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CUIDADO DE ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA E TRAUMAS UNIDADE 3 - Principais emergências clínicas que afetam o sistema circulatório Profº MSc. Gutembergue Aragão SISTEMA CIRCULATÓRIO O sistema circulatório está presente em todo o corpo humano, com a função de realizar o transporte de nutrientes e oxigênio para a manutenção do organismo. É o sistema circulatório que também promove excreção de todos os resíduos decorrentes do metabolismo. É por este motivo que qualquer dano relacionado a esse sistema deve ser imediatamente corrigido. Hemorragia arterial o sangue é de cor vermelho vivo e ocorre de forma rápida em jatos ou pulsos. Hemorragia decorrente de lesão venosa o sangue é de cor vermelho escuro ou castanho avermelhado e possui um fluxo estável. Hemorragia provocada em vasos capilares o sangue é de cor vermelha, com um fluxo lento e uniforme, muitas vezes em gotejamento. HEMORRAGIA •palidez, com pele úmida e fria; •excesso de suor na palma das mãos e na testa; •ânsia de vômito; •sensação de frio e calafrios; •visão nublada; •pressão baixa, com os batimentos cardíacos acelerados; •respiração acelerada, irregular e curta; •perda parcial ou total da consciência. SINAIS E SINTOMAS DA HEMORRAGIA Cuidados com a vítima de hemorragia O primeiro passo é o controle da hemorragia; Após o controle pode ser realizada a sutura. No entanto, é preciso ter atenção às lesões com mais de seis horas: não devem ser suturadas. A enfermagem deve manter as feridas sempre secas e limpas, realizando o curativo diariamente ou sempre que necessário, pois, em alguns casos, as feridas podem umidificar o curativo, requerendo a sua troca. O paciente deve ser avaliado em cada troca de curativo em relação à evolução da cicatrização. Além disso, é importante avaliar o estado nutricional e a presença de outras doenças, como diabetes, que podem afetar o processo de cicatrização (BRENT, 2002). QUEIMADURAS As queimaduras são uma lesão tecidual resultante da ação do calor direto ou indireto (radiante) sobre o corpo humano. O frio também pode provocar estas lesões e, por apresentar algumas características próprias, é chamado de geladura. A lesão gerada pela queimadura depende de fatores como: •intensidade da fonte; •velocidade de transferência do calor para o corpo; •tempo de contato; •característica da fonte (as fontes geradoras de calor causam queimaduras mais profundas que os agentes apenas aquecidos). Queimaduras térmicas ocorrem por gases, líquidos ou sólidos que estão em temperaturas elevadas, como líquido fervente, vapores, objetos (ferro quente), fogo e a exposição solar. Esse tipo de queimadura são as mais comuns e frequentes, pois podem ocorrer em ambiente domiciliar, sendo as crianças as mais afetadas. Queimaduras químicas Causadas por compostos ácidos ou básicos, substâncias cáusticas que causam lesões semelhantes a uma queimadura causada pelo calor. Diversas delas são encontradas em produtos domésticos, como o hidróxido de sódio (produtos como a soda utilizada para desentupir canos, por exemplo), fenóis (desodorizantes, produtos de higiene e desinfetantes), hipoclorito de sódio (desinfetantes), ácido sulfúrico (produtos para limpeza de instalações sanitárias e ácido de bateria) e ácido clorídrico (produtos químicos para piscinas e pisos). Queimaduras elétricas ocorrem devido ao contato com a corrente elétrica. Esse tipo de queimadura apresenta um ponto de entrada e de saída, por isso existe a possibilidade de lesões aos órgãos internos. Os tecidos apresentam uma resistência diferente, sendo os ossos mais resistentes, seguido pelo tendão, pele, músculo, gordura, vasos, sangue e nervos. Queimaduras por radiação podem ocorrer por meio de exposição a agentes radioativos, como raios ultravioleta, raios X, radiação ionizante ou atrito devido que são decorrentes de atrito constante e intenso. Esse tipo de queimadura é frequente em pacientes oncológicos em tratamento por radioterapia. Cuidados à vitima