Buscar

ARTIGO CIENTIFICO RENASCIMENTO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A FORMA URBANA NO RENASCIMENTO
RESUMO
Este artigo busca desenvolver uma reflexão sobre a cidade renascentista, elaborando um breve panorama de posicionamentos historiográficos relacionados a algumas das grandes questões pertinentes à História Urbana. Parte-se de uma discussão inicial acerca da própria definição de “cidade”, e em seguida desenvolve-se uma reflexão sobre as especificidades da cidade no Renascimento, levando sempre em consideração a realidade social, econômica e religiosa da época. 
Palavras Chave: Cidades, renascimento, quatrocentos, urbanismo, Europa, comunicação, história.
ABSTRACT
This article seeks to develop a reflection on the Renaissance city, preparing a brief overview of historiographical positions related to some of the major issues relevant to the Urban History. Part is an initial discussion about the definition of "city", and then develops a reflection on the specifics of the city in the Renaissance, taking into account the social, economic and religious of the time.
Key Words: Cities, revival, four, urban, Europe, communication, history.
INTRODUÇÃO 
O movimento artístico que chamamos “Renascimento” nasceu na Itália, em Florença, nas primeiras décadas do século XV. Nos finais de 1400, tinha-se espalhado por toda a Itália. Na primeira metade do século seguintecomeçou a difundir-se pelo resto da Europa, iniciando uma completa revolução artística, cujos efeitos perdurariam, com constantes acontecimentos, durante séculos. Este movimento, embora bastante complexo e variado internamente, estabeleceu princípios, métodos e, sobretudo, formas originais e típicas, mas comuns.
Os fatores urbanísticos que, nos séculos XV e XVI, determinaram a transformação da cidade medieval e concorreram para definir uma nova estrutura e configuração do espaço urbano, além de uma nova concepção dos valores históricos e políticos da cidade. (ARGAN, 1.999, p.55)
Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo foi, sem dúvida, o motel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Trata-se de uma volta deliberada, que propunha a ressurreição consciente (do renascimento) do passado, considerado agora como fonte de inspiração e modelo de civilização. Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem (Humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média.
Este artigo trata da pesquisa bibliográfica no contexto da produção do conhecimento. Apresenta a pesquisa bibliográfica como um procedimento metodológico que se oferece ao pesquisador como uma possibilidade na busca por esclarecer os conceitos básicos que norteavam a composição das cidades na época do Renascimento. 
1 PRINCÍPIOS DO RENASCIMENTO
Renascimento significou uma nova arte, o advento do pensamento científico e uma nova literatura. É possível apontar alguns princípios básicos de tal movimento:
· ANTROPOCENTRISMO (O HOMEM NO CENTRO): valorização do homem como ser racional. Para os renascentistas o homem era visto como a mais bela e perfeita obra da natureza, tem capacidade criadora e pode explicar os fenômenos à sua volta.
·  OTIMISMO: os renascentistas acreditavam no progresso e na capacidade do homem de resolver problemas. Por essa razão apreciavam a beleza do mundo e tentavam captá-la em suas obras de arte.
· RACIONALISMO: tentativa de descobrir pela observação e pela experiência as leis que governam o mundo. O pensamento é baseado em estudos científicos.
· HUMANISMO: o humanista era o indivíduo que traduzia e estudava os textos antigos, principalmente gregos e romanos. Foi dessa inspiração clássica que nasceu a valorização do ser humano. Uma das características desses humanistas era a não especialização. Seus conhecimentos eram abrangentes.
· HEDONISMO: valorização dos prazeres sensoriais. Esta visão se opunha à idéia medieval de associar o pecado aos bens e prazeres materiais.
·  INDIVIDUALISMO: a afirmação do artista como criador individual da obra de arte se deu no Renascimento. O artista renascentista assinava suas obras.
· INSPIRAÇÃO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA: os artistas renascentistas procuraram imitar a estética dos antigos gregos e romanos. O próprio termo Renascimento foi cunhado pelos contemporâneos do movimento.
