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CARDIORRESPIRATÓRIA Doenças Pulmonares Analogia do copo de água com o canudo Restritivas: • Relação com alterações no volume de ar comportado pelo pulmão (compla- cência) Obstrutivas: • Aumento da resistência, diminuindo o fluxo pelas vias - Acomete, principalmente a expiração, se afeta inspiração é muito grave DOENÇAS OBSTRUTIVAS Podem ser causadas por acometimento: No interior do brônquio: • Secreções • Líquidos • Corpo estranho Na parede da via aérea: • Contração reativa do músculo liso • Hipertrofia de glândulas secretoras Situados fora das vias aéreas: • Destruição do parênquima pulmonar com perda da tração radial • Compressão por neoplasias Mecanismos de Obstrução das Vias Aéreas • Secreção - quanto menor o brônquio, maior a restrição gerada pela secre- ção • Edema – ex: asma • Destruição do tecido elástico dos brôn- quios – colabam aumentando a resis- tência Doenças • DPOC: enfisema e bronquite crônica • Asma • Bronquiolite • Fibrose Cística DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica É uma doença caracterizada por limitação do fluxo aéreo que não é totalmente reversível • A limitação do fluxo aéreo é geral- mente progressiva e associada a uma resposta inflamatória anormal do pul- mão a partículas ou gases nocivos Condição pulmonar crônica, caracterizada pela presença de tosse produtiva e, ou, dis- pneia aos esforços geralmente progressiva • Determinada na maioria das vezes pela exposição à fumaça do cigarro ou eventualmente a outras substâncias inaladas Enfisema Pulmonar e Bronquite Crônica tem alterações anatômicas e funcionais distintas BRONQUITE CRÔNICA Caracterizada por tosse crônica com expec- toração excessiva de mucosa ou mucopuru- lenta na árvore brônquica • Expectoração por pelo menos 3 me- ses ao ano, em 2 anos sucessivos • Hipertrofia das glândulas mucosas nos grandes brônquios e alterações funcio- nais inflamatórias crônicas nas peque- nas vias aéreas (edema de paredes) • Alterações iniciais são nas pequenas vias e progridem para maiores brôn- quios (espessamento do músculo liso brônquico) ENFISEMA PULMONAR Destruição da parede (parênquima) alveolar e consequentemente perda dos pontos de fi- xação das vias aéreas terminais aos alvéo- los, com colapso expiratório* dos mesmos, li- mitação do fluxo aéreo e hiper insuflação pul- monar *Tornam-se bolhas de ar parado dentro dos pulmões → perde circulação sanguínea pela falta de troca gasosa → perda da capacidade pulmonar (não há entrada de ar novo) Efeitos sobre o ciclo respiratório: • Tecido de sustentação (parênquima – fibras elásticas que auxiliam a tração radial): é destruído pela inflamação - O ar chega aos alvéolos, mas encon- tra resistência para sair devido ao bronquíolo colabado (por perda de tra- ção radial) → ar fica aprisionado den- tro dos pulmões → hiper insuflação pulmonar impede que o “ar novo” en- tre causando falta de ar Inflamação • Mais característica em casos enfise- matosos • Doenças de pequenas vias aéreas: - Inflamação de Vias Aéreas (VA) - Remodelamento de VA *Paciente se torna mais suscetível a adoecer • Destruição do Parênquima - Ruptura das ligações alveolares - Diminuição do recolhimento elástico (elástico frouxo de cueca) Todos geram limitação ao fluxo aéreo Em termos fisiopatológicos a inflamação exis- tente na DPOC, juntamente com participação do estresse oxidativo e do desequilíbrio entre proteases e antiproteases FISIOPATOLOGIA Hipótese de desequilíbrio de proteases e an- tiproteases • No organismo, encontramos a alfa-1- antitripsina (antiprotease) em equilíbrio com a elastase (protease) • A elastase tem o papel de destruir a elastina, que é a proteína que compõe o tecido elástico do pulmão → seu pa- pel é primordial para que o tecido seja elástico