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SAÚDE SUPLEMENTAR REALIZAÇÃO ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO ASSESSORIA TÉCNICA JORGE CARLOS MOURIS LOPES – 2023/2022/2021/2020 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DE CONTEÚDO E PLANEJAMENTO PICTORAMA DESIGN Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros - ENS E73s Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. Saúde suplementar / Supervisão e coordenação metodológica da Diretoria de Ensino Técnico; assessoria técnica de Jorge Carlos Mouris Lopes. – 22.ed. – Rio de Janeiro: ENS, 2023. 2,59Mb ; PDF 1. Seguro saúde. I. Lopes, Jorge Carlos Mouris. II. Título. 0022-2670 CDU 364.32(072) 22ª EDIÇÃO RIO DE JANEIRO 2023 É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele, sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola. 3SAÚDE SUPLEMENTAR A ENS, promove, desde 1971, diversas iniciativas no âmbito educacional, que contribuem para um mercado de seguros, previdência complementar, capitalização e resseguro cada vez mais qualificado. Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem sólida trajetória acadêmica. A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a competitividade é cada vez maior. Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros. SAÚDE SUPLEMENTAR SUMÁRIO INTERATIVO 1. A SAÚDE PRIVADA NO BRASIL 8 HISTÓRICO DA SAÚDE PRIVADA 9 DIFERENÇA ENTRE SAÚDE COMPLEMENTAR E SAÚDE SUPLEMENTAR 10 Saúde Complementar 10 Saúde Suplementar 10 CARACTERÍSTICAS DOS PRODUTOS ANTES DA LEI Nº 9.656/1998 11 As regras de coberturas antes da Lei nº 9.656/1998 11 Limitações em relação aos serviços: 12 CARACTERÍSTICAS DOS PRODUTOS APÓS A LEI Nº 9.656/1998 12 Entenda as principais mudanças trazidas pela Lei nº 9.656/1998 12 O que é obrigatório em cada segmento? 13 SEGMENTO PRIVADO DA SAÚDE SUPLEMENTAR 15 FIXANDO CONCEITOS 1 16 2. A LEGISLAÇÃO NA SAÚDE SUPLEMENTAR 17 A LEI Nº 9.656/1998 18 PLANO REFERÊNCIA 19 Características 20 Exclusões Permitidas no Plano Referência e Respectivos Segmentos pela Lei nº 9.656/1998 21 SEGMENTAÇÕES DE COBERTURAS DA LEI Nº 9.656/1998 22 Atendimento Ambulatorial 23 Atendimento Hospitalar 23 Atendimento Hospitalar com Cobertura para Procedimentos Obstétricos 24 Atendimento com Cobertura para Procedimentos Odontológicos 24 DEMAIS COBERTURAS 25 SAÚDE SUPLEMENTAR ROL DE PROCEDIMENTOS 25 ATENDIMENTO 27 DEMAIS GARANTIAS AO CONSUMIDOR 30 FIXANDO CONCEITOS 2 31 3. ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE SAÚDE SUPLEMENTAR 32 CONSELHO DE SAÚDE SUPLEMENTAR (CONSU) 33 AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (ANS) 34 Estrutura Básica 35 Receitas 36 CÂMARA DE SAÚDE SUPLEMENTAR 36 RESSARCIMENTO AO SUS 36 FIXANDO CONCEITOS 3 38 4. OPERADORAS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE SUPLEMENTAR 39 DEFINIÇÃO 40 TIPOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE 41 Seguradoras Especializadas em Saúde 41 Administradoras 42 Cooperativa Médica 43 Cooperativa Odontológica 43 Autogestão 43 Medicina de Grupo 45 Odontologia de Grupo 45 Filantropia 46 AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO 46 Concessão 46 Encerramento 47 FISCALIZAÇÃO E CONTROLE 47 SAÚDE SUPLEMENTAR Garantias Financeiras 47 Informações 48 REGIMES 49 LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL 49 REAJUSTES 50 Alterações na Pandemia 50 FIXANDO CONCEITOS 4 53 5. ESTRUTURAÇÃO DOS PLANOS E SEGUROS DE SAÚDE 54 REGISTRO DO PRODUTO 56 INSTRUMENTOS JURÍDICOS 57 ADAPTAÇÃO DE CONTRATOS 57 6. A IMPORTÂNCIA DO CORRETOR DE SEGUROS 59 HISTÓRICO 60 OS CORRETORES DE SEGURO-SAÚDE ANTES DA LEI Nº 9.656/1998 62 A VISÃO DA LEI Nº 9.656/1998 SOBRE O CORRETOR DE SEGUROS 63 A IMPORTÂNCIA DO CORRETOR DE SEGUROS NA ÁREA DA SAÚDE 64 COMERCIALIZAÇÃO 65 FIXANDO CONCEITOS 6 67 7. COMPROMISSOS COM O CONSUMIDOR 68 CHEQUE CAUÇÃO 69 INTERNET 69 MATERIAL PUBLICITÁRIO 70 INFORMAÇÕES PESSOAIS 70 NOTIFICAÇÃO DE INTERMEDIAÇÃO PRELIMINAR (NIP) 70 SAÚDE SUPLEMENTAR PROGRAMAS DE PROMOÇÃO À SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS 71 ESTATUTO DO IDOSO 71 CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E A PROTEÇÃO DO CONSUMIDOR 72 SUS 72 SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CONSUMIDOR (SAC) 73 CANCELAMENTO DE CONTRATO 73 DEMITIDOS E APOSENTADOS 74 PORTABILIDADE 76 FIXANDO CONCEITOS 7 77 GLOSSÁRIO 78 ESTUDOS DE CASO 81 ANEXOS 82 ANEXO I 82 ANEXO 2 89 GABARITO 91 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 93 SAÚDE SUPLEMENTAR 8 UNIDADE 1 ■ Conhecer a história da saúde no Brasil e sua evolução até a Lei 9656/98 e a criação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), contextualizando os eventos históricos com a realidade da saúde brasileira atual. ■ Entender as diferenças entre a saúde suplementar e a saúde complementar considerando o histórico da saúde privada no Brasil. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ■ Compreender as principais características dos produtos de saúde comercializados no Brasil antes e após a Lei 9656/98, reconhecendo as diferenças entre eles e as principais mudanças promovidas pela lei. ■ Compreender a importância das resoluções normativas da Lei 9656/98, seus objetivos e o modo como podem influenciar as decisões dos segurados na escolha dos produtos de saúde disponíveis no mercado. TÓPICOS DESTA UNIDADE A SAÚDE PRIVADA no BRASIL ⊲ HISTÓRICO DA SAÚDE PRIVADA ⊲ DIFERENÇA ENTRE SAÚDE COMPLEMENTAR E SAÚDE SUPLEMENTAR ⊲ CARACTERÍSTICAS DOS PRODUTOS ANTES DA LEI Nº 9.656/1998 ⊲ CARACTERÍSTICAS DOS PRODUTOS APÓS A LEI Nº 9.656/1998 ⊲ SEGMENTO PRIVADO DA SAÚDE SUPLEMENTAR ⊲ FIXANDO CONCEITOS 1 01 SAÚDE SUPLEMENTAR 9 UNIDADE 1 HISTÓRICO DA SAÚDE PRIVADA A saúde, na grande maioria dos países, é tema de constante discussão, inclusive em debates no âmbito presidencial, como na última campanha nos Estados Unidos da América. Cada povo, com suas características, busca soluções que possam minimizar o impacto econômico e, acima de tudo, social gerado pela falta de investimentos em saúde e pelo desconhecimento sobre a melhor forma de utilizar o benefício. No Brasil, não é diferente. Desde o seu descobrimento, a saúde é constante preocupação de seus governantes e o tema é regulamentado pela Cons- tituição Federal de 1988. As resoluções dos artigos, no entanto, continuam sendo um grande desafio aos condutores de nossa nação. Atenção Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. Art. 199. A atuação da iniciativa privada na área da saúde será considerada complemen- tar quando for desenvolvida nos termos do art. 199: As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. § 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangei-ros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. § 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. 10 UNIDADE 1 SAÚDE SUPLEMENTAR DIFERENÇA ENTRE SAÚDE COMPLEMENTAR E SAÚDE SUPLEMENTAR — Saúde Complementar A relação entre as iniciativas públicas e não públicas é concretizada por meio de contratos e/ou convênios firmados entre a pessoa jurídica e a comissão tripartite que compreende a União, os Estados ou os Municípios, sendo pautada nos termos do artigo 199 da Constituição Federal, que dá preferência às entidades filantrópicas e às sem fins lucrativos. Podemos definir a saúde complementar, como o nome já diz, como um complemento aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Embora determinados procedimentos sejam realizados por instituições de saúde privada, os mesmos são considerados ações do setor de saúde pública, devido à existência do contrato ou convênio entre ambas. — Saúde Suplementar A Lei 9.656/1998 define Operadora de Plano de Assistência à Saúde como sendo a pessoa jurídica constituída sob a modalidade de sociedade civil ou comercial, cooperativa, ou entidade de autogestão, que opera produto, servi- ço ou contrato de prestação continuada de serviços ou cobertura de custos assistenciais. Segundo a definição, tal operação ocorre a preço pré ou pós estabelecido, por prazo indeterminado, com a finalidade de garantir, sem limite financeiro, a assistência à saúde, pela faculdade de acesso e atendimento por profissio- nais ou serviços de saúde. Ainda de acordo com a lei em questão, tais pro- fissionais são livremente escolhidos, integrando ou não a rede credenciada, contratada ou referenciada. Dessa forma, o funcionamento da Operadora de Plano de Assistência à Saú- de visa à assistência médica, hospitalar e odontológica, a ser paga integral ou parcialmente às expensas da operadora contratada, mediante reembol- so ou pagamento direto ao prestador, por conta e ordem do consumidor. 