramenta, sendo centralizada, 
costuma medir uma densidade menor que a real. Por outro lado, em 
poços direcionais com desvio muito acentuado, os centralizadores 
podem não conseguir impedir certa descentralização da ferramenta. 
Conseqüentemente, a medição da densidade fica mais afetada pelo 
fluido mais pesado.
d) Perfil composto com caracterização do fluido (Hidrolog)
Para fluxos trifásicos, o uso simultâneo do flowmeter e de medidores 
de densidade do fluido não é capaz de informar a contribuição e 
percentagem de cada fluido produzido em cada intervalo. Têm-se, 
agora, um número de equações inferior ao número de incógnitas.
O perfil hidrolog mede a constante dielétrica do fluido que passa por 
dentro da própria ferramenta, indicando a percentagem de água 
presente na mistura. Essa indicação repousa no fato que dentre os três 
tipos de fluidos (gás, óleo e água) apenas este último apresenta alta 
constante dielétrica. Assim, o perfil é calibrado para fluxos bifásicos e 
fornece já os valores da percentagem de água.
Semelhante ao perfil fluid density meter, esse perfil centralizado 
costuma medir a passagem do fluido no centro do conduto, 
normalmente o mais leve, ocasionando valores de percentagem de 
água menores ou iguais ao real.
e) Perfil de temperatura
O estudo de anomalias de temperatura pode fornecer diversas 
indicações, tais como:
Que intervalos estão produzindo ou recebendo fluidos;• 
Localização de vazamentos;• 
Topo do cimento;• 
Altura de fraturas etc.• 
152
Alta Competência
O perfil de temperatura é utilizado para registrar a temperatura 
do fluido do poço. A ferramenta é um sistema de ponte elétrica 
que usa um sensor elétrico como quarto braço da ponte. Sua 
resolução é melhor que 0,01 oF. Pode registrar, além da temperatura 
absoluta, o diferencial de temperatura, a partir da comparação das 
temperaturas absolutas de dois pontos próximos, utilizando uma 
escala mais sensível.
As condições do poço antes e durante a perfilagem determinam 
a utilidade dos dados de temperatura. As medidas são feitas 
durante uma injeção ou produção estabilizadas ou em intervalos 
regulares, após o poço ter sido fechado e o fluido de dentro 
do poço estar retornando ao equilíbrio geotérmico, com as 
formações circundantes.
A ferramenta termal decay time log (TDT) é utilizada para traçar um 
perfil qualitativo das saturações dos fluidos existentes no reservatório. 
Em outras palavras, determina os contatos gás-óleo e óleo-água. 
O perfil é um registro contínuo do tempo de decaimento do nível 
termal da energia dos nêutrons emitidos contra a formação pela 
fonte do aparelho versus a profundidade. Os nêutrons que são 
capturados ao atingirem um determinado nível, emitem raios 
gama, que são captados e contados pelos detectores da ferramenta. 
Como tanto o gás quanto o óleo e a água têm uma diferenteresposta a esta ativação, consegue-se, pois, distinguir as diferentes 
saturações da rocha.
2.7. Procedimentos para recebimento ou partida de poços
As anormalidades ocorridas nas operações de recebimento e 
entrega dos poços para as UEP e as oportunidades de melhoria 
detectadas levaram as gerências das Unidades de Produção 
e de Engenharia e Intervenções em Poços a elaborarem, em 
conjunto, procedimentos padronizados para este processo. 
Esses procedimentos são específicos para cada Ativo ou até 
mesmo cada Unidade de Produção, face à grande variedade de 
situações encontradas nas bacias offshore no Brasil. Assim, quando 
o técnico de operação for alocado em uma Unidade de Produção, 
será treinado no padrão, dentro do conceito de treinamento no 
trabalho (training on the job). 
