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APG 10 Amnésia cientifica Memória

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1 Erika Francinny 
APG 10 Amnésia cientifica 
 
DEFINIÇÕES BÁSICAS 
 A memória é a capacidade de codificar, armazenar e evocar as experiências, impressões 
e fatos que ocorrem em nossas vidas. Tudo o que uma pessoa aprende em sua existência 
depende intimamente da memória. 
 Lembrança é a capacidade de acessar elementos no banco da memória de longo prazo. 
Reconhecimento é a capacidade de identificar uma informação apresentada ao sujeito 
com informações já disponíveis na memória de longo prazo. 
 Esquecimento, por sua vez, é a denominação que se dá à impossibilidade de evocar e 
recordar. 
 
FORMAÇÃO DA MEMÓRIA 
O cérebro não guarda nada, parece estranho, mas o que acontece é que o cérebro é modelado 
por estruturas de respostas que reagem a situações ambientais, fazendo com que os neurônios 
se reorganizem de uma maneira que naquela situação com a estimulação semelhante, vai ser 
de ativo de forma que temos a impressão que tínhamos aquela informação guardada. 
Primeiro ocorre a ativação dos neurônios que se conectam entre si através de frequências. 
Formando as redes neurais que foi formada pela conecção anterior. 
O impulso elétrico vai sair pelo corpo do neurônio e vem pelo axônio que vai estar conectado 
pelos dendritos, os dendritos crescem constantemente e não chega a tocar ao neurônio, mas é 
o suficiente para que ocorra a transmissão sináptica (corrente elétrica que no transporte vira 
corrente química) Assim, os neurônios trabalhando em conjunto que foram as memórias, então 
na verdade não temos um arquivamento e sim o crescimento dos dendritos (terminações) que 
vão se conectar ao outro extremo através de impulsos elétricos. Assim os neurônios vão se 
modelando por meio da neuroplaticidade (capacidade de conseguir alterar a estrutura com base 
nas informações do ambiente) e determinando quando formar ou não novas informações). 
Toda vez que captamos novas informações do ambiente, os neurônios sofrem reconecções, 
alterações das conecções entre si, para conseguir captar as informações e reter elas, mesmo 
que seja por pouco tempo. Diversos neurônios conseguem captar diversas informações 
diferentes e vai fazer com que um neurônio especifico guarde a informação. 
Assim, podemos lembrar de memórias da infância, mas não lembramos o que comemos ontem, 
pois dependem das ligações e conecções dos neurônios. 
A formação da memória não é rápida, demanda um tempo de 6 horas até 10 mil horas de 
trabalho para formar uma rede de neurônios. 
Dessa forma, o nosso cérebro não aprende guardando informações, ele aprende se modelando, 
criando formatos de neurônios, quando vamos dormir os neurônios ficam formando as 
estruturas. Tais estruturas vão reagir de uma forma aos eventos ambientais, criando rações que 
ocorre ao ativar os sistemas endócrinos (liberando hormônios, respostas emocionais) e o 
muscular (respostas públicas, contrações). Os dois podem ser ativados juntos. 
 
2 Erika Francinny 
A formação da memória é um processo complexo que envolve várias etapas e áreas do cérebro. 
Geralmente, a formação da memória passa por três principais estágios: aquisição, consolidação 
e recuperação. 
1. Aquisição: É o estágio em que informações novas são inicialmente percebidas e 
registradas pelos sentidos. Essas informações entram na memória de curto prazo, que 
é uma forma temporária de armazenamento que permite que você retenha 
informações por um curto período de tempo. Se a informação for considerada relevante 
ou importante, ela pode passar para o próximo estágio. 
 
2. Consolidação: Depois de serem adquiridas, as informações que foram consideradas 
importantes passam para a memória de longo prazo. A consolidação é o processo pelo 
qual essas informações são fortalecidas e organizadas em padrões que podem ser 
recuperados posteriormente. Durante esse estágio, ocorrem mudanças bioquímicas e 
estruturais nas sinapses (conexões entre os neurônios) que auxiliam na retenção a longo 
prazo das informações. A consolidação pode levar tempo, desde minutos até dias. 
 
