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Diarreia Diarreia aguda -Alta prevalência mundial. -Está entre as principais causas de óbito em 5 anos. · Desnutrição e desidratação. -Intervenção importantes: · Eliminação da pobreza · Higiene ambiental · Orientação Sobre a importância de hábitos de higiente- lavar as mãos, filtrar a agua. · Aleitamento materno · Fator protetor para qualquer doença digestiva. · Saneamento básico · Vacinação- melhor maneira de prevenir a infecção por rotavírus. DEFINIÇÃO -Diminuição da consistência das fezes + Aumento do número de evacuações no dia (> 3x dia) -Podem cursar com: · Fezes aquosas. · Muco ou sangue -Doença autolimitada: até 14 dias. · Aguda- até 14 dias. · Persistentes: 14-30 dias. · Crônica: 30 dias. -Disenteria: fezes com sangue. MECANISMOS 1-Osmótico: excesso de comida não digerida + substancias que atraem água. · Predomínio nos casos virais- causa destruição das células vilositárias reduzindo a produção de enzimas e diminuindo a absorção do alimento- aumentando a pressão osmótica na luz intestinal. · Fezes liquidas e volumosas + caráter explosivo e grande perda hidroeletrolítica. · Vômitos frequentes e precoces + febre em 50% dos casos. 2- Secretória: algumas substancias/ patógenos podem atingir as células que passam a produzir mais muco- reduzindo a absorção hídrica. · Poucas manifestações sistêmicas. 3-Motora: patógeno emite substancias que atuam diretamente sobre a mucosa aumentando a motilidade. -As diarreias podem ter causas infecciosas e não infecciosas. · Infecciosas- maior prevalência e maior impacto na saúde das crianças (principalmente nas menores de 5 anos). · Alergias, intolerância e erros alimentares, além de medicamentos- principais causas não infecciosas. PRINCIPAIS PATÓGENOS ASSOCIADOS. Vírus: principal causa (Rotavirus, Coronavírus, Adenovírus, Norovírus) · Rotavírus: quadro limitado, com pico de incidência de 6-24 meses. · Principal causador de diarreia tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento. · Vacinação a partir do 2º mês de vida. · Infecções em < 2meses: assintomáticos. · Norovírus- principal causas de surtos epidêmicos. Bactérias: E.coli, shigella, salmonela, colistridium. Parasitas: dor paraumbilical, diarreias que acontecem e cessam repetidas vezes- Entamoeba Hystolitic, Giardia. · Bacteriana e parasitárias são mais comuns em países em desenvolvimento e em épocas chuvosas e quentes. Fungos- não é comum/ pessoas imunocomprometidas: Candida albicans. A transmissão costuma ser fecal-oral. Obs: a pesquisa do agente etiológico não é habitual- somente em casos que o tratamento habitual está falho. · Coprocultura- cultura de fezes. FISIOPATOLOGIA -Fatores de defesa: pH ácido estomacal + flora bacteriana normal + peristaltismo + mucinas revestindo a superfície luminal dos enterócitos + fatores antimicrobianos (lisozima, lactoferrina). -Adesão do microrganismo a parede intestinal: produção de enterotoxina, citotoxina promovendo lesão da mucosa intestinal. DIAGNÓSTICO -Clinico: · Quanto tempo começou · Aspecto das fezes · Numero de evacuações diarreicas por dia. · Sintomas associados (perda de crescimento, febre, se acorda para fazer cocô) · Vômitos ( numero e episódios/dia), febre, diurese (volume, cor, tempo decorrido da ultima micção) · Fezes acompanhadas de sangue ou muco. · Viagens recentes. · Doenças pré-existentes · Uso de medicações. · Condições socioeconômicas. -Exame físico: · Classificação da hidratação: hidratado, algum grau de desidratação, desidratação grave. · Estado geral: bem alerta, irritado, comatoso/ hipotônico. · Olhos: normais, fundos ou muito fundos. · Lágrima: presentes, ausente, ausente. · Sede: bebe normalmente, sedento/avidez, não é capaz de beber. · Fontanela: plana, deprimida, muito deprimida. -Sinal da prega: lateral da barriga, puxa e aperta. · Pele normal: puxa e rapidamente volta para o local. -Pulso: cheio, fraco, muito fraco/não sente. · Sempre lembrara que o primeiro sinal de sepse é taquicardia. -Enchimento capilar: aperto as extremidades até ficar branquinho e vejo “encher novamente”. · 3’’, 3-5’’, >5’’, -Principal complicação da diarreia aguda é a desidratação que pode levar a distúrbios hidroeletrolíticos e acidobásico, choque hipovolêmico e até morte. -Exames laboratoriais não são exames de rotina: somente casos de diarreias atípicas, grave e arrastadas. · Hemograma completo apara avaliar anemia e padrão leucócitico, ureia, creatinina, nos casos de distúrbios hidroeletrolíticos graves e impacto na função renal. · Fezes: pH fecal, hemácias, leucócitos, sangue oculto, ELISA para vírus, coprocultra, pesquisa de toxina de Clostridium- mais reservado para diarreia persistente. · Leucócitos nas fezes indica inflamação e invasão da mucosa intestinal. TRATAMENTO -Plano A: criança com diarreia sem desisdratação. · Tratamento domiciliar. · Manter alimentação adequada. · Suco, refrigerantes e energéticos não substituem o SRO pois são hiperosmolares. · Após