Capítulo 2. Completação
153
O detalhamento de cada processo produtivo será desenvolvido em 
curso específico da Unidade de Produção ou do método de elevação 
usado no campo ou no poço. Os procedimentos de partida de poços 
após intervenções relativo à BCS ou gas-lift, por exemplo, serão 
apresentados na disciplina “Elevação e Escoamento de Petróleo”. 
Cumpre ressaltar a necessidade de cuidados adicionais para os poços 
submarinos, por serem o sistema mais complexo, pelas intervenções 
muito onerosas, e por haver risco de formação de hidratos na ANM e 
nas linhas de produção (flowlines).
A entrega de poço submarino pela sonda de perfuração e 
completação pode se dar antes da interligação do poço com a UEP, 
sendo, portanto, provisória. Nesse caso, após a interligação do 
poço à UEP, a entrega final será feita pelo barco especial que a 
concluir. Quando a entrega do poço é feita com este interligado à 
UEP, será definitiva, sendo o contato direto entre a UEP e a sonda. 
Em intervenções simples com barcos especiais (pequenas alterações 
na ANM etc.) a entrega será feita por este. Mesmo nesses casos, é 
imprescindível que todas as gerências diretamente envolvidas (OP, 
IP, EE, E&P-SERV) participem do planejamento, execução e avaliação 
da intervenção. A documentação da intervenção deve receber 
especial atenção, pois a pasta do poço e os bancos de dados dos 
prestadores de serviço devem estar sempre atualizados.
O bom planejamento da intervenção, inclusive envolvendo as 
atividades de recebimento (início da intervenção) ou de devolução 
(final da intervenção) é essencial para o bom relacionamento entre 
as partes e maior presteza na devolução do poço.
Nas unidades de intervenção (sonda, barcos especiais etc.) tais 
cronogramas/programas devem ser diariamente detalhados, em 
reuniões de planejamento operacional, para as próximas 48 horas. 
Tal detalhamento deve ser escrito em linguagem operacional 
concisa e objetiva, do tipo: “Faça isso”, “Não faça aquilo”. Deve ser 
entregue ao gerente geral da Unidade (OIM – Offshore Installation 
Manager) pelo Engenheiro Fiscal da Petrobras. Portanto, executa-se 
aquilo que foi definido pelo coordenador de operações junto ao 
Engenheiro Fiscal, representante do Ativo de produção a bordo. 
154
Alta Competência
O programa de intervenção deve conter, no mínimo, as seguintes 
informações relativas ao sistema UEP-Linhas-Poço:
Equipamentos do poço;• 
Linhas de produção e • anular;
Umbilical elétrico e hidráulico para acionamento das funções e • 
facilidades da ANM e manifolds;
Manifolds•	 submarinos; 
Controle de produção na • UEP; 
Procedimentos específicos do Ativo e • UEP; 
Características das unidades de intervenção. • 
ATENÇÃO
Caso algumas dessas informações não estejam no 
programa, devem ser providas antes do início das 
operações. 
 
As seguintes articulações e operações serão planejadas e executadas 
antes da sonda de intervenção entrar no poço:
Articulações prévias entre a • UEP e as gerências operacionais 
em terra;
Articulações prévias entre sondas, barcos especiais e a • UEP; 
Operações prévias à chegada da sonda. • 
Dentre as providências prévias que a UEP deve tomar, podem ser 
citadas: 
Embarcar unidade de bombeio com técnico de operação dois • 
dias antes do início da limpeza de linhas; 
Capítulo 2. Completação
155
Verificar operacionalidade da unidade hidráulica e • 
disponibilidade de fluido hidráulico; 
Obter informações sobre o tipo de fluido contido nas • 
flowlines, no anular do poço e interior da coluna de produção. 
Se for o caso, providenciar a limpeza, lavagem ou drenagem 
das pressões; 
Verificar disponibilidade de óleo • diesel, álcool ou outro 
preventor de hidrato; 
Verificar situação dos meios de comunicação entre a • UEP e as 
unidades de intervenção: rádios, video-link, telefone, fax etc. 
