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Ferramentas da competência organizacional SST Santos, Michel Ferramentas da competência organizacional / Michel Santos Ano: 2020 nº de p. : 10 Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. Ferramentas da competência organizacional 3 Apresentação Neste momento vamos conhecer algumas ferramentas que podem ser aplicadas para o desenvolvimento da competência organizacional. Vamos conhecer o modelo 5W2H, a Janela de Johari e o processo de Empowerment, e que cada um contribui com elementos importantes de verificação das competências, levando em consideração o modelo atual e projeção de ações futuras. Vamos conhecer, também, os estudos e conceitos da inteligência emocional, sendo uma competência do século XXI. Vamos ter a possibilidade de nos fazer várias perguntas que nos ajudam a verificar como nos comportamos em determinados momentos de nossas vidas. E por fim, vamos entender que as ferramentas da competência organizacional estão relacionadas à diversidade cultural, a qual precisa ser respeitada. E para isso, o coaching e mentoring podem ser ferramentas importantes de aplicação. Ferramentas da Competência Organizacional Vamos começar com o 5W2H. Como sabemos, o controle e tomada de decisão pode ser estruturado utilizando-se do método chamado 5W2H, em que são respondidas uma série de questões. Em inglês, cinco dessas questões se iniciam com a letra W e duas com a letra H, por isso, o nome 5W2H (GRACIOSO, 2009). Essas questões estão elencadas a seguir: What (O quê): breve descrição da ação; Why (Por quê?): motivador específico para a ação; 4 Who (Quem?): o responsável por desenvolver a ação; When (Quando?): em que momento a ação deve ser implementada? Where (Onde?): em que local a ação deve ser feita; How (Como?): como essa ação deve ser executada; How Much (Quanto?): estimativa de custos inicial; Vamos agora falar de feedback, por meio da Janela de Johari. Quando nos relacionamos com outras pessoas, passamos por momentos em que nos expomos mais ou nos mostramos menos, de acordo com o nosso nível de interação com os outros. Para entender como isto acontece, em 1955, dois psicólogos (Joseph Luft e Harrington Ingham) criaram o conceito da Janela de Johari. 5 Janela de Johari CONHECIDA POR NÓS DESCONHECIDA PELOS OUTROS CONHECIDA PELOS OUTROS ÁREA ABERTA ÁREA CEGA DESCONHECIDA PELOS OUTROS ÁREA OCULTA ÁREA DESCONHECIDA Fonte: Elaborado pelo autor (2020) Cada quadrante corresponde a uma janela e cada janela representa uma área da nossa forma de se relacionar: Área aberta área que representa o conhecimento do “EU” e também dos outros, ou seja, aquilo que você tem consciência sobre você e as pessoas também conhecem. Área cega área que representa apenas o que os outros conhecem de você e, portanto, uma área desconhecida de seu “EU”. Área oculta área que representa aquilo que você conhece em você, mas não compartilha com os outros. Área desconhecida área que detém os elementos de uma relação em que nem o “EU”, nem os outros têm consciência ou conhecimento. Para entendermos melhor o funcionamento da janela, vejamos o seguinte exemplo: 6 “Você conheceu uma pessoa que é amiga da sua amiga. Num primeiro momento você vai demonstrar apenas aquilo que acha suficiente para estabelecer um primeiro contato (área oculta maior que as demais). Com o passar do tempo, a dinâmica do relacionamento interpessoal faz com que os quadrantes aumentem ou diminuam principalmente após respostas que esta nova conhecida dá a suas ações e comportamentos (feedback).” O feedback nos ajuda a compreender uns aos outros, tanto na forma como na maneira de nos relacionarmos com as pessoas. Outra ferramenta é o Empowerment, sendo um conceito de administração que demonstra o processo de delegar poder aos colaboradores das empresas. Empowerment: conhecido pelo termo “empoderamento”, esta é uma forma de desenvolver competências pessoais gerando responsabilidade pelas escolhas e ações feitas pelos colaboradores. Curiosidade Esta prática, desejada pela maioria das empresas, mas aplicada apenas nas mais arrojadas, dá aos envolvidos a possibilidade de cada colaborador encontrar autoconfiança, motivação, cooperação e pró-atividade, além de desenvolver a liderança e outras competências. Organizações do futuro são capazes de promover grandes transformações na gestão de pessoas. Dar condições dos colaboradores agirem e se responsabilizarem por suas ações e resultados, como se fossem donos da empresa, é, com certeza, uma estratégia para um novo modelo de trabalho. Quando a organização permite uma descentralização de poder, reflete a confiança em seus colaboradores e uma gestão participativa e permite que eles mostrem suas aptidões para avaliar, diagnosticar e propor soluções para as situações do dia a dia. Inteligência Emocional Goleman (2015) explica que, após o funcionário conseguir o emprego, quanto mais apresenta crescimento em uma organização, maior é a importância da Inteligência Emocional, o que favorece a distinção de líderes mais eficazes. 