cada perda (diarreia ou vômito) · <1 ano: 50-100ml de soro. · 1-10 anos: 100-200ml de soro. · 10 anos: quanto aceitar. -Plano B: criança desidratada (sem sinal e gravidade) com capacidade de ingerir liquido. · Tratamento supervisionado. · Caso mame, preserva o aleitamento materno. · 40-50ml/kg de 2-4h h de reidratação. · Tratado: 50-100ml de 3-6h de reidratação. · Tenta-se oferecer o SRO em copos supervisionado por profissionais. · Em caso de vômitos persistentes, fornecer por via sonda nasogástrica- 20ml/kg/h por 4-6h. · Falha na sonda, vômitos intratáveis, íleo paralitico, irritabilidade, sonolência ou ausência de melhora- suporte IV. · Para dar alta- volta para o plano A. -Plano C: presença de sinais de gravidade. · Tratamento de expansão/ fase rápida · <5 anos: · Soro fisiológico 9% (SFO) 20ml/kg em 30 min. · Exceção: RN ou cardiopata- dose de 10ml/kg. · > 5anos: · SFO 9%: 30ml/kg em 30 min. · Ringer Lactato (RL): 70ml/kg em 2h e 30min. · Presença de diurese: sinal de boa resposta. · Excesso de liquido: congestão pulmonar e hepatomegalia. · Fase de manutenção: após ter uma boa resposta de expansão. · Soro glicosado + SFO 9% (4:1) até 10kg- 100ml/kg. · Soro glicosado + SFO 9% (4:1)- >-10 kg- 1000ml + 50ml/kg o que exceder dos 10 kg. · Soro glicosado + SFO 9% (4:1) > 21 kg- 1500 ml + 20 ml/kg o que exceder dos 21kg. · Soro glicosado + SFO 9% (1:1): 50ml/kg inicialmente- reavaliar de acordo com as perdas. · KCL 10% - 2 ml para cada 100ml de solução. · Obs: fluidos isotônicos (ringer lactato, SFO)utilizados para correção aguda da desidratação. Suplementação de zinco: · 20mg por dia durante 10 dias/ lactentes < 2 meses 10mG por dia/ 10 dias. · O Zinco é considerado um probiótico. Outros tratamentos: · Antieméticos · Ondaseterona- quando é necessário optar por esse fármaco. · 0,15-0,3mg/kg. · Racecadotrila- atua como antiosmótico. · Não deve ser utilizado caso a suspeita seja infecciosa. · Reduz a duração da diarreia e o volume das fezes. · Analgésico · Antitermico. · É normal elevar a temperatura na diarreia. · Antibiótico- o antibiótico deve ser receitado na presença de febre e disenteria (sangue nas fezes) · Ciprofloxaxino. · Ceftriaxona- mais recomendada. · Azitromicina · Antiparasitários Obs: para antiemeticos, antitérmicos e analgésicos- o protocolo determina que a reidratação já estará tratamento esse sintoma. Probióticos: -Prescrever um antibiótico sempre associado com probiótico. -Na diarreia aguda, o probiótico pode melhorar o tempo de duração e a gravidade. · Inibição dos patógenos por competição de nutrientes, inibição de adesão e modificação das toxinas ou seus receptores. -Fármacos: · Repoflor, floratil, colidis. · Saccharomiyces boulardii. -Reforça a barreira gastrointestinal, melhor a digestão de alimentos, aumenta absorção de água, diminui as enzimas fecais que ativam genes carcinogênicos. -Contraindicado para imunossuprimidos. Diarreia persistente. -Definições: episódio de diarreia aguda provavelmente infeccioso com tempo superior de 14 dias. · Diarreia crônica: mais insidiosos, ocorre por mais de 30 dias, quadros leves que vão e vem. ANAMNESE -Caracterização do inícioe curso do processo diarreico: · Caracterizar se foi persistente ou um novo surto. -Caracterização das fezes. -Evacuação: · Tenesmo · Se acorda a noite para defecar. -Sinais e sintomas associados. · Lesões perianais · Doenças articulares. -Procedimento cirúrgico -História familiar (HF) de doença abdominal. -História recente de diarreia e antibiótico. -Uso de medicação. -Procedência e condições socioeconômicas. -Situação emocional. · Ansiedade · Casos de abuso · Síndrome do instestino irritável. EXAME FÍSICO -Estado de hidratação -Estado geral (EG) · Presença de estado de toxemia. -Analise da curva de crescimento. CAUSAS -Persistencia do enteropatógeno ou novo processo infeccioso. -Fatores de virulência. -Condições de defesa do hospedeiro. -Carga de enteropatógeno. -Condições socioeconômicas. -Ciclo: infecção-> má absorção -> desnutrição. -Disfunção entérica ambiental. Obs: notar que na DP começa a pensar nas causas de aquilo estar acontecendo – diarreia aguda não necessita saber o porquê. REPERCUSSÕES -Intolerância a lactose secundária. · Nos casos de DP posso pensar em retirar por um tempo a lactose. -Disbiose: proliferação de bactérias ruins/ impede a proliferação de boas bactérias. · As bactérias que costumam estar no intestino grosso sobem para o intestino delgado – produção de gases + distensão abdominal. -SB: supercrescimento bacteriano. ENTEROPATÓGENOS -DP já começo investigar os patógenos: a grande maioria é de caráter infeccioso. -Hemograma, PCR, EPF, coprocultura, pesquisa de enterovirus, avaliar investigação de IDF. TRATAMENTO: -Tratar e prevenir denutrição + suporte nutricional. -Posso retirar a lactose- evitar a IL. -Uso de antibiótico e antiparasitário. -Zinco e probiótico: sempre! -Vit.A: para situações de pobreza.
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