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Semântica do Português154 Você sabia que compreender as relações existentes no texto permite reconhecer a construção de sentido pretendido na produção do texto? E para compreender as expressões existentes em um determinado texto, o falante deverá ter conhecimento da semântica. O campo da semântica aborda as palavras dentro do texto e compreende as palavras que apresentam em si uma como uma ferramenta fundamental para a compreensão dos textos e para a formação do leitor, seja para leituras realizadas na vida escolar ou no próprio dia a dia. Assim como compreender quais os sujeitos existentes nas relações textuais e a sua importância para a enunciação. Nesta unidade iremos entender o funcionamento da análise semântica relacionados ao texto e a argumentação, a relação entre os fundamentos da semântica de leituras semânticas no contexto escolar e no dia a dia; como também iremos compreender a relação entre o sujeito, o sentido e a enunciação. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! Semântica do Português 155 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências Analisar a construção semântica dos escritos em Português com atenção ao texto e à argumentação; Introduzir os fundamentos da semântica no processo de formação do leitor; e escolar; da leitura semântica de Língua Portuguesa. Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Semântica do Português156 Texto e argumentação: a construção semântica nos escritos em Português OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de entender como funciona a análise da construção semântica dos escritos em português relacionados ao texto e à argumentação. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! A construção semântica nos escritos em português relacionados ao texto e à argumentação Conforme Moretto e Wittke (2019), o texto é uma demonstração material da língua derivada da organização discursiva estabelecida por circunstâncias de comunicação e é construído para proferir alguma coisa dentro de um evento social, sendo assim, o motivo de intertextualidade do conjunto de ao texto sua funcionalidade, dada a adaptação às necessidades atribuídas por uma determinada realidade comunicativa, o que demonstra que a manifestação textual é, na verdade manifestação de linguagem. Sampaio (2019) considera o texto como uma unidade semântica que constitui sentido independentemente de sua extensão, em que as relações entre suas partes cooperam para esse processo. Desse modo, compreender essas relações, que são tanto lógicas quanto semânticas permite reconhecer propriamente a construção de sentido almejado na produção do texto. Semântica do Português 157 Cada texto proporciona um nível de informatividade que deve estimular ou não o interesse de seu destinatário (MORETTO; WITTKE, 2019). Os textos exibem uma forma de organização composicional de sua estrutura, na qual acontecem várias tipologias de sequências, entre as quais se destaca a argumentativa, explícita Capistrano Júnior, Elias e Lins (2017). “A argumentação é o exercício da formulação de ideias (KOBS, 2012, p. 11). Mas como podemos saber o que é um texto na prática? Para Dietzsch (2005) na era da informação tudo é texto publicitário, um anúncio visual sem nenhuma palavra, uma informar, comunicar, veicular sentidos são textos. Figura 1: Tudo é texto Fonte: Pixabay Semântica do Português158 de uma semântica discursiva argumentativa, não existem textos inocentes, pois todos dividem uma intencionalidade, cuja decifração deriva do reconhecimento de diversos fatores determinantes: o contexto extralinguístico, o contrato comunicativo que prevalece entre os parceiros, suas identidades pelo autor no texto, além da noção básica de gênero textual e formas de organização de discurso. IMPORTANTE Argumentar tem relação com um desejo de fazer crer ou de fazer agir o interlocutor e esse desejo se consegue através de textos, falados ou escritos. (CAPISTRANO JÚNIOR; ELIAS; LINS, 2017). Moretto e Wittke (2019) explicam que a textualidade é estabelecida mediante os processos semânticos e as atividades comunicativas entre os interlocutores, ou seja, a textualidade envolve as condições situadas no texto e situadas no usuário materializada em textos, exige a compreensão da relação entre os elementos linguísticos e não linguísticos. Essa perspectiva do texto como fruto de um processo de coconstrução interativa e intencional entre um emissor e um real ou virtual receptor, que se executa sempre através da composição de elementos linguísticos e não linguísticos, não é frequente nos nossos manuais didáticos e também não nas práticas interpretativas que possuem como foco os elementos constitutivos da gramática, de acordo com Pauliuronis (2013). Semântica do Português 159 IMPORTANTE Para Pauliuronis (2013), se produzir um texto é, de acordo com os conceitos das teorias discursivas, agir argumentativamente, podemos adicionar que interpretá-lo é reconhecer, desmontar essa atividade e construir outra, processo do qual sempre resulta em uma unidade textual diferente. Desse modo, ele explica que decifrar um texto é compreender um dos sentidos possíveis para o qual os operadores ou as marcas argumentativas direcionam o raciocínio do leitor. A argumentação é o que constitui o verdadeiro encadeamento de sentido, ela prepara a estrutura semântica em uma determinada A união entre as partes (Figura 2) do texto constitui não exclusivamente um vínculo presente na superfície do texto, mas uma relação entre conceitos, tratando-se da organização de uma relação não somente no nível sintático, mas no nível textual esclarece Moretto e Wittkel (2019). Figura 2: União entre as partes do texto Fonte: Pixabay Semântica do Português160 De acordo com a Teoria da Argumentação na língua proposta por Ducrot, na construção de um texto, a escolha de cada palavra tem efeito sobre as demais, isto é, nada pode ser aleatório no texto pois todos os elementos que compõem a textualidade concorrem juntos para a construção de sentidos orientando argumentativamente em determinada direção, descreve Capistrano Júnior, Elias e Lins (2017). Por isso deve-se observar bem o que se está inserindo em um texto, A teoria da argumentação na língua estabelece que um enunciado diz para o ouvinte procurar no mundo os sentidos colocados pela