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SAÚDE INTEGRAL DA MULHER I - CICLO I Gravidez Trofoblástica ● Doença trofoblástica gestacional (DTG) ○ É uma síndrome, relacionado com fertilização aberrante ● Formas clínicas ○ Mola hidatiforme ○ Mola invasora ○ Coriocarcinoma ● Causas benignas: mola hidatiforme completo ou incompletas (parciais) ● Causas malignas: neoplasia trofoblásticas gestacionais - NTG (mola invasora e coriocarcinoma) ○ Tumor funcionante produtor de gonadotrofina coriônica humana (hCG) ● Exame de imunohistoquímica para diferenciar moda hidatiforme completa ou incompleta ○ Mola hidatiforme completa é um caso pior Mola hidatiforme completa Macroscopia ● Feto, cordão e membranas ausentes. ○ Não tem embrião nem área de placenta saudável ○ Não tem p53 e nem embrião (tudo e mola) -> ocupa toda a cavidade uterina Histopatologia ● O trofoblasto – sincício e citotrofoblasto – mostra acentuada e sistemática hiperplasia com anaplasia celular. ● Observam-se vilosidades atróficas e hiperplasia trofoblástica discreta. ● Em raros casos: presença de capilares que assemelham-se aos existentes nas vilosidades primordiais de ovos muito jovens. ○ Não se visualizam neles hemácias fetais nucleadas ● trofoblasto com hiperplasia e anaplasia celular. ○ Tecido molar e presença de vesículas com conteúdo anecoicos (vesículas ou hidátides) ■ podem atingir até 3 cm de diâmetro ■ Não há área de placenta normal (tudo é mola) (anormal) ■ Útero cresce mais do que o normal ○ Alteração genética em que o tecido trofoblástico (cito e sinciciotrofoblasto) estão completamente alterados ○ Não se observa hemácias fetais ● Citogenética — cariótipo: feminino = 46, XX ○ Conteúdo genético completamente paterno ○ Conteúdo aplaide de um óvulo e perdido -> membrana do óvulo sem conteúdo genético dentro dele ○ Óvulo perde sua carga genética haplóide (esvazia-se) e fecundado pelo espermatozóide normal -> duplicação dos cromossomos paternos sem a concomitante divisão celular = zigoto com 46, XX ● Não tem conteúdo materno ○ Proteína que torna ativa por conteúdo da mãe = na ausência de conteúdo genético da mãe -> não tem expressão de P57 (imunohistoquímica negativa) Quadro clínico ● Crescimento uterino, ● Não tem BCF, ● Indolor ○ Apenas dor se rompimento de cisto teca luteínico) ● Sangramento vaginal em pequena quantidade, amarronzado ● Colo do útero fechado (impérvio), puntiforme ou em fenda (a depender de trabalho de parto anterior) ● Toque: bimanual e bidigital ○ Útero aumentado de tamanho, massas em fossas ilíacas mutilobuladas (5-10% dos casos apenas, pois o diagnóstico é precoce) ○ Raramente há eliminação de vesículas ● BHCG ○ Fração beta -> receptor de estrogênio e progesterona = estimula teca (produz progesterona - exterior), granulosa (pela aromatase produz estradiol) ■ Muito estrogênio e progesterona -> folículo passa de antral para dominante e maior que o dominante (muitos folículos estimulados ao mesmo tempo) = tecaluteínico (teca hiperfuncionante e luteínico pela progesterona ser amarelo) ■ Cisto tecaluteínicos > 6 cm de diâmetro = maior chance de malignização ● Cisto grande (> 6 cm) é fator de risco para 3 coisas: ○ Malignidade ○ Torcer ○ Romper-se ■ Geralmente são bilaterais nos ovários quando mola hidatiforme completa ■ A estimulação é bilateral, mas não será necessário tirar os 2 ovários ● Ao esvaziar o útero, de 6-8 semanas o ovário estará normal ○ Fração alfa -> estimula tireoide ■ Estimula tireóide produzir T4 e T3 -> hiperestimulado, muita quantidade no sangue = hipertireoidismo (taquicardia, exoftalmia e olho brilhante, pele quente e com suor, rubor malar exacerbado, cabelos oleosos, tireóide aumentada) -> pode ter associado a bócio e multinodular (vários cistos) ● USG: tecido hiperecóico