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aula 6 planejamento de comunicação

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PLANEJAMENTO DE 
COMUNICAÇÃO 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Matias Peruyera
 
 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, veremos os últimos detalhes para apresentar uma campanha, 
começando pela parte de criação. Explicaremos como elaborar um briefing 
criativo, bem como algumas especificidades do processo de criação. Depois, 
vamos apresentar algumas dicas sobre os investimentos na campanha, para que 
sejam apresentados com clareza. Também será apresentada a etapa de revisão, 
com vários itens que precisam ser considerados, e, por fim, como apresentar e 
defender a campanha perante seu cliente. 
CONTEXTUALIZANDO 
Esta aula apresenta a etapa de criação, na qual serão criadas as peças 
planejadas. Mais do que dicas de criação em si, focaremos nas informações que 
precisam constar no briefing criativo para poder cumprir todas as exigências 
necessárias; e em considerações sobre direitos autorais e contratação de outros 
profissionais, como ilustradores, fotógrafos, produtoras de vídeo e 
desenvolvedores web. São detalhes que precisam ser considerados com 
cuidado. Um processo por direitos autorais de uma imagem que você usou sem 
cuidado vai afetar a você e a seu cliente. 
Também mostraremos como apresentar os números do orçamento. 
Basicamente, trata-se de apresentar tabelas detalhadas para cada tática de 
mídia e as que agrupam e resumem tais informações. É importante ser 
transparente e claro com essas informações, para que seu cliente saiba de que 
maneira o dinheiro dele vai ser investido. 
É importantíssimo atentar-se à revisão geral do trabalho para que ele 
possa ser apresentado com qualidade. Boas imagens, texto correto e sem erros, 
contas fechando. Tudo precisa ser cuidadosamente pensado para a defesa da 
campanha, que é o momento no qual você vai apresentar sua pesquisa em uma 
introdução para apresentar a sua estratégia e as peças que você criou e, espera-
se, conseguir a aprovação do seu cliente. 
TEMA 1 – BRIEFING CRIATIVO 
A parte de criação é a parte da campanha que vai ser visível pelo público-
alvo – se tudo tiver sido planejado corretamente, claro. Também é a parte que 
será comentada e admirada pelo cliente. O cliente vai dizer que as peças estão 
 
 
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muito bonitas, mas entenda esse “bonitas” como um elogio que representa toda 
a pesquisa feita para poder chegar a elas. 
Logicamente, não é possível criar peças sem uma base, não dispondo de 
objetivos a serem alcançados. Senão, teríamos começado pela criação e 
poupado o trabalho de diagnóstico e planejamento. 
Podemos, então, elaborar o briefing criativo ou briefing de criação, que 
é a parte do planejamento que vai apresentar as informações levantadas para 
que o setor de criação comece a trabalhar com objetivos a serem alcançados. A 
criatividade é importantíssima, mas precisa ser bem direcionada. 
Para isso, é necessário haver uma estratégia de criação, que se refere 
à maneira como a criação das peças será orientada. Aqui, vamos propor seis 
passos, com base em Corrêa (2008, p. 164) e Públio (2008, p. 180). 
1. Considere o público-alvo determinado. Você vai precisar se comunicar 
adequadamente com ele. Por isso, é importante defini-lo não somente por 
meio de dados estatísticos e/ou demográficos, mas também de hábitos de 
compra e consumo. 
2. Observe o problema e objetivos de comunicação. Tenha-o em mente 
no momento de criar as peças. Você pode ter uma ideia ótima, mas ela 
precisa ajudar a resolver o problema. Se a ideia não estiver relacionada 
ao problema, guarde-a para depois. 
3. Lembre-se do posicionamento. A criação precisa ser coerente com ele 
e ajudar a posicionar a marca ou produto na mente de quem vai consumi-
lo. Ele pode ser dividido em afirmação básica, justificativa da afirmação 
básica e atributos complementares. 
4. Estabeleça o conceito criativo. Ele provavelmente será uma variação do 
posicionamento, explicado em um texto um pouco mais extenso. 
5. Estabeleça o tema da campanha. É recomendável que você o resuma em 
uma frase ou uma palavra e a inclua em seu planejamento. 
6. Um tema pode ser abordado de diversas maneiras. Detalhe a maneira 
como você o abordará. É a chamada abordagem. Ela pode ser mais 
específica quanto à forma que as peças vão tomar. 
7. Elabore um slogan ou “tagline”, mesmo que as peças não o incluam. Essa 
frase também servirá para orientar a criação – ou reforçar o conceito, caso 
apareça nas peças. Essa frase também pode ser considerada como a 
assinatura das peças, ou seja, quem está emitindo a mensagem. 
 
