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SAÚDE INTEGRAL DA MULHER I - CICLO I Placenta Prévia e Espectro de Placenta Acreta ● Útero - colo, istmo, corpo e fundo ● Gestação = útero fica em formato de esfera ○ 24 semanas -> crescimento cilíndrico (barriga sem formado do útero) ○ Boom de crescimento -> istmo passa a se chamar segmento, corpo e fundo ficam arredondados ● Área mais afunilada e área mais arrojada do miométrio ○ Parede do miométrio mais fina na área afunilada -> perfusão e neovascularização serão mais pobres ○ Presença de cicatriz cesariana na área afunilada do miométrio -> vascularização ainda mais diminuída ○ blastocisto chega na região cicatricial - trofoblasto invade mais (invasão placentária maior) ○ Orifício externo e interno do colo do útero ● Descartar outras causas de hemorragia da segunda metade da gestação: descolamento prematuro da placenta e ruptura uterina Placenta prévia Definição ● Placenta tampa o orifício interno = placenta prévia (total, parcial ou marginalmente o colo uterino acima de 28 semanas) ● Entre 28 e 32 semanas ● Sangramento de 2º e 3º trimestre com mais repercussão materna (pouca repercussão para o feto) ● Total, parcial ou marginal ● Terminações antigas: ■ Placenta forma e tampa orifício interno = total ou centrototal ■ Ocupa metade do orifício interno = parcial, centroparcial ● OBS.: Placenta que dista > 2 cm do orifício interno do colo do útero = placenta de inserção baixa ○ Margeia o orifício interno até 2 cm de distância = marginal ○ < 28 semanas = placenta de implantação anômala ou heterotópica ● Placenta situada total ou parcialmente no segmento inferior do útero = placenta de inserção prévia ○ Após 28 semanas (antes pode migrar) ○ Diagnóstico por USG transvaginal entre 28 e 32 semanas. (momento que o feto mais cresce -> útero cresce em 3D e placenta pode migrar, tracionar e sair das zonas, para cima dos 2 cm) ○ Antes de 28 semanas = placenta de implantação anômala ou heterotópica -> depois pode ser tópica ou de inserção baixa ■ Antes de 28 semanas -> aborto Classificação ● Total: placenta recobre totalmente o orifício interno (OI) ● Parcial: placenta recobre parcialmente o OI ● Marginal: margem da placenta alcança o OI sem recobri-lo ● Baixa: placenta situada no segmento inferior, mas sem alcançar o OI do colo. Fatores de risco ● 1º: Cesárea prévia (cicatriz de cesárea) ○ O risco aumenta progressivamente com o número de procedimentos. ● Cicatriz uterina, ○ miomectomia, curetagem, correção de septo dentro da cavidade por histeroscopia cirúrgica ● Idade materna avançada, ○ Óvulo ruim placenta em local ruim de maneira agressiva ● Multiparidade: > 3 gestações ○ Área de cicatriz pela retirada da placenta de gestações anteriores ■ Placenta sai do útero -> fica área cruenta -> cicatriz ● Tabagismo: faz vasoconstrição ● Uso de cocaína: cocaína - necrose em local pobre em vasculatura (placenta fica fixa no local por invasão) ● Gravidez gemelar Quadro clínico e diagnóstico ● Não tem hipertonia e taquissistolia, não tem alteração de BCF, não tem dor ● Sangramento vultuoso, vermelho vivo rutilante e indolor (autolimitado): por trauma direto (rompimento de vasos durante a relação) ou por modificação da gestação (colo do útero, devido ao evoluir da gestação, pode encurtar, dilatar) ○ Hemorragia indolor, de sangue vermelho, brilhante, desvinculada de quaisquer esforços ou traumatismos, ocorre no último trimestre ○ Cada vez mais espaçadas, exsanguinante ○ Autolimitado -> fatores de coagulação são competentes (24-48 horas cessa sangramento) SAÚDE INTEGRAL DA MULHER I - CICLO I ○ Não necessariamente terá sangramento ■ Pode ter sangramento durante parto e diagnóstico tardio ● Exame físico: ○ Estática fetal alterada: situações oblíquas e transversas, apresentação pélvica e cefálica alta, ■ Por motivo da interposição da placenta entre a cabeça e o andar superior da bacia. ○ BCF presentes ● Exame especular: ○ Confirma, sob visão direta, que possível hemorragia tem origem no canal cervical. ● Parto ○ A hemorragia tende a crescer de intensidade com o progresso da dilatação, que é proporcional à superfície da placenta descolada. ● Secundamento ○ Comum o acretismo, retenções placentárias e atonia do segmento inferior ● Puerpério ○ Restos placentários podem permanecer aderidos e