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Profa. Elaine Nunes UNIDADE II Relações Étnico-Raciais no Brasil Nesta unidade, abordaremos os seguintes assuntos: Legislação antirracista: abordagens e reflexões. A pedagogia da exclusão: imagens e representações do negro no Brasil. Identidade, interação e diversidade: por uma educação cidadã. Nosso objetivo é retomar a questão dos estereótipos raciais, passando à análise de imagens e representações do negro na literatura e na mídia. Em seguida, traremos a discussão para o campo da educação, a fim de pensarmos em estratégias para uma educação igualitária e não racista. Objetivos gerais da Unidade II Temos as leis mais modernas e avançadas do mundo: Constituição de 1988; ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n. 8.069, de 1990; LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n. 9.394, de 1996; e tantas outras. Mas o grande problema é que nossas leis não têm correspondência com nossa vida cotidiana, o que dificulta, e muito, que sejam colocadas em prática. “CF - Art. 5º, XLII – A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.” Inafiançável e não prescreve. O antirracismo na legislação brasileira Visam a proteger grupos de minorias, bem como a promover sua inclusão social e a garantia de acesso a direitos fundamentais desses cidadãos. Segundo o Portal Brasil, “um estatuto é um regulamento ou código com significado e valor de lei ou de norma”. Fonte: http://www.brasil.gov.br Alguns exemplos: Estatuto do Idoso, Estatuto do Índio, Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e Estatuto da Igualdade Racial. Estatutos específicos: o ECA e o Estatuto da Igualdade Racial Art. 5º: “Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.” Crianças e adolescentes passam a ser tratados como cidadãos de direitos. Consequência de intenso debate internacional: Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948; Declaração dos Direitos da Criança, de 1959 (ONU), e Convenção Internacional dos Direitos da Criança, 1989 (ONU). Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) Lei n. 8.069, de 1990 Em maio de 2003, o senador Paulo Paim (PT-RS) apresentou o projeto de lei do Senado que instituiu o Estatuto da Igualdade Racial. No dia 20 de julho de 2010, o projeto foi aprovado com emendas, validando, por meio da Lei n. 12.288, o Estatuto da Igualdade Racial. O documento versa sobre os principais direitos garantidos à população afrodescendente no Brasil, bem como busca combater toda forma de discriminação e intolerância étnica. *Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância. Estatuto da Igualdade Racial Lei n. 12.288, de 20 de julho de 2010 Pena de até três anos para quem praticar racismo pela internet. Incentivo à contratação de negros pelas empresas. Reconhecimento da capoeira como esporte. Reserva, nos partidos políticos, de vagas para candidatos negros. Inclusão da obrigatoriedade de cotas nas universidades públicas para alunos negros: (pretos e pardos). Principais pontos do Estatuto da Igualdade Racial Lei n. 6.001/73: “dispõe sobre as relações do Estado e da sociedade brasileira com os índios e coloca que estes sendo – relativamente incapazes – devem ser tutelados”. Constituição Federal 1988 – reconhece o direito do índio de manter e preservar sua própria cultura. Novo Código Civil (2003) – retira os índios da condição de relativamente incapazes [...] estipula legislação própria: Estatuto está em construção. Estatuto do Índio Art. 26, do cap. 2, § 4º – “O Ensino de História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia.” Daí à aprovação da Lei n. 10.639, de 2003, foi um passo, garantindo a afirmação, o reconhecimento e a valorização dos negros no quadro da diversidade da cultura brasileira. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) Lei n. 9.394, de 1996 Altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”. Essa legislação consegue chamar a atenção de autoridades, educadores e da sociedade para a importância da inclusão no currículo escolar da perspectiva étnico-racial. Institui o dia 20 de novembro como o Dia da Consciência Negra. Diretrizes e Pareceres (distribuição de materiais pedagógicas às escolas públicas). Lei n. 10.639, de 2003 O Brasil foi o primeiro país do continente americano a criar leis específicas para o combate ao racismo. Entre a legislação sobre o assunto, encontramos o Estatuto da Igualdade Racial, que trata de pontos importantes a serem operacionalizados na sociedade brasileira. Indique quais são as ações contempladas no Estatuto. a) Pagamento de multa para quem praticar racismo na internet. b) Incentivo à contratação por período temporário de negros de baixa renda pelas empresas. c) Reconhecimento da capoeira como atividade obrigatória nas aulas de educação física. d) Reserva, nos partidos políticos, de 10% das vagas para candidatos negros e para mulheres, independentemente da etnia. e) Inclui a obrigatoriedade de cotas nas universidades públicas para alunos negros. Interatividade O Brasil foi o primeiro país do continente americano a criar leis específicas para o combate ao racismo. Entre a legislação sobre o assunto, encontramos o Estatuto da Igualdade Racial, que trata de pontos importantes a serem operacionalizados na sociedade brasileira. Indique quais são as ações contempladas no Estatuto. a) Pagamento de multa para quem praticar racismo na internet. b) Incentivo à contratação por período temporário de negros de baixa renda pelas empresas. c) Reconhecimento da capoeira como atividade obrigatória nas aulas de educação física. d) Reserva, nos partidos políticos, de 10% das vagas para candidatos negros e para mulheres, independentemente da etnia. e) Inclui a obrigatoriedade de cotas nas universidades públicas para alunos negros. Resposta Projeto nacional de branqueamento. Era preciso “apagar” tudo o que remetia ao “nosso passado negro”. O mito da democracia racial. Racismo à brasileira: uma ideologia cada vez mais difícil de se detectar, desvendar e decodificar. Todos esses processos sociais continuam a marcar as imagens e as representações feitas sobre o negro, seja por parte da mídia, da literatura ou do ambiente escolar. A pedagogia da exclusão: imagens e representações do negro no Brasil Monteiro Lobato: período pós-abolicionista. Seus livros reproduzem os estereótipos do negro como submisso e subserviente: “Embora liberto, não poderia sobreviver sem a tutela do senhor, pois era hereditariamente predisposto ao trabalho servil e desprovido de qualquer autonomia enquanto pessoa”. Fonte: Lúcia Maria de Assunção Barbosa (2004, p. 56). Imagens e representações do negro na literatura Consideramos naturais algumas atitudes, piadas e ditos populares de cunho preconceituoso. Derivam dessas ideias cristalizadas expressões do tipo: os “pretos de alma branca”, “tenho bons amigos pretos” e muitas outras que se perpetuaram e criaram raiz em nossa sociedade historicamente racista. A literatura como pedagogia da exclusão social: o trabalho de reforço dos estereótipos. O papel da literatura na permanência de estereótipos dos negros Fonte: https://br.pinterest.com/pin/189854940526117723/ “Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo.” Paulo Freire WWW.CEDERJ.EDU.BR Universidades Públicas a Distância Representações acabam sendo internalizadas pelos próprios negros emum processo bem- sucedido de “aceitação passiva”. “O inconsciente racial coletivo brasileiro não acusa nenhum incômodo em ver tal representação da maioria do seu próprio povo, e provavelmente de si mesmo, na televisão ou no cinema.” Fonte: Araújo (2008, p. 984). “Naturalidade” na produção e na recepção dessas imagens. Internalização da ideologia do branqueamento 1. A mãe preta que faz tudo pelos patrões brancos 2. A empregada doméstica 3. O fiel jagunço 4. O escravo 5. A negra fogosa e sensual 6. O malandro 7. O “negro perfeito” Estereótipos racistas que novelas brasileiras precisam parar de usar Fonte: http://nodeoito.com/estereotipos- racistas-novelas-brasileiras/ Revisão: Ontem – as personagens interpretadas por negros na televisão também reproduzem os papéis tradicionais de subserviência e servidão. Hoje – personagens negros em papéis semelhantes aos dos brancos, com família constituída, com profissão bem remunerada, com formação acadêmica. Ações afirmativas + politicamente correto. Imagens e representações do negro na mídia Filósofa Diretor Ator Jornalista Juízes Personagens negros Fonte: https://www.hypeness.com.br/2021/04/representatividade-negra-na- comunicacao-e-tema-de-debate-no-prosa-apenas-isso-basta/Fonte: https://midia4p.cartacapital.com.br/homogeneizar-a- populacao-negra-e-uma-visao-colonial-afima-a-filosofa- e-feminista-negra-djamila-ribeiro-em-entrevista-ao-4p/ Fonte: https://veja.abril.com.br/coluna/tela- plana/lazaro-ramos-estou-cansado-do- debate-raso-de-so-inserir-negros-na-tv/ Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/12/juizes-negros-se-unem- contra-desigualdade-racial-nos-tribunais-e-cobram-avanco-em-cotas.shtml De que formas a literatura, a mídia e a escola podem ser responsáveis pela permanência de estereótipos raciais? a) Trabalhando e divulgando informações corretas sobre a cultura e a história dos indígenas afrodescendentes. b) Eliminando narrativas que reforçam preconceitos. c) Reservando aos negros as personagens subservientes e submissas de novelas, filmes e livros. d) Divulgando boas práticas dos movimentos sociais que promovem cultura, criatividade e economia dos povos indígenas e afrodescendentes. e) Incentivando leituras reflexivas sobre as questões étnico- raciais no Brasil. Interatividade De que formas a literatura, a mídia e a escola podem ser responsáveis pela permanência de estereótipos raciais? a) Trabalhando e divulgando informações corretas sobre a cultura e a história dos indígenas afrodescendentes. b) Eliminando narrativas que reforçam preconceitos. c) Reservando aos negros as personagens subservientes e submissas de novelas, filmes e livros. d) Divulgando boas práticas dos movimentos sociais que promovem cultura, criatividade e economia dos povos indígenas e afrodescendentes. e) Incentivando leituras reflexivas sobre as questões étnico- raciais no Brasil. Resposta Consequências da pedagogia da exclusão e da ideologia da alienação: A população “branca” brasileira se supõe “branca-europeia”. Percepção absolutamente imaginária (e ilusória) de que somos de alguma forma descendentes de uma “linhagem europeia pura”. É como se todas as cabeças pensassem num único sentido: contra nós mesmos. A “monumental contradição” do racismo no Brasil A violência simbólica é uma das formas de dominação mais profundas e cruéis que se pode conceber: mecanismos sutis de dominação social utilizados por indivíduos, grupos ou instituições e impostos sobre outros. A construção da identidade brasileira se enraíza na interiorização, por todos os brasileiros (todos mestiços, afinal), de normas enunciadas pelos discursos dos estrangeiros que nos colonizaram. Assumir o universo simbólico de um outro sem perceber que essa “transferência” foi feita na forma, portanto, de uma dominação no plano simbólico. O conceito de violência simbólica (Pierre Bourdieu, sociólogo francês) Imagens e representações que, muitas vezes, o professor traz de maneira inconsciente para sua prática cotidiana em sala de aula e que colaboram para a reprodução de estereótipos. Outra dificuldade: professoras afrodescendentes que não reconhecem sua origem étnico-racial. Os estereótipos vão sendo assimilados como verdades pela criança, que é vítima dessa violência simbólica. Fonte: CAVALLEIRO, Eliane. Do silêncio do lar ao silêncio escolar. 1. ed., 2000, 6. ed., 2012. A violência simbólica na escola Dificuldade enfrentada por crianças e adolescentes afrodescendentes em construírem sua identidade negra. O que significa “fazer-se negro”? Como a criança pode construir sua identidade negra? O processo de construção da identidade afrodescendente na infância e na juventude Fonte: https://wallpapercave. com/wp/2QoagXQ.jpg “A criança percebe o mundo que a rodeia, passa a compreender sua regras, linguagens, hábitos, proibições [...] é capaz de interiorizar alguns elementos culturais no processo de sua constituição como indivíduo, sujeito de sua própria identidade [...].” Fonte: Laraia (2008); Kemp (2009). Base educação. A identidade se constrói no plano simbólico, isto é, no conjunto de significações, valores, crenças, gostos, que o indivíduo vai assumindo na sua relação com o outro. Conceito de identidade: grupo social e cultura Fonte: https://leiturinha.com.br/blo g/como-a-literatura-infantil- pode-colaborar-no- combate-ao-racismo/ Tarefa difícil para as instituições de ensino e sociais: 1. Desconstruir estereótipos de raça/cor; 2. Desmistificar os mitos raciais existentes na sociedade brasileira; 3. Ter atitudes com os educandos em relações não discriminatórias e equitativas nas reações cotidianas. Trabalhar a Diversidade Representação simplificada dos fatos históricos. Estigmatiza segmentos sociais como mulheres, negros, idosos e trabalhadores. Reforça estereótipos. Invisibilidade dos segmentos sociais desfavorecidos. Influência dos livros: principalmente (didático e paradidático) A