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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP CURSO DE PSICOLOGIA Aluno: Isabella Nazaré Silva R.A.: N586923 Semestre: 7º Semestre Professor: Patricia Shalana Albertuni Texto: PATUTTI, C. A. O. B. et al. A Elaboração de Relatos de Atendimento em Psicodiagnóstico Interventivo: sua importância na formação do aluno-estagiário. In: ANCONA-LOPEZ, Silvia (Org.). Psicodiagnóstico Interventivo: Evolução de Uma Prática. São Paulo: Cortez Ed., 2013, p. 197-225 O texto "A Elaboração de Relatos de Atendimento em Psicodiagnóstico Interventivo: sua importância na formação do aluno-estagiário" de autoria de PATUTTI, C. A. O. B. et al., faz parte do livro "Psicodiagnóstico Interventivo: Evolução de Uma Prática" organizado por Silvia Ancona-Lopez e publicado em 2013 pela editora Cortez. O capítulo discute a importância da elaboração de relatos de atendimento em psicodiagnóstico interventivo como uma forma de aprimorar a formação do aluno-estagiário em psicologia. Neste fichamento, serão abordados os principais pontos abordados pelos autores, destacando suas contribuições para a compreensão do tema. Primeiramente, de acordo com os autores, a elaboração de documentos escritos é uma preocupação tanto das instituições formadoras, como as faculdades e institutos de Psicologia, quanto de instituições normativas, como o Conselho Federal de Psicologia e Conselhos Regionais de Psicologia. Isso se deve ao objetivo de orientar adequadamente a produção de laudos, pareceres e relatórios pelos psicólogos, levando em consideração a importância desses documentos para a atuação profissional, tal preocupação inclui a revisão das formas de realização dos documentos e do uso dos dados contidos neles. Como todo documento, a elaboração de relatórios, laudos e pareceres em psicologia deve ser subsidiada em dados colhidos e analisados criteriosamente. Esses dados devem ser analisados à luz de um instrumental técnico, consubstanciado em um referencial técnico-filosófico e científico adotado pelo psicólogo. Portanto, a construção desses documentos deve ser pautada em um rigor metodológico que garanta a confiabilidade e validade das informações apresentadas, além de estar em consonância com a ética profissional e com as normas estabelecidas pelos órgãos regulamentadores da profissão. Por conseguinte enfatizam que, apesar de não ser o foco deste capítulo, a elaboração de laudos, relatórios e prontuários para o registro documental do paciente é uma importante parte do processo de aprendizagem vivenciado tanto pelo aluno-estagiário como pelo psicólogo-supervisor. Além disso, os documentos produzidos são a dimensão organizadora da técnica utilizada no psicodiagnóstico interventivo. É importante destacar que o papel do psicólogo-supervisor na formação do aluno-estagiário é crucial, pois ele exerce a responsabilidade técnica sobre o atendimento e sobre o que é relatado pelo estagiário, além de ser um modelo e referência para o estudante. Também ressalta-se que a prática psicológica deve sempre estar em consonância com a ética profissional e visar ao bem-estar biopsicossocial dos sujeitos envolvidos. Assim, é fundamental atentar para a ética envolvida na relação com os clientes e na produção de documentos sobre a experiência clínica no serviço-escola. No estágio em Psicodiagnóstico Interventivo, o conjunto de relatos das sessões e os registros detalhados dos atendimentos, com suas respectivas análises clínicas, estão contidos no registro documental. De acordo com Patutti, esse registro tem um uso acadêmico e sua confecção, escrita e redação fazem parte da formação do aluno-estagiário, além de servir para discussão na supervisão clínica, realizada em grupo. Tais registros são valiosos para o processo de aprendizagem do aluno-estagiário, representando uma forma de acompanhamento em seu estágio. Assim, os relatos de sessões feitos pelos estagiários no Psicodiagnóstico Interventivo, contidos no registro documental, revelam um processo de aprendizagem que se dá no entrelaçamento da experiência ocorrida entre aluno-estagiário, paciente e supervisor. Sobretudo, é evidente a preocupação em orientar o aluno-estagiário na construção de relatórios reflexivos sobre as sessões clínicas é evidente, pois nem todos os fenômenos clínicos podem ser totalmente