na medida correta • Já a alfa-1- antitripsina, tem como pa- pel destruir a elastase, controlando a sua ação Nos casos de enfisema, esse sistema estaria em desequilíbrio tendo uma menor concen- tração de alfa-1-antitripsina no organismo, por fatores genéticos. • A falta dessa enzima, faz com que a ação da elastase seja exacerbada, destruindo o tecido elástico pulmonar PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE BRONQUITE x ENFISEMA Bronquite: edema + secreção diminuem a luz do brônquio, dificultando a passagem do ar Enfisema: perda da tração radial leva ao co- labamento da via → perda do parênquima faz com que a eficiência da troca gasosa seja perdia → bolhas de ar CARACTERÍSTICAS FÍSICAS Bronquite: Blue bloater tipo B = Pletórico cianó- tico (falta de oxi- genação sanguí- nea) • Tórax brevilíneo/ obeso • Mais comum na meia idade • Emagrecimento ausente • Cianose presente • Dispnéia moderada • Tosse acentuada/ expectoração • Constantes infecções • Percussão normal • AP: roncos (presença de secreção) e sibilos (dificuldade da passagem do ar) • Complacência normal Enfisema: Pink Puffer tipo A = Soprador rosado - Freno labial: expira- ção com a boca mais fechada • Tórax longilí- neo/ magro • Mais comum em idosos • Emagrecimento acentuado • Ausência de cianose • Grave dispnéia • Tosse discreta • Ocasionais infecções • Percussão hipersonoridade (tambor) • AP: MV (murmúrios vesiculares) au- sentes, raros est. creptantes • Complacência pulmonar aumentada FATORES DE RISCO PARA DPOC Pessoais: • Genético (deficiência de alfa-1-antitrip- sina) • Hiperresponsividade Ambientais: • Tabagismo → um dos principais fato- res de causa e maior causa de agra- vamento do quadro • Poeiras e produtos químicos • Ocupacionais • Infecções • Condições sócio-econômicas DIAGNÓSTICO DA DPOC História Clínica: • Exposição aos fatores de risco • Dispnéia • Sibilos → ar passando por vias estrei- tas; quando presentes na inspiração indicam casos mais graves • Tosse produtiva (crônica) Exame Físico: • Fase avançada da doença: - Inspeção: hiperinsuflação, dispneia, cianose, expiração prolongada, respi- ração com lábios semicerrados, uso de musculatura acessória, movimento paradoxal dos músculos intercostais - Sinais de cor-pumonale*: hiperten- são pulmonar, turgência jugular, edema de MMII, hepatomegalia *Cor-Pumonale: o avanço da doença, pode levar à sobrecarga do sistema cardiovascular causando alterações - Ausculta: murmúrio vesicular pre- sente, diminuído globalmente (sibi- los...) - Percussão: hipersonoridade Avaliação Respiratória • Tórax enfisematoso = tórax em tonel: diâmetro antero-posterior aumentado (= ao latero-lateral) Exames Complementares • Espirometria • Gasometria • RX • CT ESPIROMETRIA • Padrão ouro para o diagnóstico e ava- liação da DPOC - Médico: diagnóstico da doença - Fisioterapêutico: diagnóstico funcio- nal *Não avalia VR • Permite o estadiamento de acordo com a gravidade da obstrução *VEF1: fluxo de ar diminuído no 1° segundo *CVF: capacidade vital forçada *CPT, CRF e VR estão aumentados no enfi- sema *Recuo elástico pulmonar é reduzido EXACERBAÇÃO Piora da doença, de rápida instalação, dos sintomas habituais do paciente Causas: • Infecção pulmonar • Pneumonia • Pneumotórax • Embolia pulmonar • Derrame pleural • ICC descompensada Condutas: depende da causa • Medicamentosa (Atb, bd e corticóide) - Combate a inflamação local • Oxigenoterapia para SatO2 < 90% • Ventilação não-invasiva Tratamento Não farmacológico: • Cessação do tabagismo • Oxigenoterapia - PaO2 < ou igual a 55 mmHg ou SpO2 < ou igual 88% em repouso - PaO2 entre 56 e 59 mmHg (SatO2 = 89%), com evidências de cor pumo- nale ou Policitemia (hematócrito > 55%) • Reabilitação pulmonar • Cirúrgico
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