11 UNIDADE 1 SAÚDE SUPLEMENTAR CARACTERÍSTICAS DOS PRODUTOS ANTES DA LEI Nº 9.656/1998 O início das atividades de Saúde Suplementar no Brasil ocorreu na década de 1960, quando algumas empresas dos setores industrial e de serviços começaram a oferecer a Assistência de saúde aos seus funcionários sem nenhum tipo de regulação pública. E quais foram os determinantes para que fosse formatado esse modelo de ação reguladora do Estado? O redesenho das funções do Estado, agenda política da década de 1990, criou um ambiente favorável no país para a regulação das relações do Governo com os agentes do mercado. Um movimento institucional importante foi a elaboração do Código de Defesa do Consumidor, em 1990, que deu origem ao Programa Estadual de Defesa do Consumidor (Procon), entidade que passou a receber um volu- me relevante de queixas de consumidores em relação aos Planos de Saú- de, dando início a crescentes conflitos entre a sociedade e as empresas de saúde privada. As principais reclamações referiam-se aos reajustes das mensalidades, às restrições da assistência que excluíam doenças e proce- dimentos e às cláusulas abusivas dos contratos. Dessa forma, a proposta de regulamentação da Saúde Suplementar veio sendo pautada, desde o início da década de 1990, por instâncias governamentais, por entidades de defesa do consumidor, por entidades médicas e pelos próprios usuários dos Planos de Saúde. Na hipótese de contratos não amparados pela Lei nº 9.656/1998, tais ins- trumentos contratuais devem ser examinados à luz da legislação consume- rista codificada, Lei nº 8.078/1990. — As regras de coberturas antes da Lei nº 9.656/1998 ■ Impedimento de ingresso de pessoas com quaisquer tipos de doenças crônicas ou de idade avançada. ■ Caracterização de doenças preexistentes ao longo de todo o contrato. ■ Prazos de carência elevados. ■ Reajustes livres com base na variação da sinistralidade, que ele- vava consideravelmente os valores de contraprestações principal- mente nas idades avançadas. ■ Limitação de tempo de internação. ■ Livre definição de faixas etárias para aplicação de reajustes. 12 UNIDADE 1 SAÚDE SUPLEMENTAR ■ Reajustes elevados nas últimas faixas etárias. ■ Substituição de prestadores de serviços sem conhecimento do consumidor. ■ Denúncia unilateral do contrato em qualquer época. ■ Exclusões de coberturas. ■ Negativa de procedimentos médico-hospitalares. ■ Cobertura nos casos de doenças crônicas. ■ Doenças degenerativas. ■ Doenças infectocontagiosas (como dengue, febre amarela e malária). ■ AIDS e outras doenças infectocontagiosas. — Limitações em relação aos serviços: ■ Ultrassom: 04 sessões/ano. ■ Fisioterapia: 30 sessões/ano. ■ Tomografia: 02/ano. ■ Diálise/Hemodiálise: 05 sessões/ano. ■ Ressonância Magnética: 01/ano. ■ Radioterapia: 100 aplicações/ano. ■ Quimioterapia: 12 sessões/ano. ■ Fonoaudiologia: 40 sessões/ano. ■ Escleroterapia: 20 sessões/ano. CARACTERÍSTICAS DOS PRODUTOS APÓS A LEI Nº 9.656/1998 — Entenda as principais mudanças trazidas pela Lei nº 9.656/1998 Foram muitas e bastante significativas as mudanças trazidas pela Lei nº 9.656/1998, beneficiando sobremaneira os participantes de planos. Uma das principais foi o fim da limitação de consultas, procedimentos, internações, dias de internação em UTI, exames e sessões de fisioterapia, por exemplo, que, nos planos antigos, eram regidos por quantidade fixa no contrato. 13 UNIDADE 1 SAÚDE SUPLEMENTAR Outra mudança significativa foi em relação às doenças preexistentes ou congênitas, que não eram cobertas obrigatoriamente nos contratos anti- gos. A partir da nova lei, as operadoras são obrigadas a tratá-las, observan- do-se que devem ser registradas pelo beneficiário em formulário próprio na época da contratação. Agora, as operadoras também são obrigadas a tratar doenças como AIDS e câncer, que antes eram simplesmente excluí- das da cobertura obrigatória e agora estão incluídas nos limites do Plano Ambulatorial ou Hospitalar. As mudanças atingem ainda a cobertura obrigatória e o atendimento de pessoas portadoras de deficiência e de transtornos psiquiátricos, trans- plante de rim e córnea, órteses e próteses — que não tenham finalidade estética —, fisioterapia, distúrbios visuais — como miopia, astigmatismo e hipermetropia —, obesidade mórbida, dengue, febre amarela e malária, bem como acidentes de trabalho. Regulamentou-se também o acompa- nhamento de menores de 18 anos, sendo facultativa a ampliação da cober- tura para pacientes maiores de idade. — O que é obrigatório em cada segmento? A Lei nº 9.656/1998 estipula coberturas obrigatórias para cada um e, na hora da contratação, pode-se contratar um ou mais segmentos, independentemen- te de o plano ser individual, familiar ou coletivo. No segmento ambulatorial, a lei prevê a cobertura obrigatória de consultas, exames, tratamentos e outros procedimentos ambulatoriais (internações, parto e tratamento odontológico são opcionais). No segmento hospitalar sem obstetrícia, a cobertura obrigató- ria prevê internações (partos, consultas, exames, tratamentos e outros procedi- mentos ambulatoriais são opcionais). No segmento hospitalar com obstetrícia, é obrigatória a cobertura de internações e partos (consultas, exames, trata- mentos e outros procedimentos ambulatoriais são opcionais). No segmento odontológico, apenas o tratamento odontológico é obrigatório. No segmento referência, consultas, exames, tratamentos e outros procedimen- tos ambulatoriais, internações e partos são obrigatórios, apenas o tratamento odontológico é opcional. O consumidor pode, no entanto, montar combinações entre os segmentos da forma que for maisinteressante para ele em questões de conveniência e vantagens. Veja o que diz a Lei: Parágrafo único. Os produtos de que trata o caput, contratados individualmente, terão vigência mínima de um ano, sendo vedadas: I. A recontagem de carências; II. A suspensão ou a rescisão unilateral do contrato, salvo por frau- de ou não pagamento da mensalidade por período superior a ses- senta dias, consecutivos ou não, nos últimos doze meses de vigên- cia do contrato, desde que o consumidor seja comprovadamente notificado até o quinquagésimo dia de inadimplência; e 14 UNIDADE 1 SAÚDE SUPLEMENTAR III. A suspensão ou a rescisão unilateral do contrato, em qualquer hipótese, durante a ocorrência de internação do titular. (NR) Outro ponto de extrema importância é o fato de que ninguém pode ser impedido de participar de Planos de Saúde em razão de idade ou por ser portador de deficiência. Os contratos assinados a partir do Estatuto do Idoso (aquele que completa 60 anos), os reajustes aplicados serão os aprovados pela ANS, sem mudanças de faixas etárias. Exclusões permitidas no Plano Referência e Respectivos Seg- mentos Permitidos pela Lei nº 9.656/1998. ■ Tratamento clínico ou cirúrgico experimental, isto é, aquele que: a. Emprega medicamentos, produtos para a saúde ou técnicas não registrados/não regularizados no país; é considerado experimental pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) ou pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO); ou não possui as indicações descritas na bula/manual registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). b. Procedimentos clínicos ou cirúrgicos para fins estéticos, bem como órteses e próteses para o mesmo fim, ou seja, aque- les que não visam à restauração parcial ou total da função de órgão ou parte do corpo humano lesionada, seja por enfermi- dade, traumatismo ou anomalia congênita. c. Tratamento de rejuvenescimento ou de emagrecimento com finalidade estética, assim como em SPAs, clínicas de repouso e estâncias hidrominerais. d. Fornecimento de medicamentos e produtos para a saúde importados não nacionalizados, isto é, aqueles produzidos fora do território nacional e sem registro vigente na ANVISA. e. Tratamentos ilícitos ou antiéticos, assim definidos sob o aspecto médico, ou não reconhecidos pelas autoridades competentes. f. Casos de cataclismos, guerras e comoções internas, quando declarados pela autoridade competente. g. Estabelecimentos para acolhimento de idosos e internações que não necessitem de cuidados médicos em ambiente hospitalar. h. Fornecimento de próteses, órteses e seus acessórios não liga- dos ao ato cirúrgico. 15 UNIDADE 1 SAÚDE SUPLEMENTAR SEGMENTO PRIVADO DA SAÚDE SUPLEMENTAR Antes da Lei nº 9.656/1998, as empresas, ao longo de sua constituição como segmento privado da área da saúde, obedeciam apenas às leis de suas respectivas constituições jurídicas para operação. Após a Resolução nº 11/1976 do Conselho Nacional de Seguro Privado (CNSP), somente as seguradoras seguiam regulação específica, iniciando sua operação na área da saúde já com as regras e as garantias financeiras peculiares a quaisquer outros tipos de seguros. As demais empresas atuantes no setor não estavam obrigadas ao cumpri- mento de qualquer regulação específica, exceto ao cumprimento daquelas pertinentes às suas respectivas constituições jurídicas (caso das coope- rativas médicas) e outras entidades sem finalidades lucrativas, como as filantrópicas e as de autogestão. A comercialização dos Planos ou dos Seguros de Saúde, à exceção das seguradoras, que eram reguladas pela Superintendência de Seguros Priva- dos (SUSEP), não se submetia a qualquer tipo de regulação ou fiscalização. 16 FIXANDO CONCEITOS SAÚDE SUPLEMENTAR FIXANDO CONCEITOS 1 Marque a alternativa correta 1. Um texto, importante em relação à saúde no Brasil – “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”– é retirado de um artigo estabelecido pela seguinte legislação: (a) Lei 9.656/98. (d) Resolução CONSU. (b) Regulamentação da ANS. (e) Resolução CNSP. (c) Constituição Federal. Marque a alternativa correta: 2. Os contratos individuais assinados após o Estatuto do Idoso possuem regras específicas para reajuste, são elas: (a) Reajustes para 60 anos ou mais, de 5 em 5 anos. (b) Reajustes para 60 anos ou mais, de 10 em 10 anos. (c) Reajustes a partir de 60 anos, apenas os aprovados pela ANS. (d) Reajustes a partir de 60 anos, apenas os aprovados pelo SUS. (e) Reajustes a partir de 60 anos são proibidos pela Lei 9565/98. Consulte o gabarito clicando aqui. SAÚDE SUPLEMENTAR 17 UNIDADE 202 ■ Compreender a importância das Resoluções Normativas da Lei 9656/98, seus objetivos e a forma como podem influenciar as decisões dos segurados na escolha dos produtos de saúde disponíveis no mercado. ■ Compreender a estrutura e organização do Sistema de Saúde Suplementar, refletindo sobre as características de cada uma das Operadoras de Saúde do mercado. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ■ Reconhecer as principais coberturas de cada segmentação, compreendendo a estrutura do Plano de Referência na Saúde Suplementar. ■ Reconhecer as garantias trazidas ao consumidor, pela legislação, considerando situações práticas. ■ Conhecer o objetivo das Diretrizes Clínicas (DC) e das Diretrizes de Utilização (DUT) considerando suas finalidades na definição do rol de coberturas. TÓPICOS DESTA UNIDADE A LEGISLAÇÃO na SAÚDE SUPLEMENTAR ⊲ A LEI Nº 9.656/1998 ⊲ PLANO REFERÊNCIA ⊲ SEGMENTAÇÕES DE COBERTURAS DA LEI Nº 9.656/1998 ⊲ DEMAIS COBERTURAS ⊲ ROL DE PROCEDIMENTOS ⊲ ATENDIMENTO ⊲ DEMAIS GARANTIAS AO CONSUMIDOR ⊲ FIXANDO CONCEITOS 2 SAÚDE SUPLEMENTAR 18 UNIDADE 2 A LEI Nº 9.656/1998 A Lei nº 9.656/1998, alterada pela Medida Provisória nº 2.177-44/2001, pas- sou a vigorar com as seguintes alterações: I – Plano Privado de Assistência à Saúde: prestação continuada de serviços ou cobertura de custos assistenciais a preço pré ou pós estabelecido, por prazo indeterminado, com a finalidade de garan- tir, sem limite financeiro, a assistência à saúde, pela faculdade de acesso e atendimento por profissionais ou serviços de saúde, livre- mente escolhidos, integrantes ou não de rede credenciada, con- tratada ou referenciada, visando à assistência médica, hospitalar e odontológica, a ser paga integral ou parcialmente às expensas da operadora contratada, mediante reembolso ou pagamento direto ao prestador, por conta e ordem do consumidor; II – Operadora de Plano de Assistência à Saúde: pessoa jurídica constituída sob a modalidade de sociedade civil ou comercial, coo- perativa, ou entidade de autogestão, que opere produto, serviço ou contrato de que trata o inciso I deste artigo; III – Carteira: o conjunto de contratos de cobertura de custos assis- tenciais ou de serviços de assistência à saúde em qualquer das modalidades de que tratam o inciso I e o § 1º deste artigo, com todos os direitos e obrigações nele contidos. Está subordinada às normas e à fiscalização da Agência Nacional de Saú- de Suplementar – ANS qualquer modalidade de produto, serviço e contra- to que apresente, além da garantia de cobertura financeira de riscos de assistência médica, hospitalar e odontológica, outras características que o diferencie de atividade exclusivamente financeira, tais como: 19 UNIDADE 2 SAÚDE SUPLEMENTAR a) custeio de despesas; b) oferecimento de rede credenciada ou referenciada; c) reembolso de despesas; d) mecanismos de regulação; e) qualquer restrição contratual, técnica ou operacional para a cobertura de procedimentos solicitados por prestador escolhido pelo consumidor; e f) vinculação de coberturafinanceira à aplicação de conceitos ou critérios médico-assistenciais. As regras da ANS também se estendem a Cooperativas Médicas, Autoges- tões e Administradoras de Benefícios. PLANO REFERÊNCIA De acordo com a Lei 9656/98 o plano referência tem as seguintes características: 1. Cobertura médico-ambulatorial e hospitalar; 2. Partos e tratamentos realizados exclusivamente no Brasil; 3. Padrão enfermaria; 4. Centro de terapia intensiva ou similar, quando necessária inter- nação hospitalar; 5. Todas as Doenças listadas na Classificação Estatística Internacional de Doenças. É instituído o plano-referência de assistência à saúde, com cobertura assis- tencial médico-ambulatorial e hospitalar, compreendendo partos e trata- mentos, realizados exclusivamente no Brasil, com padrão de enfermaria, centro de terapia intensiva, ou similar, quando necessária a internação hospitalar, das doenças listadas na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, da Organização Mundial de Saúde. Tópicos importantes: ■ A amplitude das coberturas, inclusive de transplantes e de pro- cedimentos de alta complexidade, será definida por normas edi- tadas pela ANS. (NR) ■ É vedada a exclusão de cobertura às doenças e lesões preexisten- tes à data de contratação dos produtos após vinte e quatro meses Saiba mais Vale a pena ler na íntegra Lei nº 9.656/1998 www.ans.gov.br http://www.ans.gov.br 20 UNIDADE 2 SAÚDE SUPLEMENTAR de vigência do contrato, cabendo à respectiva operadora o ônus da prova e da demonstração do conhecimento prévio do consumi- dor ou beneficiário. ■ É vedada a suspensão da assistência à saúde do consumidor ou beneficiário, titular ou dependente, até a prova da existência de doença ou lesão preexistente negada pelo beneficiário. — Características As características principais do Plano Referência de assistência à saúde são: ■ Cobertura de internações hospitalares, vedada a limitação de pra- zo, valor máximo e quantidade, em clínicas básicas e especializa- das reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina. ■ Cobertura de internações hospitalares em centro de terapia inten- siva, ou similar, vedada a limitação de prazo, valor máximo e quan- tidade, a critério do médico assistente. ■ Cobertura de serviços de apoio diagnóstico, tratamentos e demais procedimentos ambulatoriais, solicitados pelo médico assistente. ■ Cobertura de exames complementares indispensáveis para o con- trole da evolução da doença e elucidação diagnóstica, fornecimen- to de medicamentos, anestésicos, gases medicinais, transfusões e sessões de quimioterapia e radioterapia, conforme prescrição do médico assistente, realizados ou ministrados durante o período de internação hospitalar. ■ Cobertura de toda e qualquer taxa, incluindo materiais utilizados, assim como da remoção do paciente, comprovadamente necessária, para outro estabelecimento hospitalar, dentro dos limites de abran- gência geográfica previstos no contrato, em território brasileiro. ■ Inscrição assegurada ao recém-nascido, filho natural ou adotivo do consumidor, como dependente, isento do cumprimento dos perío- dos de carência, desde que a inscrição ocorra no prazo máximo de 30 dias do nascimento ou da adoção. ■ Prazo máximo de 24 horas para a cobertura dos casos de urgência e emergência. ■ Reembolso, em todos os tipos de produtos nos limites das obriga- ções contratuais, das despesas efetuadas pelo beneficiário com assistência à saúde, em casos de urgência ou emergência, quan- do não for possível a utilização dos serviços próprios, contratados, credenciados ou referenciados pelas operadoras, de acordo com a relação de preços de serviços médicos e hospitalares praticados pelo respectivo produto, pagáveis no prazo máximo de trinta dias após a entrega da documentação adequada. 21 UNIDADE 2 SAÚDE SUPLEMENTAR São vedadas de acordo com a Lei 9656/1998: I – A recontagem de carências. II – A suspensão ou a rescisão unilateral do contrato, salvo por fraude ou o não pagamento da mensalidade por período superior a sessenta dias, con- secutivos ou não, nos últimos doze meses de vigência do contrato, desde que o consumidor seja comprovadamente notificado até o quinquagésimo dia de inadimplência. III – A suspensão ou a rescisão unilateral do contrato, em qualquer hipóte- se, durante a ocorrência de internação do titular. IV – Em razão da idade do consumidor, ou da condição de pessoa portado- ra de deficiência, ninguém pode ser impedido de participar de planos pri- vados de assistência à saúde. O Plano Referência e o Plano de Segmentação Hospitalar devem cobrir as despesas com os seguintes transplantes, incluindo aquelas rela- cionadas aos procedimentos vinculados: ■ Rins. ■ Córnea. ■ Autólogos. ■ Medula óssea (segundo diretrizes clínicas estabelecidas). Na saúde suplementar, os candidatos ao transplante de órgãos e tecidos provenientes de doador cadáver deverão, obrigatoriamente, estar inscritos em uma das Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) e se sujeitarão ao critério de fila única de espera e seleção. Lembrando que há Operadoras de Saúde que cobrem todos os transplantes, o que na realidade são coberturas a maior e que não há impedimento na lei. — Exclusões Permitidas no Plano Referência e Respectivos Segmentos pela Lei nº 9.656/1998 Embora algumas operadoras contemplem em suas cláusulas itens caracte- rísticos de suas operações, as exclusões permitidas são as seguintes: ■ Tratamento clínico ou cirúrgico experimental, isto é, aquele que: a) Emprega medicamentos, produtos para a saúde ou técnicas não registrados/não regularizados no país. Observação Os contratos assinados a partir do Estatuto do Idoso seguem a seguinte orientação: quando o segurado completar 60 anos, os reajustes aplicados serão os aprovados pela ANS, sem mudanças de faixas etárias. Importante A Lei 14.307, sancionada em 2022, prioriza o tratamento oral contra o câncer na cobertura dos planos de saúde. Leia na íntegra: https://www. in.gov.br/en/web/dou/-/ lei-n-14.307-de-3-de-marco- de-2022-383559194 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-14.307-de-3-de-marco-de-2022-383559194 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-14.307-de-3-de-marco-de-2022-383559194 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-14.307-de-3-de-marco-de-2022-383559194 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-14.307-de-3-de-marco-de-2022-383559194 22 UNIDADE 2 SAÚDE SUPLEMENTAR b) É considerado experimental pelo Conselho Federal de Medi- cina (CFM) ou pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO). c) Não possui as indicações descritas na bula/manual registrado na ANVISA. ■ Procedimentos clínicos ou cirúrgicos para fins estéticos, bem como órteses e próteses para o mesmo fim, ou seja, aqueles que não visam à restauração parcial ou total da função de órgão ou parte do corpo humano lesionada, seja por enfermidade, traumatismo ou anomalia congênita. ■ Tratamento de