Buscar

HIV



Continue navegando


Prévia do material em texto

HIV/AIDS
Introdução 
→ 
• A AIDS surgiu em Kinshasa, capital da 
República Democrática do Congo, nos anos 
1920/21; 
• Os primeiros casos identificados como 
AIDS foram registrados a partir de 1977 nos 
Estados Unidos, Haiti e África Central; 
• Contudo, a doença começou a chamar a 
atenção quando o Centro de Prevenção e 
Controle de Doenças dos EUA (CDC) pu-
blicou um relatório, em 1981, sobre a morte 
de cinco homens por pneumonia; 
• 1982: Síndrome Da Imunodeficiência Ad-
quirida; 
• 1983: vírus foi isolado e identificada a pri-
meira transmissão vertical. 
• 1984: o vírus da AIDS é isolado nos Esta-
dos Unidos; 
 - Início da disputa entre pesquisadores 
franceses e norte-americanos pela autoria 
da descoberta; 
 - Estruturação do Programa da Secretaria 
da Saúde do Estado de São Paulo, primeiro 
programa brasileiro para o controle da 
AIDS; 
 - A enfermidade ganhou o nome de Sín-
drome da Imunodeficiência Adquirida (que 
forma a sigla AIDS em inglês), e foi desco-
berto que o vírus poderia ser transmitido por 
contato sexual, uso de drogas injetáveis ou 
exposição de sangue e derivados; 
 - Criado o primeiro teste de sangue capaz 
de fazer uma triagem do vírus; 
• 1987: o Organização Mundial da Saúde 
(OMS) lançou, o Programa Global sobre a 
AIDS para incentivar políticas de saúde 
com base em evidências científicas e des-
mistificar a enfermidade. Além disso, a 
Food and Drug Administration (FDA) dos 
EUA aprova o primeiro medicamento 
contra a síndrome, zidovudina (AZT), utili-
zado até hoje; 
• 1995: a terapia contra a AIDS começa a 
ser mais eficaz com a aprovação do pri-
meiro inibidor de protease, que deu origem 
a uma nova era de tratamento antirretroviral; 
• 1997: 30 milhões de casos identificados 
no mundo. A combinação de dois medica-
mentos antirretrovirais em único compri-
mido pela FDA como Combivir, facilitou o 
controle da doença; 
• 2001: Assembleia Geral das Nações Uni-
das (ONU) criou um fundo global para au-
xiliar países e organizações para adquirir as 
medicações; 
• Desde a sua descoberta, em 1981, a AIDS-
matou mais de 40 milhões de pessoas; 
• De acordo com a Organização Mundial da 
Saúde (OMS), apenas em 2021, aproxima-
damente 650 mil pessoas morreram de cau-
sas relacionadas ao HIV, e 1,5 milhão ad-
quiriram o vírus, equivalendo a mais de 4 
mil novos casos todos os dias; 
• No final de 2021, estimava-se que cerca de 
38,4 milhões de pessoas viviam com o HIV 
no mundo; 
 - Entre elas, 1,7 milhão são crianças com 
menos de 15 anos de idade; 
 - 2/3 do total (25,6 milhões) de pessoas que 
vivem com o HIV residem em países da 
África. 
 
Transmissão 
• Transmissão: 
 - Sexo vaginal sem camisinha; 
 - Sexo anal sem camisinha; 
 - Uso da mesma seringa por mais de uma 
pessoa; 
 - Transfusão de sangue contaminado; 
 - Da mãe infectada para seu filho durante 
a gravidez, no parto e na amamentação; 
 - Instrumentos que furam ou cortam não 
esterilizados; 
Marianne Barone (T5) DIP – Prof. Somnia Marlene Cadogan Piraggini 
• Não ocorre transmissão: 
 - Sexo desde que se use corretamente a ca-
misinha; 
 - Masturbação a dois; 
 - Beijo no rosto ou na boca; 
 - Suor e lágrima; 
 - Picada de inseto; 
 - Aperto de mão ou abraço; 
 - Sabonete/toalha/lençóis; 
 - Talheres/copos; 
 - Assento de ônibus; 
 - Piscina; 
 - Banheiro; 
 - Doação de sangue; 
 - Pelo ar. 
 
Quadro clínico 
→ 
• Infecção aguda pelo HIV; 
• É o momento em que o paciente é infec-
tado pelo HIV, cursando com um aumento 
rápido da quantidade de vírus; 
• Após, aproximadamente 2 a 4 semanas, 
muitas pessoas infectadas têm os sintomas 
de uma infecção aguda; 
• Alguns sintomas dessa fase são: 
 - Febre; 
 - Dores musculares; 
 - Dor de garganta; 
 - Diarreia; 
 - Cansaço; 
 - Adenomegalia; 
 - Calafrios; 
 - Sudorese noturna; 
 - Erupções cutâneas. 
 