identidade é um processo construído a partir da interação entre os sujeitos, que, na contraposição de suas diferenças e no respeito a essa diversidade, atribuem significados ao universo simbólico, que passa a compor sua visão de mundo, influindo em suas escolhas e nos caminhos que irá percorrer. Educadores: como figura central de mediação desse processo: persistência e intencionalidade para optar por valores éticos e uma prática educativa equitativa. Identidade, interação e diversidade: por uma educação cidadã Todos os envolvidos no processo educativo precisam estar atentos para a desconstrução de estereótipos de raça/cor, para a desmistificação dos mitos raciais existentes na sociedade brasileira. Unidades Educacionais, OSS - (ONGs): uso de recursos que possibilitem a ressignificação de conceitos como negro, África, africanos; de modo a transformar, no imaginário coletivo, representações negativas em positivas. Fonte: Aquino (1998). Escola e diversidade: a promoção da igualdade racial Da Educação Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. § 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias. § 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social. LDB – 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Livro didático: inúmeras pesquisas demonstram que a maioria traz uma representação muito simplificada dos fatos históricos. Isso ajuda a estigmatizar, caricaturar ou reforçar estereótipos de segmentos sociais como mulheres, negros, idosos e trabalhadores, por exemplo. Isso faz com que a criança afrodescendente não tenha parâmetros de igualdadee diversidade para a construção de sua identidade étnico-racial. Diversidade, livro didático e currículo: desafios para a prática educativa Os currículos são frutos de escolhas políticas e debates calorosos que incorrem em incluir ou excluir assuntos, disciplinas ou aspectos que nos interessam ou não no processo de formação da criança e do jovem. Lei n. 10.639/2003: reconhece a necessidade urgente de incluir, de uma vez por todas em nossos currículos, a problemática das relações étnico-raciais, por meio do estudo da história e da cultura africana e afro-brasileira em todos os níveis escolares, chegando também à formação universitária de professores e professoras. Diversidade e currículo “Entender o que é a pobreza e como ela afeta de maneira trágica a vida de uma grande parcela da população. Nos posicionar politicamente dentro desse debate e construir práticas efetivas e democráticas que transformem a trajetória escolar dos nossos alunos e alunas negros e brancos em uma oportunidade ímpar de vivência, aprendizado, reconhecimento, respeito às diferenças e construção de autonomia.” Fonte: UFSCar/NEAB. Projeto São Paulo Educando pela Diferença para a Igualdade. Módulo 2, 2004, p. 7. A prática educativa com intencionalidade A prática educativa precisa ser desenvolvida com intencionalidade e persistência com vistas à promoção da igualdade racial. Quais os desafios para os educadores * nessa sua prática? *leia-se: profissionais da educação, profissionais do serviço social. a) Fortalecer o mito da democracia racial. b) Superar a simplificação dos fatos históricos apresentados na maioria dos livros didáticos e paradidáticos. c) Reforçar a ausência da perspectiva étnico-racial na definição de currículos e conteúdos. d) Negligenciar as questões das relações étnico-raciais no contexto socioeducacional. e) Propor projetos de cunho excludente. Interatividade A prática educativa precisa ser desenvolvida com intencionalidade e persistência com vistas à promoção da igualdade racial. Quais os desafios para os educadores * nessa sua prática? *leia-se: profissionais da educação, profissionais do serviço social. a) Fortalecer o mito da democracia racial. b) Superar a simplificação dos fatos históricos apresentados na maioria dos livros didáticos e paradidáticos. c) Reforçar a ausência da perspectiva étnico-racial na definição de currículos e conteúdos. d) Negligenciar as questões das relações étnico-raciais no contexto socioeducacional. e) Propor projetos de cunho excludente. Resposta Lei n. 10.639/2003 – todos os envolvidos na instituição escolar estão convocados a promover mudanças estruturais no ensino: Reformulação dos currículos, dos projetos pedagógicos, dos planos de aula, de materiais didáticos e paradidáticos; enfim, de toda a prática educativa de modo geral. Promover o reconhecimento, o respeito e a garantia das diversidades culturais e, de forma especial, da população afrodescendente no Brasil. Escola e promoção da igualdade racial: estratégias e possibilidades Abordar o tema “africanidades brasileiras” em ambientes de formação. Três pontos dos princípios da pedagogia antirracista, a saber: 1. Respeito às africanidades. 