· A REFORMA PROTESTANTE diminuía o domínio da igreja, o resultado foi que o estudo de Deus como Ser Supremo foi substituído pelo estudo do ser humano, inclusive com o estudo da anatomia. Desde retratos detalhistas, como a intensidade emocional e a iluminação surreal, a arte foi o meio de explorar todas as facetas da vida na terra.
2 A SOCIEDADE
Na medida em que se desintegrava a igualdade da burguesia urbana (morador cidade) constituída de artesãos e comerciantes durante a Idade Média, uma nova elite surgia e assumia o controle cultural e político das cidades, exercido por uma única família detento o poder supremo.
A divisão social urbana correspondia ao surgimento de uma nova ordem hierárquica de atividade culturais, baseada na distinção entre liberais (centrada em conceitos filosóficos e em estudos históricos) a artes mecânicas (relativo ao domínio da técnica e a disciplina práticas). 
As artes liberais tinham o propósito de orientar, e as artes mecânicas o objetivo de executar. Essa distinção teve importante influência no planejamento das cidades e na educação profissional. O arquiteto, como integrante da classe dirigente trabalhava em contato direto com o “SIGNORE” ou príncipe, enquanto que o artesão era rebaixado à categoria de trabalhador manual. Por essas razões é possível afirmar que os artistas renascimentais assinavam em fim as próprias obras, eram reconhecidos como autores e verdadeiros profissionais.
3 ARQUITETURA
Na renascença italiana formada pelos mesmos princípios da geometria harmoniosa em que se baseavam a pintura e a escultura, a arquitetura recuperou o esplendor de Grécia e Roma Antiga. Os arquitetos renascentistas mais notáveis foram Leon Battista Alberti, FilippoBrunelleschi, Donato Bramante, Andrea Palladio e Michelangelo Buonarotti.
Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que o organiza de qualquer ponto em que se coloque.
“Já não é o edifício que possui o homem, mas este que, aprendendo a lei simples do espaço, possui o segredo do edifício”. (BRUNO ZEVI, SABER VER A ARQUITETURA)
As principais características da arquitetura renascentista podem ser resumidas em:
· Ordens Arquitetônicas;
· Arcos de Volta-Perfeita;
· Simplicidade na construção;
· A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser autônomas;
· Construções: palácios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade), fortalezas (funções militares) e planejamento urbanístico.
4 A ESTRUTURA URBANISTICA DA CIDADE DA RENASCENÇA
Segundo ALBERTI (Arquiteto e Humanista do período Renascentista), a cidade deve constituir-se com o objetivo do prazer austero da geometria, onde a forma radiocêntrica une-se a perfeição geométrica. Exemplo disso é a cidade de Filarete, onde as ruas radiais ligam as portas da cidade ao seu centro-praça (lugar dos edifícios públicos). Essa forma radiocêntrica é objetivo de numerosas especulações renascentistas que a perfilham para o traçado da cidade ideal.
No campo do urbanismo as idéias e realizações, principalmente no Quatrocentos representam pouco se compararmos com a arquitetura, com sua enorme e variada riqueza, em contraste com as simplórias realizações urbanísticas. Mas isso se deve também pela ausência de tratados das cidades antigas. Foram encontradas apenas passagens dos textos de Vitrúvio e essas,careciam de desenhos. O pensamento vitruviano postulava que o traçado da cidade deveria sempre obedecer ao sentido dos ventos, sendo a principal preocupação urbanística na concepçãoda urbe.
A aplicação dos princípios renascentistas a urbanização foi condicionada pelo crescimento demográfico, transformações e intervenções no casco urbano. O tamanho contido da cidade medieval não oferecia de início possibilidades de intervenções em grande escala. No inicio do renascimento, a Europa não necessitava de novos núcleos, dada a armadura territorial urbana que se havia constituído e completado na idade media. Apenas nos próximos anos (1500 a 1600) foi criado novas cidades por razões militares, onde no qual foi aplicado os princípios urbanísticos renascentistas. (cidade: VILLE-RICHELIEU).
Os literatos e os pintores descreveram a nova cidade mais com um objetivo teórico uma cidade ideal.