 
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Vamos a um exemplo de como apresentar essa estratégia no plano de 
comunicação, com base em uma revenda de carros imaginária. 
A revenda ItalCar é bastante conhecida na cidade devido a campanhas 
anteriores. Porém, ela quer aumentar a venda de carros de segmentos 
superiores. 
• Público-alvo: majoritariamente masculino, de entre 25 e 55 anos, de 
classes econômicas B e C, que costuma trocar de carro uma vez a cada 
um ou dois anos – associa a imagem dela a carros usados e econômicos. 
• Problema e objetivos de comunicação: reposicionar a ItalCar como uma 
revenda que também vende automóveis usados de luxo. 
• Posicionamento: carros para todos os bolsos e todos os gostos. 
• Conceito criativo: a ItalCar tem outras opções de carros que não somente 
os populares. Comprar um carro melhor é um desejo, uma necessidade. 
Indica crescimento pessoal e profissional, mudando a imagem da pessoa 
perante os outros e para si própria. 
• Tema da campanha: upgrade. 
• Abordagem: homens e mulheres, de várias idades, escolhendo e/ou 
usando carros melhores que os que já possuem, ressaltando as boas 
consequências da troca. 
• Slogan/assinatura: Você quer, você merece, ItalCar tem. 
 
Pronto! Agora, quem fizer a parte de criação tem uma estratégia a seguir 
para poder canalizar a criatividade para os objetivos a serem alcançados. 
 
 
 
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Figura 1 – Ela está sorrindo, mas, na verdade, ela quer que você vá embora para 
continuar trabalhando em paz, seguindo o briefing 
 
Crédito: Samborski/Shutterstock 
Ainda falta identificar as peças a serem criadas. Afinal de contas, não é 
possível fazer um flyer e solicitar a confecção de um outdoor com base nele. 
Dessa forma, a mídia e a criação precisam trabalhar juntas. 
A mídia pode passar uma lista com as peças que devem ser criadas e 
suas especificações, que devem aparecer no briefing criativo. Também é 
possível que apareçam ideias com base na criação que exijam orçamentos 
maiores – ou que sejam mais econômicas, inclusive. Nesse caso, o trabalho 
conjunto é essencial para saber se vale a pena ajustar o plano de mídia para 
incluir novas peças. 
Aqui também vale a pena lembrar ao pessoal da criação para não cometer 
exageros. Será que vale a pena usar verniz localizado no cartão de visita? É 
importante usar esse papel especial mais caro? Lembre-se de que há uma verba 
disponível que, por maior que seja, precisa ser usada de maneira inteligente. 
O formato final que o briefing de criação vai ter é variável, assim como o 
briefing da campanha. Depende da agência, da maneira de trabalhar das 
pessoas envolvidas, do tamanho da organização. Encontre a maneira de 
elaborar o briefing mais adequada ao seu método de trabalho e ao cliente, mas 
pense que ter ele registrado por escrito pode ser importante para relembrar o 
que deve ser comunicado e impedir que o trabalho se desvie dos objetivos. 
 
 
 