2. Reconstrução do discurso pedagógico. 3. Estudo da recriação das diferentes raízes da cultura brasileira. Africanidades brasileiras na escola Repensando práticas pedagógicas antirracistas Fonte: https://mskiusam.com Todos os agentes do processo de aprendizagem devem se colocar mais próximos da realidade sociocultural de sua demanda. Isso significa conhecer a comunidade ou grupo social, seu perfil socioeconômico, o entorno da escola, os principais problemas do bairro, da cidade; bem como as principais manifestações culturais da comunidade, arte, música, religiosidade e outros aspectos que aproximem a todos os envolvidos na dinâmica social. As instituições sociais e a comunidade “Incorporar o discurso das diferenças não como um desvio, mas como algo enriquecedor de nossas práticas e das relações entre as crianças. Isso irá possibilitar desde cedo o enfrentamento de práticas de racismo e a construção de posturas mais abertas às diferenças e, consequentemente, a construção de uma sociedade mais plural.” Fonte: UFSCar/NEAB. Projeto São Paulo Educando pela Diferença para a Igualdade. Módulo 2, 2004, p. 32. Como profissionais, o que podemos fazer? Construção de novos afetos, de novas formas de nos relacionar com o diferente, com a diversidade. “É na relação com o outro que constituímos nossa subjetividade, nossas diferenças. Construção de subjetividades outras, livres da clausura causada pelo modelo dito ‘ideal’.” Precisamos nos encontrar por meio da pluralidade e da diferenciação, livrando-nos dessa clausura subjetiva. Fonte: UFSCar/NEAB. Projeto São Paulo Educando pela Diferença para a Igualdade. Módulo 2, 2004, p. 32. Como profissionais, o que podemos fazer? “Repensar a preponderância desse modelo hegemônico de vida (de ser). Escapar de toda essa homogeneização a partir da qual fomos produzidos e com a qual nos acostumamos. Lutar contra todas as formas de ‘assujeitamento’ (uma maneira de modelar as pessoas de uma mesma forma), uma luta contra as forças que nos querem fracos, tolos e servos, além de racistas.” Fonte: UFSCar/NEAB. Projeto São Paulo Educando pela Diferença para a Igualdade. Módulo 2, 2004, p. 32. Como profissionais, o que podemos fazer? O que podemos concluir deste Percurso de Reflexões sobre as Relações Étnico-Raciais? Como deve ser a nossa postura profissional? a) Respeito à pluralidade. b) Procurar desenvolver relações interpessoais, mais afetuosas e significativas. c) Buscar uma subjetividade livre de clausuras e modelos preestabelecidos. d) Refletir sobre modelos hegemônicos de homogeneização e “assujeitamento”. e) Todas as alternativas estão corretas. Interatividade O que podemos concluir deste Percurso de Reflexões sobre as Relações Étnico-Raciais? Como deve ser a nossa postura profissional? a) Respeito à pluralidade. b) Procurar desenvolver relações interpessoais, mais afetuosas e significativas. c) Buscar uma subjetividade livre de clausuras e modelos preestabelecidos. d) Refletir sobre modelos hegemônicos de homogeneização e “assujeitamento”. e) Todas as alternativas estão corretas. Resposta AQUINO, J. G. Diferenças e preconceitos na escola. 1. ed. São Paulo: Summus Editorial, 1998. ARAÚJO, J. Z. O negro na dramaturgia, um caso exemplar da decadência do mito da democracia racial brasileira. Revista de Estudos Feministas. Florianópolis, v.16, n. 3, dez. 2008. BARBOSA, L. M. A. Pedagogia da exclusão: a representação do negro na literatura brasileira. In: SILVERIO, V. R.; ABRAMOWICZ, A.; BARBOSA, L. M. A. (coord.). Projeto São Paulo: educando pela diferença para a igualdade. Módulo II – Ensino Médio. Brasília: Universidade Federal de São Carlos – Neab/UFSCar, 2004. Disponível em: http://www.ufscar.br/~neab/pdf/enmedio_verde_compl.pdf. Acesso em: 24 jul. 2011. CAVALLEIRO, E. Do silêncio do lar ao silêncio escolar. 1. ed., 2000, 6. ed., 2012. GOMES, Laurentino. Escravidão. São Paulo: Globo, 2019. LARAIA, R. B. Cultura: um conceito antropológico. 22. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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