fala, respeitada a semântica produzida no texto, nesse caso, o próprio texto produzido pela fala, informa Abrahão (2008). Dentro da Teoria da Argumentação na língua de Ducrot uma fase merece destaque é a que trata da Teoria dos Blocos Semânticos, que, segundo Costa (2013, p. 26), “se sustenta na ideia de que os sentidos são produzidos na relação que ocorre A Teoria do Blocos semânticos, conforme Pereira e Guaresi (2012), tem início a partir do princípio de que o sentido está situado na língua, nos fatores linguísticos próprios ao texto, de modo que esses aspectos devem ser os primeiros a serem considerados na para o seu estudo, são criados encadeamentos argumentativos que são responsáveis pela compreensão do sentido no texto. Mas, você sabe o que são encadeamentos argumentativos? Um encadeamento argumentativo é “qualquer sequência (CAREL, 2005, p.80). segmentos que constituem o encadeamento não podem ser Semântica do Português 161 entendidos de forma isolada, mas sim a partir da relação singular que preserva um com o outro. IMPORTANTE Os encadeamentos argumentativos encontram-se como sustentação de qualquer construção semântica, cita Carel (2012). Pereira e Guaresi (2012) explicam que um encadeamento argumentativo é formado por um primeiro segmento chamado de ‘suporte’ e um segundo chamado de ‘aporte’, ligados por um conector, e este conector pode acontecer de duas formas: Uma normativa – representada por ‘donc’ (DC);Uma transgressiva – representada por ‘pourtant’ (PT). Os encadeamentos possuirão uma interdependência semântica, isto é, o sentido estabelecido por esses encadeamentos conectores usados, explica Pereira e Guaresi (2012). Observe o seguinte exemplo citado por Pereira e Guaresi (2012): Pedro é feliz. Ele tem muito dinheiro. argumentativo: dinheiro DC felicidade, no qual se encontra o dinheiro como o suporte e a felicidade como aporte. Pereira e Guaresi (2012, p. 177) informam que esta situação “criaria um bloco semântico em que a ideia de felicidade, isto é, Semântica do Português162 Figura 3: Ter dinheiro Fonte: Pixabay outros encadeamentos que seriam: neg-dinheiro PT felicidade, dinheiro PT neg-felicidade e ainda neg-dinheiro DC neg- felicidade. Demonstrando, assim que a negação de um ou de ambos os segmentos é parte essencial na construção dos blocos semânticos, pois se temos apenas uma negação, teremos o sentido transgressivo, mas se os dois segmentos forem negados voltaremos a ter o segmento normativo, esclarece Pereira e Guaresi (2012). que a interdependência semântica acaba fazendo com que o sentido de cada um dos segmentos seja concedido através da relação com o outro segmento do encadeamento, portanto, o dos dois. Semântica do Português 163 Os encadeamentos exprimem de maneira argumentativa o que está contido no texto. A Teoria dos Blocos semânticos ainda diferencia, segundo Carel (2012) duas formas de associações entre um vocábulo e os ao estudo das frases sintáticas e deve acontecer por causa da conexão que existe entre os enunciados e as entidades semânticas que tanto podem ser internas quanto externas. Vejamos como são essas argumentações: A argumentação interna, conforme Carel (2005, p. 64) “está constituída por um certo número de aspectos os quais isto é, a argumentação interna se refere às paráfrases que poderão ser produzidas diante de um elemento lexical. Já as argumentações externas apresentam quais as chances de ligação de uma certa entidade. Consoante Carel (2005) as argumentações externas são estruturais e se constituem a portanto não terá acidente e Pedro é prudente, portanto estará seguro, assim, prudente DC segurança/prudente PT segurança, demonstrando assim que os dois aspectos fazem parte da a segurança por um DC e por Neg-segurança por um PT. Aprofunde-se mais nesse tema lendo o artigo “A argumentação na língua como subsídio para avaliação de leitura e produção em:< https://bit.ly/3hsntXj> (Acesso em: 15/07/2020). SAIBA MAIS Semântica do Português164 Partindo destas informações iremos analisar uma Andersen (2006, p.13) na qual explica que as parábolas são uma comparação produzida em pequeno conto em que se manifesta uma verdade, um ensinamento (Figura 4). Figura 4: Um ensinamento Fonte; Pixabay Vamos observar o texto extraído do trabalho de Elenice Andersen, intitulado Fábulas e parábolas: um esboço para a interpretação de textos à luz da Teoria dos Blocos Semânticos, com publicação em 2006: [...]Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. E ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo. E de igual modo também um levita, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele, e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão; E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a Semântica do Português 165 sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele; E, partindo ao outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que de mais gastares eu te pagarei quando voltar (ANDERSEN, 2006, s.p.). Andersen (2006) inicia explicando sobre o enunciado no qual é acionado um discurso emdonc: o homem vinha de Jerusalém DC era judeu. Os enunciados seguintes “e caiu nas de organizar o discurso para a argumentação a ser defendida. Eles sintetizam encadeamentos emdonc que colaboram para o desenvolvimento da narrativa: O homem caiu nas mãos dos salteadores DC precisa de ajuda O homem foi despojado DC precisa de ajuda Na ordem, o texto traz uma série de três personagens apresentando a atitude de cada uma relacionada ao judeu ferido. Nesta ocasião, é interessante ressaltar que cada personagem é argumentação interna um encadeamento do tipo normativo, esclarece Andersen (2006). Na primeira situação, é interior à palavra sacerdote o encadeamento é um ministro de Deus DC ajudará o ferido. Na segunda, também é interior à palavra levita um encadeamento emdonc: é um servo de Deus DC ajudará o ferido. Essas argumentações internas são corroboradas, nas duas situações, mostra que o sacerdote e o levita desciam de Jerusalém para Jericó e, assim, também eram judeus, elucida Andersen (2006). Semântica do Português166 Efetivamente, a oração guia o discurso para o encadeamento normativo o sacerdote e o levita são judeus DC ajudarão outro judeu. No entanto, esses encadeamentos que são esperados por possuírem vinculação à norma são contrariados no transcorrer de cada passagem do