→ 
• Fase de latência ou infecção crônica; 
• Cerca de quatro semanas após contami-
nação pelo HIV, as pessoas podem passar 
por uma fase chamada de latência; 
• Tem a duração aproximada de 8 a 10 anos; 
• As células de defesa do organismo dimi-
nuem lentamente; 
• Nessa fase, a pessoa com HIV pode ficar 
sem sintomas por vários anos. Algumas 
pessoas apresentam adenomegalias. 
 
→ 
• Síndrome da Imunodeficiência Adqui-
rida (AIDS); 
• Se não fizer o tratamento, o indivíduo com 
HIV pode evoluir para AIDS, que é a sín-
drome da imunodeficiência adquirida; 
• Na fase da AIDS a imunidade fica muito 
prejudicada e pode ter alguns sintomas, 
como: 
 - Grande perda de peso; 
 - Sudorese muito intensa; 
• As doenças oportunistas são aquelas 
que aparecem após quadro de impor-
tante deficiência imunológica. São exem-
plos de doenças oportunistas: Tuberculose, 
Pneumonia por Pneumocystis carinii, Me-
ningite Criptococcica, Neurotoxoplasmose, 
alguns tumores tipo Sarcoma de Kaposi, 
dentre outras. 
 
Situações/populações 
de risco 
• Relações sexuais desprotegidas, uso de 
drogas injetáveis compartilhando as agulhas, 
acidentes biológicos (área da saúde), profis-
sionais do sexo; 
• Práticas sexuais sem proteção; 
• Possuir alguma outra infecção de trans-
missão sexual, como sífilis, herpes, clamí-
dia, gonorreia ou vaginose bacteriana. 
 
Diagnostico 
laboratorial 
 
→ 
• Os testes rápidos (TR) são imunoensaios 
(IE) simples, que podem ser realizados em 
até 30 minutos, simples de executar e rápi-
dos; 
• O diagnóstico do HIV atualmente pode ser 
realizado em ambientes laboratoriais e não 
laboratoriais, permitindo ampliar o acesso 
ao diagnóstico; 
• Primariamente recomendados para testa-
gens presenciais; 
• Podem ser realizados com fluido oral, soro, 
plasma. 
 
→ ª
• O ensaio de quarta geração detecta simul-
taneamente o antígeno p24 e anticorpos 
específicos anti-HIV, detecta todas as 
classes de imunoglobulinas contra prote-
ínas recombinantes ou peptídeos sintéti-
cos derivados das glicoproteínas gp41 e 
gp120/160; 
• Em média, a janela diagnóstica dos en-
saios de quarta geração é de aproximada-
mente 15 dias, dependendo do ensaio utili-
zado imunométrico de quarta geração do 
tipo ELISA (do inglês, Enzyme Linked 
Immunosorbent Assay) (nas geraçoes ante-
riores o prazo poderia chegar até 45 dias). 
 
→ 
• Os testes complementares utilizam dife-
rentes formatos e princípios; 
• Estão incluídos nessa categoria: Western 
blot (WB), Imunoblot (IB); 
• Confirmação sorológica para detectar a 
presença de anticorpos específicos contra o 
HIV na amostra. 
 
→ 
• O nível de RNA do HIV no plasma é um 
marcador clínico importante; 
• O número de partículas virais é mais ele-
vado durante a infecção primária e mais 
baixo na fase crônica assintomática; 
• Níveis elevados de replicação do vírus e o 
aumento da carga viral estão associados a 
deterioração acelerada do sistema imune; 
• As metodologias disponíveis para deter-
minação da carga viral baseiam-se na am-
plificação direta ou indireta dos ácidos nu-
cleicos; 
• A metodologia é baseada na técnica de re-
ação de cadeia de polimerase, PCR 
(RTPCR). 
 
→ 
• Indivíduos que mantêm a viremia em um 
nível que pode ser indetectável em testes 
moleculares; 
• Nesses casos, o diagnóstico só pode ser re-
alizado mediante a utilização dos testes con-
firmatórios WB, IB; 
• Controladores de elite dependem de 
dois parâmetros: o valor da carga viral e o 
tempo em que o indivíduo permanece com 
a carga viral baixo (ou igual). 
 