de queimaduras: •remover possíveis contaminantes visíveis; •limpar o local com água corrente, podendo ser utilizado em associação o sabão líquido neutro ou glicerinado; •lavar os olhos com colírio, no caso de lesão nas córneas; •realizar o resfriamento imediato com água corrente, nos casos de materiais aderidos, como pinche e roupas. Porém, não deve ser feita a remoção imediata, para que não ocorra lesão; • realizar a irrigação abundante com água corrente de baixo fluxo, por pelo menos 20 a 30 minutos, nos casos de queimaduras químicas. O uso de agentes neutralizantes não é indicado pois ocorre reação é exotérmica e isso agrava a queimadura. •Salivação excessiva; •Lacrimejamento; •Liberação de esfíncter vesical; •Diarreia; •Vômitos; •Broncoconstrição; •Broncorréia; •Câimbras e fraqueza muscular (inclusive de musculatura respiratória); •Hipertensão; •Taquicardia; •Dilatação pupilar; •Palidez cutânea. INTOXICAÇÃO EXÓGENA Cuidados à vitima de intoxicação: •Avaliação dos sinais vitais. Nos casos em que é possível retirar do organismo a substância causadora da intoxicação, como por higiene da pele, por exemplo, deve ser realizado ainda no atendimento pré- hospitalar. Além disso, outras medidas podem ser tomadas como a administração de xarope de ipeca ou de outro indutor de vômito; •A lavagem gástrica é a medida mais aceita e eficaz, sendo utilizada na maioria dos casos de intoxicação; •O sistema nervoso central pode ser acometido por acidente vascular isquêmico ou hemorrágico. Ambos levam a um comprometimento cerebral e pode causar desde pequenos danos como perda da fala e dos movimentos, até o óbito do paciente. ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO (AVCI) E ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL HEMORRÁGICO (AVCH) SINAIS DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO (AVCI) E ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL HEMORRÁGICO (AVCH) Cuidados à vitima de AVC: •Avaliação do estado neurológico frequentemente,; •Orientação quanto a importância de manter o repouso; •A família deve ser orientada quanto às perdas de funções e a necessidade de apoio a vítima; •Durante a permanência do paciente no leito é importante manter a cabeceira 45ºC e grades laterais para evitar quedas.; •Em casos que ocorra a perda da capacidade de deglutição, os pacientes devem ser aspirados; •Os pacientes acamados devem ter a mudança de decúbito de duas em duas horas. REFERÊNCIAS CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (COFEN). Resolução Cofen nº 564/2017. Disponível em: . Acesso em: 9 abr. 2020. DE LIMA, H. C. V. Ética e direito. São Paulo: Edições Loyola, 2002. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 342, de 4 de março de 2013. Redefine as diretrizes para a implantação do Serviço de Unidade de pronto atendimento (UPA). Disponível em: . Acesso em: 11 abr. 2020. _____. Portaria nº 354, de 10 de março de 2014. Publica a proposta de Projeto de Resolução Boas Práticas para Organização e Funcionamento de Serviços de Urgência e Emergência. Disponível em: . Acesso em: 11 abr. 2020. _____. Portaria nº 1.010, de 21 de maio de 2012. Redefine as diretrizes para a implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e sua Central de Regulação das Urgências, componente da Rede de Atenção às Urgências. Disponível em: . Acesso em: 2 abr. 2020. NATIONAL ASSOCIATION OF EMERGENCY MEDICAL TECHNICIANS (NAEMT). Atendimento pré-hospitalar ao traumatizado. Rio de Janeiro: Elsevier Editora, 2018. RODRIGUES, D. et al. Legislação e ética do enfermeiro em assistência de urgência e emergência. 2013. Revista Eletrônica de Enfermagem do Centro de Estudos de Enfermagem e Nutrição, ago-dez 2013. Disponível em: . Acesso em: 1 abr. 2020. SANTOS, W. C. et al. Avaliação do conhecimento de enfermeiros sobre a escala de coma de Glasgow em um hospital universitário. Einstein, vol.14 n.2, São Paulo, apr./jun. 2016. Disponível em: . Acesso em: 9 ab. 2020. OBRIGADO! PROF. GUTEMBERGUE ARAGÃO GUTEMBERGUE.ARAGAO@SEREDUCACIONAL.COM