texto. Os enunciados “vendo-o [o sacerdote] discursos em pourtant: era um sacerdote PT não ajudou o homem ferido, era um levita PT não ajudou o homem ferido e eram judeus [sacerdote e levita] PT não ajudaram um irmão da mesma pátria, explana Andersen (2006). Efetivamente, a oração guia o discurso para o encadeamento normativo o sacerdote e o levita são judeus DC ajudarão outro judeu. No entanto, esses encadeamentos que são esperados por possuírem vinculação à norma são contrariados no transcorrer de cada passagem do texto. Os enunciados “vendo-o [o sacerdote] discursos em pourtant: era um sacerdote PT não ajudou o homem ferido, era um levita PT não ajudou o homem ferido e eram judeus [sacerdote e levita] PT não ajudaram um irmão da mesma pátria, explana Andersen (2006). Em seguida, Andersen (2006) explica que é colocado um enunciado que mostra a próxima personagem descrita como samaritano. A língua tem como uma das explicações possíveis para essa palavra o discurso é samaritano DC desprezado pelos judeus que, pelo contexto, dirige para o discurso normativo é samaritano DC não ajudará o judeu ferido. Contudo, essa norma aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e PT ajudou o judeu ferido (Figura 5). Semântica do Português 167 Figura 5: Ajudou o judeu ferido Fonte: Pixabay Merece destaque, também, que o realce a essa interpretação Essa oração não possui um valor simplesmente descritivo, mas está exercendo um papel argumentativo, ilustra Andersen descia de Jerusalém para Jericó PT estava de viagem. O caráter distintivo que o texto constitui entre o bloco esperado e o bloco que se estabelece de maneira efetiva deve ser citado. Perceba que o léxico utilizado para descrever as personagens, pelo uso trivial na língua, leva à espera de discursos emdonc: sacerdote DC ajuda, levita DC ajuda, samaritano DC não-ajuda. Não inocentemente, esses três discursos sofrem transgressão à norma no transcorrer do texto: sacerdote PT não- ajuda, levita PT não-ajuda, samaritano PT ajuda. Semântica do Português168 Dessa forma, podemos perceber como funciona a Teoria dos Blocos Semânticos analisando textos e observando a compatibilidade efetiva desta teoria empregando sentidos que fogem ao falante comum. E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Neste capítulo você deve ter compreendido que o texto é considerado uma unidade semântica que constitui sentido independentemente de sua extensão e compreender as relações lógicas e semânticas permitem reconhecer a construção do sentido almejado na produção do texto e que a união entre as partes do texto constitui uma relação entre conceitos tratando- se da organização de uma relação no nível sintático e no nívelsemântico. Viu também que dentro da Teoria da Argumentação na língua existe uma fase que trata da Teoria dos Blocos Semânticos no qual os sentidos são produzidos na relação existente entre os encadeamentos argumentativos e que existem dois tipos de conectores, os normativos representados pelo donc (DC) e os transgressivos representados pelo pourtant (PT), como também existe a argumentação interna e a argumentação externa. Por a Teoria dos Blocos semânticos. RESUMINDO Semântica do Português 169 Aspectos semânticos da língua portuguesa: fundamentos para a formação do leitor OBJETIVO Neste capítulo você compreenderá a introdução dos fundamentos da semântica no processo de formação do leitor e sua importância para uma boa compreensão das sentenças. Aspectos semânticos da língua portuguesa assumir em um contexto, seja ela com alterações ocorridas como o tempo, ou com o enriquecimento da língua. Para Chierchia (2003, p. 7), a semântica é entendida como podem ser apresentados como um elemento do conhecimento do falante daquela língua. Os falantes nativos da língua são a fonte de semântica, ou até mesmo o professor de semântica pode saber possui vantagem alguma sobre qualquer falante nativo de uma determinada língua quando falamos em acesso aos elementos (2004). Não é papel da semântica determinar modelos de 2004). Semântica do Português170 para os estudos gramaticais especialmente se o estudo estiver situado no nível da frase, pois não se pode construir uma Dessa forma, para que o leitor compreenda as expressões existentes em um determinado texto, ele deverá compreender seja, da semântica. como sendo uma “série completa de palavras do ponto de vista IMPORTANTE Espera-se que o aluno leia textos cujo assunto e forma já sejam compreender a ideia global. (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, 1997). Azeredo (2010) esclarece que uma sequência de frases só pode construir um texto se elas estiverem estruturadas de forma coerente e coesa. Coerência e coesão são aspectos de um mesmo princípio organizador, chamado de integração, graças ao qual a sequência de frases que integram o texto se espalha e se estrutura como uma combinação aceitável (possível) de conteúdo. Se esse princípio é violado, cria-se uma combinação incoerente de conteúdo. Marcuschi (2012, p. 69) ilustra que “esses fatores dão são simplesmente princípios sintáticos e sim uma espécie de Semântica do Português 171 Mas como podemos compreender as expressões em uma determinada leitura? Foucambert (1998) propõe o modelo interacionista no qual Coloca, portanto, como hipótese, que a compreensão não é produto da atividade de leitura, mas a atividade em si, pela qual se operam a construção dos conteúdos semânticos e a é, nesse caso, um processo, não um resultado; é o processo de questionamento recíproco de o texto provocou nas representações do leitor (FOUCAMBERT, 1998, p.120). Para Barbosa (2006, p. 415), esse modelo interacionista compreensão não é produto da atividade de ler; a compreensão recíproco de perguntas e respostas entre um acúmulo pessoal indica estático pela linguagem escrita sobre um suporte. Veja a Figura 6 a seguir. Figura 6: Processo de compreensão Fonte: Pixabay Semântica do Português172 Barbosa (2006) ainda explica que a compreensão não é um produto, pois é um propósito em que o leitor parte ao elaborar, em suas relações históricas, culturais e sociais, concepções interrogativas, mesmo que tracejadas, com a esperança de encontrar respostas, sólidas ou não. No decorrer do processo de compreensão, estabelecido pela conduta do leitor na sua comunicação com o texto, as elaborações encontram respostas pouco claras, mas que acabam causando novos traços de elaborações à procura de novas respostas devido a sua própria natureza. IMPORTANTE A leitura entendida dessa forma, não se representa como material estático para ser adquirido ou estimulado ou ensinado, mas um conjunto de dados, procedimentos, elaborações mentais, diálogos construídos e desconstruídos (BARBOSA, 2006). Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), faz-se necessário que no processo de ensino e aprendizagem, sejam averiguadas: a aprendizagem de metodologias que esteja apta a comprovação de hipóteses na construção do conhecimento; a construção de argumentação capaz de ter controle dos resultados desse processo; o desenvolvimento do espírito crítico capaz de favorecer a criatividade, a compreensão dos limites e alcances lógicos das explicações propostas. Semântica do Português 173 A compreensão é suporte, é processo, é intenção que são procedimentos constituintes da ação de ler, e criadores de produtores de um objeto imaterial, existente nessa relação efêmera entre o leitor e o texto a que se dá o nome de leitura. A leitura, assim compreendida, não estaria fora do sujeito, materializada nos livros ou em qualquer outro material impresso, mas sim, na relação do homem com o mundo do impresso. Virtual e imaterial, é criada pela intenção que tem o leitor por compreender e se transforma ao transformar o próprio modo de pensar e de organizar o conhecimento desse leitor. O processo de ler não atingiria o seu ponto quando o leitor atribui, no limite do seu conhecimento e de suas capacidades, sentido no texto, mas quando transforma o pensamento (Figura 7) e o modo de pensar do leitor, porque, se assim, não fosse, de pouco serviria aprender e saber ler, ilustra Barbosa (2006). Figura 7: Transforma o pensamento Fonte: ixabay Capello et. al. (2008) descreve que existem diferentes pontos de vista que operam no processo de formação de leitores. Assim, podemos observar que o contexto local e as experiências prévias desempenham um papel fundamental na construção do leitor. Através destes princípios, constata-se, então, que os é múltipla, heterogênea e rica. Semântica do Português174 Para os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), o trabalho com leitura tem como propósito a formação de leitores competentes e, por conseguinte, a formação de escritores, pois de leitura, ambiente de construção da intertextualidade e fonte de referências modalizadoras. A leitura, por um lado, nos fornece a matéria-prima para a escrita, ou seja, o que escrever e por outro, auxilia para a construção de modelos, como escrever (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, 1997). As primeiras experiências de relação com o mundo da literatura geralmente acontecem nos contextos familiares, por adultos leitores do mundo e da palavra que através das suas narrativas mágicas e repletas de encantamento, fornecem ao leitor iniciante o livro e a literatura como “passaportes, bilhetes E a escola, qual a importância dela para a leitura? A escola, dentre outros espaços educativos formais e informais, realiza uma função privilegiada no processo de formação de futuros leitores, pois como instituição dedicada ao mundo das letras, que vincula as diferentes áreas do conhecimento, a escola adota o papel de transmitir as primeiras informa Capello (2008). Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), a relação estabelecida entre a leitura e a escrita, entre o papel de leitor e de escritor, não é mecânica, pois alguém que lê muito não é, automaticamente, alguém que escreve bem. Pode-se dizer que existe uma grande possibilidade de que assim seja. Dessa forma, é nessa situação, considerando que o ensino deve de produzir textos (Figura 8) coerentes, coesos, adequados Semântica do Português 175 atividades deve ser compreendida. Figura 8: Produzir textos Fonte: Pixabay Formar um leitor competente pressupõe formar alguém que compreenda aquilo que está lendo; que possa aprender a implícitos; que estabeleça relações entre o texto que lê e outros textos já lidos; que saiba que vários sentidos podem ser atribuídos da localização de elementos discursivos explícita os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997). Quer se aprofundar neste tema? Recomendamoso acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Artigo: “Texto como discurso: a formação do leitor crítico (Pauliuronis), acessível pelo link (Acesso em: 12/07/2020). SAIBA MAIS Semântica do Português176 Para que se alcance esses resultados, os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) descrevem que é preciso ofertar aos alunos inúmeras oportunidades de aprenderem a ler utilizando as ferramentas que os bons leitores utilizam. É indispensável que antecipem, que façam inferências a partir do contexto ou do conhecimento prévio que são donos, que examinem suas suposições, tanto em relação à escrita, propriamente dita, quanto Lima (2008) esclarece que o campo semântico aborda as palavras dentro do texto (Figura 9) e compreende uma série nocional. As palavras englobadas referem-se a uma ou outra que lhes dá a ideia comum com certas características que lhe são Figura 9: Palavras dentro do texto Fonte: Pixabay Por isso a semântica se apresenta com tanta importância, você percebe? Dessa forma, Macedo (2013) explica que o clarão que a semântica lança sobre assuntos que parecem à primeira vista, confusos tem uma importância didática que não pode de alguma Semântica do Português 177 forma ser ignorada, pois ela presta uma contribuição valiosíssima ao ensino da língua portuguesa. Lima (2008) considera que a maior importância da semântica está na diferenciação entre sinônimos e antônimos e entre homônimos, parônimos e palavras polissêmicas. IMPORTANTE Existem outros pontos que possuem grande relevância no estudo da semântica, como no caso da metáfora, da ambiguidade, da implicatura, da pressuposição e das teorias dos atos da fala, los no texto é de fundamental importância para a compreensão realizando padrões semânticos para proporcionar a interação e comunicação entre os indivíduos, estaria essencialmente na implicação entre discurso e gramática, ainda que, no seu entendimento, qualquer análise do discurso deva representar as relações gramaticais de não passar de um comentário aleatório. RESUMINDO Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. das