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Mediação judicial e penal Aula 10 - Prática da mediação penal INTRODUÇÃO No sistema penal brasileiro, a mediação não somente é possível como também conveniente, já que tem efeitos concretos sobre a pretensão punitiva do Estado. Primariamente, é um instrumento de paci�cação para resolver con�itos, que transforma os participantes em parceiros, e se converte em uma ferramenta de valor em diferentes aspectos no sistema penal. Concreta e indiretamente, ajuda na determinação da pena, em sua suspensão e até mesmo na suspensão do processo. Com a mediação, temos a garantia da participação cidadã e comunitária, mesmo controlada pela Justiça formal. Há sempre a obtenção de um �m paci�cador que tende à erradicação da violência. Nesse procedimento, o intercâmbio, a colaboração e a con�ança recíproca estão resguardados por um conjunto de regras que se assemelham à ordem social e que tendem a assegurar a vigência dessas normas para a preservação de uma convivência pací�ca. Nesta aula, veremos que é importante aumentar os meios de uso da mediação penal, com a consequente adaptação da legislação brasileira à evolução dos sistemas jurídicos de outros países mais desenvolvidos nessa área. OBJETIVOS Identi�car diferentes modelos da prática da mediação penal. Reconhecer os requisitos para a formação de um mediador penal. Analisar delitos graves. Construção de um modelo Para elaborar um modelo de intervenção com base nos fundamentos ideológicos da política criminal e um programa de resolução alternativa de con�itos, é importante que ambos – modelo e programa – sejam simultâneos e complementares. Nesse caso, devemos considerar diferentes aspectos que fazem parte dos modelos de mediação em outros contextos adaptados às características do Direito Penal. As particularidades que devem reger o processo de mediação de con�itos penais podem ser resumidas em: Voluntariedade Sempre que alguém faz uma denúncia penal, coloca em movimento a máquina judicial, cuja �nalidade é investigar o fato relatado, a �m de comprovar sua materialidade, identi�car os autores, e estabelecer responsabilidades e culpa. No início da mediação, é comum denunciantes comentarem que, em momento nenhum, queriam a intervenção do Poder Judiciário. A mediação é a ferramenta que o sistema penal fornece ao denunciante para encontrar, em um espaço diferente, a solução que acha justa para sua denúncia. É imprescindível realizar uma entrevista com a parte para explicar, pedagógica e detalhadamente, o objetivo da mediação, suas características e seus alcances. Também é necessário perguntar se ela aceita ou não a mediação. O mesmo vale para o imputado. Além do aspecto voluntário da mediação, a parte pode comparecer à sessão com um advogado ou defensor público para garantir sua defesa. As entrevistas individuais têm como objetivo, por um lado, informar e, por outro, analisar as reais possibilidades de as partes se reunirem. O mediador deve fazer uma avaliação da vítima, principalmente quanto: • À capacidade de encontrar-se com o ofensor; • A possibilidade de identi�car seus interesses e suas necessidades; • Aos recursos pessoais e sociais que apresenta. Cabe a esse pro�ssional avaliar se a decisão de participar da mediação não está determinada por engano, coação ou qualquer outro vício da voluntariedade. Con�dencialidade A essência da mediação é a con�dencialidade respeitada por todos que participam do processo. A privacidade dos assuntos tratados supõe um compromisso do mediador com as partes, os advogados e terceiros que, por acaso, venham a participar da mediação. Essa obrigação de guardar segredo equivale a não dar informação a ninguém, e sua violação tem consequências legais. A con�dencialidade é muito importante, porque permite aos participantes falarem livremente de seus interesses e sentimentos, bem como de suas preocupações, apreensões e posições. Em termos de mediação penal, essa questão abrange: • As conversações que