 
6 
TEMA 2 – RECURSOS PARA A CRIAÇÃO 
Munidos do briefing de criação, é o momento de realizar as peças que 
serão, de fato, recebidas pelo público-alvo. Finalmente, aquelas ideias que 
ficavam aparecendo durante as etapas anteriores vão poder ver a luz. E você 
pode perceber que as ideias não eram tão boas assim, ou ficar sem ideias e 
olhar para a página em branco do computador. 
Primeiramente, não se desespere. É de se esperar que tudo tenha corrido 
conforme o planejado, os prazos respeitados,e a criação vai poder ser feita sem 
pressa. Ou será que isso é tão difícil assim de acontecer e o trabalho terá de ser 
feito durante uma ou duas noites? 
Por isso, é importante poder contar com um prazo para testar alternativas, 
desenvolver o trabalho com calma e até mesmo ter tempo para desistir de 
alguma solução. 
2.1 Direitos autorais 
Uma grande diferença entre um trabalho profissional e um trabalho 
acadêmico é a legislação de direitos autorais. Um trabalho acadêmico que use 
uma imagem com direitos autorais pode ser considerado fair use. Já trabalhos 
comerciais não contam com essa exceção. 
Isto é, não é possível usar qualquer imagem encontrada na internet. 
Algumas pessoas pensam que se está na internet é público. Não é. Apesar de 
você poder baixar uma imagem ou uma trilha sonora, não se trata de algo 
público. 
Por isso, tenha muito cuidado com autorizações de uso de imagem e 
direitos autorais. Caso contrate fotógrafos, ilustradores, artistas, deixe registrado 
o acordo em contrato. Considere também que as pessoas que apareçam em 
fotografias ou vídeos precisam assinar autorizações de uso. 
Caso use imagens, vídeos ou áudios, verifique os critérios para cobrança, 
bem como se será cobrada alguma taxa ao longo do uso ou se são “royalty-free”. 
Há bancos de imagens e de áudios gratuitos, mas verifique se a imagem 
pode ser usada. Também pode ser interessante recorrer a obras publicadas sob 
uma licença Creative Commons. Vários fotógrafos usam essa licença, liberando 
essas imagens para alguns usos. Nesse caso, ainda que o fotógrafo tenha 
especificado que a imagem é livre para uso inclusive comercial, entre em contato 
 
 
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para negociar a autorização, evitando problemas como processos. Cuide 
também da autorização de uso de imagem das pessoas que podem estar 
presentes nessas fotografias. 
2.2 Contratando outros profissionais 
O valor cobrado por artistas como ilustradores, fotógrafos, modeladores 
3D, motion designers, entre outros, pode variar de acordo com a divulgação e o 
uso que será feito. Eles não estão cobrando pelo trabalho que tiveram, e sim 
pelo lucro que será obtido com esse trabalho. Por isso, o orçamento passado 
para projetos diferentes pode divergir, mesmo que a carga de trabalho seja 
similar. 
Figura 2 – Considere as técnicas dominadas pelas pessoas que você vai 
contratar 
 
Crédito: SC0RPI0NCE/SHUTTERSTOCK 
Se estiver trabalhando em um projeto que ainda precisa ser aprovado, 
quem deve assumir o risco é você, e não os profissionais que você contratar. 
Ilustradores podem cobrar menos para projetos “de risco”, ou seja, que podem 
não ser aprovados. Dessa maneira, você pode apresentar seu projeto e os 
ilustradores têm o seu pagamento garantido. Se o projeto for aprovado, o resto 
do orçamento é pago. 
Quando precisar dos serviços de outros profissionais, seja bem claro no 
que você precisa. Leve referências, discuta as possibilidades, veja o que é 
necessário apresentar, tire as dúvidas. É bom fazer um briefing para que isso 
 
 
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fique registrado. O importante é não perder tempo nem precisar refazer um 
trabalho porque houve um problema de comunicação. 
Leve em consideração também o estilo de cada pessoa. Nem todo 
ilustrador vai saber fazer todos os estilos, nem todo fotógrafo pode fotografar um 
evento, desenvolvedores web podem ser especialistas em algumas plataformas 
etc. Verifique se você está contatando a pessoa certa para o trabalho. 
E, finalmente, cuidado com o pagamento. Não peça trabalho de graça. 
Algumas parcerias e trocas são possíveis, mas são pessoas que precisam usar 
o tempo, as habilidades e os equipamentos para ganhar dinheiro, assim como 
você. 
TEMA 3 – ORÇAMENTOS E COBRANÇAS 
Vamos começar apresentando a reflexão de João José Werzbitzki: 
Muitos publicitários não vendem mais ideias, soluções criativas, para 
alavancar vendas. Tentam vender mídia para ganhar comissão, nem 
que para isso tenham que dar seu bem mais precioso, a ideia criativa, 
de graça (2013, p. 172). 
Werzbitzki (2013, p. 170-174) critica a maneira como as agências 
negociam os preços, oferecem serviços gratuitos e buscam ganhar na venda de 
mídia. Essa prática se soma a outras práticas que implicam na perda de 
qualidade da publicidade, já que a ideia, a criatividade, a busca por soluções 
adequadas ao público do cliente – e não ao cliente em si – ficam em segundo 
plano. 
Por isso, repetimos a recomendação de Werzbitzki: não dê seu trabalho 
de graça. Há algumas situações em que isso é admissível, como é o caso de 
trabalhos acadêmicos, nos quais as regras são outras. 
É obrigatório que o cliente pague comissões: 20% sobre a mídia e 15% 
sobre serviços prestados por terceiros, mais conhecidos como “produção”. A 
esses valores dá-se o nome de “BV” – valores de bonificação – e são 
apresentados no plano de comunicação. 
Depois desses detalhes, vamos ver como apresentar essas informações 
no plano de comunicação. 
 