 
3. Recuperação: Quando você tenta recordar informações armazenadas na memória, está 
passando pelo estágio de recuperação. Isso envolve a ativação de redes de neurônios 
que estavam envolvidas na formação original da memória. A recuperação pode ser 
influenciada por diversos fatores, como associações, contexto, emoções e prática 
repetida. 
 
As áreas do cérebro envolvidas na formação da memória incluem o hipocampo, que é crucial na 
consolidação das memórias de curto prazo em memórias de longo prazo, e a amígdala, que está 
envolvida na associação de emoções às memórias. Além disso, o córtex cerebral desempenha 
um papel importante na organização e no armazenamento de informações. 
É importante notar que a formação da memória não é um processo totalmente compreendido 
e ainda é objeto de pesquisa e estudo contínuos. 
 
TIPOS DE MEMÓRIA 
MEMÓRIA SEGUNDO O TEMPO DE AQUISIÇÃO, ARMAZENAMENTO E EVOCAÇÃO 
EM relação ao processo temporal de aquisição, armazenamento e evocação de elementos 
mnêmicos, a neuropsicologia moderna divide a memória em quatro momentos temporais. 
 Memória sensorial e depósito sensorial (até 1 segundo): Aqui, percepção, atenção e 
memória se sobrepõem. As memórias sensoriais são ricas (muitos conteúdos), mas 
muitíssimo breves (os conteúdos se apagam rapidamente). Quando estímulos visuais 
(memória icônica) ou auditivos (memória ecoica) são expostos ao indivíduo, ele capta 
(não de modo consciente) um número relativamente grande de informações, mas pode 
guardá-las apenas por um período muito curto. 
 
 Memória imediata ou de curtíssimo prazo (de poucos segundos até 1 a 3 minutos): 
Esse tipo de memória se confunde conceitualmente também com a atenção e com a 
 
3 Erika Francinny 
memória de trabalho (que será abordada adiante). Trata-se da capacidade de reter o 
material (palavras, números, imagens, etc.) imediatamente após ser percebido, como 
reter um número telefônico para logo em seguida discar. 
 Memória recente ou de curto prazo (de poucos minutos até 3 a 6 horas): Refere-se à 
capacidade de reter a informação por curto período. Também é um tipo de memória de 
capacidade limitada. A memória recente depende de estruturas cerebrais das partes 
mediais dos lobos temporais, como a região CA1 do hipocampo, do córtex entorrinal, 
assim como do córtex parietal posterior. 
 
 Memória de longo prazo ou remota (de dias, meses até muitos anos): É a função 
relacionada à transferência de informações para depósitos de longo prazo, tendo 
capacidade quase ilimitada. Ela também se relaciona à evocação de informações e 
acontecimentos ocorridos no passado, geralmente após muito tempo do evento (pode 
durar por toda a vida). Acredita-se que a memória remota se relacione tanto ao 
hipocampo, no processo de transferência de memórias recentes para memórias de 
longo prazo, como implicando também, para o armazenamento de longo, amplas e 
difusas áreas corticais de associação em todos os lobos cerebrais (mas principalmente 
nos frontais). 
 
BASES NEUROBIOLÓGICAS DA MEMÓRIA 
Parece haver bastante concordância entre os pesquisadores de que, para o fenômeno da 
memorização ou engramação mnéstica, ou seja, para a formação das unidades de memória, as 
estruturas límbicas temporomediais, principalmente relacionadas ao hipocampo, à amígdala e 
ao córtex entorrinal, são fundamentais. Elas atuam, em especial, na consolidação dos registros 
e na transferência das unidades de memória de curto e médio prazos (intermediária) para a de 
longo prazo (estocagem da memória remota). 
O substrato neural da memória de longo prazo (registros bem consolidados) repousa 
basicamente no córtex cerebral, ou seja, nas áreas de associação neocorticais, principalmente 
frontais e temporoparietoccipitais. A interrupção bilateral do circuito hipocampo-mamilo-
tálamo-cíngulo pode determinar a incapacidade de fixação de novos elementos mnêmicos,produzindo, assim, a síndrome amnéstica, de maior ou menor intensidade. As estruturas mais 
importantes para a memória são, certamente, os hipocampos. 
 