7 Vale destacar que habilidades como autoconsciência, autogestão, empatia ou habilidade social, fazem parte das características a serem constantemente trabalhadas na inteligência emocional. Como avaliar a sua inteligência emocional? Percebemos que este é um assunto fundamental para o desenvolvimento da liderança e veremos algumas perguntas que te ajudarão a refletir sobre o nível de Inteligência Emocional que você tem hoje: • Você costuma estar consciente de seus sentimentos e porque se sente assim? • Você está consciente de suas limitações, bem como de suas forças pessoais, como um líder? • Você consegue lidar bem com suas emoções negativas – por exemplo recu- perar-se rapidamente quando fica contrariado ou tenso? • Você consegue se adaptar facilmente a realidades em mudança? • Você mantém o foco em seus objetivos principais e conhece os passos ne- cessários para chegar lá? • Você normalmente consegue perceber os sentimentos das pessoas com quem interage e entender suas formas de ver as coisas? • Você possui um dom para persuasão e usa sua influência com eficácia? • Você consegue conduzir uma negociação a um acordo satisfatório e ajudar a dirimir conflitos? • Você trabalha bem em equipe ou prefere trabalhar sozinho? (GOLEMAN, 2015, p. 27). Após responder essas questões, reflita sobre os resultados e identifique os pontos que devem ser fortalecidos e os que já são fortes e devem ser mantidos, pois as competências de inteligência emocional podem ser aperfeiçoadas. Atenção Atualmente o tema diversidade cultural tem feito parte cada vez mais das organizações devido às equipes, muitas vezes, estarem espalhadas geograficamente. Embora as ferramentas tecnológicas aproximem a comunicação, essa é uma barreira que não pode ser desconsiderada, pois a forma como conversar com uma equipe pode ser diferente em uma região ou outra, então isso impacta diretamente na forma como será estabelecida a liderança. 8 Essa diversidade ocorre principalmente devido ao fato de que cada cultura tem o seu modo de ver e avaliar uma situação, portanto, torna-se fundamental ao líder o exercício da empatia para com sua equipe. Vejamos: [...] Como exemplo, vamos pensar no Brasil. Considerados preguiçosos pelos portugueses que aqui chegaram, nos tornamos um país diverso e, por isso, rico cultural e socialmente, apesar de todos os problemas. Somos uma terra de índios, brancos, negros, caiçaras, mamelucos, mulatos, pardos, imigrantes, paisanos, sanseis etc. De árabes e judeus que trabalham lado a lado, de nordestinos holandeses de olhos azuis, de japoneses que comem feijoada e de brasileiros que amam sushis. (GRACIOSO, 2009, p. 33). Coaching e Mentoring Para finalizarmos a temática dos conceitos básicos sobre grupos nas organizações, vamos abordar as noções de coaching e mentoring. Primeiramente, saiba que coaching se refere ao coach, isto é, o substantivo na língua inglesa, geralmente traduzido como treinador, que dá nome àquele indivíduo que treina e ensina outros; no campo esportivo, por exemplo, ele toma decisões sobre como um time vai jogar. Conceitualmente, Lotz (2014, p. 17) afirma que “[...] Coaching é um processo que estimula reflexões para potencializar o desempenho e o aprendizado de um indivíduo, promovendo o desenvolvimento pessoal e profissional”. Reflita Por outro lado, no campo da Administração, segundo Kilburg (1996 apud DUTRA, 2009), coaching trata da relação de ajuda na qual o coach (treinador) utiliza metodologias retiradas das ciências comportamentais para ajudar um líder ou gestor, com o intuito de que ele alcance as metas estabelecidas, melhorando o desempenho, sua satisfação pessoal e com consequentes melhorias nos resultados da organização. 9 Coaching Fonte: Plataforma Deduca (2020) O coaching é uma metodologia repleta de técnicas específicas, com foco em desenvolvimento de competências. Qual o objetivo? Fazer com que o indivíduo que recebe o coaching reconheça seus talentos e aptidões, de forma a utilizá-los e desenvolvê-los. Por outro lado, a mentoria (do termo em inglês mentoring) é o aconselhamento voltado ao crescimento orientado para a carreira daquele que é aconselhado, com objetivos de médio a longo prazo. Fechamento Estudamos algumas ferramentas significativas e aplicáveis à competência organizacional. Estudamos o modelo 5W2H, muito utilizado na administração de empresas e também usado para a gestão de competências. Além disso, vimos a Janela de Johari, com suas quatro áreas de aplicação. Também vimos que o empoderamento é uma forma de potencializar as competências, dando mais autonomia e engajamento às pessoas nas organizações. Por fim, tratamos da inteligência emocional nas empresas, com o uso da empatia, gestão das emoções, autoconhecimento e desenvolvimento profissional. Vimos que o coaching e mentoring, com suas técnicas de aplicação, ajudam na gestão da competência organizacional. E, claro, nunca esqueçamos da diversidade cultural, que nos ajuda a entender melhor a sociedade, os negócios e as relações sociais. 10 Referências DUTRA. J. S. Administração de carreiras: uma proposta para repensar a gestão de pessoas. São Paulo: Atlas, 2009. GRACIOSO, L. F. Liderança empresarial: competências que inspiram, influenciam e conquistam resultados. São Paulo: Atlas, 2009. GOLEMAN, D. Liderança: A inteligência emocional na formação de um líder de sucesso. 1. ed., Rio de Janeiro: Objetiva, 2015. LOTZ, E. G. Coaching e Mentoring. Curitiba: Intersaberes, 2014.
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