 
 
 
 
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3.1 Como detalhar os investimentos em um plano de comunicação 
Agrupe os gastos de veiculação de cada mídia – impressa, rádio etc. – ou 
de new media – Facebook, Instagram, AdWords etc. –, além de eventos, no 
media ou qualquer outra tática usada. 
No caso das “mídias”, cada tabela deve detalhar a quantidade de 
inserções ou dias, o valor unitário e o valor total. Outras táticas serão detalhadas 
de outra maneira, como é o caso de uma degustação, que exige diárias de 
degustadores, uniformes, entre outros. 
Apesar de não implicar diretamente em valores, é importante lembrar de 
incluir o mapa de programação de mídia, um cronograma que mostra em quais 
momentos as ações serão executadas. 
Finalize com os orçamentos de criação, de produção e de veiculação. O 
primeiro é uma relação do preço cobrado pela agência para a criação de cada 
peça. Como referência, você pode usar tabelas disponibilizadas por várias 
organizações, como o Sindicato das Agências de Propaganda de Santa 
Catarina. Geralmente, é estabelecido que será cobrado uma porcentagem do 
valor ali indicado. 
O orçamento de produção é uma relação de todos os materiais que foram 
produzidos para a campanha, desde anúncios de televisão até porta-
guardanapos. Os valores devem ter sido orçados previamente, mas confira se 
continuam os mesmos. 
O orçamento de veiculação vai resumir os investimentos em veiculação. 
Não precisa detalhar tanto, apenas pegue os totais de cada tabela que você 
apresentou antes. 
Por último, apresente o orçamento de campanha, que é a soma do 
investimento em criação, produção e veiculação, mais os valores de bonificação 
(BV) de produção (15% do total investido em produção) e de veiculação (20% do 
total investido em veiculação). Não é cobrado BV da Criação, já que, nesse caso, 
foi feita pela própria agência. Veja um exemplo. 
 
 
 
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Figura 3 – Exemplo de orçamento de campanha 
 
Fonte: Santos; Santos; Teixeira, 2017, p. 38. 
Vamos aproveitar esse exemplo para comentar que, se o total geral da 
campanha for maior do que a verba disponível, você precisa justificar. No caso, 
foi justificado pela agência da seguinte maneira: 
Levando em consideração a verba disponibilizada, o orçamento final 
ultrapassou R$391,65. Contudo, a quantia excedente pode ser 
justificada pelo fato da Ananás Comunicação Gastronômica ter 
investido e negociado ao máximo os meios selecionados para a 
campanha. Além disso, qualquer redução no investimento em 
comunicação pode interferir na transmissão e compreensão da 
mensagem pelo target da Rose Petenucci (Santos; Santos; Teixeira, 
2017, p. 38). 
 Uma última recomendação é: revise cada número duas vezes. Um 
algarismo a mais ou a menos pode representar grandes problemas. Por isso, 
todo cuidado é pouco. 
TEMA 4 – REVISÃO FINAL 
Seja qual for o formato final – uma apresentação, um relatório curto, um 
trabalho acadêmico –, é importante fazer uma revisão geral antes de entregar. 
Uma palavra erradapode passar má impressão e amadorismo. Um erro no 
orçamento pode ter consequências graves e exigir repensar algumas 
estratégias. Um plágio, ainda que involuntário, vai acarretar na reprovação de 
um trabalho acadêmico. 
Faça uma revisão do texto para encontrar erros de digitação e de 
gramática, além de alguma correção automática indesejada. Processadores de 
texto têm ferramentas específicas, mas não confie apenas nelas. Peça a alguém 
que revise – caso necessário, contrate um profissional para isso. 
 