infectarem-se, especialmente pela proximidade entre a zona de inserção e a vagina. USG ● Examinador-dependente: importante avaliar placenta ● USG abdominal: diagnóstico entre 20 a 24 semanas ○ Não tem necessidade -> pode realizar com 28 - 32 semanas o USG transvaginal ● USG transvaginal: confirmação do diagnóstico (de 28-32 semanas) ○ USG obstétrico com complementação endovaginal ○ A partir de 28 a 32 semanas ● Diagnóstico precoce (2º trimestre) permite a migração placentária (expansão do segmento inferior) ● Sangramento (sintomáticas) e que se mantenham hemodinamicamente estáveis possam ser conduzidas ambulatorialmente ● O colo com comprimento < 3 cm à ultrassonografia de 3º trimestre indica possibilidade elevada de cesárea de emergência antes de 34 semanas por sangramento importante anteparto. ● A distância entre a borda da placenta e o OI é ≥ 2 cm podem ser candidatas ao parto vaginal. ● Aquelas com distância < 4 cm (placenta baixa) apresentarão sangramento intenso no pós-parto. Tratamento Parto por via cesariana de 36-37 semanas ● Internação ○ Fazer exames: hemograma, tipagem sanguínea e se Rh - (imunoglobulina anti D), coagulograma ○ Sangramento rutilante ● Conduta expectante: acompanhamento do quadro ○ Acesso rápido ao hospital a qualquer sinal de sangramento ○ Alta: acesso a menos de 15 minutos do hospital, esclarecida, aderência ao pré natal -> pode ter conduta expectante até 36-37 semanas (diminuir o risco da prematuridade = tentar deixar o máximo até se tornar uma gestação a termo) ○ Caso contrário pode deixar internada até final da gestação (tentar aguardar até 37 semanas para fazer cesária) ● Após 20 semanas = placenta de inserção anômala ○ Entre 28-32 semanas -> confirmar placenta prévia ■ USG endovaginal com confirmação de placenta prévia ● Orientação a manter repouso relativo: ○ Pode realizar atividade gerais ○ Abstinência sexual ○ Afastamento de atividades laborais ● Cesariana de emergência se sangramento intenso e sinais de instabilidade hemodinâmica ● Administração de corticóide para diminuir morbidade do bebê (para atingir a maturidade pulmonar) ○ Diminui a síndrome da membrana hialina ○ Realiza até 34 semanas ○ A partir de 34 não mais mais benefício ● Não realiza histerectomia e não é necessário equipe total no procedimento. Placenta de inserção baixa ● Definição: placenta que dista > 2 cm do orifício interno do colo do útero ○ Inserção da placenta a mais de 2 cm do OI -> pode realizar parto vaginal (reserva de plasma, concentrado de hemácias, hemocomponentes) ● Não é placenta prévia Espectro de placenta acreta ● Eleva a morbiletalidade materna ● Condição perinatal (no momento do parto) ○ Pode sangrar, mas geralmente é pequeno, sem hipertonia ● Placenta acreta: área de cicatriz e pobre de vascularização -> placenta invade miométrio próximo (próximo a decíduo basal) ● Placenta increta: invasão até a serosa ● Placenta percreta: passa a serosa e invade órgãos próximos (bexiga, uretra, vagina , parede reto abdominal, aponeurose) ● Todas podem ser totais ou parciais ○ Total SAÚDE INTEGRAL DA MULHER I - CICLO I ■ Placenta é composta por cotilédones -> se cotilédones invadem em algum grau = acreta total, increta total, percreta total ○ Parcial ■ Se um cotilédone invade = parcial ● Após nascimento sai a placenta (dequitação placentária) -> pela invasão de cotilédones ○ Se placenta não saiu = indicação de cesárea Classificação ● Acreta adere ao miométrio; ● Increta invade o miométrio; ● Percreta perfura o peritônio, alcançando, por vezes, órgãos vizinhos, como bexiga e paramétrios Fatores de risco ● Placenta prévia em mulheres cesareadas (placenta prévia-cesárea); ○ O risco aumenta com o número de procedimentos. ○ Deficiência de decídua basalna zona da cicatriz uterina ● Curetagem ● Miomectomia ● Cirurgia intrauterina por histeroscopia ● Multiparidade ● Idade > 35 anos Diagnóstico ● USG (escolha, praticidade e baixo custo), RNM (caracteriza o tipo de acretismo e invasão de estruturas vizinhas). ● Suspeição no primeiro trimestre ● Avaliado no USG morfológico = 28 semanas confirma diagnóstico ● Confirmação com ultrassom com Doppler no terceiro trimestre ● USG obstétrico, com complementação vaginal com Doppler ○ Útero gravídico - com doppler avalia vasos passando na placenta e estrutura próxima ○ Acreta: vasos