Doenças oportunistas 
• Qualquer nível de CD4: pacientes que vi-
vem com HIV, mesmo com CD4 em níveis 
normais e carga viral indetectável, pos-
suem 32 vezes mais risco de desenvolver 
infecção ativa por tuberculose; 
• CD4 < 250 cell/microL: infecções por 
Coccidiomycosis (reativação ou primeira 
infecção); 
• CD4 < 200 cell/microL: pneumonias por 
Pneumocistose (Pneumocystis jiroveci); 
• CD4 < 150 cell/microL:histoplasmosis 
(disseminada ou extra pulomonar); 
• CD4 < 100 cell/microL: 
 - Toxoplasmose: em pacientes com AIDS, 
é muito comum a reativação no sistema ner-
voso central, causando quadros parecidos 
com os de derrame cerebral; 
 - Cryptococcus: em paciente com AIDS, 
é comum a meningoencefalite com altas 
pressões intra-cerebrais; 
• CD4 < 50 cell/microL: 
 - Mycobacterium avium complex (MAC); 
 - Infecções graves invasivas por Citome-
galovírus (trato gastrointestinal, sistema 
nervoso central, olhos). 
 
→ 
• Se a contagem de CD4 for baixa, são re-
ceitados rotineiramente medicamentos para 
evitar infecções oportunistas, como nos ca-
sos seguintes; 
• Se a contagem de CD4 cair abaixo de 200 
células por microlitro de sangue, o anti-
biótico trimetoprim-sulfametoxazol é admi-
nistrado para evitar a pneumonia por 
Pneumocystis jirovecii. Este antibiótico 
também previne a toxoplasmose, a qual 
pode causar danos no cérebro; 
• Se a contagem de CD4 cair abaixo de 50 
células por microlitro de sangue, a azitro-
micina tomada semanalmente, ou a claritro-
micina tomada diariamente, pode prevenir 
infecções pelo complexo Mycobacterium 
avium; 
• Se houver contraindicação para algum 
desses fármacos, é indicado rifabutina; 
• Se houver reincidência de meningite 
criptocócica, pneumonia, candidíase ou 
uma infecção por cândida na vagina, as 
pessoas podem receber o antifúngico fluco-
nazol por um longo período; 
• Se houver reincidência de infecções por 
herpes simples na boca, nos lábios, nos ór-
gãos genitais ou no reto, as pessoas podem 
necessitar de tratamento prolongado com 
um medicamento antiviral (como o aciclo-
vir). 
 
Tratamento 
 
• Inibidores da transcriptase reversa: im-
pedem a transcriptase reversa do HIV de 
converter RNA de HIV em DNA. Há três 
tipos desses remédios: nucleosídeo, nucleo-
tídeo e não nucleosídeo. 
 - Inibidores do nucleosídeo da transcri-
ptase reversa: Abacavir (ABC), 
Entricitabina (FTC), Lamivudina (3TC) Zi-
dovudina (AZT ou ZDV); 
 - Inibidores não nucleosídeos da trans-
criptase reversa: Doravirina, Efavirenz, 
Etravirina, Nevirapina, Rilpivirina; 
 - Inibidores do nucleotídeo da transcri-
ptase reversa: Fumarato de tenofovir ala-
fenamida (FTA), Fumarato de tenofovir de-
soproxila (FTD); 
• Inibidores de protease: impedem que a 
protease ative certas proteínas no interior 
dos vírus recém-produzidos. O resultado é 
um HIV imaturo e defeituoso que não in-
fecta novas células; 
 Ex: Atazanavir (ATV), Darunavir, Fos-
amprenavir, Lopinavir (LPV), Nelfinavir 
(NLF), Tipranavir (TPV) 
• Inibidores de entrada (fusão): impedem 
o HIV de entrar nas células; 
 - Para entrar na célula humana, o HIV deve 
se ligar a um receptor CD4 e outro receptor, 
tal como o receptor CCR5; 
 - Um tipo de inibidor de entrada, inibidor 
de CCR-5, bloqueia o receptor de CCR-5 
impedindo que o HIV entre nas células hu-
manas; 
 Ex: Enfuvirtida (T-20) e Maraviroque 
(um inibidor de CCR-5) 
• Inibidores pós-fixação: impedem o HIV 
de entrar nas células, mas de forma dife-
rente dos inibidores de fusão. Estes são usa-
dos principalmente para infecção por HIV 
resistente a vários outros medicamentos; 
 Ex: Ibalizumabe 
• Inibidores da integrase: impedem a inte-
gração do DNA do HIV ao DNA humano. 
 Ex: Bictegravir, Dolutegravir, Elvitegra-
vir e Raltegravir 
• Inibidores de fixação: impedem o HIV de 
se ligar às células T do hospedeiro e a outras 
células do sistema imunológico, impossibi-
litando, assim, sua entrada nas células. 
 Ex: Fostensavir