o mediador tem com as partes nas reuniões privadas – antes ou durante a mediação; • Tudo aquilo que se manifesta publicamente nas reuniões – que não pode ser utilizado pelas partes posteriormente, nem pelos mediadores e advogados; • O papel do mediador – que guarda segredo de tudo aquilo discutido no privado e de todo o ocorrido na sessão conjunta. Imparcialidade e neutralidade Atitude do mediador de não favorecer nenhuma das partes. Nas causas penais, o critério da imparcialidade das mediações civis se modi�ca: o mediador respeita as partes, e ajuda a construir um espaço de con�ança e um clima de negociação. Essa mediação contempla uma pessoa que se considera vítima e outra que carrega toda a responsabilidade de seus males, danos e prejuízos, e que infringiu a lei para conseguir seus propósitos. Uma das partes é a mais fraca. Por isso, merece e necessita de maior proteção. O mediador deve usar critérios para avaliar se a vítima está ou não em condições de enfrentar o autor do fato, além de perceber quando precisa interromper ou continuar a mediação. A neutralidade impõe o afastamento de dar alguma resposta ou fazer qualquer interpretação que dê lugar a uma intervenção. Interdisciplinaridade A equipe de mediadores deve ter um enfoque interdisciplinar. O con�ito em matéria penal é complexo. Este modelo de abordagem pressupõe o trabalho em equipe com diferentes olhares. Todos devem ter capacitação em mediação de con�itos. Informalidade A mediação destaca-se pela simplicidade de procedimentos, pela liberdade de ação dos protagonistas e pelo estilo consensual. Seu ambiente é diferente, e o discurso utilizado também é distinto daquele empregado nas práticas judiciais tradicionais. Gratuidade Assim como os serviços judiciais penais, os processos de mediação penal têm de ser gratuitos. Entre as funções básicas do Estado, que devem ser acessíveis a todos, estão: restaurar a paz social e prover a segurança. Procedimento O procedimento da mediação penal não se distancia muito do que encontramos nas áreas civil e familiar. O que varia é o con�ito a ser trabalhados. Em um primeiro momento, devemos determinar quais são as causas que podem ingressar na mediação penal. A tabela a seguir apresenta um esquema de mediação: MEDIAÇÃO Fases Descrição 1ª • Pré-mediação: reuniões privadas; • Enquadre – apresentação – discurso de abertura: características e esclarecimentos. 2ª • Exploração do problema; • Rede�nição; • Exploração de objetivos; • Pedido de contribuições; • Síntese; • Agenda de trabalho. 3ª Opções: • Proporcionadas pelas partes; • Geradas na mediação; • Sugeridas pelo mediador. 4ª Acordo: • Fixação dos pontos acordados; • Redação da ata; • Assinatura. 5ª • Seguimento; • Controle. Fonte: Ulf Nordenstahl, 2005, p. 84. Diferentes modelos de mediação penal Há uma diversidade de modelos de mediação penal de acordo com alguns fatores, tais como: Nível de recursos e possíveis fontes de �nanciamento; Desenvolvimento das instituições que realizam o programa de mediação penal; Disponibilidade de serviços jurídicos e sociais; Interesses das populações. A maneira como se realiza uma intervenção e se implementa a mediação penal tem probabilidade de determinar o grau em que vítimas e ofensores experimentam essas ações como restaurativas. Nenhum modelo pode caracterizar-se melhor do que o outro, porque o planejamento é diferente, e os objetivos são diversos. Conforme Highton, Álvarez e Gregorio (1998), os modelos podem assim se dividir: Modelo de desenvolvimento do caso por meio do trabalho social O programa clássico de mediação penal utiliza um modelo que consiste na aproximação das partes por meio de um trabalho preparatório prévio, o qual envolve todas as partes antes de se encontrarem em uma verdadeira sessão de mediação. Após o encaminhamento do caso, o coordenador do programa faz uma análise preliminar para veri�car se a questão cumpre os critérios de admissibilidade. As vítimas e os ofensores têm, pelo menos, uma reunião prévia