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AVISO PRÉVIO E EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO


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RESUMO EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO E AVISO PRÉVIO
CONTRATOS POR TEMPO INDETERMINADO
· Aviso prévio; 
· Extinção por ato do empregador; 
· Extinção por ato do empregado; 
· Extinção – outros casos. 
Obs.: É importante destacar que nos casos de extinção do contrato de trabalho, há a necessidade de observar os casos de estabilidade, para ver se há a possibilidade de fato ou não. 
1) AVISO PRÉVIO
- Se o contrato não tem prazo certo para encerrar-se, a parte que quiser extingui-lo tem a obrigação de notificar a outra. O aviso prévio é, portanto, uma notificação com prazo. 
- Na lei brasileira (art. 487, CLT), o aviso prévio é instituto típico da rescisão contratual por ato das partes, sem justa causa, chamado de resilição contratual.
- A regra é o aviso prévio proporcional previsto na Lei 12.506 de 2011 (art. 1º. parágrafo único). O aviso prévio no direito do trabalho brasileiro é de 30 dias, no mínimo (CF, art. 7º, XXI) e terá um acréscimo de 3 dias a cada ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 dias, totalizando, até 90 dias.
- Quando o empregador comunica o aviso prévio ao empregado, este tem a opção de trabalhar com carga horária reduzida de 2 horas sem prejudicar o salário integral.
- O aviso prévio do empregado acarreta na transformação do contrato de trabalho por tempo indeterminado (CTI) para um contrato de trabalho por tempo determinado (CTD). Isso porque o vínculo entre as partes passa a ter um limite temporal bem delimitado. 
Obs.: Na despedida por justa causa, o empregado não tem direito ao aviso prévio. Terá direito apenas a indenização de férias vencidas acrescidas de 1/3 (um terço), quando completado o período aquisitivo.
1.1 – Aviso prévio indenizado
- Existe também o aviso prévio indenizado, que é quando o empregador demite o empregado sem antes o avisar com 30 dias de antecedência.
- Dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço.
2) EXTINÇÃO POR ATO DO EMPREGADOR
2.1 – Dispensa SEM justa causa
- Possibilidade do empregador de extinguir o contrato de trabalho imotivadamente.
- Empregado terá direito ao recebimento do saldo de salário, férias vencidas e/ou proporcionais, aviso prévio, 13º salário e ao depósito do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) + 40%
2.2 – Dispensa por justa causa
- A falta grave do empregado pode gerar a dispensa do empregado por justa causa.
- Em casos de demissão por justa causa, o empregado terá direito apenas ao saldo de salário e as férias vencidas.
- O artigo 482 da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) dispõe quais são as hipóteses que ensejam em falta grave.
Obs.: Justas causas específicas: Há outros tipos de justa causa que não estão definidos no art. 482 da CLT tais como: 
· art. 240 da CLT (para o ferroviário: recusa, sem justificativa, em executar serviço extraordinário nos casos de urgência ou de acidentes capazes de afetar a segurança ou regularidade do serviço);
· art. 14 da Lei nº 7.783/89 – lei que regulamenta o exercício do direito de greve (empregado que viola ou constrange os direitos e garantias fundamentais de outrem, ou, então, impede o acesso ao trabalho de outros colegas);
· art. 158 da CLT (recusa do empregado em usar os Equipamento de Proteção Individual – EPIs).
3) EXTINÇÃO POR ATO DO EMPREGADO
- Por ato do empregado, o contrato morre, fundamentalmente, de dois modos:
3.1 – Pedido de demissão
- O empregado que pedir demissão, deve dar o aviso prévio ao empregador
- Neste caso, ele só terá direito ao recebimento do 13º salário proporcional; e das férias vencidas e/ou proporcionais acrescidas de 1/3
3.2 – Rescisão indireta
- Trata-se do direito de pleitear judicialmente a rescisão do seu contrato de trabalho,sem que esse seja prejudicado, garantindo seus direitos trabalhistas e verbas rescisórias, no caso de o empregador vier a cometer uma das faltas graves previstas no art. 483 da CLT.
