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Farmacologia do Trato Respiratório Introdução • A farmacologia pulmonar compreende o entendimento e como os fármacos agem nos pulmões e a terapia farmacológica de doen- ças pulmonares; • A maioria dos fármacos produzem efeito sobre as vias respiratórias e a terapia de obs- trução, particularmente na presença da asma (a médio e longo prazo, o asmático é um forte candidato ao desenvolvimento de DPOC, principalmente se associado ao fumo); • Divisão: - Via aérea superior: situa-se fora da ca- vidade torácica e é constituída pela cavi- dade nasal, faringe e laringe, 1/3 superior da traqueia → rinites, sinusites, faringites, oti- tes (principalmente na Pediatria), tonsilites, adenoite - Via aérea inferior: consiste na traqueia (2/3 médio inferior), brônquios, bronquío- los e alvéolos; → bronquiolite (viral, po- dendo demandar broncodilatador pela res- posta inflamatória com possível prejuízo na troca de gases), DPOC, asma, pneumonia (química, bacteriana, viral), enfisema pul- monar, tuberculose, pleurites (geralmente secundária a alguma outra condição anterior, como pneumonia. Pode-se ter tuberculose pleural, em pacientes imunossuprimidos) • Aparelho respiratório: - Superior: nariz externo, cavidade nasal, faringe, laringe e 1/3 superior da traqueia; - Inferior: 2/3 inferior da traqueia, brôn- quios, bronquíolos, alvéolos e pulmões; • As doenças pulmonares são divididas em: - Restritivas: diminuição do volume dis- ponível para trocas gasosas; - Obstrutivas: obstrução das vias aéreas, especialmente dos bronquíolos (final das vias aéreas, antes de entrar no saco alveolar), que pode ocorrer por: ▷ Espasmo do musculo circular das vias aéreas; ▷ Inflamação da mucosa das vias aéreas; ▷ Hipersecreção; ▷ Perda do tecido elástico; • As doenças pulmonares obstrutivas são as causadoras da asma, doença pulmonar obs- trutiva crônica, bronquite crônica e enfi- sema; • A perda do tecido elástico é mais comum no enfisema por ser decorrente de uma in- flamação crônica, mas todos os outros estão presentes em todas as outras doenças. → • Leve e intermintente: utiliza-se - agonistas inalatório durante crises, ou seja, são as bombinhas usadas por asmáticos; • Leve e persistente: faz-se o uso de uma terapia diária para prevenção, somada do uso das bombinhas em situações de crise; Marianne Barone (T5) Bases Patológicas III – Prof. Ariana Moraes • Moderada e persistente: além dos broncodilatadores, adiciona-se o uso de agentes anti-inflamatórios; • Grave e persistente: é a pior forma da doença e utiliza-se broncodilatadores, anti- inflamatórios e corticoesteóides orais; • Resultado: sintomas controlados, redução da variabilidade do PFE, testes da função pulmonar normalizados, prevenção de exa- cerbação aguda e manutenção de níveis nor- mais de atividade; • Terapias: - -adrenergicos: atuam previnindo e revertendo sintomas; - Teofilina: previnindo e revertendo sintomas; - Cromoglicato inalatório: previnindo sintomas; - Modificadores de leucotrienos: previnindo sintomas; - Corticosteroides inalatórios: trabalham previnindo sintomas; - Corticosteroides sistêmicos: previnindo e revertendo sintomas; - Anticolinérgicos: atuam previnindo e revertendo sintomas; - Controles ambientais: previnindo sintomas; - Imunoterapia da alergia: previnindo sintomas. → • Via inalatória: é a via mais utilizada, principalmente na necessidade de broncodi- latação; • Via oral: expectorantes/mucolíticos; • Via parenteral: adrenalina (casos de broncoespasmo severo) por via subcutânea, ou metilxantinas (Aminofilina: é utilizado desde a década de 30, não sendo mais tanto utilizada por via intravenosa em quadros de broncoespasmo severo por apresentar mui- tos efeitos colaterais; Teofilina: adminis- trada via oral). Via inalatória: • Via de eleição para administração de inú- meros fármacos com efeito direto sobre as vias respiratórias; Ex: casos de asma e DPOC • Apresenta mais benefícios por permitir o uso de doses menores, quando comparando- se com VO, assim, tem menos efeitos cola- terais e mais rápida absorção, e efeito dese- jado obtido muito mais rápido; • É indicada em casos de asma e DPOC, en- quanto em casos severos tem-se preferência pela via parenteral; • Particularidades: - Tamanho das partículas: possui relação direta com o local de depósito no trato res- piratório, afetando a absorção do fármaco e, consequentemente, sua ação; - Do total do fármaco administrado, ape- nas 10-20% entra nas vias aéreas inferio- res. É uma preocupação nas situações de broncoconstrição do trato inferior (o bron- codilatador administrado por via inalatória pode