 
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Essa pessoa também pode revisar o uso das normas da ABNT, exigência 
de trabalhos acadêmicos. Revise e confira se todas as chamadas – quando você 
menciona a obra citada no meio do texto – e as referências estão corretas. 
Por isso, é bom você ir registrando essas referências à medida que 
escreve. É trabalhoso procurar a obra da qual foi retirada cada informação. 
Consulte livros de metodologia científica caso tenha dúvidas de como referenciar 
algum material. 
Tome muito cuidado com plágio. Pode acontecer de você se esquecer de 
formatar algum trecho para indicar que não é de sua autoria. Além de colocar as 
referências, o que pode ajudar a identificar os trechos que você citou, use 
sempre aspas ou citações recuadas. Há várias ferramentas on-line que ajudam 
a detectar plágios. Você pode usar alguma delas para ter certeza de que não se 
esqueceu de formatar nada. 
 Calcule novamente todos os valores dos orçamentos. Verifique os 
valores parciais e totais. Multiplique os valores parciais e confira as contas. 
Verifique as somas dos totais. Verifique, inclusive, se você não errou a duração 
de algum mês, por exemplo, em anos bissextos. Todo cuidado é pouco! 
Verifique se os gráficos são proporcionais em relação aos valores 
representados. Algum número pode ter sido trocado na hora de elaborá-los ou 
editá-los. 
Verifique a qualidade das imagens usadas. Procure sempre usar imagens 
de alta qualidade. Tenha cuidado especial com as peças que você criou. Você 
quer que o cliente tenha a melhor impressão possível dessas peças, não é? Use 
imagens de boa qualidade, nas quais as cores estejam bem representadas. 
Por falar em cores, tenha cuidado com a impressão do seu arquivo. 
Procure uma gráfica capaz de entregar material com qualidade. Imprima uma 
folha de teste com as peças, para ver se as cores são reproduzidas com 
fidelidade. Se a impressão não for boa, peça para ajustarem as configurações 
da impressora ou procure outra gráfica. 
Preocupe-se com as cores, mesmo que você não imprima o seu trabalho. 
Se você usar o seu próprio computador, já sabe como serão exibidas. Tenha 
cuidado caso use um computador, monitor ou projetor que você não conhece. 
Aqui tentamos falar de todos os problemas possíveis que podem aparecer 
antes da entrega do trabalho. Verifique se há outros itens que precisem de 
 
 
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revisão. Esse “polimento” final do trabalho vai ajudar seu cliente a ter uma melhor 
impressão do trabalho que você fez e de você mesmo como profissional. 
TEMA 5 – DEFESA DA CAMPANHA 
Chegou o grande dia. Depois de tanto trabalho, telefonemas, e-mails, 
mensagens, orçamentos, contas, cálculos, decisões, análises, cafés e dores de 
cabeça, você finalmente vai apresentar ao cliente a campanha que vai ajudar a 
empresa a alcançar seus objetivos. 
É um momento importante para ambas as partes. Você tem certeza de 
que é o melhor que consegue fazer com os recursos e tempo disponibilizados, e 
o cliente espera ver algo de acordo com suas expectativas. 
Figura 4 – Lembre-se sempre de ligar o projetor no momento de apresentar 
 
Crédito: VGSTOCKSTUDIO/SHUTTERSTOCK 
Pode acontecer de o cliente esperar algo diferente ou ter imaginado outras 
soluções. É importante evitar um possível sentimento de decepção e os 
consequentes pedidos de alteração que costumam aparecer. 
Por isso, não chegue já apresentando as peças. Comece apresentando o 
trabalho como um todo. Mostre que você pesquisou toda a situação da empresa, 
tem conhecimento da situação do seu cliente e dos objetivos que a empresa quer 
alcançar. 
Apresentar as etapas da pesquisa vai mostrar que as peças foram criadas 
com base nessas informações, e não simplesmente inventadas sem 
embasamento. Deixe isso claro ao longo do trabalho, e também durante a 
apresentação final da campanha. 
 