com o mediador, cujas metas são: • Proporcionarinformação; • Conseguir participação voluntária; • Avaliar a adequação do caso; • Estabelecer a relação entre segurança, con�ança e clima; • Preparar para a confrontação. Modelo de mediação pura Este modelo é mais parecido com o da mediação civil. Uma vez recebido o caso, envia-se uma carta para a vítima e o ofensor, que deve: • Relatar o encaminhamento; • Explicar brevemente o processo de mediação; • Estabelecer seus propósitos; • Marcar o dia da mediação. Os mediadores não têm contato prévio com as partes até que elas se apresentem para a mediação. Não há reuniões preliminares. As vítimas �cam frente a frente com o ofensor sem preparação prévia. Este modelo não considera que, na maioria dos delitos contra pessoas, as vítimas se sentem violadas e com a sensação de perda da segurança, medo ou indignação. Um dos fatores mais importantes na mediação penal é prover para a vítima um procedimento seguro e assistido, o que não acontece neste modelo, o qual apresenta um risco de as partes permanecerem em confrontação. Modelo humanístico de mediação Quando há possibilidade de realizar várias sessões de mediação penal, é viável um padrão de mediação transformativa. Partindo dessa ideia, propõe-se o modelo humanístico de Mediação Vítima-Ofensor (MVO), que tenta uma aproximação por meio do diálogo e da ajuda mútua entre as pessoas. A ênfase do mediador é dar poder a cada indivíduo para que se aproprie do con�ito e determine o modo mais conveniente de resolução, reconhecendo a humanidade comum a ambos. Esse modelo tende a buscar maior harmonia social e paz nas comunidades. A preparação prévia é fundamental, com cada uma das partes: • Enfatizando a escuta de como o crime afetou sua vida; • Identi�cando suas necessidades; • Preparando-se para a sessão conjunta de mediação. Nesse procedimento, segue-se um estilo facilitador, no qual se utiliza um critério humanístico transformativo de tolerância à expressão das emoções. Trata-se de um modelo dirigido para o diálogo, que pode levar mais tempo do que os outros. Nesse caso, é necessário ter cuidado para que a mediação não acabe se transformando em uma terapia. Valores e implicações práticas dos modelos de mediação penal A mediação penal tem uma �nalidade paci�cadora e entende que o con�ito pertence às partes: elas é que devem ter a oportunidade de resolvê-lo, em vez de serem meros espectadores. De acordo com Highton, Álvarez e Gregorio (1998, p. 106), os valores que acompanham o modelo humanístico de mediação são: A convicção a respeito de nossa humanidade comum. A crença na importância da presença do mediador e sua relação com as partes para facilitar a solução do con�ito. O convencimento sobre o poder restaurador da mediação por meio de um processo em que as partes se assistem mutuamente e compartilham sentimentos. O entendimento de que a maioria das pessoas deseja viver em paz, crescer e aprender. A concepção do potencial de cada pessoa para usar suas reservas de força, a �m de impor-se frente às adversidades. Bases do treinamento do mediador penal Você sabe qual é o conteúdo especí�co da preparação e do treinamento de um mediador penal? A mediação coloca esse pro�ssional em locais diferentes. Por isso, os mediadores precisam aprender a facilitar discussões entre as partes envolvidas, de modo que possam resolver suas diferenças. O conhecimento geral de todo mediador deve levar em conta as considerações éticas e legais que envolvem os casos criminais. A mediação penal não apenas respeita os valores do Direito do devido processo, mas também os fortes sentimentos referentes à necessidade de castigar os indivíduos que violam as leis penais. A situação estrutural de diferentes setores do sistema de justiça criminal e as correspondentes atitudes culturais ostentam grandes contrastes. Os programas de treinamento desse pro�ssional devem estar atentos à cultura adversarial subjacente a tal sistema. ATENÇÃO! , Quanto à atitude e à conduta do