- A rescisão contratual é operada através de uma sentença judicial, daí o nome rescisão “indireta”
4) BASES CONTRATUAIS: EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO – OUTROS CASOS
4.1 – Morte do empregado
- No caso de morte do empregado, o contrato de trabalho fica extinto já que tem caráter personalíssimo
- Os valores rescisórios são equivalentes aos de um pedido de demissão, com exceção do saque do FGTS que é autorizado aos sucessores do empregado falecido
- A quitação dos haveres rescisórios, incluindo o levantamento do FGTS é feita aos herdeiros
4.2 – Extinção da empresa
- Se a empresa se extingue naturalmente, sem força maior: Serão devidos todos os direitos relativos a uma dispensa sem justa causa;
- Se a extinção é por força maior: A indenização é devida pela metade (art. 502, CLT);
- Se por ato de autoridade governamental (factum principis), caso típico de desapropriação, o responsável pela indenização (da dispensa sem justa causa) e demais direitos será a autoridade municipal, estadual ou federal responsável pelo fato (art. 486, CLT).
4.3 – Extinção por acordo: Distrato
- A Lei 13.467/2017 introduziu na CLT uma nova modalidade de extinção do contrato de trabalho. O art. 484-A da CLT criou a extinção por acordo entre empregado e empregador (distrato).
- Nesse caso, empregado e empregador entram em uma composição amigável para a rescisão do contrato de trabalho.
- Não haverá, assim, nem uma dispensa sem justa causa e nem um pedido de demissão.
- Será realizado pagamento:
· Integral: Férias proporcionais acrescidas de 1/3 e 13º salário proporcional.
· Metade: Aviso prévio (se indenizado) e da multa de 40% sobre o FGTS (que será de 20%).
- O empregado poderá sacar somente 80% do total dos depósitos do FGTS da conta vinculada daquele contrato de trabalho em que ocorrerá o distrato.
4.4 – Acerto rescisório
- O art. 477 da CLT estabelece todas as formalidades para o acerto das verbas rescisórias quando da extinção do contrato de trabalho.
- O pagamento deve ser feito no ato do acerto da rescisão em dinheiro, depósito bancário ou cheque visado, não se admitindo pagamento em parcelas.
CONTRATOS POR TEMPO DETERMINADO
- O empregado terá direito a saldo de salários, férias vencidas e/ou proporcionais, 13º salário e aos depósitos do FGTS (Lei 8.036/90, art. 20, IX).
- NÃO terá direito ao aviso prévio ou indenização
1) POR INICIATIVA DO EMPREGADO
- O empregado deverá indenizar o empregador, de modo a ser descontados das verbas resilitórias o equivalente a 50% da remuneração correspondente aos dias que faltarem para o término do contrato.
- O empregado terá direito apenas a saldo de salários, 13º salário e férias proporcionais
- Se o contrato tiver durado mais de um ano, o empregado terá direito, ainda, às férias vencidas e/ou proporcionais acrescidas de 1/3
2) POR INICIATIVA DO EMPREGADOR
- Contrato por tempo determinado extinto antecipadamente pelo empregador
- O empregado terá direito a saldo de salários, 13º salário proporcional, férias proporcionais, levantamento dos depósitos do FGTS, acrescido de 40%, indenização de 50% dos dias faltantes para o término do contrato.
EXTINÇÃO POR ACORDO ENTRE AS PARTES
- Empregado e empregador podem celebrar acordo para pôr fim à relação de emprego. É o chamado distrato.
Obs.: Não poderão ser negociados os direitos irrenunciáveis do trabalhador, tais como salários, férias e 13º salário. 
APOSENTADORIA
- Quando o trabalhador se aposenta e sai da empresa, ele pode sair pedindo demissão, pode ser demitido pela empresa ou pode ainda fazer um acordo.
- Quando o empregador demite o empregado aposentado os direitos são os seguintes:
· Férias proporcionais e vencidas, se houver
· Décimo terceiro proporcional e vencidos, se houver
· Saldo de salário
· Aviso prévio
· Multa de 40% do FGTS
- Já quando o empregado pede demissão os direitos são os seguintes:
· Férias proporcionais
· Décimo terceiro proporcional
· Saldo de salário
· Aviso prévio
· Depósito do FGTS do mês da rescisão
Obs.: APOSENTADORIA POR INVALIDEZ: 
- No caso da aposentadoria por invalidez (hoje chamada de benefíciopor incapacidade permanente), o trabalhador deverá ser afastado do trabalho, pois entende-se que o mesmo não tem condições de desenvolver atividades no trabalho devido à questões de saúde.
- Nesse caso, de acordo com o art. 475, da CLT, o contrato de trabalho ficará suspenso, não sendo possível que o empregador seja demitido sem justa causa pela empresa.