 
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Você pode preparar uma apresentação a ser exibida em algum telão ou 
televisor. Procure algum lugar que valorize esse momento. Se você não tiver 
onde, talvez o seu cliente tenha. Se não, há espaços de coworking que alugam 
salas para essas reuniões. 
Prepare uma apresentação mesmo que você tenha que apresentar em 
um laptop. Nada de ficar procurando os arquivos na hora. Ter uma apresentação 
montada – no PowerPoint ou em PDF – passa uma impressão melhor e permite 
que você se concentre no conteúdo e não em procurar arquivos ou conectar 
pendrives. 
Diagrame a apresentação e outros materiais seguindo as regras de 
imagem da sua agência. Comece com seu logotipo, use as fontes e cores que 
você determinou. Não use padrões ou templates muito conhecidos. Leve uma 
cópia do plano impresso, elaborado com os mesmos cuidados. 
Comece apresentando a pesquisa pelo diagnóstico, depois vá para a 
análise, as estratégias de comunicação e a defesa criativa. Somente nesse 
momento mostre as peças. As peças devem estar bem-acabadas, dentro do 
possível – um anúncio para televisão que precise ser produzido a um custo alto 
não vai estar pronto, mas um cartão de visitas precisa estar perfeito. Use o bom-
senso. 
Veja uma lista sugerida da ordem de apresentação, com base em Públio 
(2008, p. 185): 
• O meio no qual o cliente está inserido (macroambiente e microambiente); 
• As características do cliente (microambiente, ambiente interno); 
• Os públicos do cliente (microambiente, ambiente interno); 
• Os concorrentes (microambiente, ambiente interno); 
• Vantagens e desvantagens (análise SWOT); 
• Análise, diagnóstico; 
• Objetivos de marketing e de comunicação; 
• Público-alvo; 
• Estratégias de comunicação, posicionamento; 
• Defesa criativa; 
• Peças da campanha; 
• Plano de mídia; 
• Orçamento e viabilidade; 
 
 
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• Avaliação dos resultados. 
Capriche na apresentação como um todo. Algumas peças ficam melhor 
apresentadas em montagens fotográficas ou mockups, como uma simulação de 
um celular com um aplicativo, o layout de um outdoor apresentado em cima de 
uma fotografia, ou um desenho tridimensional do layout de uma loja. 
Um item importante de ser defendido é a criação das peças. É a chamada 
defesa criativa, que também pode – ou deve – constar no plano de 
comunicação. 
As decisões tomadas durante o processo de criação – escolha de cores, 
tipografias, papéis, imagens, estilos de ilustração, tratamento das fotografias – 
podem ser vistas como subjetivas pelos colegas e pelo cliente. Por isso, justifique 
essas escolhas e relacione-as com o público-alvo, com os objetivos de 
comunicação e com a verba disponível. Explique o porquê da cor, os critérios 
para a escolha das fontes, a relação da linguagem usada com o público-alvo, 
entre outras decisões. 
Se você simplesmente apresentar as peças, pode acontecer de se 
deparar com uma resposta negativa, o típico “meu filho não gosta dessa cor”. Já 
se você apresentar toda a pesquisa e explicar a escolha dessa cor seguida de 
seus significados, é mais provável que essa cor seja vista como a escolha correta 
e não como uma preferência pessoal de quem criou as peças. 
Esteja preparado, claro, para pedidos de alterações. Podem ser discutidos 
na hora ou depois, você vai saber qual o momento mais adequado. 
Finalmente, celebrem um trabalho bem feito que foi bom para ambas as 
partes. Comemore com uma bebida da sua preferência. Você merece. 
TROCANDO IDEIAS 
Como é o seu processo criativo? Converse com colegas sobre como 
vocês encontram inspiração, preparam o material, escolhem cores,fontes, entre 
outros elementos do processo. Vocês conseguem defender essas escolhas para 
além do “eu gostei”? 
 
 
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NA PRÁTICA 
Como você defenderia uma ideia para uma campanha? Elabore a defesa 
criativa da sua. Se você não está elaborando uma campanha, escolha uma 
campanha já existente e faça de conta que você está apresentando ao cliente. 
FINALIZANDO 
Nesta última etapa, você viu como arrematar um bom trabalho de 
pesquisa e planejamento com a materialização de boas ideias durante o 
processo de criação; além de defender essas boas ideias diante do cliente, 
conseguindo se mostrar como um profissional competente. É provável que tenha 
sido a sua primeira campanha. Que seja a primeira de várias, cada vez melhores. 
 
 
 
 
16 
REFERÊNCIAS 
CORRÊA, R. Planejamento de propaganda. São Paulo: Global, 2008. 
PÚBLIO, M. A. Como planejar e executar uma campanha de propaganda. 
São Paulo: Atlas, 2008. 
SANTOS, L. das C. dos; SANTOS, I. L. C.; TEIXEIRA, J. A. V. Campanha 
Publicitária Rose Petenucci. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso – Uninter, 
Volume 4, Curitiba, 2017. 
WERZBITZKI, J. J. Publicitar: uma nova visão da publicidade como 
comunicação de marketing: muito, muito mais do que criar e veicular anúncios. 
Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 2013. 
 
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