rejuvenescimento ou de emagrecimento com fina- lidade estética; assim como em spas, clínicas de repouso e estân- cias hidrominerais. ■ Fornecimento de medicamentos e produtos para a saúde importa- dos não nacionalizados, isto é, aqueles produzidos fora do territó- rio nacional e sem registro vigente na ANVISA. ■ Fornecimento de medicamentos para tratamento domiciliar, isto é, aqueles prescritos pelo médico assistente para administração em ambiente externo ao da unidade de saúde, ressalvada a obrigato- riedade em casos de internações domiciliares. ■ Fornecimento de medicamentos prescritos durante a internação hospitalar cuja eficácia e/ou efetividade tenham sido reprovadas pela Comissão de Incorporação de Tecnologias do Ministério da Saúde (CITEC). ■ Fornecimento de próteses, órteses e seus acessórios não ligados ao ato cirúrgico. ■ Tratamentos ilícitos ou antiéticos, assim definidos sob o aspectomédico, ou não reconhecidos pelas autoridades competentes. ■ Casos de cataclismos, guerras e comoções internas, quando declarados pela autoridade competente. ■ Estabelecimentos para acolhimento de idosos e internações que não necessitem de cuidados médicos em ambiente hospitalar. SEGMENTAÇÕES DE COBERTURAS DA LEI Nº 9.656/1998 As operadoras de Planos Privados de Assistência à Saúde, além da oferta obrigatória do Plano Referência de que trata a Lei nº 9.656/1998, podem oferecer, alternativamente, Planos das segmentações Ambulatorial, Importante Todas as operadoras de Pla- nos ou Seguros de Assistência à Saúde são obrigadas a ter registrado, em cada segmen- tação comercializada, e a oferecer o respectivo Plano Referência a todos os seus atuais e futuros consumidores. Excluem-se dessa obrigatorie- dade as pessoas jurídicas que mantêm sistemas de Assistên- cia à Saúde pela modalidade de autogestão e as pessoas jurídicas que operem exclusiva- mente Planos Odontológicos. 23 UNIDADE 2 SAÚDE SUPLEMENTAR Hospitalar, Hospitalar com Obstetrícia e Odontológico, individualmente, ou com suas combinações possíveis, desde que atendam, obrigatoriamente, às exigências mínimas a seguir. — Atendimento Ambulatorial O Plano Ambulatorial compreende os atendimentos realizados em consul- tório ou em ambulatório, definidos e listados no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, não incluindo internação hospitalar ou procedimentos para fins de diagnóstico ou terapia que, embora prescindam de internação, demandem o apoio de estrutura hospitalar por período superior a 12 horas, ou serviços como unidade de terapia intensiva e unidades similares, obser- vadas algumas das principais exigências: ■ Cobertura de consultas médicas, em número ilimitado, em clínicas básicas e especializadas (especialidades médicas), inclusive obstétrica para pré-natal, reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). ■ Cobertura de serviços de apoio diagnóstico, tratamentos e demais procedimentos ambulatoriais, incluindo procedimentos cirúrgicos ambulatoriais solicitados pelo médico ou cirurgião-dentista assisten- te devidamente habilitado, mesmo quando realizados em ambiente hospitalar, desde que não se caracterizem como internação. — Atendimento Hospitalar O Plano Hospitalar compreende os atendimentos realizados em todas as modalidades de internação hospitalar e os atendimentos caracterizados como de urgência e de emergência, conforme regulamentação específi- ca vigente, não incluindo atendimento ambulatorial para fins de diagnósti- co, terapia ou recuperação, ressalvado o disposto na regulamentação em vigor, observadas as seguintes exigências: ■ Cobertura, em número ilimitado de dias, de todas as modalida- des de internação hospitalar. ■ Cobertura de hospital-dia para transtornos mentais, de acordo com as Diretrizesde Utilização estabelecidas em regulamentação específica. ■ Cobertura de transplantes estabelecidos pelo Rol de Procedimen- tos e dos procedimentos a eles vinculados. ■ Cobertura de órteses e próteses ligadas aos atos cirúrgicos lista- dos no Rol de Procedimentos. ■ Cobertura das despesas relativas a um acompanhante, que incluem: » acomodação e alimentação necessárias à permanência do acompanhante para crianças e adolescentes menores de 18 anos; e Órteses e Próteses Cabe ao médico ou cirurgião-dentista assistente a prerrogativa de determinar as características (tipo, matéria- prima e dimensões) das órteses, próteses e materiais especiais (OPME) necessários à execução dos procedimentos contidos em regulamentação específica; e o profissional requisitante deve, quando assim solicitado pela operadora de Plano Privado de Assistência à Saúde, justificar clinicamente a sua indicação e oferecer pelo menos três marcas de produtos de fabricantes diferentes, quando disponíveis, entre aquelas regularizadas junto à ANVISA, que atendam às características especificadas. 24 UNIDADE 2 SAÚDE SUPLEMENTAR » acomodação e alimentação, conforme indicação do médico ou cirurgião-dentista assistente, e legislações vigentes, para acompanhantes de idosos a partir dos 60 anos de idade e pes- soas portadoras de deficiências. — Atendimento Hospitalar com Cobertura para Procedimentos Obstétricos O Plano Hospitalar com Obstetrícia compreende toda a cobertura definida no Plano Hospitalar, acrescida dos procedimentos relativos ao pré-natal, da assistência ao parto e puerpério, observadas as seguintes exigências: ■ Cobertura das despesas, conforme indicação do médico assisten- te e legislações vigentes, relativas a um acompanhante indicado pela mulher durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imedia- to, conforme assegurado pela Lei nº 11.108/2005, ou outra que venha a substituí-la. ■ Cobertura assistencial ao recém-nascido, filho natural ou adoti- vo do consumidor, ou de seu dependente, durante os primeiros 30 dias após o parto. ■ Opção de inscrição assegurada ao recém-nascido, filho natural ou adotivo do consumidor, como dependente, isento do cumpri- mento dos períodos de carência, desde que a inscrição ocorra. — Atendimento com Cobertura para Procedimentos Odontológicos O Plano Odontológico compreende a cobertura de todos os procedi mentos listados no Rol de Procedimentos para a segmentação odontológica. Os procedimentos bucomaxilofaciais que necessitarem de internação hospi- talar não estão cobertos pelos Planos Odontológicos, porém têm cobertu- ra obrigatória no Plano de Segmentação Hospitalar e Plano Referência. Observação Em geral, a sinistralidade dos Planos Odontológicos é bem inferior aos Planos de Assistência Médico-hospitalar, tendo em vista a não inclusão, no Rol de Procedi- mentos, dos materiais/procedimentos — considerados de alto custo —, permitindo, porém, a forma contributiva por custo operacional, na qual o usuário paga integral- mente tais procedimentos por meio de tabelas previamente acordadas e estabele- cidas em contrato. Isto é básico Entende-se pós-parto imediato como as primeiras 24 horas após o parto. Para fins de cobertura do parto normal, conforme Rol de Procedimentos, este procedimento poderá ser realizado por enfermeiro obstétrico habilitado, conforme legislação vigente. 25 UNIDADE 2 SAÚDE SUPLEMENTAR DEMAIS COBERTURAS A Lei nº 9.656/1998 teve a inserção de artigo que estabelece obrigato- riedade de cobertura para cirurgia plástica reconstrutiva de mama, utili- zando-se de todos os meios e técnicas necessários, no caso de mutilação decorrente do tratamento de câncer. Cabe às operadoras, por meio de rede própria, credenciada, contratada ou referenciada, ou mediante reembolso, fornecer bolsas de colostomia, ileostomia e urostomia, sonda vesical de demora e coletor de urina com conector para uso hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, vedada a limitação de prazo, valor máximo e quantidade. Nas modalidades de plásticas mamárias, associadas ou não ao uso de pró- teses e/ou expansores, contidas no referido rol, terão sua cobertura obri- gatória pelos Planos de Saúde sob a égide da Lei nº 9.656/1998, quando indicados pelo médico assistente, para beneficiários com diagnóstico de câncer de mama, lesões traumáticas e tumores em geral (quando a sua retirada, mesmo em caráter investigativo, mutila a mama). O mesmo pode- rá ocorrer na mama oposta, procedimento indicado para beneficiários com diagnóstico firmado em uma mama, levando o médico assistente a julgar necessária a cirurgia da outra mama, mesmo que ela ainda esteja saudável. A partir de janeiro de 2014, os beneficiários de Planos de Saúde individuais e coletivos passaram a ter direito a mais 87 procedimentos, incluindo 37 medicamentos orais para o tratamento domiciliar de diferentes tipos de câncer e 50 novos exames, consultas e cirurgias. A principal novidade no Rol de Procedimentos da agência é a inclusão de tra- tamentopara o câncer em casa, com medicamentos via oral. Serão ofertados medicamentos para o tratamento de tumores de grande prevalência entre a população, como estômago, fígado, intestino, rim, testículo, mama, útero e ovário. ROL DE PROCEDIMENTOS Para todas as segmentações, as coberturas mínimas exigidas são esta- belecidas pelo Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, que consti- tui a referência básica obrigatória da atenção à saúde nos planos privados de assistência à saúde, contratados a partir de 1º de janeiro de 1999, e naqueles adaptados conforme a Lei 9.656/98, passando a se constituir em um rol de ações em saúde, na forma de regulamentação específica. Saiba mais Vale a pena ler na íntegra RN465/21 www.ans.gov.br https://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=textoLei&format=raw&id=NDAzMw== 26 UNIDADE 2 SAÚDE SUPLEMENTAR O Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde deverá ser revisto a cada dois anos, podendo ser atualizado a qualquer tempo, segundo os critérios esta- belecidos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), como órgão regulador, e discutido por meio de câmaras técnicas e de consulta pública. As Diretrizes de Utilização (DUT) e as Diretrizes Clínicas (DC) que definem critérios para a obrigatoriedade de cobertura de alguns procedimentos lis- tados no Rol de Procedimentos foram inseridas nas duas últimas versões. As operadoras de Planos Privados de Assistência à Saúde poderão ofere- cer, por sua iniciativa, cobertura maior do que a mínima obrigatória prevista no Rol de Procedimentos. Caso a operadora ofereça a internação domiciliar em substituição à inter- nação hospitalar, com ou sem previsão contratual, deverá obedecer às exi- gências previstas nos normativos vigentes da Agência Nacional de Vigilân- cia Sanitária (ANVISA) e na Lei nº 9.656/1998. Nos casos em que a assistência domiciliar não se dê em substituição à internação hospitalar, esta deverá obedecer à previsão contratual ou à negociação entre as partes. Observação ■ Os procedimentos necessários ao tratamento das complicações clínicas e cirúrgicas decorrentes de procedimentos não cobertos, como procedimentos estéticos, inse- minação artificial, transplantes não cobertos, entre outros, têm cobertura obrigatória quando constarem do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, respeitadas as segmentações e os prazos de carência e Cobertura Parcial Temporária (CPT). ■ O atendimento deve ser assegurado, independentemente da circunstância e do local de ocorrência do evento, respeitadas a segmentação, a área de atuação e abrangência, a rede de prestadores de serviços contratada, credenciada ou refe- renciada da operadora de Plano Privado de Assistência à Saúde e os prazos de carência estabelecidos no contrato. RESOLUÇÃO NORMATIVA – Nº 470, DE 09 DE JULHO DE 2021 RN 470 Dispõe sobre o rito processual de atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, no âmbito da Agência Nacional de Saúde Suplementar. 27 UNIDADE 2 SAÚDE SUPLEMENTAR PRINCIPAIS MUDANÇAS NA ATUALIZAÇÃO DE ROL DE PROCEDIMENTOS PROCESSO ATUAL NOVO PROCESSO Propostas são recebidas em períodos determi- nados no cronograma do ciclo de atualização Propostas serão recebidas e analisadas de forma contínua Todas as propostas recebidas em cada ciclo seguem juntas o mesmo cronograma Cada proposta seguirá o seu próprio percur- so, de acordo com a sua data de submissão, elegibilidade e complexidade de análise Revisão de Rol a cada 2 anos* Revisão semestral, nos meses de janeiro e julho* * Salvo incorporações extraordinárias, por iniciativa da ANS PRINCÍPIOS OBSERVADOS DA MUDANÇA Agilidade na incorporação de novos procedimentos ao Rol Incorporação responsável, com base nas ferramentas de Avaliação de tecnologias em Saúde (ATS) e nos princípios da Saúde Baseada em Evidências (SBE) Ênfase na promoção de saúde e prevenção de doenças Defesa do interesse público Manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do setor Transparência dos atos administrativos ATENDIMENTO Em relação à Resolução Normativa 395/2016, é garantido aos beneficiários, sem prejuízo das normas gerais aplicáveis aos serviços de atendi mento ao consumidor: I – atendimento adequado à sua demanda, assegurando-lhe o aces- so e a fruição dos serviços conforme o disposto nas normas legais e infralegais disciplinadoras do mercado de saúde suplementar, bem como nas condições contratadas; II – tratamento preferencial aos casos de urgência e emergência; III – respeito ao regramento referente ao sigilo profissional e à priva- cidade; IV – informação adequada, clara e precisa quanto aos serviços contratados, especialmente quanto às condições para sua fruição e aplicação de mecanismos de regulação; 28 UNIDADE 2 SAÚDE SUPLEMENTAR V – Observa-se que, no caso de atendimento presencial, é garan- tido ao beneficiário, ainda, tratamento não discriminatório nas con- dições de acesso, devendo-se observar as prioridades de atendi- mento definidas em lei, quais sejam, pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, idosos com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, gestantes, lactantes e pessoas acompanhadas por crianças de colo. São diretrizes que devem orientar o atendimento das operadoras aos beneficiários: ■ transparência, clareza e segurança das informações; ■ rastreabilidade das demandas; ■ presteza e cortesia; ■ racionalização e melhoria contínua. As operadoras deverão disponibilizar unidade de atendimento presencial, no mínimo nas capitais dos Estados ou regiões de maior atuação dos seus produtos, ao menos no horário comercial dos dias úteis, desde que atendi- dos os seguintes critérios: I – possua concentração de beneficiários superior a 10% (dez por cento) do total de sua carteira; II – o número de beneficiários naquela área não seja inferior ao limite de 20.000 (vinte mil). O disposto no caput não se aplica às operadoras exclusivamente odontológicas, as filantrópicas e as autogestões. III – O atendimento telefônico deve ser assegurado: » durante 24 (vinte e quatro) horas, sete dias da semana, nas operadoras de grande porte; » nos dias úteis e em horário comercial, nas operadoras de peque- no e médio porte, nas exclusivamente odontológicas e nas filan- trópicas, exceto para os casos envolvendo garantia de acesso a coberturas de serviços e procedimentos de urgência e emer- gência, nos quais deverá haver oferta de canal telefônico para orientação por 24 (vinte e quatro) horas, sete dias da semana; » o horário comercial respeitará as peculiaridades de cada região, aplicando-se, para tanto, as regras do local onde fun- cionar o atendimento. 29 UNIDADE 2 SAÚDE SUPLEMENTAR Observação Sempre que houver a apresentação de solicitação de procedimento e/ou serviço de cobertura assistencial pelo beneficiário, independentemente do canal pelo qual seja realizado ou qual seja sua finalidade, deverá ser fornecido número de protocolo como primeira ação, no início do atendimento ou logo que o atendente identifique tratar-se de demanda que envolva, ainda que indiretamente, cobertura assistencial. 1. Qualquer solicitação de procedimento e/ou serviço de cobertura assistencial deve ser emitida por profissional de saúde devidamente habilitado. 2. A apresentação de solicitação de procedimento e/ou serviço de cobertura assistencial à operadora poderá ser feita pelo prestador em nome do beneficiário. 3. Independentemente do porte, as operadoras deverão arquivar, pelo prazo de 90 (noventa) dias, e disponibilizar, em meio impresso ou eletrônico, os dados do atendi- mento ao beneficiário, identificando o registro numérico de atendimento, assegurando a guarda, manutenção da gravação e registro. 4. Os canais de atendimento ao beneficiário voltados à solicitação de procedimento e/ou serviço de cobertura assistencial serão obrigatoriamente ofertados, ainda que exista entre operadora e prestador de serviçoregramento para a apresentação direta de pedidos de autorização dos serviços prestados. 5. Nos casos em que não seja possível fornecer resposta imediata à solicitação de proce- dimento e/ou serviço de cobertura assistencial apresentada, a operadora demandada terá o prazo de até 5 (cinco) dias úteis para apresentá-la diretamente ao beneficiário. 6. Nos casos de solicitação de procedimentos e/ou serviços de cobertura assistencial em que os prazos máximos para garantia de atendimento, previstos na RN nº 259, de 17 de junho de 2011, sejam inferiores ao prazo previsto no caput, a resposta da opera- dora ao beneficiário deverá se dar dentro do prazo previsto na RN nº 259, de 2011. 7. Nas solicitações de procedimentos de alta complexidade (PAC) ou de atendimento em regime de internação eletiva, as operadoras deverão cumprir o prazo de até 10 (dez) dias úteis para apresentação de resposta direta ao beneficiário, informando as medi- das adotadas para garantia da cobertura. 8. As solicitações de procedimentos e/ou serviços de urgência e emergência devem ser autorizadas imediatamente pela operadora, observadas as normas legais e infralegais em vigor. 9. Havendo negativa de autorização para realização do procedimento e/ou serviço soli- citado por profissional de saúde devidamente habilitado, seja ele credenciado ou não, a operadora deverá informar ao beneficiário detalhadamente, em linguagem clara e adequada, o motivo da negativa de autorização do procedimento, indicando a cláusu- la contratual ou o dispositivo legal que a justifique. 30 UNIDADE 2 SAÚDE SUPLEMENTAR DEMAIS GARANTIAS AO CONSUMIDOR Com o advento da Lei nº 9.656/1998, houve significativo avanço nos direitos dos consumidores de Planos Privados de Assistência à Saúde, com importantes inovações que ampliaram a proteção à saúde e baniram práticas tidas como abusivas. Com a edição da Lei nº 9.656/1998, tornaram-se obrigatórias as garantias de: ■ Inscrição de filho adotivo, menor de 12 anos de idade, aproveitando os períodos de carência já cumpridos pelo consumidor adotante. ■ Em razão da idade do consumidor, ou da condição de pessoa por- tadora de deficiência, ninguém pode ser impedido de participar de planos privados de assistência à saúde. ■ Os contratos dos Planos Privados de Assistência à Saúde têm renovação automática a partir do vencimento do prazo inicial de vigência, não cabendo a cobrança de taxas ou qualquer outro valor no ato da renovação. 