TIPOS ESPECÍFICOS DE MEMÓRIA 
Distinguem-se esses tipos de acordo com o caráter consciente ou não consciente do 
processamento do conteúdo mnêmico e com as áreas e estruturas cerebrais envolvidas. Tipos 
dependentes do caráter consciente ou não consciente do processo mnêmico (memória 
explícita/declarativa versus implícita/não declarativa). Segundo o caráter consciente ou não 
consciente do processo mnêmico, têm-se as memórias explícita e implícita. 
 A memória explícita (memória declarativa): é relacionada ao conhecimento consciente, 
obtido geralmente com algum esforço. Esse tipo de memória é adquirido e evocado com 
plena intervenção da consciência, incluindo as lembranças de fatos autobiográficos 
(memória autobiográfica). Um episódio como ter almoçado no último domingo com a 
 
4 Erika Francinny 
avó pode ser lembrado com algum esforço e de forma consciente. A memória explícita 
pode ser de imagens visuais, palavras, conceitos ou eventos. 
 
 A memória implícita (memória sem consciência ou não declarativa): é um tipo de 
memória que adquirimos e utilizamos sem que percebamos, sem consciência e, 
geralmente, sem esforço. É uma forma relativamente automática e espontânea. Ela 
pode incluir procedimentos, como muitas habilidades motoras (andar de bicicleta, saber 
bordar, saber escovar os dentes), assim como conhecimentos gerais ancorados em 
palavras, que adquirimos e utilizamos sem perceber, como aprender e falar a língua 
materna. 
 
TIPOS DE MEMÓRIA CLASSIFICADOS SEGUNDO A ESTRUTURA CEREBRAL ENVOLVIDA 
São quatro os principais tipos de memória que correspondem a estruturas cerebrais diversas. 
Esses quatro tipos são afetados de forma diferente nas doenças e condições que diminuem ou 
destroem a memória (p. ex., demências). São, nesse sentido, as principais formas de memória 
de interesse à semiologia neurológica, psicopatológica e neuropsicológica. São elas: 
Memória de trabalho 
A memória de trabalho (working memory) situa-se entre os processos e habilidades da atenção 
e os da memória imediata. São exemplos de memória de trabalho ouvir um número telefônico 
e retê-lo na mente para, em seguida, discá-lo, assim como, ao dirigir em uma cidade 
desconhecida, perguntar sobre um endereço, receber a informação e a sugestão do trajeto e, 
mentalmente, executar o itinerário de forma progressiva. 
As regiões corticais pré-frontais são importantes para a integridade da memória de trabalho. 
Nas tarefas verbais, há maior envolvimento das áreas pré-frontais esquerdas, assim como das 
áreas de Broca (frontal esquerda inferior) e de Wernicke (temporal esquerda superior). Nas 
tarefas visuoespaciais (seguir mapas mentalmente, sair de labirintos gráficos e montar quebra-
cabeças), há maior implicação das áreas pré-frontais direitas, assim como de zonas visuais de 
associação do carrefour temporoparietoccipital direito. 
Quando o córtex temporal é lesado, há prejuízo da memória de trabalho visual (mas a memória 
de trabalho espacial é preservada); quando há lesão dos lobos parietais, ocorre o oposto. 
Pacientes com lesões nas áreas cerebrais associadas aos conhecimentos semânticos (sentido 
das palavras), como o córtex dos lobos temporais laterais e temporoparietais, têm prejuízos nos 
desempenhos da memória de trabalho verbal. 
De modo geral, todas as condições que afetam as regiões pré-frontais causam alteração da 
memória de trabalho. Elas ocorrem em distintas condições clínicas, mas sobretudo nas 
demências, como: 
1. demência frontotemporal (DFT), sobretudo na variante frontal da DFT 
2. demência de Alzheimer (sobretudo na variante frontal desta demência) 
3. demências vasculares e demência com corpos de Lewy 
A memória de trabalho pode também estar comprometida na esclerose múltipla e no 
traumatismo craniano. Na demência de Alzheimer, o componente “sistema executivo” parece 
ser o que mais está prejudicando na memória de trabalho. 
 
