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HIS1850_G1_Ana Beatriz e Maria Fernanda

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HIST1850 - HISTÓRIA DAS CIDADES
Professor Antônio Edmilson
Alunas: Ana Beatriz de Oliveira e Maria Fernanda Silveira Turma: 28A
1. Tomando as cidades renascentistas e barrocas como referência, a partir dos
textos lidos sobre elas, estabeleçam em cada um dos exemplos (cidades renascentistas e
cidades barrocas) as relações entre os usos e as funções urbanas.
As relações entre os usos e funções podem ser estabelecidas quando elucidamos as
principais diferenças entre as cidades renascentistas e barrocas. A primeira era regida por
uma característica renascentista fundamental: o antropocentrismo. A partir dessa ótica,
temos cidades desenvolvidas visando colocar o homem como protagonista da experiência
urbana. As cidades renascentistas não apresentavam caráter funcional, priorizavam os usos.
De certa maneira, os usos moldavam as funções exercidas pela cidade. Assim, a apropriação
humana do espaço o transformava em lugar, a partir da experiência comum da pólis. Quando
tratamos das cidades barrocas, por outro lado, o protagonismo do homem foi ofuscado pela
centralização do poder político e religioso, estabelecendo uma alternância característica da
história humana.
Agora, a cidade tornou-se um instrumento retórico concebido para auxiliar numa
narrativa de poder. A monumentalidade é chave para as cidades barrocas. Espaços são
concebidos para, através de sua grandiosidade, expressarem autoridade. A estrutura urbana
se desenvolve a partir dos monumentos, interligados por avenidas, outro novo e importante
símbolo das cidades barrocas. A malha urbana estava à serviço da narrativa de poder que
surge à medida que o espaço passa a ser visto como território, com o surgimento da
cidade-capital, sede do poder.
Nesse sistema de vias e pontos de concentração, a cidade se torna um centro urbano
moderno, pulsante, aberto, eficiente. A nova ordem extinguiu a autonomia urbana. Os usos
não mais se sobreporiam às funções, o homem não mais se apropriaria dos espaços como o
fez um dia.
2. A partir do texto “A ideia de cidade no pensamento europeu” de Carl Schorske
que propõe que as cidades do século XVIII e XIX podem ser caracterizadas como “cidade
como virtude”, “cidade como vício” e “cidade além do bem e do mal”, classifiquem Paris,
Londres, Viena e São Petersburgo e me expliquem por que.
Paris: cidade além do bem e do mal
Classificamos Paris como cidade para além do bem e do mal visto, uma vez que foi
uma metrópole constituída por um imaginário social vindo da experiência histórica coletiva e
individual da modernidade. A reforma haussmaniana da capital francesa configurou-se como
oportunidades de investimento de capital e aliou-se aos imperativos da estética, higiene e da
técnica aliaram-se à ideia do lucro. Entretanto, tais reformas não corresponderam às
necessidades das classes sociais inferiores, embora o discurso tivesse sido pautado no
interesse do povo.
As intervenções urbanas em Paris resultaram na alteração de sua paisagem,
aumentando a superfície e a população da cidade, forçando também a mudança da população
mais pobre para a periferia. Sendo assim, podemos enxergar em Paris um cenário de
contradições da vida moderna, extremos de luxo e de pobreza, que se evidenciaram através
da distribuição do espaço e da desigualdade social; do belo e do feio; dandismo e compaixão
popular; virtudes e vícios. Uma cidade quase posta aos pedaços, mas que era movimento e
circulação numa atividade febril que não deixava de impactar. Era, ao mesmo tempo, um
paraíso e um inferno social.
Portanto, acreditamos que as contradições de Paris se impõem e ultrapassam o
pensamento polarizado da “cidade como vício” e da “cidade como virtude”.
Londres: cidade como vício
“A cidade simbolizava, em tijolos, sujeira e miséria, o crime social da época”
(SCHORSKE, 1989, p. 51).
É nessa citação que encontramos a base para classificar a cidade de Londres no
Século XIX. É uma cidade que se desenvolve a partir de sua economia e industrialização,
diferentemente da Londres do Século XVIII, onde o progresso era ligado à ordem e à razão e a
organização urbana se adaptava à natureza, utilizando-a para transformar o ambiente.
Com a Revolução Industrial, o foco era no capitalismo e na produção. Com o passar do
tempo, as cidades se tornaram insalubres e desorganizadas, devido à crise habitacional e ao
grande volume de pessoas pobres e em situações vulneráveis. Nesse processo, sob a ótica
londrina, a organização do espaço urbano dividia a cidade em espaços dos trabalhadores e
espaços da elite. O desequilíbrio social e o embate entre elite e trabalhadores gerava
violência e crime, que por sua vez acabavam por desmoralizar o progresso.
Nessa perspectiva, a cidade, como símbolo estigmatizado desses vícios sociais,
passou a ser simbolizada por pobreza, fuligem e imundície, contrapondo as expectativas
homogêneas do iluminismo.
Viena: cidade como virtude
Tratando-se de meados do século XIX, temos Viena em sua época áurea. Diversas
melhorias urbanas elevaram-na a centro econômico e de irradiação cultural. O vanguardismo
era a palavra que sintetizava a esfera cultural de Viena. A arquitetura, sob forte influência da
Bauhaus, seguia em concordância a esse princípio. As reformas ilustravam a grandiosidade e
soberania do império austro-húngaro, como o projeto da Ringstrasse e a canalização do rio
Danúbio. Dessa maneira, aos poucos Viena tornou-se uma referência cosmopolita, símbolo da
razão, progresso e liberdade.
São Petersburgo: cidade além do bem e do mal
São Petersburgo, assim como Paris, foi uma cidade marcada por contradições.
A construção da cidade por uma fortaleza marca a abertura para o Ocidente e
consequentemente a abertura para outras perspectivas culturais. Entretanto, diferentemente
das cidades ocidentais, em São Petersburgo, a modernização adquire um caráter conservador
e autoritário, uma forma de transformação com forte presença do Estado. É justamente nesse
fator que temos a maior contradição de todas, um modelo de modernização ocidental
transformaria São Petersburgo em um centro cultural russo, entretanto entra diretamente
em conflito com o autoritarismo no próprio padrão de modernização da cultura russa.
No Século XIX, o maior desenvolvimento dos valores ocidentais faz com que a
urbanização e a industrialização da cidade seja feita fora dessas referências russas, mas
existe um porém, o Estado passa a usar a modernização da cidade para expressar o próprio
poder autoritário. Portanto, ainda que a cidade passe a seguir o modelo de Haussmann, São
Petersburgo adota um caráter de monumentalidade muito maior do que o resto das cidades.
Os significados simbólico, físico e filosófico da modernização são mais impositivos, de modo
a demonstrar a dimensão autoritária do estado, assim como o processo de progresso e
mudança.
“A cidade moderna oferecia um eterno hic et nunc, cujo conteúdo era passageiro, mas
cuja transição era permanente. A cidade apresentava uma sucessão de momentos variados e
passageiros [...]. Para este modo de pensamento a experiência da multidão era básica: todos os
indivíduos desarraigados, todos únicos [...]” (SCHORSKE, 1989, p. 54).
Esse trecho nos lembrou de um dos impactos que a modernização teve em São
Petersburgo, a sociedade se desliga do processo de individualização do ser humano e que a
presença do povo era apenas uma representação de atores sem voz, sem expressão.

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