31 FIXANDO CONCEITOS SAÚDE SUPLEMENTAR FIXANDO CONCEITOS 2 Marque a alternativa correta: 1. Quando nos referimos à segmentação hospitalar, na Lei 9656/98, passam a ser obrigatórias as seguintes coberturas: (a) Consultas e exames simples. (b) Consultas e exames complexos. (c) Consultas, exames e internações hospitalares. (d) Apenas internações hospitalares. (e) Tratamentos após a internação hospitalar. 2. Podemos citar como cobertura(s) obrigatória(s) da segmentação ambulatorial: (a) A cobertura de consultas médicas, em número ilimitado, em clínicas básicas e especializadas (especialidades médicas), inclusive obstétricas para pré-natal, reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). (b) A cobertura de órteses e próteses ligadas aos atos cirúrgicos. (c) A cobertura assistencial ao recém-nascido, filho natural ou adotivo do consumidor, ou de seu dependente, durante os primeiros 30 dias após o parto. (d) Acompanhante sem limite de idade. (e) Transplantes. 3. Podemos afirmar que a legislação dos planos de saúde trouxe as seguin- tes garantias ao consumidor: (a) Cobertura para todos os transplantes. (b) Inclusão de filhos adotivos menores de 12 anos. (c) Tratamentos experimentais. (d) Utilização de qualquer medicamento, mesmo fora da aprovação ANVISA. (e) Ausência de qualquer tipo de carência no ato da contratação. Consulte o gabarito clicando aqui. SAÚDE SUPLEMENTAR 32 UNIDADE 303 ■ Compreender a Lei nº 9.961/2000, responsável pela criação da Agência Nacional de Saúde, considerando o impacto da criação dessa agência no processo de comercialização de produtos de saúde. ■ Reconhecer as principais atribuições da ANS considerando a legislação vigente. ■ Compreender a origem das receitas da ANS considerando a legislação vigente. ■ Conhecer os órgãos que compõem a estrutura e organização da Saúde Complementar considerando a atribuição de cada um deles. ■ Reconhecer os objetivos da Câmara de Saúde Complementar (CONSU) considerando a Lei nº 9.961/2000. ■ Compreender como funciona o ressarcimento ao Sistema Único de Saúde (SUS) considerando a regulamentação vigente e sua obrigatoriedade. TÓPICOS DESTA UNIDADE ESTRUTURA e ORGANIZAÇÃO Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ⊲ CONSELHO DE SAÚDE SUPLEMENTAR (CONSU) ⊲ AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (ANS) ⊲ CÂMARA DE SAÚDE SUPLEMENTAR ⊲ RESSARCIMENTO AO SUS ⊲ FIXANDO CONCEITOS 3 DO SISTEMA de SAÚDE SUPLEMENTAR SAÚDE SUPLEMENTAR 33 UNIDADE 3 CONSELHO DE SAÚDE SUPLEMENTAR (CONSU) Criado pela Lei nº 9.656/1998, e posteriormente alterado pelo Decreto nº 4.044, de 6 de dezembro de 2001 (revogado pelo Decreto nº 10.236, de 11 de fevereiro de 2020), o Conselho de Saúde Suplementar (CONSU) é órgão deliberativo, instituído no âmbito do Ministério da Saúde, destinado a atuar na definição de políticas públicas e diretrizes gerais do setor de saúde suplementar. O CONSU tem competência para desempenhar as seguintes atividades: ■ Estabelecer e supervisionar a execução de políticas e diretrizes gerais do setor de Saúde Suplementar. ■ Aprovar o contrato de gestão da ANS. ■ Supervisionar e acompanhar as ações e o funcionamento da ANS. ■ Fixar diretrizes gerais para a constituição, a organização, o funcio- namento e a fiscalização das empresas operadoras de produtos de que trata a Lei nº 9.656/1998. ■ Deliberar sobre a criação de câmaras técnicas, de caráter consulti- vo, de forma a subsidiar as decisões. 34 UNIDADE 3 SAÚDE SUPLEMENTAR AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (ANS) Criada pela Lei nº 9.961, de 28 de janeiro de 2000, a ANS é uma autarquia sob regime especial, vinculada ao Ministério da Saúde. Sua missão é promover a defesa do interesse público na Assistência Suplementar à Saúde, regu- lando as operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações com pres- tadores e consumidores, contribuindo assim para o desenvolvimento das ações de saúde no país. Entre suas competências, destacam-se as seguintes: ■ Propor políticas e diretrizes gerais ao CONSU para a regulação do setor de Saúde Suplementar. ■ Estabelecer parâmetros e indicadores de qualidade e de cobertura em Assistência à Saúde para os serviços próprios e de terceiros oferecidos pelas operadoras. ■ Estabelecer normas para ressarcimento ao SUS. ■ Normatizar os conceitos de doença e lesão preexistentes. ■ Definir, para fins de aplicação da Lei nº 9.656/1998, a segmentação das operadoras e administradoras de Planos Privados de Assistên- cia à Saúde, observando as suas peculiaridades. ■ Decidir sobre o estabelecimento de subsegmentações aos tipos de planos definidos nos incisos I a IV do art. 12 da Lei nº 9.656/1998. ■ Autorizar reajustes e revisões das contraprestações pecuniárias dos Planos Privados de Assistência à Saúde, de acordo com parâ- metros e diretrizes gerais fixados conjuntamente pelos Ministérios da Economia e da Saúde. ■ Expedir normas e padrões para o envio de informações de nature- za econômico-financeira pelas operadoras, com vistas à homolo- gação de reajustes e revisões. ■ Fiscalizar as atividades das operadoras de Planos Privados de Assistência à Saúde e zelar pelo cumprimento das normas atinen- tes ao seu funcionamento. ■ Articular-se com os órgãos de defesa do consumidor visando à eficácia da proteção e da defesa do consumidor de Serviços Privados de Assistência à Saúde, observado o disposto na Leinº 8.078/1990. 35 UNIDADE 3 SAÚDE SUPLEMENTAR — Estrutura Básica A ANS tem a seguinte estrutura básica: ■ Diretoria Colegiada. ■ Câmara de Saúde Suplementar. ■ Procuradoria. ■ Ouvidoria. ■ Corregedoria. Entre suas principais atribuições, podemos destacar: ■ Estabelecer as características gerais dos instrumentos contratuais utilizados na atividade das operadoras. ■ Elaborar o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, que consti- tuirá referência básica para os fins do disposto na Lei nº 9.656/1998 e suas excepcionalidades. ■ Fixar critérios para os procedimentos de credenciamento e des- credenciamento de prestadores de serviço às operadoras. ■ Estabelecer normas, rotinas e procedimentos para concessão, manutenção e cancelamento de registro dos produtos das opera- doras de Planos Privados de Assistência à Saúde. ■ Expedir normas e padrões para o envio de informações de nature- za econômico-financeira pelas operadoras, com vistas à homolo- gação de reajustes e revisões. ■ Autorizar o registro e o funcionamento das operadoras de Pla- nos Privados de Assistência à Saúde, bem como sua cisão, fusão, incorporação, alteração ou transferência do controle societário, sem prejuízo do disposto na Lei 8.884/1994. ■ Fiscalizar as atividades das operadoras de Planos Privados de Assistência à Saúde e zelar pelo cumprimento das normas atinen- tes ao seu funcionamento. ■ Avaliar a capacidade técnico-operacional das operadoras de Pla- nos Privados de Assistência à Saúde para garantir a compatibili- dade da cobertura oferecida com os recursos disponíveis na área geográfica de abrangência. ■ Instituir o regime de direção fiscal ou técnica nas operadoras. ■ Proceder à liquidação extrajudicial e autorizar o liquidante a reque- rer falência ou insolvência civil das operadoras de Planos Privados de Assistência à Saúde. ■ Determinar ou promover a alienação da carteira de Planos Priva- dos de Assistência à Saúde das operadoras. Importante A administração da ANS é regida por um contrato de gestão, negociado entre seu diretor-presidente e o ministro da Saúde, e aprovado pelo Conselho de Saúde Suple- mentar (CONSU), no prazo máximo de 120 dias seguintes à designação do diretor-presi- dente da autarquia. 36 UNIDADE 3 SAÚDE SUPLEMENTAR — Receitas Constituem receitas da ANS: ■ O produto resultante da arrecadação da Taxa de Saúde Suplementar. ■ O produto da arrecadação das multas resultantes das suas ações fiscalizadoras. A Taxa de Saúde Suplementar foi instituída, tendo como fato gerador o exercício pela ANS do poder de polícia que lhe é legalmente atribuído. A Taxa de Saúde Suplementar será devida: ■ Por Plano de Assistência à Saúde, e seu valor será o produto da mul- tiplicação de R$ 5,39 pelo número médio de usuários de cada Plano Privado de Assistência à Saúde, deduzido o percentual total de des- contos apurado em cada plano, de acordo com tabelas específicas. ■ Por registro de produto, registro de operadora, alteração de dados referente ao produto, alteração de dados referente à operadora, pedido de reajuste de contraprestação pecuniária, conforme os valores estabelecidos em regulamentação específica, sendo devi- da quando da protocolização do requerimento. CÂMARA DE SAÚDE SUPLEMENTAR Câmara de caráter consultivo da estrutura da ANS, conforme a Lei nº 9.961/2000, tem como principal objetivo promover a discussão de temas relevantes para o setor de Saúde Suplementar no Brasil, além de dar subsídios às decisões da ANS. A Câmara de Saúde Suplementar é integrada por entidades representantes dos protagonistas do setor e por órgãos de governo, cujos assentos são definidos por lei. RESSARCIMENTO AO SUS O ressarcimento ao SUS, criado pelo artigo 32 da Lei nº 9.656/1998 e regu- lamentado pelas normas da ANS, é a obrigação legal das operadoras de planos privados de assistência à saúde de restituir as despesas do Sistema Único de Saúde no eventual atendimento de seus beneficiários que este- jam cobertos pelos respectivos planos. Observação Para fins do cálculo do número médio de usuários de cada Plano Privado de Assistência à Saúde, previsto na legislação, não serão incluídos os maiores de 60 anos. 37 UNIDADE 3 SAÚDE SUPLEMENTAR I. Atendimento: Os beneficiários do plano de saúde são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). II. Identificação: A ANS cruza os dados dos sistemas de informações do SUS com o Sistema de Informações de Beneficiários (SIB) da própria Agência para identificar os atendimentos aos beneficiários de planos de saúde, excluindo aqueles sem cobertura contratual. III. Notificação: ANS notifica a operadora a respeito dos atendimen- tos identificados. IV. Impugnação e recurso: A operadora pode contestar as identifica- ções em duas instâncias administrativas. Caso comprove que os serviços prestados no atendimento identificado não têm cobertu- ra contratual, a identificação é anulada. Se ficar demonstrado que o contrato cobre apenas parte do atendimento, a identificação é retificada. V. Cobrança e recolhimento: impugnar ou recorrer, ou decidida em última instância administrativa, e mantida a identificação integral- mente ou parcialmente, a ANS encaminha para a operadora a notificação de cobrança dos valores devidos, havendo o prazo de 15 dias para pagamento ou parcelamento. VI. Inadimplência: Caso os valores devidos não sejam pagos ou par- celados no prazo, a operadora fica sujeita à inscrição no Cadastro Informativo (CADIN) dos créditos de órgãos e entidades federais não quitados, à inscrição em dívida ativa da ANS e à execução judicial. VII. Repasse: Os valores recolhidos a título de ressarcimento ao SUS são repassados pela ANS para o Fundo Nacional de Saúde. 