5 Erika Francinny 
Memória episódica 
Trata-se de memória explícita, de médio e longo prazos, relacionada a eventos específicos da 
experiência pessoal do indivíduo, ocorridos em determinado contexto. Relatar o que foi feito no 
último fim de semana é um típico exemplo de memória episódica. Ela corresponde a eventos 
específicos e concretos, comumente autobiográficos, bem circunscritos em determinado 
momento e local. Refere-se, assim, à recordação consciente de fatos reais. 
Esse tipo de memória depende, em essência, de mecanismos relacionados às regiões da face 
medial dos lobos temporais, particularmente o hipocampo e os córtices entorrinal e perirrinal. 
Quando tais áreas se deterioram, por exemplo, com o avançar da demência de Alzheimer, o 
paciente perde totalmente a capacidade de fixar e lembrar eventos ocorridos há poucos minutos 
ou horas, inclusive situações marcantes e significativas para ele. Os pacientes com síndrome de 
Wernicke-Korsakoff têm déficits graves na memória episódica, uma condição relacionada a 
danos no diencéfalo, primariamente nos corpos mamilares, no trato mamilo-talâmico e no 
tálamo anterior. 
Respeitando a lei de Ribot, a memória remota de eventos antigos permanece mais tempo sem 
alterações. O hipocampo é um depósito transitório de memórias, uma estação de transferência 
de elementos recentemente registrados para um arquivo mais permanente de lembranças, 
localizado de modo difuso em amplas áreas do córtex dos distintos lobos cerebrais. A memória 
episódica interage constantemente com a memória semântica (de conhecimentos gerais e 
conceitos; ver adiante), contrastando ou se articulando com ela. 
 
Memória semântica 
Esse tipo de memória se refere ao aprendizado, à conservação e à utilização do arquivo geral de 
conceitos e conhecimentos do indivíduo (os chamados conhecimentos gerais sobre o mundo). 
Assim, conhecimentos como a cor do céu (azul) ou de um papagaio (verde), ou quantos dias há 
na semana (sete), são de caráter geral e se cristalizam por meio da linguagem, ou seja, também 
são de caráter semântico. Assim como a episódica, a memória semântica é frequentemente 
explícita (mas pode ser, eventualmente, implícita). Ela é, enfim, a representação de longo prazo 
dos conhecimentos que temos sobre o mundo, entre eles o significado das palavras, dos objetos 
e das ações. 
Na demência de Alzheimer, há alterações pronunciadas da memória semântica. Isso ocorre 
devido à deterioração das regiões mediais e ventrais dos lobos temporais e de regiões 
temporoparietais do hemisfério esquerdo. 
Na DFT, na variante que afeta mais os lobos temporais (variante semântica da DFT), ocorre 
significativa perda da memória semântica, o que leva a dificuldades nas tarefas de nomeação e 
compreensão de palavras isoladas, além de empobrecimento dos conhecimentos gerais 
(condição descrita por alguns autores como demência semântica). Na variante comportamental 
da DFT (que afeta mais os lobos frontais), a memória semântica pode estar menos 
comprometida. 
 
 
 
 
6 Erika Francinny 
Memória de procedimentos 
Trata-se de um tipo de memória automática, não consciente. Exemplos desse tipo de memória 
são habilidades motoras e perceptuais mais ou menos complexas (andar de bicicleta, digitar no 
computador, tocar um instrumento musical, bordar, etc.), habilidades visuoespaciais (como a 
capacidade de aprender soluções de labirintos e quebra-cabeças) e habilidades automáticas 
relacionadas ao aprendizado de línguas (regras gramaticais incorporadas na fala 
automaticamente, decorar a conjugação de verbos de uma língua estrangeira, etc.). 
Aqui, a memorização ocorre de forma lenta, por meio de repetições e múltiplas tentativas. A 
localização da memória de procedimentos está relacionada com o sistema motor e/ou sensorial 
específico envolvido na tarefa. As principais áreas envolvidas são a áreamotora suplementar 
(lobos frontais), os núcleos da base (sobretudo o striatum) e o cerebelo. 
 
ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DA MEMÓRIA: ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS 
Hipermnésias: Trata-se de um fenômeno raro, no qual o indivíduo tem uma memória 
autobiográfica quase perfeita. Há outro tipo de hipermnésia, chamada hipermnésia para 
memória autobiográfica. 
Em alguns pacientes em mania ou hipomania, representações (elementos mnêmicos) afluem 
rapidamente, uma tempestade de informações ou imagens, ganhando em número, perdendo, 
porém, em clareza e precisão. A hipermnésia, nesses casos, traduz mais a aceleração geral do 
ritmo psíquico que uma alteração propriamente da memória. 
 
Amnésias (ou hipomnésias): Denomina-se amnésia, de forma genérica, a perda da memória, 
seja da capacidade de fixar, seja da capacidade de manter e evocar antigos conteúdos 
mnêmicos. 
Segundo a lei de Ribot (atualmente denominada temporally graded amnesia), no indivíduo que 
sofre uma lesão ou doença cerebral, sempre que esse processo patológico atinja seus 
mecanismos mnêmicos de codificação, armazenamento e recordação, a perda dos elementos 
da memória (esquecimento) segue algumas regularidades: 
1. O sujeito perde as lembranças e seus conteúdos na ordem e no sentido inverso que os 
adquiriu. 
2. Consequência do item anterior, ele perde primeiro elementos recentemente adquiridos 
e, depois, os mais antigos. 
3. Perde primeiro elementos mais complexos e, depois, os mais simples. 
4. Perde primeiro os elementos mais estranhos, menos habituais e, só posteriormente, os 
mais familiares. 
Em relação aos processos fisiopatológicos, as amnésias podem ser divididas em dois grandes 
grupos: psicogênicas ou dissociativas e orgânicas. 
Nas amnésias dissociativas, ou psicogênicas, há perda de elementos mnêmicos seletivos, os 
quais podem ter valor psicológico específico (simbólico, afetivo). 
Já nas amnésias orgânicas, a perda de memória é geralmente menos seletiva, em relação ao 
conteúdo emocional e/ou simbólico do material esquecido, do que na amnésia psicogênica. 
 
7 Erika Francinny 
Amnésia anterógrada e retrógrada: Na amnésia anterógrada, o indivíduo não consegue mais 
fixar elementos mnêmicos a partir do evento que lhe causou o dano cerebral. Já na amnésia 
retrógrada (verificável na amnésia dissociativa), o indivíduo perde a memória para fatos 
ocorridos antes do início do transtorno (ou trauma). De modo geral, é comum, após trauma 
cranioencefálico, a ocorrência de amnésias retroanterógradas, ou seja, déficits de fixação para 
o que ocorreu dias, semanas ou meses antes e depois do evento patógeno. 
 
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS (paramnésias): As alterações qualitativas da memória envolvem 
sobretudo a deformação do processo de evocação de conteúdos mnêmicos previamente 
fixados. O indivíduo apresenta lembrança deformada que não corresponde à sensopercepção 
original. Os principais tipos de paramnésias são: 
1. Ilusões mnêmicas. Nesse caso, há o acréscimo de elementos falsos a elementos da 
memória de fatos que realmente aconteceram. 
2. Alucinações mnêmicas. São criações imaginativas, dotadas de sensorialidade, 
marcadamente com a aparência de lembranças ou reminiscências que não 
correspondem a qualquer elemento mnêmico, a qualquer lembrança verdadeira. 
 
Criptomnésias: Trata-se de um falseamento da memória, em que as lembranças aparecem 
como fatos novos ao paciente, que não as reconhece como lembranças, vivendo-as como uma 
descoberta. 
 
Ecmnésia: Trata-se da recapitulação e da revivescência intensa, abreviada e panorâmica da 
existência, uma recordação condensada de muitos eventos passados, que ocorre em breve 
período. 
 
Lembrança obsessiva: A lembrança obsessiva, também denominada ideia fixa ou representação 
prevalente, manifesta-se como o surgimento espontâneo de imagens da memória ou conteúdos 
ideativos do passado que, uma vez instalados na consciência, não podem ser repelidos 
voluntariamente pelo indivíduo. 
 
REFERÊNCIAS: DALGALARRONDO e vídeo aula da formação da memória.

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