e “bolinhas”anecóicas ○ Sem presença de saco gestacional (feto) ● Beta-HCG é produzido pelo tecido trofoblástico ○ Estimula a formação placentária e mantém o corpo lúteo ○ Até a placenta estar formada com 16 semanas, quem mantém a gestação é o corpo lúteo = alta produção de progesterona ○ Centro do vômito estimulado = hiperemese gravídica -> perda > 10% do pelo + distúrbio hidroeletrolítico acompanhando o quadro ● Pode cursar com pré eclâmpsia de 1º ou 2º trimestre recente (19 semanas e 6 dias) SAÚDE INTEGRAL DA MULHER I - CICLO I ● Com o advento dos exames laboratoriais e do USG, o diagnóstico tornou-se precoce -> raramente se observa o cisto teca luteínico, hipertireoidismo, hiperemese gravídica, pré eclâmpsia (proteinúria) ○ Permite intervenção em IG precocemente ● Antes de 20 semanas = mola hidatiforme ● Altura uterina maior que a idade gestacional e > 4 cm de diferença ou > 16 cm ○ Fator de risco de malignização (maior morbidade) ○ Risco de romper o útero (hiperdistensão e endométrio mais fino pelo conteúdo molar ser maior) = ruptura durante procedimento ○ Ao realizar esvaziamento do útero -> risco de embolização por tecido trofoblástico ■ Ondas de invasão (artérias tortuosas e espiraladas -> mola mais ativa = chance de soltar tecido molar e embolizar as artérias ■ Quanto maior o útero -> mais invasiva a mola -> maior a chance de soltar tecido molar ● IG: tende a ser igual a altura uterina e pode variar em +- 2cm /semanas de gestação. Diagnóstico ● 1º trimestre de gravidez: USG ○ Não visualizado feto ● 1º sinal: sangramento , aumento do útero acima do esperado, ausência de BCF, nível elevado de BhCG ○ BhCG>400.000mU/ml = chance de malignidade Mola hidatiforme completo por duplicação ● Espermatozoide chega para fecundar o óvulo, mas não tem conteúdo genético -> espermatozóide faz uma duplicação = não tem conteúdo genético materno, apenas paterno: XX ○ YY -> incompatível com a vida ● Diplóide por duplicação Mola hidatiforme completa com conteúdo paterno por dispermia ● Entrada de 2 espermatozoides diferentes: XX, XY ● Diplóide por dispermia Seguimento pós molar (da mola completa): ● Após o tratamento fazer o segmento ● hCG: deve-se determinar quantitativamente os níveis de hCG no soro materno até 48h após o esvaziamento molar ○ Seguimento semanalmente até negativação (BhCG <5 mU/ml) ○ Após negativação = seguimento mensal por 6 meses ● Monitorização das pacientes para evitar NTG (geralmente ocorrem após 6 meses do esvaziamento) ○ Diagnóstico de NTG pós molar (malignidade): estabilização (3 semanas em platô) ou aumento de hCG ○ Afastar nova gravidez por USG ● USG: avaliar persistência de lesão molar uterina após o esvaziamento (sugere malignização) ● Após esvaziamento da mola hidatiforme -> mandar conteúdo para histopatologia e solicitar imunohistoquímica do p57 ○ Imunohistoquímica com p57 negativo = mola completa ■ Seguimento semanal até negativar e mensal até 6 meses após negativação ● Anticoncepção: durante o monitoramento por hCG costumam-se utilizar anticoncepcionais orais. ○ Anticoncepcionais orais não aumentam a incidência de NTG pós molar nem afetam o padrão de regressão de hCG. ○ Após remissão documentada por 6 a 12 meses, a anticoncepção pode ser descontinuada ○ Utilizar método contraceptivo pós alta = não usar DIU!!! (Corpo estranho no colo uterino) ■ Saber os critérios de elegibilidade da mulher para saber qual método irá impregnar (nao usar DIU) ● Paciente é liberada para nova gestação após 1 ano da negativação (acompanhar a paciente por 1 ano - qualquer sintoma pode ser neoplasia trofoblástica gestacional indolente - devagar) ● Se dispneia, sangramento ou aumento uterino -> retornar ao ambulatório Protocolo de seguimento pós molar Mola hidatiforme incompleta ou