As teorias estéticas e os princípios de urbanismo irão obedecer a idéias semelhantes, sendo o principal o desejo de ordem e disciplina geométrico. 
A forma da cidade renascentista e subordinada a unidade e racionalidade. 
4.1 A CIDADE IDEAL
Vários modelos de traçados foram idealizados, a cidade poligonal de oito ou mais lados, foi descrita como perfeita, caracterizada por sua organização circular. As ruas são dispostas no seu interior como um tabuleiro de xadrez.
Os Renascentistas definiram os princípios sobre os quais CIDADE IDEAL deveria ter:
· Simetria que condiciona a distribuição funcional, elaborando o traçado a partir de um ou mais eixos e planos.
· Subordinação da composição urbana a partir do homem como referência e da técnica da perspectiva
· Vias são direcionadas de maneira a interligar monumentos e edifícios em destaque em relação a cidade. O monumento deixa de ser apenas um marco social, político e cultural, para construir também parte integrante do desenho urbano.
· Integração e subordinação dos edifícios a um conjunto urbanístico projetado como um todo. Cada edifício subordina-se a regra do conjunto, embora possa conservar a sua individualidade.
4.2 FORTIFICAÇÕES
O período renascentista foi marcado por evoluções, novos ideais. Ainda assim existiam as muralhas do período medieval, porem com o desenvolvimento de novas técnicas militares e a generalização do canhão tornam obsoletas as muralhas medievais.
Nesse período criam novos métodos e consequentemente mais eficazes que o período anterior.
Criaram complexos sistemas de fossos, rampas, baluartes (Estrutura sólida de defesa, comumente de terra) e muralhas, segundo técnicas de VAUBAN (terá sido um dos maiores engenheiros militares que a história já conheceu).
A eficácia desses sistemas defensivos altera a estrutura urbana. Enquanto a muralha medieval podia ser substituída em anéis concêntricos, o sistema de fortificações renascentista é estático, custoso e pesado, impede o crescimento da cidade e comprime-a com conseqüências na elevação das densidades.
A forma da cidade renascentista é muito condicionada pelas fortificações, que assumem grande importância física e visual.
4.3 RUA
A rua ou traçado torna-se um elemento de grande importância. A rua renascentista era um percurso retilíneo, por razões estéticas e de perspectiva, e também para resolver problemas viários (carroças e coches) assim mantendo a função de acesso aos edifícios. Era também o eixo da perspectiva e traço de união e de valorização entre elementos urbanos.
A rua deixa de ser apenas um percurso funcional (assim era na idade media) para se tornar também um percurso visual, decorativo, de aparato, próprio a deslocação por carruagem e organizador de efeitos estéticos (na idade media as ruas eram estreitas).
4.4 TRAÇADO E QUARTEIRÃO
As arvores passam a ser utilizadas no traçado por razões funcionais, climáticos e estéticos.
O uso da quadrícula geométrica que preenche os espaços entre os grandes traçados vai constituir outro elemento importante da forma urbana. A quadrícula servia as necessidades distributivas, de organização habitacional e de divisão cadastral, adaptando-se na perfeição ao ideal renascentista de uniformização estética e disciplina racional do espaço e permite a hierarquização das diferentes ruas.
· O sistema reticulado por vez se torna perigosamente monótono, logo necessitava de complementaridade de outros elementos: como os grandes traçados, as vezes na diagonal, e as praças. Portanto, é possível afirmar que no Renascimento nasceu o conceito de “marcos” e “ponto de referência”.
· Refinamento dos quarteirões
· Organização geométrica do espaço fundiário
· Duas situações principais: a primeira, o quarteirão se forma pela definição de traçado (ruas, edifícios, espaços públicos); 
A segunda, o quarteirão é um elemento da quadricula repetível com a mesma geometria e dimensão (segue-se um padrão).
· Quadricula e quarteirões organizam o cadastro e a forma urbana; tornam-se um meio universal e experimentado de desenho urbano e adaptam-se as mais variadas situações morfológicas e topográficas.