Execução de operações chave na entrega/recebimento de poço: 
Dentre as operações importantes, muitas destas com o concurso da 
UEP, sonda e barco especial, podemos citar:
Teste funcional das válvulas da • ANM; 
Flushing•	 (fluxo de fluido hidráulico) e identificação de linhas 
hidráulicas; 
Teste de estanqueidade de válvulas e linhas hidráulicas: deve • 
ser feito após a instalação de DHSV e ANM; 
Limpeza de • flowlines: deve ser feita, preferencialmente 
antes da chegada da sonda, a fim de prevenir a ocorrência de 
incrustações, formação de hidrato etc.; 
Prevenção de hidrato antes de fluir o poço: deve ser feita entre • 
fases da intervenção como retirada da TRT para instalação de 
tree cap e antes de fluir o poço para a UEP; 
Indução de • surgência;
Teste de produção• .
156
Alta Competência
2.8. Equipes a bordo da unidade marítima de intervenção em poços 
Os técnicos de operação de produção devem conhecer as equipes 
das Unidades de Intervenção em Poços (Unidades de Perfuração 
Marítimas – SM, SPM, Plataformas Auto-Elevatórias, SS, NS – Unidades 
de Flexitubo, Unidades de Arame, Barcos de Estimulação etc.) a fim 
de interagirem construtivamente.
Como exemplo informativo, apresentamos a seguir um excerto de 
Rodrigues (2001) sobre as atividades das equipes de uma Moderna 
Unidade de Perfuração Marítima, conhecida como equipe de 
Engenharia de Poço. 
“Para tirar melhor proveito das intervenções, é 
preciso entender “quem é quem” nestas unidades 
e compreender seus costumes, linguajar, valores, 
crenças e suas necessidades. O proveito será maior, 
quanto maior for a lucratividade, a segurança e 
a preservação do meio ambiente. O prazer no 
trabalho contribui muito para a qualidade de vida 
do trabalhador e de sua família. Assim, devemos 
reforçar os costumes e valores que contribuem 
para a qualidade de trabalho e de vida e eliminar 
aqueles que trazem má qualidade dos trabalhos 
e desentendimentos nas relações interpessoais. 
Sugerimos assim, que os técnicos de operação de 
produção procurem conhecer o regime de trabalho 
de seus companheiros das Unidades de Intervenção 
em Poços e tratá-los como parceiros que vieram para 
contribuir com a sobrevivência econômica da UEP. 
Naturalmente, haverá divergências que deverão 
ser tratadas com franqueza e companheirismo” 
(RODRIGUES, 2001). 
A equipe de Engenharia de Poço é constituída por grupos de 
especialistas que embarcam em determinadas fases da construção ou 
manutenção do poço de petróleo e desembarcam assim que terminam 
seus trabalhos, abrindo vagas para os especialistas da próxima fase. 
Tais especialistas, coordenados pelo engenheiro fiscal (company man) 
cuidam do acompanhamento geológico, equipamentos de cabeça de 
Capítulo 2. Completação
157
poço, perfuração direcional, perfilagem, revestimento, cimentação, 
canhoneio de revestimento, avaliação de formação, instalação de 
colunas de produção, instalação de equipamentos submarinos, 
operações com slick line, operações com coiled tubing etc. Boa parte 
destes técnicos trabalha em regime de sobreaviso, com altas cargas 
de trabalho. Essa equipe é a que se relaciona diretamente com os 
técnicos de operação de produção. O contato deve ser feito com o 
engenheiro fiscal ou alguém que tenha recebido delegação deste. 
É comum que os técnicos que fazem a instalação final da cabeça do 
poço (árvore de natal secaou molhada) recebam a delegação em 
certos momentos. Entretanto, em caso de dúvida, voltam a recorrer 
ao engenheiro fiscal.
a) O trabalho dos gerentes e supervisores (superintendente, capitão, 
bargemaster, encarregado de perfuração, chefes de manutenção) 
As pressões econômicas (as taxas diárias são altas), a complexidade 
deste tipo de unidade de serviços, a aplicação de tecnologias de 
ponta, a gestão de pessoas em um ambiente confinado e de alto 
risco, o relacionamento com pessoas de diferentes nacionalidades, 
níveis de educação e culturas e a consciência de que existem pontos 
fracos nos sistemas físicos e humanos são alguns dos aspectos que 
tornam o trabalho dos gerentes e supervisores um constante desafio. 