sentenças das línguas naturais, deste modo, para que o Semântica do Português178 leitor compreenda as expressões existentes em um determinado texto ele deverá ter o conhecimento da semântica para isso e que compreender as relações tanto lógicas quanto semânticas permite reconhecer a construção do sentido almejado na construção do texto, como também o modelo interacionista na qual a compreensão é a atividade em si pela qual se operam a construção dos conteúdos semânticos e a abordagem das unidades seja, a mudança que o texto provocou nas representações do leitor. Viu também que o contexto local e as experiências prévias desempenham um papel fundamental na construção do leitor e que formar um leitor competente pressupõe forma alguém que compreenda aquilo que está lendo, assim como é indispensável que antecipem e examinem suas suposições tanto em relação o campo semântico aborda as palavras que apresentam em si de sinônimos, antônimos, homônimos, parônimos, polissemia, metáfora, ambiguidade, pressuposição, teoria das falas possuem formação do leitor. RESUMINDO (CONTINUAÇÃO) Semântica do Português 179 Práticas de leitura semântica no contexto escolar e cotidiano OBJETIVO no contexto cotidiano e escolar observando a importância do Práticas de leitura semântica no contexto escolar e cotidiano De acordo com Yunes (2002), os antigos etimologistas diziam que alguém só poderia ter conhecimento de fato sobre um objeto, uma pessoa ou uma noção abstrata se esse alguém apresentasse domínio do nome daquilo que almejava conhecer. Para a autora, Yunes (2002, p. 69), “a base etimológica da ler. Segundo Lauriti e Molinari (2013), ler não é apenas decifrar letras e sílabas, falando-as em voz alta, mas conceder do leitor. Devido a esse entendimento de leitura inadequado, a escola vem formando grande quantidade de leitores capazes compreender o que tentam ler. Semântica do Português180 Para Marcuschi (2008) os efeitos de sentido são determinados pelos leitores ou ouvintes nas associações com os textos, de maneira que as compreensões daí resultantes são obra do trabalho conjunto entre produtores e receptores em circunstâncias reais de uso da língua. O leitor aciona seu conhecimento prévio para conceder intencionalidade ao texto, estabelecendo relação da leitura aos contextos. Portanto, quanto mais conhecimento de mundo o leitor possui, mais facilmente ele estabelecerá relações mentais entre as suas informações já conhecidas e o que o texto novo apresenta, esclarece Lauriti e Molinari (2013). Um leitor capaz não lê apenas o que está escrito de forma explícita, mas até aquilo que está implícito e é conhecido por causa do contexto comunicativo. (LAURITI; MOLINARI, 2013). Se o objetivo é que o aluno aprenda a produzir e a interpretar textos, não é possível tomar como unidade básica de ensino nem a letra, nem a sílaba, nem a palavra, nem a frase que, descontextualizadas, pouco têm a ver com a competência discursiva , que é questão central. Dentro desse marco, a unidade básica de ensino não se enfoquem palavras ou frases nas situações NACIONAIS CURRICULARES, 1997, p. 29). Dessa forma, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), a leitura apresenta-se como um processo em que o leitor desempenha um trabalho ativo de construção objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a língua: características do gênero, do portador, do sistema de escrita, entre vários outros Semântica do Português 181 Não se trata puramente de retirar informação da escrita, decifrando-a letra por letra, palavra por palavra. Refere-se a uma atividade que implica, essencialmente, compreensão na qual os sentidos começam a ser estabelecidos antes da leitura propriamente dita (PARÂMETROS NACIONAIS CURRICULARES, 1997). Lauriti e Molinari (2013, p. 36) lembram que “compreender é recriar sentidos a partir das informações do texto e do conhecimento de mundo, inferindo elementos implícitos do Figura 10: Elementos implícitos do texto Fonte: Pixabay Qualquer leitor que possua experiência e que consiga apenas um dos procedimentos que emprega quando lê, pois, a Parâmetros Curriculares Nacionais (1997). É a utilização desses procedimentos que permite controlar de compreensão, arriscar-se diante do desconhecido, procurar Semântica do Português182 no texto a comprovação das suposições realizadas, etc. (PARÂMETROS NACIONAIS CURRICULARES, 1997). Marcuschi (2003, p. 25) lembra que “o estudo da oralidade pode mostrar que a fala mantém com a escrita relações mútuas Conforme Barbosa (2006) nesse processo de formação de leitores, a didática na escola, de modo generalizado, não se importa com o domínio desse processo, nem tampouco com as da leitura, da sua vida e de sua transformação. Atenta-se com as respostas que o aluno oferece às perguntas elaboradas com a intenção de analisar apenas essa relação entre pergunta e resposta, mas não atua sobre as transformações de modo de pensar. O homem que tenta compreender o mundo pelo operar o pensamento, à procura de novas funções, entre elas, memorização. Ao saber construir e criar leitura, baseada na compreensão, o homem transforma seu próprio cérebro e sua maneira de agir (BARBOSA, 2006). “Com a leitura colhemos conhecimentos que são A tradição de se amparar na memória, concretizada na criação de gêneros textuais como a poesia, as fábulas, as parábolas, os versículos, com os esquemas rigorosos de construção, dá lugar para a criação de gêneros abertos, com estruturas pouco elaboradas ou permutáveis, porque a função conhecimentos, ideias, signos, descreve Barbosa (2006). Semântica do Português 183 Fonte: Pixabay Marcuschi (2008) defende que o trabalho da escola,ao atuar com a língua como atividade interacional situada sócio historicamente, deve introduzir o aluno em circunstâncias reais de produção e emprego da língua, ou seja, o domínio de uma língua é desenvolvido na escola a partir de aprendizados os processos mentais envolvidos, isso retira o aluno do lugar de familiaridade que ele habita na linguagem, produz afastamento da sua língua, permitindo observá-la como um objeto do qual ele está desligado explica Oliveira (2012). Essa atitude de observar sem estar envolvido é fundamental para que ele possa ser um melhor avaliador de seu próprio texto (OLIVEIRA, 2012). Gonçalves (2008) informa que se nos centralizamos na