38 FIXANDO CONCEITOS SAÚDE SUPLEMENTAR FIXANDO CONCEITOS 3 Marque a alternativa correta. 1. Sobre as competências do CONSU podemos afirmar que: (a) Delibera sobre a criação de câmaras técnicas, de caráter consultivo, de forma a subsidiar as decisões. (b) Normatiza os conceitos de doença e lesão preexistentes. (c) Expedir normas e padrões para o envio de informações de natureza econômico-financeira pelas operadoras. (d) Promove a discussão de temas relevantes para o setor de Saúde Suplementar no Brasil. (e) Estabelece as características gerais dos instrumentos contratuais utilizados na atividade das operadoras. Marque a alternativa que preencha corretamente a lacuna. 2. O produto resultante da arrecadação da Taxa de Saúde Suplementar constitui ______________ da Agência Nacional de Saúde Suplementar. (a) Patrimônio. (b) Receita. (c) Passivo. (d) Registro. (e) Regulamento. Consulte o gabarito clicando aqui. SAÚDE SUPLEMENTAR 39 UNIDADE 404 ■ Conhecer os diversos segmentos das operadoras, reconhecendo os tipos de assistência à saúde. ■ Reconhecer a definição de Operadora de Assistência à Saúde considerando a legislação vigente. ■ Classificar as operadoras de saúde quanto ao seu porte considerando a regulamentação vigente. ■ Diferenciar os tipos de assistência à saúde (complementar e suplementar) considerando os tipos de serviços e a legislação vigente. ■ Conhecer as modalidades das operadoras de saúde, diferenciando-as quanto ao tipo de serviço prestado. ■ Conhecer as regras de autorização e de funcionamento das operadoras de saúde considerando a legislação vigente. ■ Reconhecer a necessidade de garantias financeiras exigidas às operadoras de saúde, identificando a legislação pertinente. ■ Conhecer algumas regras de autorização de funcionamento e encerramento das atividades de uma operadora. ■ Conhecer a necessidade das garantias financeiras exigidas às operadoras. ■ Conhecer os regimes especiais aplicáveis. TÓPICOS DESTA UNIDADE OPERADORAS de ASSISTÊNCIA à SAÚDE SUPLEMENTAR Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ⊲ DEFINIÇÃO ⊲ TIPOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE⊲ AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO ⊲ FISCALIZAÇÃO E CONTROLE ⊲ REGIMES ⊲ LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL ⊲ REAJUSTES ⊲ FIXANDO CONCEITOS 4 SAÚDE SUPLEMENTAR 40 UNIDADE 4 DEFINIÇÃO A Lei nº 9.656/1998 definiu operadora de Plano de Assistência à Saúde como sendo toda pessoa jurídica constituída sob a modalidade de socie- dade civil ou comercial, cooperativa ou entidade de autogestão, que opere produto, serviço ou contrato de Plano Privado de Assistência à Saúde. Trata-se de empresas e entidades autorizadas, a partir do registro na ANS, a comercializar Planos de Assistência à Saúde, estando subordinadas às normas e à fiscalização da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). São classificadas por porte: Operadoras de Planos Privados de Assistência à Saúde de pequeno porte: São as que possuem menos de 20.000 beneficiários, número a ser apurado na data de 31 de dezembro do exercício imediata- mente anterior. Operadoras de Planos Privados de Assistência à Saúde de médio porte: São as que possuem de 20.000 até 100.000 beneficiários, número a ser apurado na data de 31 de dezembro do exercício imediata- mente anterior. Operadoras de Planos Privados de Assistência à Saúde de grande porte: São as que possuem mais de 100.000 beneficiários, número a ser apurado na data de 31 de dezembro do exercício imediata- mente anterior. 41 UNIDADE 4 SAÚDE SUPLEMENTAR TIPOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE Os Planos Privados de Assistência à Saúde têm sido uma alternativa cons- tante para a população, que recorre individualmente ou, na maioria das vezes, por intermédio de seus empregadores àqueles disponíveis no mer- cado por meio de operadoras classificadas nas seguintes modalidades: ■ Seguradora especializada em saúde. ■ Administradora. ■ Cooperativa médica. ■ Cooperativa odontológica. ■ Autogestão. ■ Medicina de grupo. ■ Odontologia de grupo. ■ Filantropia. — Seguradoras Especializadas em Saúde As seguradoras especializadas em saúde são sociedades com fins lucrati- vos que comercializam Seguros de Assistência à Saúde e oferecem, obriga- toriamente, reembolso das despesas médico-hospitalares ou odontológicas. O prêmio por meio de pré-pagamento é a forma normalmente utilizada nos Seguros de Assistência à Saúde. Exemplos: Bradesco Saúde, SulAmérica Saúde. Com a aprovação da Lei nº 9.656/1998, que regulamentou o setor de Saú- de Suplementar no Brasil e criou o CONSU, e da Lei nº 9.961/2000, que criou a ANS, tornou-se necessário equiparar as operações de Seguro-Saú- de aos Planos Privados de Assistência à Saúde, de forma a adaptar tais operações aos requisitos legais. A Lei nº 10.185/2001 enquadrou o Seguro-Saúde como Planos Privados de Assistência à Saúde, e a sociedade seguradora especializada em saú- de como operadora de Plano de Assistência à Saúde, para efeito da Lei nº 9.656/1998. Às sociedades seguradoras, que em 2001 já operavam o Seguro-Saúde, foi determinado que providenciassem a especialização até 1º de julho de 2001, quando passaram a ser disciplinadas pelo CONSU e pela ANS. Importante Como recurso adicional, as seguradoras podem ter uma rede referenciada de médicos, laboratórios, clínicas e hospitais, aos quais pagará, diretamente, pelos serviços prestados aos seus segurados. No Seguro-Saúde, a legislação existente não permite a manutenção de serviços próprios de atendimento médico- hospitalar. 42 UNIDADE 4 SAÚDE SUPLEMENTAR Com o advento da RDC nº 65/2001, a ANS regulamentou esse segmento, aplicando-se, no que coube às sociedades seguradoras especializadas em saúde, o disposto nas normas da SUSEP e do CNSP, publicadas até 21 de dezembro de 2000, cujas matérias não tenham sido disciplinadas pela ANS e pelo CONSU. — Administradoras Classificam-se na modalidade de administradora as empresas que admi- nistram exclusivamente Planos de Assistência à Saúde, financiados pela contratante, e que não assumem, portanto, o risco decorrente da ope- ração desses planos, nem possuem rede própria, credenciada ou referenciada de serviços médico-hospitalares ou odontológicos para oferecer aos beneficiários de sua contratante. Como o nome sugere, as administradoras são caracterizadas como empre- sas que administram Planos ou Serviços de Assistência à Saúde, financiados por operadoras, sem rede própria, credenciada ou referenciada de serviços médico-hospitalares ou odontológicos, e não admitem beneficiários. Resolução Normativa nº 515, de 29 de abril de 2022 A ANS, com o objetivo de regulamentar os Planos Coletivos oferecidos por operadoras a empresas ou entidades contratantes, criou a figura da administradora de benefícios como sendo a pessoa jurídica que propõe a contratação de Plano Coletivo na condição de estipulante ou que presta serviços para pessoas jurídicas contratantes de Planos Privados de Assistência à Saúde Coletivos, desenvolvendo ao menos uma das seguintes atividades: ■ Promover a reunião de pessoas jurídicas contratantes. ■ Contratar Plano Privado de Assistência à Saúde Coletivo, na condi- ção de estipulante, a ser disponibilizado para as pessoas jurídicas legitimadas para contratar. ■ Oferecer planos para associados das pessoas jurídicas contratantes. ■ Dar apoio técnico na discussão de aspectos operacionais, como: a) Negociação de reajuste. b) Aplicação de mecanismos de regulação pela operadora de Plano de Saúde. c) Alteração de rede assistencial. Importante A administradora de benefícios poderá contratar Planos Privados de Assistência à Saúde, na condição de estipulante de Plano Coletivo, a serem disponibilizados para as pessoas jurídicas legitimadas para contratar, desde que a administradora assuma o risco decorrente da inadimplência da pessoa jurídica, com a vinculação de ativos garantidores suficientes para tanto. 