O relacionamento com os representantes da contratante (company 
men) é citado como fator de estresse (Cooper & Sutherland,1989). 
Os gerentes e supervisores trabalham em regime de turno do tipo 
sobreaviso com jornadas sempre superiores a 12 horas. 
b) O trabalho do técnico de segurança (safety man)
O técnico de segurança faz parte do grupo que batizamos de staff a 
bordo, juntamente com o enfermeiro e os rádio-operadores, uma vez 
que além de suas funções específicas na área da segurança industrial, 
também atuam como intermediários entre a gerência a bordo e os 
demais trabalhadores. Suas funções são avaliar e controlar os riscos a 
bordo, elaborar planos de prevenção de riscos e acidentes, promover 
treinamento e campanhas de conscientização e coordenar todos os 
pousos e decolagens de aeronaves.
158
Alta Competência
c) O trabalho do enfermeiro (medic)
O enfermeiro exerce atividades ligadas à área de saúde e atividades 
administrativas, no enfoque de polivalência comum nas UPMs. 
Como técnico da área de saúde, monitora as condições de saúde a 
bordo, presta primeiros socorros e outros serviços médicos, mantém 
registros médicos, controla o estoque de medicamentos e materiais 
médicos, inspeciona a higiene da embarcação, com ênfase na 
alimentação, e promove treinamento em primeiros socorros. Um 
bom enfermeiro é um pouco médico, um pouco assistente social e um 
pouco psicólogo, afinal representa toda a área médica na Unidade. 
Em algumas UPMs o enfermeiro elabora, diariamente, a lista de 
pessoal a bordo, participa das reuniões de segurança, controla a 
lista aérea de passageiros e controla a alocação de pessoas nas 
balsas salva-vidas. Trabalha das 6 às 18 horas, além das solicitações 
durante a noite, caracterizando regime de sobreaviso.
d) O trabalho dos rádio-operadores (radio operators) 
Os rádio-operadores enfrentam uma carga de trabalho cognitivo 
muito alta, seja nos contatos operacionais, por telefone e rádio, 
seja nos contatos com as famílias dos trabalhadores ou no auxílio 
à solução de problemas diversos, quando atuam como intérpretes. 
Durante o turno da noite (22h às 6h) o trabalho torna-se monótono, 
sendo difícil lidar com a sonolência. 
e) O trabalho dos encarregados de sonda (tool pushers)
Misto de gerente com amplas atribuições e técnico de operação 
em situações delicadas ou de emergência, o encarregado de sonda 
é elemento vital para a qualidade e segurança dos trabalhos. Suas 
principais funções são o planejamento operacional, a priorização de 
recursos, o treinamento de sua equipe e uma constante atuação na 
prevenção a acidentes. Os bons encarregados orientam e alertam 
seus subordinados, com freqüência aos gritos, quanto aos inúmeros 
e sempre presentes riscos de acidentes. Ao menor descuido, perde-
se um dedo, esmaga-se um pé, sofre-se um forte impacto, cai uma 
ferramenta dentro do poço, perde-se o controle de um poço etc.