parcial ● Degeneração limitada da placenta, que exibe vilosidades anormais e distendidas, hidrópicas. ● Existe feto, cuja presença é caracterizada pelos ruídos cardíacos e certificada pela ultrassonografia. ● O cariótipo é triploide, com o par adicional de cromossomos de origem paterna. ○ Óvulo haplóide + espermatozóide haplóide (1 a mais) -> duplicação ou dispermia = conteúdo triploide (conteúdo 69XXX) ● A mola incompleta ou parcial é uma doença do tecido trofoblástico ● Degeneração limitada da placenta (placentanormal + placente com mola), existe feto, tem BCF. ○ Feto mal-formado, não viável (mas tem BCF), tem sintomas de gestação ○ Descoberta pelo USG morfológico de 1º trimestre ■ Presença de placenta grossa com vacúolos ■ Pode chegar a IG avançada SAÚDE INTEGRAL DA MULHER I - CICLO I ● Cariótipo triploide (par adicional de cromossomos de origem paterna) ● Macroscopia: feto, cordão e membranas amnióticas presentes ● Citogenética: trissomias, triploidias e tetraploidias. Triploidia por duplicação ● Duplicação do conteúdo materno ● Cariótipo: 69XXX Triploidia por dispermia ● Cariótipo: 69XXX ● Tem conteúdo materno - expressa P57 Histopatológico ● As vilosidades hidrópicas exibem hiperplasia moderada, sem anaplasia celular. ● Evidenciadas vilosidades normais nas quais, quando preservadas, se verificam vasos. Também não costumam faltar fragmentos de membranas. ● Histopatológico = feto mal formado e áreas de placenta normal entremeada com áreas com hidátides (área molares com formação hidatiforme) ○ Vesículas chegam a 0,5 a 0,7 cm (menores) ● Tem conteúdo materno - expressa P57 ○ Exame de imunohistoquímica positiva ● Presença de conteúdo materno ● BhCG = entre 150 - 200 mU/ml ○ Não tem hiperemese gravídica, pré eclampsia, cisto tecaluteínico ou hipertireoidismo ● Chance de malignizar: 5% Quadro clínico ● SIntomas comum de gestação, ausculta de BCF ● Sangramento de 1º trimestre (amarronzado de pequena quantidade), indolor, não visualiza vesícula) USG de mola hidatiforme parcial. Presença de embrião e placenta com áreas sono lucentes, correspondendo às vesículas. Seguimento da mola parcial ● Após o tratamento fazer o segmento ● Dosagem de beta-HCG da internação -> beta-HCG depois do esvaziamento -> diagnóstico patológico + imunohistoquímica com p57 + = mola incompleta -> beta-HCG semanal até negativar -> após negativar fazer beta-HCG 1 mês após ● Se nao tem imunohistoquímica com p57 -> seguimento semelhante a da completa Tratamento (para mola completa ou incompleta) ● Solicitar exames: ○ Hemograma completo ○ Grupo sanguíneo e fator Rh ○ Determinação do nível de hCG ○ Radiografia de tórax Aspiração a vácuo = padrão ouro ● Padrão ouro -> Misoprostol + aspiração a vácuo elétrica ○ Se nao tiver = dilatação com velas de Hegar + curetagem clássica ● Dilatação cervical sob anestesia geral -> ocitocina intravenosa (durante o esvaziamento, para que haja a contração ao esvaziamento, diminui embolização) ● Dilatação do colo (pode ser com Misoprostol) -> observar a paciente e ao primeiro sinal de dilatação ou de dor tipo cólica ou sangramento = esvaziamento o útero rapidamente para evitar embolização ● Esvaziamento manual ● Se nao tem misoprostol, dilatar com velas de Hegar e complementar com a vácuo aspiração ou curetagem clássica ○ Curetagem é fator de risco de perfuração de útero ● Transferência para centro de referência em mola = ideal Complicações médicas ● Anemia, infecção, hipertireoidismo, pré-eclâmpsia, coagulopatia e problemas pulmonares. Histerectomia ● Com conservação de anexos, pacientes que não querem mais ter filhos, reduz risco de NTG pós molar ● OBS.: mola incompleta: presença de BCF mas não tem possibilidade de feto ser viável
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