mediador, é importante acrescentar: • Necessidade de equilíbrio; • Disposição para reformular seu papel; • Exigência de sessões preparatórias ou de pré-mediação; • Capacidade para entrar na relação e em conexão com as partes; • Temperamento que permite acesso à força interior de cada um; • Competência para o treinamento em comunicação; • Formação de um estilo de mediação facilitadora; • Capacidade pro�ssional para trabalhar colocando os participantes frente a frente. Mediação penal em delitos graves A mediação penal �ca restrita aos delitos de menor potencial ofensivo. Para Highton, Álvarez e Gregorio (1998), isso se deve às práticas processuais e à falta de tradição dos programas de mediação. Casos mais graves mediados têm demonstrado sua utilidade tanto para o autor quanto para a vítima, no sentido de que tomam consciência da importância e do signi�cado do ocorrido para eles. Começa-se a entender que a confrontação da vítima com o ofensor, em um ambiente seguro e controlado, com a ajuda do mediador, devolve à vítima o sentido de estar a salvo e de controle de sua própria vida. Vídeo. Geralmente, os casos mediados ocorrem a pedido da vítima e apenas após meses (às vezes anos) de trabalho e de preparação com um mediador especializado e capacitado, com a ajuda do terapeuta da vítima ou de outros pro�ssionais quali�cados para a situação. Essa preparação é realizada para que não haja nenhuma revitimização no encontro de mediação. A participação é totalmente voluntária para as duas partes. O delito violento exerce impacto indireto sobre a vida de muitas pessoas, além do choque direto sobre a vítima. Cada uma vive a dor, o luto e a recomposição da perda de forma diferente. O desenvolvimento da mediação deve acompanhar essas distinções. Muitas vezes, no período de preparação, é necessário dar tarefas para casa, com o objetivo de que a pessoa possa explorar seus sentimentos e clari�car suas ideias a respeito do que quer e necessita, em um processo de amadurecimento para o início da mediação. Os casos de homicídio e outros delitos violentos apresentam características especí�cas, tais como: Intensidade emocional; Extrema necessidade de atitude que não implique julgamento; Maior preparo do caso por parte do mediador – em torno de 6 a 18 meses; Múltiplas entrevistas ou reuniões com as partes (em separado) e prévias à sessão conjunta; Várias conversas telefônicas; Negociação com o instituto penal de detenção, a �m de assegurar acesso ao interno e realizar a mediação na prisão; Preparo dos participantes na comunicação de seus sentimentos mais fortes; Esclarecimento dos limites do procedimento Seleção dos casos Não se recomenda a mediação para todos os casos de perdas violentas – talvez, nem para a maioria das vítimas e autores. Os casos devem ser avaliados com cuidado para estabelecer se são ou não adequados à mediação. Pela intensidade emocional do trauma experimentado pela vítima da violência e o impacto (ou falta dele) no ofensor, quando as vítimas estão interessadas, os potenciais benefícios dessas intervenções são signi�cativos. Pode ocorrer um nível de recuperação que é improvável por meio de qualquer outra intervenção. No entanto, existem riscos quando se provoca uma ação com autores de crimes muito violentos, como o homicídio e a tentativa desse tipo de crime. Por isso, é fundamental que os autores admitam a responsabilidade e manifestem arrependimento. É necessário assumir riscos calculados, mas a assinatura do consentimento informado da vítima é indispensável. Objetivo da mediação de delitos graves Fonte da Imagem: No modelo tradicional de MVO, nos delitos menos graves, o objetivo principal após os encontros iniciais com cada participante é levá-los à mediação para o trabalho de resolução de con�itos e reconciliação. Vídeo. Nos casos de crimes violentos, a mediação é o resultado de um trabalho anterior. Quando chegam à mediação, as partes têm claro em sua mente o que pensam e sentem sobre o crime e seus efeitos. Elassabem