Capítulo 2. Completação
159
f) O trabalho do sondador (driller)
O sondador é o trabalhador que permanece todo o tempo na 
plataforma de trabalho, em uma cabine, manipulando alavancas, 
botões e chaves. Ele monitora múltiplos parâmetros (peso, vazão, 
pressão, temperaturas, níveis de tanques, inclinações etc.) e 
orienta sua equipe de assistentes de sondador, torrista, quatro 
plataformistas e auxiliares eventuais. Alguns desses trabalhadores 
estão em seu campo de visão direta, outros são comandados por 
telefone, intercomunicadores e rádios walk talk. Os instrumentos 
eletrônicos são cada vez mais comuns, porém requerem verificações 
físicas, pois não são totalmente confiáveis. O trabalho do sondador 
possui alta carga mental e cognitiva, contemplando cálculos, 
monitoração de painéis, manipulação de instrumentos que exigem 
grande perícia, além de requerer forte e imprescindível liderança 
sobre a equipe. Na cabine do sondador da unidade existem 12 
painéis de informação e controle.
g) O trabalho do assistente de sondador (driller assistant) 
A complexidade dos trabalhos nas UPMs modernas exige a atuação 
de dois sondadores (1º e 2º sondadores) ou de um sondador e um 
assistente. Cumpre ao assistente orientar em suas atividades, lado 
a lado, os plataformistas e o torrista, além de auxiliar o sondador 
durante certas manobras.
h) O trabalho do torrista (derrick man) 
Durante as manobras (descidas ou retiradas de coluna), o torrista 
fica no alto, na plataforma do torrista (monkey board) – daí a 
denominação torrista – a mais ou menos 30 m de altura, onde 
arranja as seções de tubos nos garfos dos estaleiros. Nesse período, 
trabalha solitário e dispõe de recurso frágil e arriscado para fugir, 
no caso de algum acidente grave, como fluxo descontrolado 
do poço ou incêndio. Quando a sonda não está em manobras 
de tubos, o torrista é responsável pelo sistema de confecção e 
tratamento de fluidos, que é complexo e de grande importância 
no sucesso das operações. 
160
Alta Competência
i) O trabalho dos plataformistas (roughnecks)
Início de carreira na equipe de sonda, os plataformistas, em número de 
quatro, executam os trabalhos mais pesados e se expõem aos maiores 
riscos. Trata-se de trabalho que exige habilidade, força e resistência 
física, uma vez que manipulam ferramentas complexas e pesadas, 
efetuam trabalhos em grandes alturas, suspensos em cadeiras que 
lembram trapézios; conectam e ajustam equipamentos para descida 
no poço, sabendo que pequenos descuidos podem levar a grandes 
prejuízos etc. 
j) O trabalho na sala de controle de estabilidade e utilidades 
(Operational Control Center - OCC) 
Nesta atividade, o bargemaster coordena a estabilidade da Unidade e 
o funcionamento das utilidades (lastro, fluidos, granéis, refrigeração, 
água potável, tratamento e descarte de esgoto etc.). Na sala de 
controle fica o operador de lastro (watchstander), e no convés principal 
o contramestre de movimentação de cargas, os guindasteiros e os 
homens de área. O trabalho do operador de lastro é um típico 
trabalho de sala de controle, com alta carga cognitiva, face à 
multiplicidade e importância dos parâmetros controlados, somado 
às tarefas de controle de distribuição das cargas na plataforma e 
às tarefas de inspeção de salas de bombas, tanques e outras áreas 
da plataforma. Há grande variedade de tarefas, como cálculos de 
estabilidade e de controle de estoques, monitoração de painéis 
de controle e circuito de câmaras de vídeo, operações manuais 
de acionamento de válvulas e operação de guinchos (para sondas 
ancoradas). As inspeções periódicas nas salas de bombas, quando o 
operador de lastro (watchstander) desce, via elevadores ou longas 
escadas por dentro das colunas, até níveis em torno de 20 metros 
abaixo do nível do mar, constitui atividade solitária e desgastante.
k) O trabalho dos guindasteiros (crane operators)
É um trabalho bastante difícil, posto que os guindasteiros 
movimentam cargas entre a plataforma e os rebocadores sob as 
condições dinâmicas do mar e em espaços bastante reduzidos, 
exigindo grande concentração e perícia, além de grandes cuidados 
com a segurança. 