atingir a região em uma concentração menor que a necessária, sendo necessário, por exemplo, internar uma criança com qua- dro de bronquiolite, que tem sua troca de ga- ses muito prejudicada e, a administração to- tal da droga é mais efetiva via parenteral e com intubação); - Os fármacos também podem ser absorvi- dos pela circulação brônquica e, em seguida, distribuídos para mais vias respiratórias pe- riféricas; • Tipos de inaladores: - Inaladores dosimetrados pressurizados; - Câmara expansora: a máscara veda por completo o nariz e boca, sendo uma vanta- gem na administração do fármaco; - Inalador de pó seco (cápsula): deve ins- pirar profundamente (inspirar e expirar 2-3x) e prender o ar por 15 segundos. Por este mo- tivo, não é indicado para crianças menores, idosos e pacientes de DPOC em estágios avançados; - Nebulizador: além de administrar o fár- maco, pode-se fluidificar a secreção; • Desvantagem: extremos de idade podem não conseguir utilizar dos fármacos. Via oral: • Em se tratando de via oral, a dose admi- nistrada é muito maior do que a inalada ne- cessária, para se obter o mesmo efeito, de maneira que efeitos colaterais sistêmicos são mais comuns; • Ocorre pelo metabolismo de 1ª passagem e, consequentemente, diminuição de biodis- ponibilidade, podendo demandar um uso mais frequentes; • Na maioria dos casos, a via inalatória cos- tuma ser de escolha, como por exemplo, - 2 agonistas (classe de 0broncodilatadores). Via parenteral: • A via IV deve ser reservada para o forne- cimento de fármacos ao paciente em estado crítico, sendo incapaz de absorver fármacos pelo TGI; • Não tem o metabolismo de 1ª passagem, mantendo concentrações mais elevadas; • Os efeitos colaterais são geralmente fre- quentes devido às concentrações plasmáti- cas. → • Broncodilatadores: betamiméticos; • Antagonistas colinérgicos muscarínicos; • Corticosteroides (anti-inflamatório). Broncodilatadores • Os broncodilatadores relaxam o músculo liso das vias respiratórias (brônquico) con- traídos in vitro, e apresenta uma reversão imediata da obstrução das vias respiratórias na asma in vivo; • Também previnem a broncoconstrição, fornecendo broncoproteção (diminuem res- posta inflamatória → β-adrenérgicos); • Podem ser utilizados em situações agudas, promovendo broncodilatação imediata, ou de forma crônica, promovendo broncopro- teção (utilizados a médio e longo prazo, po- rém, em geral, utiliza-se corticoides para essa função); • Classificação: - Agonistas de receptores adrenérgicos tipo β/simpaticomiméticos (seletivos de β- 2 ou não seletivos), sendo os mais utilizados na prática os seletivos de β-2; - Outros: inibidores de fosfodiesterase (teofilina: entra na classe das metilxanti- nas, estando em desuso por ter muitos efei- tos colaterais) ou antagonistas de receptores colinérgicos tipo muscarínico (M1, M2 e M3 → sem grande seletividade); • Permite o controle profilático da bronco- constrição e reversão da broncoconstrição aguda. → • Agonistasnão seletivos: apresenta ativi- dade para resposta com β-1 e β-2, sendo principal representante isoprenalina; • Agonista seletivo β-2: fenoterol, salbuta- mol, terbutalina e formoterol. É a classe mais utilizada, sendo os principais fármacos Salbutamol e Terbutalina; • A Terbutalina é um broncodilatador ago- nista seletivo de β-2, que também é utilizada na obstetrícia para inibir trabalho de parto prematuro; - Atua em célula miometrial, aumentando contrações cardíacas e diminuindo contra- ções miometriais; - Possui efeitos colaterais maternos e fetais, como aumento da contração dos órgãos de ação (músculo cardíaco, intestino, bronquí- olo e vasos), exceto no miométrio, que di- minui a contração; - O principal órgão a ser controlado é o co- ração, causando taquicardia, e aumentando risco de edema agudo de pulmão (aumento de FC faz com que o período de contração do átrio não seja suficiente para levar o san- gue ao ventrículo de maneira adequada, apresentando acúmulo sanguíneo no pul- mão por um refluxo); - Dose: Terbutalina 4 amp + SG 5% 250mL IV, 8 gotas/min, com bomba de in- fusão; - Contraindicações: gestantes com sus- peita de infecção, cardiopatas, hipertensas e diabéticas; • Os agonistas β-2 podem ser classificados por tempo de duração de sua ação: - Ação curta: duração 2-6h. Apresenta início rápido de ação 15-30 minutos, e pico de ação de 30-60 minutos, utilizados no alí- vio de sintomas; Ex: Salbutamol, Terbutalina - Ação longa: duração >12h. São agentes lipofílicos, utilizados na profilaxia; Ex: Salmeterol, Fenoterol, Formoterol - Ação ultralonga: duração >24h; Ex: Olodaterol (aprovado na ANVISA para doença pulmonar desde 