4.5 PRAÇA
A composição clássica apresentava perfeita complementaridade entre os três elementos geradores principais: o traçado retilíneo, a quadrícula e a praça.A praça era tida como um lugar especial, e não apenas um vazio na estrutura urbana. É o lugar público, onde se concentram os principais edifícios e monumentos. As praças podiam ser delimitadas por edifícios públicos, por igrejas ou edifícios religiosos, por filas de habitações ou palácios. Eram lugares de cenário urbano e decoração, suporte e enquadramento de monumentos (obeliscos estátuas ou fontes), e também lugares de vida social e de manifestações do poder.
4.6 FACHADA
Umas das primeiras manifestações do Renascimento era a necessidade de ordem visual no espaço urbano. Através do desenho das fachadas, que em muitos casos se repetem com ordem e disciplina, o traçado adquire grande unidade e intensidade estética. Torna-se o elemento gerador da forma das cidades, hierarquizando-se pela sua importância funcional e perfil. Os princípios arquitetônicos renascentistas são aplicados as fachadas como obras pictóricas, na busca do equilíbrio, desenhado através da simetria, proporção e ritmo.A fachada ostentava uma ordem intelectual abstrata e métrica no primeiro Renascimento.Segundo os renascentistas era importante criar um visual da cidade criando um verdadeiro cenário de teatro.A burguesia e a nobreza, que necessitavam das fachadas dos seus palácios para ostentarem o poder e a magnificência, irão encontrar na rua o suporte do sistema social que se serve da arquitetura como meio de ostentação.A utilização repetida de elementos e pormenores construtivos confere unidade estética ao espaço urbano.Enquanto os clássicos utilizavam uma única ordem em seus edifícios, os renascentistas 
4.7 SANEAMENTO BASICO
As primeiras leis públicas notáveis de instalação, controle e uso destes serviços têm origem a partir do século XIV. Em termos de saneamento o período histórico dos séculos XVI e XVIII é considerado de transição. A partir do século XVI, já no Renascimento, com a crescente poluição dos mananciais de água o maior problema era o destino dos esgotos e do lixo urbanos. Com os novos estudos que estavam sendo desenvolvido em época renascimental, engenheiros e arquitetos se conscientizaram sobre a importância de realizar sistemas de saneamento básico eficientes para todas as cidades.Inicialmente preservou-se o sistema medieval, principalmente pelo que se refere aos fossos que circundavam as muralhas. As fontes (chafarizes) eramprojetadas pelos artistas clássicos, inspirando-se em diversas mitologias hídricas como, por exemplo, as do rioNilo e as da origem da criação grega. O movimento de retorno aos mitos da Antigüidade era útil como formade representar a origem definitiva da vida tal como um manancial.Michelangelo, por exemplo, havia concebido em algumas fontes um cenário inspirado nas divindades fluviais.
Nesse período surgiu a exigência por parte das autoridades de manter a cidade limpa e a criação de sistema de esgoto e de abastecimento de agua para a população, foi criado fontes para abastecimento de água e sistemas decanais subterrâneos para o esgoto. A nova mecânica baseava-se em teoremas que teriam sido propostospor físicose matemáticos alexandrinos e clássicos. Ou seja, tudo era fruto de atentos cálculos, estudos e racionalidade.Os princípios baseados na hidráulicaalexandrina serviam tanto para fins estéticos como para resolver questões práticas de abastecimento de água.Apesar de preocupados com a técnica (corrosão dos canos ou novas concepções de moinhos d’água), algunsengenheiros eram vistos como magos a ponto de serem tratados como hereges. A importância da tradição hidráulica romana pode ser constatada através das ruínas dos grandes aquedutos.Os engenheiros da Renascença tiveram acesso aos detalhes da construção e da manutenção dos sistemas hidráulicos romanos e muitos profissionais foramcontratados para executar as obras do programa de reforma papal. No Renascimento, noVaticano, construíram-se vários equipamentos sanitários: chafarizes, novos encanamentos, banhos públicos,mecanismos para despejo, cubas para lavagem de lã e outros.Os canais que percorrem a cidade servem de vias de transporte por meio de barcos e similares, e a força da agua giram moinhos. 