compreensão da leitura é porque atendemos a uma outra indicação sobre o ato de ler que nem sempre fez jus ao necessário reconhecimento, pois não basta apenas aprender a ler, é indispensável que se aprenda com o que se lê, assim como é para que a leitura, enquanto exercício de inteligência, execute Semântica do Português184 o seu papel. Esta interpretação não se apresenta como um ato mecânico de unir letras e formar palavras, mas um verdadeiro diálogo do leitor com o autor, em que aquele coparticipa na produção de sentido do texto. Gonçalves (2008) ainda explica que compreender um texto acarreta num processo mental em que o leitor procura esquemas, em sua memória, que correspondam a cada trecho lido, fazendo interpretações preliminares que são analisadas gradativamente A semântica pode ser um instrumento para aperfeiçoarmos sobre a linguagem (Figura 12), entende Oliveira (2012). Fonte: Pixabay colocação da semântica na sala de aula como a situação ocorrida em uma sala de aula de alunos de faixa etária de 11 anos no qual a professora realizou um projeto de pesquisas sobre propagandas Semântica do Português 185 em que os alunos deveriam trazer como resultado propagandas que continham ambiguidades. Uma das propagandas era sobre um sorteio que possuía como lema: Todos os ganhadores recebem uma moto. O que você entende ao ler essa sentença? Pra você existe ambiguidade? moto para todos os ganhadores ou uma moto para ganhador? A interpretação aparentemente mais adequada é a segunda, mas quem garante que quem está promovendo o sorteio não tenha em mente a primeira? Questiona Oliveira (2012). DEFINIÇÃO A ambiguidade é uma propriedade semântica estruturada em situações que podem ser interpretadas de mais de uma maneira, descreve Pinto et. al (2016). curiosa que acabou resultando em uma dissertação de mestrado na qual a autora se preocupou em analisar as questões de provas as respostas dos alunos. Através dessa análise, ela percebeu que existiam questões ambíguas o que acabava causando uma interpretação dos alunos divergente da do professor e que este não percebia. Observe a seguinte pergunta: Minhocas são anelídeos. Qual é a importância disso para a sua vida? Semântica do Português186 Oliveira (2012) esclarece que o problema apresentado nessa situação está no pronome ‘sua’, que pode receber duas interpretações: Se ele for anafórico, então ele está recuperando ‘minhocas’. Assim, neste caso, a pergunta seria: qual é a importância de ser anelídeo para a vida das minhocas; Se ele for dêitico, ele será interpretado como referente ao leitor/ouvinte, sendo a seguinte: qual a importância para a vida do leitor/ ouvinte o fato de as minhocas serem anelídeos. Sem perceber a presença da ambiguidade na sua pergunta, o professor acaba avaliando como incorretas as respostas que são orientadas pela interpretação que ele (o professor) não percebeu, esclarece Oliveira (2012). DEFINIÇÃO A ambiguidade semântica é gerada pelo fato de os pronomes terem diversos antecedentes, sendo uma questão relacionada à correferencialidade e as interpretações possíveis que são atribuídas ao tipo de ligação entre os pronomes das sentenças explica Cançado (2008). Uma música interessante para analisarmos é a de Vinicius de Moraes, observe: Onde anda você? E por falar em saudade Onde anda você Onde andam seus olhos Semântica do Português 187 Que a gente não vê Onde anda esse corpo Que me deixou morto De tanto prazer. (Vinicius de Moraes) Analisando a música podemos perceber a ocorrência da polissemia na palavra ‘andar’ e ‘morto’ na qual aparecem com A polissemia ocorre quando os possíveis sentidos da palavra ambígua têm alguma relação entre si, descreve Cançado (2008). Outro cenário que podemos observar está relacionado com atividades que apontam para o estudo das conjunções, a partir do valor ou dos valores semânticos desta classe. Olivan (2009) cita como exemplo o exercício que apresenta ao aluno a leitura de vários períodos compostos, conectados pela conjunção ‘e’, com conjunção adota em cada contexto. Assim, observe os seguintes exemplos retirado de Cereja e Magalhães (2006, p. 218): a. Disseram estar famintos e não comeram nada. b. Luciana saiu de casa bem cedo e já deve estar chegando ao interior. c. mãe. d. Semântica do Português188 Percebe que cada vez que o ‘e’ aparece nestas sentenças ele possui um sentido diferente? A presença de ‘e’ indica, explicação enfática. Um ponto fundamental que precisamos entender é sobre as provas do Enem, pois de acordo com o professor Murilo Coelho na obra Superguia Completo para passar no Enem (2017), essas provas não apresentam questões apenas para avaliar o conhecimento da gramática normativa dos estudantes, mas será analisado também o conhecimento semântico, visto que o estudante terá que apontar a alternativa correta nas questões elaboradas sobre as relações entre o sistema linguístico e a realidade de mundo (Figura 13), ou seja, a sua representação do mundo através da linguagem. O estudante também terá que demonstrar domínio da pragmática, isto é, a relação entre o sistema linguístico e a ação do sujeito em situações concretas de uso da língua. Figura 13: Realidade de mundo Fonte; Pixabay O autor, Coelho (2017), ainda explica que o estudo do Semântica do Português 189 coisas nomeadas ou mero resultado de convenção), precisa levar em consideração também as mudanças de sentido e o aparecimento de novas expressões. A leitura de um texto não isso, é preciso procurar conhecer em qual contexto social e até mesmo histórico, além das variedades regionais e sociais da língua em que a narrativa foi escrita. (2017), descreve que primeiramente o estudante deverá analisar um determinado falante ou escritor, que emprega elementos linguísticos. Como por exemplo nas obras de escritores consagrados como “José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Érico Veríssimo, Raquel de Queirós e Guimaraes Rosa, entre outros, Pensemos no caso de polissemia que é determinada palavra tenha sido empregada, informa Coelho (2017). Neste capítulo você deve ter aprendido que os efeitos dos sentidos são determinados pelos leitores nas associações com os textos e que quanto mais conhecimento de mundo o leitor possui, mais facilmente estabelecerá relações mentais entre as informações já conhecidas e o que o texto novo apresenta, assim, a leitura apresenta-se