estão abaixo da decídua ○ Increta: vasos em toda parede miometrial ○ Presença de perda da camada basal e serosa ○ Instrumento para diagnóstico de placenta acreta = ultrassom com Doppler (não é necessário uso de RM -> melhora do USG e da capacitação técnica) ■ RNM se duvida de invasão de algum órgão Tratamento Parto cesariana ● Placenta inserida no segmento: incisão da cesariana fora da região de inserção de placenta ● Condição de alta morbimortalidade ● Parto cesariana com equipe transdisciplinar: ○ Urologista = cateterizar os 2 ureteres com duplo J, com o intuito de deixar os ureteres visíveis -> se sangramento -> fazer a ligadura dos ureteres ■ Se insere na parede posterior da bexiga, onde tem contato com a placenta = chance de sangramento - principal vaso que causa sangramento ○ Anestesista = duplo bloqueio peridural com raquianestesia ou com anestesia geral ○ Hemoterapeuta ou hematologista -> Reserva com hemocomponentes (plasma fibrinogênio) = caso de transfusão maciça ■ Acessos calibrosos ■ Cateter para avaliar pressão venosa central ○ Cirurgia geral = se invasão em intestino ● Útero abre transversal ou horizontalmente ○ Retirar o RN por cima ● Esternorrafia, deixa placenta dentro do útero -> não tirar placenta (clampear cordão) -> risco de sangramento ● Tratamento da placenta acreta = histerectomia com placenta inserida para evitar o sangramento ○ Retirar o bebe e fazer histerectomia ● O prosseguimento da gravidez depende da estabilidade hemodinâmica materna. ● Cirurgia de histerectomia - cesárea (preparação com concentrado de hemácias e plasma para transfusão) ○ Globo de segurança de pinard: mecanismo para parar o sangramento onde placenta saiu (fechamento das fibras do miométrio) ■ Bebe e placenta saem -> após a saída do bebê e da placenta, útero contrai e fecha vaso ■ No segmento tem fibras em menor quantidade e mais pobres -> contração não efetiva = vaso continua sangrar e sangue entra entre miofibrilas = menos contração ■ Risco de sangramento pós parto por atonia uterina Tratamento conservador - prática: não é utilizado ○ Tratamento expectante, ○ Terapia com metotrexato ■ Uso de metotrexate -> boa ação no trofoblasto (até antes de formar a placenta - 16 semanas) ■ Após esse período, quando já tem a formação da placenta, tem pouca resposta ao metotrexato ● Histerectomia sem tirar a placenta tem melhor resultado ○ Embolização das artérias uterinas ○ Cirurgia com preservação do útero ● Vantagens de deixar a placenta in situ: menor risco de hemorragia e de lesões em órgãos vizinhos, assim como a redução no tempo operatório. ● Desvantagens: rigoroso acompanhamento da involução placentária no pós operatório, com ultrassonografia e dosagem dos níveis de gonadotrofina coriônica humana (β-hCG), e o risco de hemorragia e de infecção. ● Indicação: invasão profunda da placenta e a histerectomia representar um alto risco inaceitável Informações extras: ● Parto vaginal: tentado na placenta baixa, quando a borda placentária está a mais de 2 cm do OI do colo. ○ Cesárea: menos de 2 cm do OI no 3º trimestre ○ Cesárea eletiva: ■ Placenta prévia: 36 a 37 semanas nas assintomáticas ■ Placenta acreta: 34 semanas ● Quando a contratilidade uterina estiver prejudicada no pós-parto, serão recomendadas três ordenhas do cordão para evitar a anemia do bebê. ● Muitas pacientes com placenta percreta e invasão da bexiga necessitam de cistectomia parcial. ● Pode colocar cateter balão de Bakri para interromper o sangramento. ● Complicações: recorrência de placenta acreta, ruptura uterina em nova gestação, sinéquias uterinas graves e amenorreia. SAÚDE INTEGRAL DA MULHER I - CICLO I DICAS DE PROVA ● Possível ver embrião no útero ○ 6-7 semanas = BCF ○ A partir de 4 a 5 semanas ou quando BHCG > 3500 = zona discriminatória ● USG de abortos ○ Útero longitudinal com ou sem saco gestacional ● Gestação ectópica ● Mola completa e incompleta -> USG = saber diferenciar ● Fatores de risco, quadro clínico, tipos de aborto (quando colo dilatado) ● Condutas (expectante, cirúrgica) -quando utilizar ● DDP agudo ○ RN e mãe bem e < 20 min = parto vaginal ○ Mãe e RN não estão bem ou >20 min = cesariana de emergência ● OBS.: expressão de p57 -> diferencial mola completa (negativo) e incompleta (positivo)
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