Capítulo 2. Completação
161
l) Os homens de área (roustabouts)
A aspiração profissional dos roustabouts é, no mais das vezes, 
tornarem-se plataformistas, guindasteiros ou mecânicos. Eles 
trabalham na movimentaçãode cargas junto ao guindasteiro e 
sob o comando do mestre de movimentação de cargas. Efetuam 
serviços de limpeza e manutenção geral do convés principal. 
Eventualmente, auxiliam trabalhos na sonda de perfuração. 
Trata-se de atividade fatigante e muito perigosa, exigindo 
grande atenção e conhecimento de inúmeros procedimentos de 
segurança. O termo roustabout foi, pejorativamente, abrasileirado 
para “arrasta baldes”, uma vez que lavar o convés é parte do 
trabalho dos homens de área. O contramestre de movimentação 
de cargas (CMM) coordena, na área externa, a movimentação 
de cargas, em contato com a sala de controle, o almoxarifado, 
a sonda e os rebocadores. Os homens de área devem ter muita 
habilidade para acomodar na plataforma uma grande quantidade 
de materiais em um espaço exíguo, o que exige freqüentes 
movimentações de carga.
m) O trabalho na ponte e controle de posicionamento dinâmico 
(bridge and DP) 
Trata-se de uma sala de controle especialmente complexa devido à 
sofisticação dos instrumentos, à importância vital do trabalho para a 
segurança e a qualidade dos serviços da plataforma, ao fato do sistema 
DP (posicionamento dinâmico) fazer uso de tecnologia de ponta e à 
possibilidade de ocorrer variações bruscas das condições ambientais – 
vento, correnteza, oscilações das ondas do mar, cintilações ionosféricas 
e variações da temperatura da água do mar – que afetam o sistema 
DP. Assim, além das pressões decorrentes de serem responsáveis 
por manter a plataforma sobre o poço, com um pequeno grau de 
tolerância de afastamento, dependendo do tipo de operação em 
andamento, há ainda a probabilidade de ocorrer alguma anomalia 
ambiental ou do sistema de DP em si, jamais ocorrida. 
Cumpre observar que para trabalhadores em salas de controle, a 
sonolência durante o trabalho noturno pode colocar em risco vidas 
humanas e as instalações (Akerstedt, 1988). Um estudo revelou 
que 20% dos trabalhadores no turno da noite sofriam episódios de 
162
Alta Competência
adormecimento durante o trabalho, identificados por registros em 
eletro-encefalograma (Torsvall et al., 1989, apud Parkes, 1994). 
n) O trabalho do contramestre de cabotagem (bosun)
É o supervisor de salvatagem no mar, fazendo inspeções, 
manutenções e testes das baleeiras e botes salva-vidas, conduzindo 
os treinamentos de salvatagem e zelando pelo cumprimento das 
normas navais aplicáveis. 
o) O trabalho da equipe de manutenção
Um chefe de máquinas (chief engineer), um chefe de elétrica 
(chief electrician), técnicos em eletrônica (eletronic technicians), 
eletricistas (electricians), mecânicos (engineers), auxiliares de 
mecânica (motormen) e soldadores (welders) constituem a 
equipe de manutenção. Ressalta-se, no trabalho dos técnicos 
de manutenção em uma UPM, a grande variedade de tarefas, 
pois fazem manutenção em dezenas de sistemas e centenas 
de máquinas, envolvendo-se em projeto e execução, além de 
exercitarem a criatividade, ao improvisarem soluções para 
problemas inéditos. Os mecânicos, por exemplo, trabalham em 
torno, fresa etc. Assim, esses técnicos desenvolvem polivalência em 
suas áreas. A freqüente interrupção dos trabalhos em andamento 
face a novas prioridades é uma das características da organização 
do trabalho com a qual os novatos têm que se acostumar. A união 
e a amizade entre os membros da equipe são apontadas como 
a maior diferença em relação às equipes em trabalhos urbanos, 
mesmo aquelas que trabalham em refinarias de petróleo, onde, 
ao final de cada turno, o pessoal se dispersa. 