o que querem comunicar e quais são os resultados desejados. Provavelmente, mediar o con�ito não é o principal objetivo da mediação aqui. Pode haver pouco ou nenhum con�ito para mediar ou reparar – especialmente nos casos de morte. As reuniões de mediação têm metas diferentes. Além disso, várias habilidades e vários treinamentos são requeridos do facilitador. Nessas situações, o propósito da mediação é promover para a vítima a oportunidade de ter um encontro estruturado, frente a frente, com o autor do fato, em um ambiente seguro, para facilitar seu processo de recuperação. Apenas os ofensores que admitem sua responsabilidade, expressam arrependimento e desejam recuperar-se podem ser candidatos à mediação. É possível existir acordos quanto a indenizações ou a pagamento de gastos, mas não se pode devolver a vida de uma pessoa. Por isso, a ideia, aqui, é oferecer uma oportunidade para a vítima e seu ofensor, bem como contribuir para que este se recupere ao compartilhar a dor e o arrependimento. O olhar está voltado para a recuperação e para o encerramento de uma etapa na existência dessas pessoas. Alguns perguntam se esse procedimento pode ser chamado de mediação. A�nal, não se vai em busca de perdão, mas se oferece um espaço para que isso possa acontecer, caso as vítimas assim o desejem. A mediação não substitui a sanção, e, em geral, os juízes não reduzem a pena como consequência desse processo. Atenção especial às vítimas na mediação de delitos graves O Direito Penal está centrado no autor do fato. Ao realizar a mediação, algumas pessoas podem pensar que esse paradigma da área do Direito está sendo reforçado e oferecendo um serviço ao ofensor. Pelo contrário: em um programa de MVO, bem estruturado, o poder da vítima cresce. Vídeo. Cada vítima que participa dessa situação determina os objetivos básicos que espera ver cumpridos, bem como a forma e o alcance que quer dar ao procedimento. A mediação é uma oportunidade centrada no ofendido pelo ato delituoso para facilitar seu restabelecimento e sua recuperação. As pessoas vítimas de crimes violentos lidam com sua dor de maneiras diferentes. Vejamos: ➀ Alguns tratam de esquecer o que ocorreu e deixam tudo para trás. ➁ A vida de algumas vítimas �ca contaminada pela depressão, e seus comportamentos se tornam autodestrutivos. ➂ Outras, devido a um nível de apoio favorável e à aprendizagem de mecanismos para enfrentar as di�culdades da vida, elegem, apesar da dor, seguir suas vidas. ➃ As demais vítimas necessitam de mais cuidados, respostas que só o autor do fato pode lhe dar, bem como oportunidade para expressar o impacto que aquele crime acarretou em sua vida e na vida das pessoas que as rodeiam. Conhecimento especializado do mediador nos casos de delitos violentos Para trabalhar nestes casos a partir tanto da perspectiva da vítima quanto do ofensor, é necessário que o mediador tenha conhecimento mais especializado do que os habituais na mediação penal. Vamos apresentar, aqui, alguns saberes imprescindíveis a esse pro�ssional. São eles: Conhecimentos em relação à vítima • Compreensão da experiência de vitimização e de seus estágios; • Habilidade para trabalhar a dor e a perda – própria e dos demais; • Entendimento das tensões, dos sentimentos ou do estresse pós-traumático e de seus efeitos; • Habilidade para colaborar com os psicoterapeutas. Conhecimentos em relação ao autor do fato • Conhecimento do sistema judicial e penitenciário; • Compreensão da experiência do ofensor e do aprisionamento; • Aptidão para relacionar-se com autores de crimes violentos, de modo a não realizar julgamentos; • Habilidade para negociar com a direção do sistema carcerário para chegar ao ofensor. EXERCÍCIOS 1. A proposta de recriar um conceito de responsabilização criminal a partir da ótica que coloca a vítima e o ofensor – e não o Estado – no centro do sistema, havendo, ainda, espaço para o envolvimento com a comunidade por meio de práticas circulares, corresponde à Justiça: Subjetiva