como um processo em que o leitor RESUMINDO Semântica do Português190 texto. Viu também que o domínio da língua é desenvolvido na e que não basta apenas aprender a ler, é necessário interpretar os ser um instrumento para aperfeiçoarmos não apenas a leitura e voltadas para a ambiguidade e a polissemia e a importância da semântica para as provas do Enem. RESUMINDO Semântica do Português 191 Sujeito, sentido e enunciação no estudo da língua portuguesa OBJETIVO Neste capítulo você irá entender a relação entre o sujeito, sentido e enunciação no estudo da língua portuguesa, a correlação entre esses elementos e suas principais características. Sujeito, sentido e enunciação no estudo da língua portuguesa situação em que os sujeitos que se relacionam desempenham papéis e exercem funções. De acordo com Abrahão (2018), uma das diferençasmais acentuadas na abordagem da perspectiva da produção do sentido é a ideia de sujeito. Nesse entendimento não existe alguém que se aposse de uma linguagem pronta para transmitir suas ideias e sentimentos (o falante). A linguagem nesse ponto é entendida como elemento que constitui a construção da subjetividade. Assim, não existe linguagem sem sujeito como também não existe sujeito sem linguagem. Nas teorias que apontam a linguagem como ferramenta de comunicação, o sentido deriva da organização das frases e das unidades lexicais. Assim, estas já estariam determinadas fora de dicionário em detrimento do sentido que as expressões recebem Semântica do Português192 Para Mari (1991) se percebermos que sem o sujeito não existe linguagem, isto é, que ela não está pronta antes do uso, o sujeito pode ser entendido como um privilégio de linguagem. Dessa forma, o sujeito deve ser o interesse primeiro daqueles que se deve ao fato de ela adotar o ponto da produção de sentido em linguagem de uma maneira não presa, não imaginável. Não há como conceber um sujeito autônomo, cuja vontade e intenção determinam o sentido do discurso. Em cada contexto interativo, um ato comunicativo tem o sentido ali construído, negociado, partilhado pelos interlocutores. Esse será o seu sentido, o seu valor interativo (SALIM MIRANDA, 2001, p. 67). Você percebe, assim, a importância do sujeito na sentença? O sujeito não se refere somente a um emissor ou um falante, nem a uma pessoa que tem a intenção de informar determinados fatos ou sentimentos de uma forma mais clara possível, desejando diminuir o nível de repetições, para que o ouvinte tenha a compreensão completa da mensagem (MARI, 1991). Assim, Mari (1991) acredita que o sentido não se garante só no sistema linguístico, já que uma mesma frase pode ser percebida de diversas maneiras, nem apenas em relação ao do imaginável, do contextualmente determinado. Conforme Mari (1991), o sujeito é constituído em três momentos: Linguagem como condição: o sujeito depende do sistema linguístico para se estabelecer em um discurso. Assim, ele aprende uma língua, como também se confronta com ele. E a determinação do sistema é necessária, pois é através dela que o sujeito encontra apoio para se estabilizar. Semântica do Português 193 Condição para linguagem: apesar de ser, de alguma forma, determinado pelas condições históricas e pelo sistema linguístico, existe um espaço onde o sujeito é ativo, autônomo. Assim, a linguagem não se apresenta como reprodução em que sujeito elabora em linguagem o seu mundo visível e, também, o mundo possível. Condição na linguagem: o sujeito eleva-se de acordo com as condições históricas que pronunciam formações ponto, a essas formações, porque elas determinam o que pode e o que deve ser falado, mas o limite entre os dois polos é opaco. O sentido passa a estabelecer uma realidade que nem (MARI, 1991). Pinto et. al. (2016) explica que levando em consideração que todo texto é uma interlocução a sua implicação de sentido enunciação e o sujeito da leitura. Portanto, ao estabelecer um enunciado, o sujeito da enunciação assume três funções: A de construir um enunciador (ou enunciadores) para orientar a fala do (s) locutor (es); A de se inscrever no texto como seu autor. Essas três funções acontecem de forma simultânea e originam os sujeitos da leitura (Figura 14): o alocutário e o destinatário, ou leitor virtual (PINTO et. al. (2016). Semântica do Português194 Figura 14: Sujeitos da leitura Fonte: Pixabay Mas quais as funções desses sujeitos da leitura? O locutor representa a voz que fala no texto, desempenhando a função do ‘eu’, ao mesmo tempo que estabelece um você (ou tu), isto é, o alocutário do texto, manifestado pelo paradigma da 2ª pessoa, relata Pinto et. al. (2016). EXEMPLO: Na sentença “Nós gostaríamos que você fala, representado linguisticamente pelo pronome pessoal ‘nós’ e o alocutário tem a representação linguística do interlocutor com o ‘você’ do enunciado, explana Pinto et. al (2016). enunciação, ou seja aquilo que faz com que essa fala seja a representação ou defesa de uma perspectiva A e não B. Existe um enunciador na fala de todo locutor, que pode ser individual, coletivo, ou genérico, dependendo do grau de generalidade que possua numa comunidade. É o enunciador por trás do locutor que faz com que o usuário reconheça, entre outros aspectos, a função social (mãe, pai, médico, professor, por exemplo), a crença religiosa, o partido político de um locutor de um texto oral e escrito. Isso faz com que o usuário consiga reconhecer Semântica do Português 195 que aquilo que está sendo falado tem relação ideológica com al (2016). Pinto et. al. (2016) ainda lembra que para se chegar à compreensão que o autor pretende sobre o efeito do sentido é preciso tratar o texto, detectando as estratégias discursivas nele utilizadas, seu locutor ou locutores, seus enunciadores, seu leitor virtual ou implícito. Dessa forma, o leitor apresenta- se como aquele que constrói uma unidade de sentido para o texto, considerando não apenas o seu conhecimento prévio, como também as manobras discursivas do autor implícito no apresenta ou não, convencendo-se através da sua argumentação. Pinto et. al. (2016) menciona os estudos de Ducrot (1988) relacionados à polifonia questionando a unicidade do sujeito falante em que pretende provar que o enunciado pode ser perpassado por mais de uma voz, ou seja, ele defende que o autor não se expressa diretamente, mas sim, coloca em cena diferentes personagens