p) O trabalho do almoxarife (storekeeper): 
Uma UPM tem de 5.000 a 18.000 itens em estoque, com valor 
estimado em dois a três milhões de dólares americanos e freqüente 
movimentação de materiais. Cumpre ao almoxarife solicitar materiais, 
receber as cargas, conferir e encaminhar para uso imediato ou lançar 
em estoque e promover a arrumação do almoxarifado. O almoxarifado 
é dividido em áreas de mecânica, elétrica, hidráulica, eletrônica, 
marítima, mecânica da sonda, subsea, medicamentos e outras. 
Capítulo 2. Completação
163
q) O trabalho na hotelaria (cattering) 
Os serviços de hotelaria são terceirizados, sendo executados por 
empresas especializadas em serviços offshore. Esse grupo representa 
a base da pirâmide em salários e benefícios. A equipe é constituída 
pelo comissário, chefe de cozinha, cozinheiro da noite, padeiro (que 
trabalha à noite), um a dois ajudantes de cozinha, um saloneiro (serve 
as mesas), um lavandeiro (responsável pela lavagem das roupas de 
trabalho de todos a bordo), um paioleiro (responsável pelo paiol 
de alimentos), dois taifeiros (encarregados da limpeza de todas as 
salas e camarotes) e um técnico em serviços gerais. Todos exercem 
alguma polivalência. Em algumas UPMs, a hotelaria fornece também 
o técnico em serviços gerais, que é exemplo de polivalência. 
r) A equipe do ROV (Remoted Operated Vehicle) 
O robô submarino é imprescindível para operações que exigem 
imagem da cabeça do poço ou acionamento de válvulas e outros 
dispositivos nesta. A equipe, normalmente, é constituída por um 
supervisor, um piloto e um técnico encarregado do guincho de descida 
e subida do robô. A manutenção rotineira é feita pela própria equipe, 
só embarcando especialistas em casos excepcionais. A equipe de ROV 
em UPM trabalha em regime de sobreaviso, alternando períodos sem 
operações (com exceção do mergulho diário de teste) com períodos 
de trabalho intenso. Assim, ocorrem situações em que a equipe chega 
a trabalhar mais de 24 horas contínuas. Por essa razão, as equipes 
de ROV preferem trabalhar em navios de serviços de mergulho e de 
ROV, onde duas equipes se revezam em dois turnos de 12 horas por 
dia, evitando, assim, a alternância entre sobrecargas de trabalho e 
a monotonia. Exige-se da equipe conhecimentos em várias áreas, 
como mecânica, eletrônica, hidráulica, transmissão de dados e um 
grande treinamento e habilidade na operação do veículo que, por 
sua vez, exige visão espacial e habilidades manuais excepcionais.
164
Alta Competência
A equipe de engenharia de poço é composta por grupos de 
especialistas que embarcam em determinadas fases da construção ou 
manutenção do poço de petróleo e desembarcam assim que terminam 
seus trabalhos, abrindo vagas para os especialistas da próxima fase. 
Tais especialistas, coordenados pelo engenheiro fiscal (company man) 
cuidam de acompanhamento geológico, equipamentos de cabeça de 
poço, perfuração direcional, perfilagem, revestimento, cimentação, 
canhoneio de revestimento, avaliação de formação, instalação de 
colunas de produção, instalação de equipamentos submarinos, 
operações com slick line, operações com coiled tubing etc. Boa parte 
desses técnicos trabalha em regime de sobreaviso, com altas cargas 
de trabalho. Essa equipe é a que se relaciona diretamente com os 
técnicos de operação de produção. O contato deve ser feito com o 
engenheiro fiscal ou alguém que tenha recebido delegação deste. 
É comum os técnicos que fazem a instalação final da cabeça do poço 
(árvore de natal seca ou molhada) receberem a delegação em certos 
momentos. Entretanto, em caso de dúvida, voltam a recorrer ao 
engenheiro fiscal.

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