5 COMUNICAÇÃO ENTRE AS CIDADES NO RENASCIMENTO
No Renascimento houve um nascimento de novas cidades (a maioria não seguia os princípios da Cidade Ideal, porém os arquitetos da época inseriam aspectos estéticos do Renascimento, através pintura, escultura etc.), mas ao mesmo tempo criava-se uma situação de independência de cidade em cidade. Por exemplo, a época renascimental corresponde ao período de unificação da Itália. Naqueles tempos, a Itália era dividida em diversos Reinos, todos autônomos. Com essa situação, criava-se um sentimento de rivalidade entre as cidades. Até mesmo os artistas competiam para criar obras mais magníficas de seus colegas. Pode-se dizer, portanto, que a comunicação entre as cidades renascimentais era bastante limitada.
6 CONCLUSÃO
Enfim, os produtos das artes do renascimento (arquitetura, pintura, escultura e música) foram restritas as camadas abastadas das sociedades europeias. Sendo o produto do urbanismo (traçado da cidade e construção de praças) o produto mais próximo das camadas mais baixas.
	Para Leonardo Benévolo “A cultura do Renascimento modifica as condições mentais do projeto arquitetônico, mas não consegue modificar da mesma forma a prática das intervenções urbanísticas”. O Renascimento sintetizou um grande experimento de racionalização da vida humana
	O novo método de projeção estabelecido pelos arquitetos renascentistas, na prática, não produz transformações de grandes proporções no que se refere ao espaço urbano. Depois da metade do século XIV, devido à expansão demográfica e forte colonização do continente europeu, não havia a necessidade de se criar novas cidades ou de se aumentar demasiadamente as que já existiam. Sem uma estabilidade política, os arquitetos do Renascimento conseguem realizar a arquitetura ideal apenas em alguns edifícios isolados. 
	A concepção urbanística do Renascimento não é a que se diz na teoria da cidade ideal, mas sim a que se apresenta na transformação das cidades antigas, mediante uma interpretação profunda da história e da vida da comunidade. A experiência histórica do Renascimento italiano não teve repercussões imediatas na Europa: as grandes cidades europeias, nos séculos XV e XVI, desenvolveram-se desordenamente, sob a pressão de necessidades demográficas e econômicas. (ARGAN, 1.999, p.79). 
	Portanto, há uma intervenção num espaço urbano já formado pela arquitetura medieval e que é modificado parcialmente a fim de completar as construções inacabadas do século XIV. Assim, enquanto desenhos e esboços criam cidades ideais geométricas propondo características revolucionárias aos novos espaços, a vida seguiu-se desenvolvendo nos velhos espaços medievais. 
	Porém, merece ressalvas, que a forma aplicada à construção da cidade ideal, encontrou nas cidades do continente americano sua melhor representação. A América, um paraíso de terras com cidades em construção, gerou a possibilidade da ideia renascentista. Dessa forma, muitas das ideias renascentistas de urbanismo não passaram de utopia na Europa e teve seu campo de realização real na colonização da América.
REFERÊNCIAS
ZMITROVICZ, W. O desenvolvimento urbano: a Europa não romana. São Paulo. EPUSP. Boletim Técnico, 1990. 29p.
MUMFORD, L. A cidade na história: suas origens, transformações e perspectivas. 2.ed. São Paulo, Livraria Martins Fontes Editora, 1982. 
ARGAN, Giulio Carl. História da arte com história da cidade. 5ª edição – SP Martins Fones, 2005. 
BATTISTONI FILHO, Duílio. Pequena história da arte. 3ª edição – Campinas, SP Papirus, 1989. 
CALVINO, Ítalo. As cidades invisíveis. SP: Companhia das letras, 1990. 
BENEVOLO, Leonardo. A Cidade na História da Europa. Editora Presença. Lisboa. 1995.
ZEVI, Bruno. Saber ver a arquitetura. Editora Presença. Brasil. 1995.

Continue navegando