linguísticos no qual pode ser observado através de sentenças simples e cotidianas a existência de uma espécie de diálogo imaginário. EXEMPLO: Alice parou de cantar. Podemos entender desta sentença que o enunciador comunica simultaneamente que Alice antes cantava e que hoje não canta mais. Em uma espécie de diálogo imaginário, o enunciador se interroga se Alice parou de cantar e se ele cantava antes. Para Pinto et. al (2016) a primeira informação é chamada de posto e a segunda de pressuposto. Assim, é possível pressupor que Alice cantar. Semântica do Português196 Figura 15: Alice cantava Fonte: Pixabay em seu esboço da Teoria Polifônica da Enunciação, criado a partir do conceito de polifonia desenvolvido inicialmente por Bakhtin, propõe-se a contrapor a tese de que na base de cada enunciado se submete um único autor. Diferencia-se de Bakhtin por conduzir sua pesquisa no nível linguístico, aplicando-se a enunciados e não a discursos. Consoante Pinto et. al (2016) Ducrot com a Teoria Polifônica de Enunciação propõe que a origem da enunciação seja designada a um ou vários sujeitos e indica a existência de três funções diferentes para a enunciação (Figura 16): Locutor (L), sujeito empírico (SE) e enunciador (E). O locutor (L) é aquele que se mostra como responsável pelo enunciado, a quem são declarados o pronome eu e as marcas de primeira pessoa do enunciado; Semântica do Português 197 O sujeito empírico (SE) é aquele que se aponta como o produtor do enunciado; Os enunciadores (E) são os diversos pontos de vista indicados pelo locutor, em seu discurso, que assume determinadas posições em relação a esses enunciadores. Figura 16: Funções para a enunciação Fonte: Adaptado de Pinto et. al. (2016) IMPORTANTE Segundo Ducrot o sujeito é visto como sendo a origem dos atos ilocutórios produzidos através do enunciado e acredita que ele Semântica do Português198 enunciados que são a polifonia de locutores e a de enunciadores, lembra Pinto et. al. (2016). O locutor é declarado como o ser responsável pela enunciação, alguém a quem devemos atribuir a responsabilidade da sua produção. Diferente do autor empírico, trata-se de uma no discurso oral. É ao locutor que encaminham as marcas de Barbisan (2002). ampliado para esclarecer o fato de surgirem em uma enunciação marcas de primeira pessoa atribuível a diferenteslocutores. Para isso, Ducrot considera o locutor-enquanto-tal (L), estabelecido no nível do dizer e responsável pela enunciação, e o locutor- enquanto-ser-no-mundo (Y), origem do enunciado, que constitui formado no nível do dito. Os dois se apresentam como seres do enunciado, diferentes do sujeito-falante, elemento não- enunciativo. BARBISAN, 2002). Já os enunciadores, apontam uma segunda forma de polifonia, pois representam, de uma forma geral, para o locutor, o que corresponde o personagem para o autor em uma obra da enunciação, ele não ‘fala’, mas sim tem seu ponto de vista colocado sem que seja conferida exatidão nas suas palavras. O locutor oferece uma enunciação de que se declara responsável e o enunciador existe em função da imagem que (L) oferece das Semântica do Português 199 é possível através de (L) que pode ou não concordar com (E), Conforme Pinto et. al (2016) a noção de polifonia de Ducrot explica diversos fenômenos discursivos, vejamos alguns dos indicadores da polifonia: Pressuposição – opera como uma das vozes presentes, que induz o ouvinte a aceitar a pressuposição e a não poder negá-la. Alguns advérbios ou verbos que demonstram mudança/ permanência, sentimento, entre outras marcas linguísticas, declaram o ponto de vista de outro enunciador, que pode ser, até mesmo o senso comum, uma crença. EXEMPLO: Enunciador 2 (E2): O país ainda espera por mudanças. Enunciador 1 (E1): O país esperava por mudanças antes. Podemos observar neste enunciado mais de um enunciador, ou seja, mais de uma voz de diálogo (E1 e E2). E1 é o pressuposto, o que está por trás do enunciado produzido, a voz pressuposta; já o E2 é o posto, o conteúdo explícito que foi Uso metafórico do futuro do pretérito – alguns tempos verbais são mais utilizados para narrar e outros mais para comentar, porém, às vezes acontece o inverso por um propósito. Esse emprego é muito frequente no discurso jornalístico. EXEMPLO: E2: Policiais corruptos teriam cobrado propina dos comerciantes. et. al (2016). Operadores conclusivos – introduzem uma voz, geralmente de um enunciador genérico (sabedoria popular, Semântica do Português200 provérbios, valores de uma cultura etc.) para argumentar a partir dela. EXEMPLO: E2: Levantou-se, vestiu o uniforme e saiu. Portanto, deve ter ido trabalhar. E1: Quem se levanta, veste o uniforme e sai vai trabalhar (voz geral). (PINTO ET. AL. 2016). Expressões como “parece que”, “segundo fulano” – introduzem a voz de um enunciador externo para encadear um ponto de vista pessoal EXEMPLO: Esses fenômenos demonstrados são situações em que o locutor segue as perspectivas dos enunciadores. Neste capítulo você deve ter entendido que na abordagem da perspectiva da produção de sentido, a ideia de sujeito apresenta- se como uma das diferenças mais acentuadas, que sem sujeito não existe linguagem e que o sujeito é constituído em três momentos sendo linguagem como condição, condição para linguagem e condição na linguagem. Você viu que a Teoria Polifônica de Enunciação indica a existência de três funções diferentes para a enunciação que é o locutor, o responsável pelo enunciado; o sujeito empírico, produtor do enunciado; e o enunciador, que sãos pontos de vista indicados pelo locutor; e que existem dois tipos de polifonia presentes nos enunciados que são a polifonia dos indicadores de polifonia como a pressuposição, o uso metafórico do futuro do pretérito, os operadores conclusivos e RESUMINDO UNIDADE 01 https://bit.ly/2IUrjvI. Acesso em: 28 de mai. de 2020. BRÉAL, Michel. Ensaio de Semântica. Tradução F. Aída et al. São Paulo: Fontes/Educ, 1992 [1904]. CAMARA JR, Joaquim Mattoso. Dicionário de linguística e gramatica: referente à língua portuguesa. 28º ed. Editora Vozes. Rio De Janeiro. 2011. C MARA JR., Mattoso. Contribuição à estilística portu- guesa. 3.ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 2004. CANÇADO, Márcia. Manual Da Semântica. São Paulo. Editora Contexto. 2012. CANÇADO, Márcia. 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