Retributiva Comutativa Distributiva Restaurativa Justi�cativa EXERCÍCIOS 2. Considerando que, na maioria das vezes, a aplicação da lei é insu�ciente na resolução de con�itos, em que consiste a mudança do paradigma adversarial para o cooperativo? Resolução de controvérsias de forma consensual, na qual a parte, por meio da re�exão, tem a possibilidade (ela própria) de solucionar seu con�ito, contando com a �gura do mediador – terceiro imparcial que facilita a percepção do litígio. Resolução de controvérsias de forma consensual, na qual as partes, por meio do diálogo franco e pací�co, têm a possibilidade de impor uma solução para o con�ito, contando com a �gura do mediador – terceiro imparcial que facilita a conversação. Resolução de controvérsias de forma consensual, na qual as partes, por meio do diálogo franco e pací�co, têm a possibilidade (elas próprias) de solucionar seu con�ito, contando com a �gura do mediador – terceiro parcial que facilita a conversação. Resolução de controvérsias de forma consensual, na qual as partes, por meio do diálogo franco e pací�co, têm a possibilidade (elas próprias) de solucionar seu con�ito, contando com a �gura do mediador – terceiro imparcial que facilita a conversação. Resolução de controvérsias de forma não consensual, na qual as partes, por meio do diálogo franco e pací�co, têm a possibilidade (elas próprias) de solucionar seu con�ito, contando com a �gura do mediador – terceiro imparcial que facilita a conversação. Justi�cativa EXERCÍCIOS 3. O aprendizado que a mediação oferece contribui muito na formação do indivíduo como cidadão responsável por seus atos. Às pessoas acostumadas a mandar, muitas vezes, custa-lhes permitir que outros compartilhem o processo de tomada de decisões. Assinale a opção que NÃO combina com esse entendimento: O sigilo é importante, porque possibilita às partes a exposição de sua intimidade para a discussão profunda sobre seus reais interesses. O conhecimento da mediação valoriza a responsabilidade de cada um, a apropriação das escolhas pessoais, o respeito a si e ao outro, a aceitação do diferente, a cooperação e a tolerância. A participação na mediação surge da vontade das partes. Não há uma decisão imposta. Os envolvidos devem estar dispostos a compartilhar o poder, bem como a deixar as hierarquias e os privilégios para funcionar como iguais. É facultado ao mediador o compromisso de manter sigilo sobre os fatos conhecidos durante as reuniões de mediação. Isso, inclusive, permite prevalecer o princípio processual da publicidade dos atos para garantir a transparência da mediação. Na mediação, há a resolução de controvérsias de forma consensual, na qual as partes, por meio do diálogo franco e pací�co, têm a possibilidade (elas próprias) de solucionar seu con�ito, contando com a �gura do mediador – terceiro imparcial que facilita a conversação. Justi�cativa ATIVIDADE Leia o artigo Premiada prática restaurativa de iniciativa do TJDFT (glossário). De acordo com sua leitura, é possível usar a MVO em todos os casos de delitos e com qualquer tipo de ofensor? Justi�que sua resposta. Resposta Correta Glossário ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO https://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/82691-premiada-pratica-restaurativa-de-iniciativa-do-tjdft O Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) pode ser de�nido como um distúrbio da ansiedade, caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas físicos, psíquicos e emocionais. Esse quadro ocorre quando a pessoa já foi vítima ou testemunha de atos violentos, ou de situações traumáticas que representaram ameaça a sua vida ou à vida de terceiros. Quando se recorda do fato, o indivíduo revive o episódio como se estivesse acontecendo naquele momento, com a mesma sensação de dor e sofrimento da primeira vez. Essa recordação – conhecida como revivescência – desencadeia alterações neuro�siológicas e mentais.
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