43 UNIDADE 4 SAÚDE SUPLEMENTAR — Cooperativa Médica Classificam-se na modalidade de cooperativas médicas as sociedades de pessoas sem fins lucrativos, constituídas conforme o disposto na Lei nº 5.764/1971, que operam Planos Privados de Assistência à Saúde. As cooperativas médicas e odontológicas representam uma importante parcela das operadoras de Planos de Saúde. Existem diversas que atuam pelo país. Exemplo: Unimed. A Lei nº 9.656/1998 estabelece que a aceitação, por parte de qualquer prestador de serviço ou profissional de saúde, na condição de contratado, credenciado ou coope- rado de uma operadora de produtos, implicará, dentre as suas principais obrigações, a manutenção de relacionamento de contratação, credenciamento ou referenciamento com número ilimitado de operadoras. É expressamente vedado às operadoras, inde- pendentemente de sua natureza jurídica constitutiva, impor contratos de exclusivida- de ou de restrição à atividade profissional (unimilitância). — Cooperativa Odontológica Com a mesma forma de constituição jurídica das cooperativas médicas, classificam-se, na modalidade de cooperativa odontológica, as socieda- des de pessoas sem fins lucrativos, igualmente constituídas conforme o disposto na Lei nº 5.764/1971, mas que operam exclusivamente planos ou produtos da segmentação odontológica. Exemplo: Uniodonto. — Autogestão Define-se como operadora de Planos Privados de Assistência à Saúde, na modalidade de autogestão: ■ A pessoa jurídica de direito privado que, por intermédio de seu departamento de recursos humanos ou órgão assemelhado, ope- ra Plano Privado de Assistência à Saúde exclusivamente a benefi- ciários especificados em regulamentação específica. Exemplo: PETROBRAS. 44 UNIDADE 4 SAÚDE SUPLEMENTAR ■ A pessoa jurídica de direito privado de fins não econômicos que, vinculada à entidade pública ou privada patrocinadora, insti- tuidora ou mantenedora, opera Plano Privado de Assistência à Saúde exclusivamente a beneficiários também especificados em regulamentação específica. Exemplo: CASSI, CAPESESP. ■ A pessoa jurídicade direito privado de fins não econômicos, cons- tituída sob a forma de associação, que opera Plano Privado de Assistência à Saúde, exclusivamente aos associados integrantes de determinada categoria profissional. Exemplo: ASSEFAZ, AFRERJ. As entidades de autogestão só poderão operar Plano Privado de Assistência à Saúde Coletivo e restrito aos beneficiários estabelecidos em regula- mentação específica (grupo fechado). Deverão possuir administração própria e objeto social exclusivo de ope- ração de Planos Privados de Assistência à Saúde, sendo-lhes vedada a prestação de quaisquer serviços que não estejam no âmbito do seu objeto. As entidades de autogestão estão obrigadas a garantir os riscos decorren- tes da operação de Planos Privados de Assistência à Saúde. De acordo com a Lei nº 9656/98: A entidade de autogestão deverá garantir os riscos decorrentes da operação de planos privados de assistência à saúde da seguinte forma: (Redação dada pela RN nº 148, de 2007) I – por meio da constituição das garantias financeiras próprias exi- gidas pela regulamentação em vigor; ou II – por meio da apresentação de termo de garantia firmado com o mantenedor. » O termo de garantia é o instrumento por meio do qual o man- tenedor obriga-se a garantir os riscos referidos no caput, com- provando a constituição do respectivo lastro financeiro. » O modelo do termo de garantia será elaborado pela Diretoria de Normas e Habilitação de Operadoras – DIOPE em regula- mentação específica; (Redação dada pela RN nº 148, de 2007); » O termo de garantia deverá ser submetido à prévia aprovação da DIOPE; » A não aprovação do termo de garantia sujeitará a entidade de autogestão a garantir os riscos referidos no caput; 45 UNIDADE 4 SAÚDE SUPLEMENTAR » Os riscos referidos no caput podem ser parcialmente garanti- dos pelo mantenedor e o valor remanescente pela entidade de autogestão após análise e aprovação da DIOPE; (Incluído pela RN nº 148, de 2007) » A entidade de autogestão que já tenha constituído as garantias financeiras próprias não poderá revertê-las, salvo de vieram a ser substituídas pelas de seu mantenedor e após aprovação da ANS. (Incluído pela RN nº 148, de 2007) A entidade de autogestão deverá operar por meio de rede própria e/ou credenciada, cuja administração será realizada de forma direta. Excepcionalmente, e mediante prévia comunicação à ANS, poderá ser contratada rede de prestação de serviços de entidade congênere ou de outra operadora. Podemos citar, ainda, como características importantes: ■ As autogestões não estão obrigadas a oferecer o Plano Referência. ■ São entidades sem finalidade lucrativa. ■ Só podem operar Planos Coletivos para grupos fechados e regulamentados. — Medicina de Grupo A Resolução de Diretoria Colegiada (RDC nº 39/2000) define como Medicina de Grupo as empresas ou entidades que operam Planos Privados de Assis- tência à Saúde, excetuando-se aquelas classificadas nas modalidades de administradora, cooperativa médica, autogestão ou instituição filantrópica. Uma das principais características da medicina de grupo é a possibi- lidade de manutenção de serviços próprios, a partir dos quais concen- tra seus atendimentos, podendo ser apoiados por uma rede credenciada, com a qual possui acordos por meio de tabelas específicas. Exemplo: Assim, Amil, Golden Cross. — Odontologia de Grupo Classificam-se na modalidade de odontologia de grupo as empresas ou entidades que operam exclusivamente Planos Odontológicos, à exceção das cooperativas odontológicas. Exemplo: Bradesco (Odontoprev), Amil Dental. 46 UNIDADE 4 SAÚDE SUPLEMENTAR — Filantropia Entidade filantrópica é uma pessoa jurídica que presta serviços à socie- dade, principalmente às pessoas mais carentes, e que não possui como finalidade a obtenção de lucro. Normalmente, é obrigatório o atendimento a pacientes do SUS. Exemplo: Santas Casas de Misericórdia. Observação Para todos os segmentos acima descritos, os prazos máxi- mos de carência permitidos pela Lei, são: 24 Horas – Urgências e Emergências 180 dias – procedimentos 300 dias – partos AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO — Concessão As pessoas jurídicas de direito privado que pretendem atuar no merca- do de Saúde Suplementar deverão atender aos seguintes requisitos para obter a autorização de funcionamento: ■ Ter registro da operadora. ■ Ter registro de produto. ■ Elaborar plano de negócios (documento que contém a caracteri- zação do negócio, sua forma de operar, seu plano para conquistar percentuais de participação de mercado e as projeções de despe- sas, receitas e resultados financeiros). O objeto social da pessoa jurídica deve ser exclusivamente o relacionado à Assistência à Saúde Suplementar, em atenção ao disposto no art. 34 da Lei nº 9.656/1998. Urgências e Emergências 24 horas da assinatura do contrato, a Lei 9.656/98 determina que haja atendimento dos casos de urgência e emergência. Porém, uma resolução posterior restringiu a assistência à saúde nessas condições. A Resolução 13 do Consu limitou os atendimentos de urgência e emergência a 12 horas no ambulatório, nas hipóteses de o usuário ter um plano exclusivamente ambulatorial ou mesmo tendo um plano hospitalar, se estiver durante o período de carência do plano. A medida nega também assistência à saúde do usuário que possui plano hospitalar, se a urgência ou emergência não representar necessidade de internação. Para a gestante que possui plano com direito à cobertura hospitalar e obstétrica, é oferecido atendimento ambulatorial por 12 horas, se ainda estiver cumprindo carência. 47 UNIDADE 4 SAÚDE SUPLEMENTAR — Encerramento Pela ANS A ANS cancelará o registro da operadora nos seguintes casos: ■ Incorporação, fusão ou cisão total. ■ Decretação de regime de liquidação extrajudicial. Por Solicitação da Operadora Ao efetuarem a solicitação do cancelamento da autorização de funciona- mento, as operadoras deverão enviar requerimento direcionado à ANS, informando o código de registro da operadora e o número do CNPJ, além de anexar os principais documentos, listados a seguir: ■ Declaração de inexistência de beneficiário de Planos Privados de Assistência à Saúde indicando a data efetiva da inexistência desse beneficiário. ■ Declaração de inexistência de obrigações para com a rede de prestadores de serviços de Assistência à Saúde. FISCALIZAÇÃO E CONTROLE Todas as operações de Saúde Suplementar, inclusive as de Seguro-Saúde, estão sujeitas a normas e regras orientadas para a preservação da sol- vência da operadora. A Lei nº 9.656/1998 exige que todas as empresas que trabalhem com a comercialização do produto saúde constituam, obrigatoriamente, suas reservas técnicas e garantias financeiras. — Garantias Financeiras Todas as operadoras são obrigadas a constituir garantias financeiras que deem suporte à sua operação, permitindo segurança aos beneficiários de seus respectivos planos. Tais garantias são conhecidas, tecnicamente, como: ■ Recursos próprios mínimos. ■ Provisões técnicas. Importante Na inviabilidade de recuperação da empresa, a ANS promoverá a alienação (transferência) da carteira para outra empresa. 48 UNIDADE 4 SAÚDE SUPLEMENTAR O dimensionamento dessas garantias é regulamentado pela ANS. As sociedades seguradoras especializadas em saúde estão subordina- das à regulamentação da ANS, devendo constituir reservas técnicas específicas para a área de Saúde. — Informações As operadoras de saúde são obrigadas a encaminhar à ANS, periodicamen- te, todas as informações e estatísticas relativas às suas atividades. Devem ser incluídas, também, as de natureza cadastral, especialmente aquelas que permitam a identificação dos consumidores e de seus dependentes. Delas devem constar obrigatoriamente os nomes, CPF de todos titulares e os municípios onde residem. Entre os compromissos
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