descritos. Por isso, tanto o aluno-estagiário quanto o supervisor enfrentam o desafio de relatar as sessões. No entanto, essa orientação pode ser intimidante para o aluno, afetando sua conduta e limitando sua capacidade de relatar e atuar no atendimento. Por outro lado, é uma oportunidade para avaliar o conhecimento prévio do aluno e sua disposição para a pesquisa atual. Além disso, é enfatizada a importância do atendimento em grupo e participativo, que pode promover novas significações e explorações subjetivas, além de possibilitar que a tríade cliente-aluno-estagiário-professor-supervisor chegue a uma compreensão conjunta dos fenômenos que estão sendo estudados. Essa abordagem permite a discussão e o desenvolvimento de habilidades de reflexão crítica, além de fomentar a construção coletiva do conhecimento. Para orientar os alunos-estagiários no relato das entrevistas, os autores destacam a importância de observar determinados pontos citados por autores de referência, como Arzeno, Bleger e Tavares. Ao que tange o relato na entrevista clínica, é fundamental que o entrevistador, especialmente os alunos-estagiários, estejam atentos a determinados pontos destacados por autores de referência, como Arzeno, Bleger e Tavares. Um desses pontos a ser abordado é como os pais chegaram à instituição para a entrevista e de que forma receberam a proposta de atendimento em psicodiagnóstico interventivo. A ausência de um dos pais pode ter um significado e merece ser investigada. Além disso, o relato deve incluir informações sobre os antecedentes familiares, a história do casal, da concepção, da gestação, do parto, da amamentação e do primeiro ano de vida da criança. Tais informações são fundamentais para a compreensão do que a criança representa para a família, como se adaptou ao meio desde seu nascimento e se apresentou doenças ou sintomas significativos. O relato também pode conter as ideias e fantasias dos pais sobre a personalidade e temperamento da criança, bem como aspectos socioeconômicos, culturais e religiosos da família. No entanto, é importante ressaltar que esses pontos não devem pressupor uma narrativa rígida, já que nenhuma situação clínica ocorre sem prerrogativas específicas do momento relacional vivido no encontro entre o entrevistador e os entrevistados. Portanto, na avaliação psicológica clínica, a escolha das estratégias e instrumentos é feita de acordo com o referencial teórico, o objetivo e a finalidade. Os autores ressaltam que é importante lembrar que, para se alcançar o status de um "teste psicológico", é necessário percorrer um processo de criação, validação e aprovação, conforme diretrizes contidas na regulamentação da profissão. Logo assim, o processo de validação exige a articulação do construto às operações do teste e a demonstração da relação do teste aos aspectos relevantes do psiquismo das pessoas. Patutti reforça que é fundamental, portanto, que o uso dos testes psicológicos e a análise de seus resultados sejam realizados de acordo com as indicações dos próprios instrumentos em seus manuais, em conformidade com os princípios éticos que norteiam a prática profissional. Dessa forma, o uso responsável dos instrumentos é de fundamental importância para que a área seja vista como profissional e cientificamente responsável perante a sociedade. Em suma, a supervisão do estágio em um serviço-escola de Psicologia exige constante reflexão e questionamento. A tarefa de ensinar a elaboração de relatos de sessão é complexa e requer a construção de narrativas que envolvam a reflexão sobre a experiência clínica, bem como as relações e vínculos estabelecidos na tríade aluno-estagiário/usuário-cliente/supervisor. Por consequência,não há uma única forma de ensinar a produção de documentos escritos referentes ao usuário de serviços de Psicologia, mas é importante que o supervisor seja capaz de interagir e se relacionar de forma produtiva com os estagiários, a fim de contribuir para sua formação profissional e oferecer um serviço psicológico que atenda às demandas dos usuários da instituição. Em resumo, aperfeiçoar o ensino da produção de documentos escritos deve ser uma preocupação constante das instituições formadoras e normativas, devido à sua importância na formação do aluno-terapeuta e à propriedade do seu uso.
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