2019) β-2 agonistas de ação curta: • Podem ser utilizados por via inalatória e via oral; Ex: Salbutamol (não usar de forma con- tínua) e Terbutalina • Os BAAC inalatórios são os broncodilata- dores mais amplamente usados e efetivos no tratamento da asma; • São mais utilizados na crise aguda da asma; • Possuem efeito rápido e sem efeitos sistê- micos significativos (na prática, observa-se taquicardia importante, na gestante tor- nando-se uma preocupação por causar ta- quicardia na mãe e, por atravessar barreira transplacentária, resultando em taquicardia fetal). β-2 agonistas de ação longa: • Podem ser utilizados pela via inalatória; Ex: Formoterol • Demonstram ação broncodilatadora de mais de 12h, e também protegem contra a broncoconstrição por um período de tempo semelhante; • Melhoram o controle da asma (broncopro- teção); Mecanismos de ação: • Atuam nos receptores β-2 acoplados à pro- teínas, estimulando adenilatociclase a for- mar AMPc, aumentando sua concentração intracelular. Desta forma, tem-se a ativação da PKa (fosfoquinase A), diminuindo a con- centração intracelular de Ca2+; • Diminuição do tônus muscular (relaxa- mento da musculatura lisa = broncodilata- ção); • Aumentam condutância de K+; • Hiperpolarização e relaxamento muscular.; • Causa taquicardia (resposta sistêmica). Efeitos anti-inflamatórios dos agonistas β-2: • Ainda há controvérsias sobre se os β-2 agonistas têm efeitos anti-inflamatórios na asma; • Os efeitos inibitórios de β-2 agonistas, na resposta aguda, têm liberação de media- dor de mastócitos e extravasamento mi- crovascular são claramente anti-inflamató- rios, sugerindo que os β-2 agonistas podem modificar a inflamação aguda; • Já na inflamação crônica, os β-2 agonis- tas não parecem ter um efeito inibitório significativo nos portadores de asma, tal fato que pode se justificar pelo fato dos β-2 agonistas nos macrófagos, eosinófilos e linfócitos são rapidamente dessensibiliza- dos. Efeitos colaterais: • Efeitos indesejáveis estão relacionados à dose e são causados pela estimulação de re- ceptores β-extrapulmonares; • Os efeitos colaterais não são comuns com administração inalatória, porém exacerbada com a administração VO ou IV; • Tremor muscular: devido à estimulação de receptores β-2 no músculo esquelético é o efeito mais comum, sendo mais presentes em pacientes idosos (população que mais apresenta DPOC); • Taquicardia e palpitações: são causadas por estimulação cardíaca reflexa secun- dária a vasodilatação periférica, decor- rente da estimulação direta dos receptores β-2 atriais. Deve-se ter maior atenção a pa- cientes com arritmias; • Hipopotassemia: trata-se de um efeito co- lateral potencialmente grave. Ocorre devido a estimulação dos receptores β-2 de entrada de potássio num músculo esque- lético, que pode ser secundária a um au- mento da secreção de insulina por conta das células β-pancreáticas nas ilhotas de Langhernam; • Desequilíbrio ventilação-perfusão: ocorre devido a vasodilatação nos vasos sanguíneos previamente contraídos pela hi- póxia, resultando no desvio de sangue para áreas mal ventiladas e uma queda na tensão de oxigênio arterial; • Doses elevadas podem ocasionar necrose miocárdica, aumento de ácidos graxos livres no plasma, hiperglicemia, hipocalemia, arritmia e parada cardiorrespiratória. → • O mecanismo de ação ainda é incerto; • Além da sua ação broncodilatadora, tam- bém possui inúmeros efeitos não broncodi- latadores que podem ser relevantes para seus efeitos na asma e DPOC; • Não são drogas de urgência, mas sim para tratamentos crônicos; • Uso: broncodilatação; • Administração: oral, principalmente com comprimidos de liberação modificada (8, 12 ou 24h). No período em que era utilizada, a Aminofilina era administrada via endove- nosa; • Farmacocinética: - Meia-vida: 20-36h; - Absorção rápida e completa (presença de alimentos altera processo de absorção); - Eliminação primordialmente pela urina (~15% inalterada). Mecanismo de ação: • A broncodilatação poderia ser consequência da inibição da fosfodiesterase e aumento de AMPc, de forma que, eleva AMPc intracelular, consequentemente, ativa a PKa, diminuindo a concentração intracelular de Ca2+ e, desta forma, causa uma broncodilatação; • Assim, agiriam como antagonista do receptor de adenosina, inibiriam liberação de Ca2+ intracelular (impede contração da musculatura lisa brônquica) e aumentariam liberação de catecolaminas. Podem apresentar efeitos anti-inflamatórios; • Classificação: inibidores de fosfodieste- rase; • Apresenta uma família de enzima (fosfo- diesterase) composta por 11 subtipos. Nos pulmões, tem-se A3 e A4, e com resposta inflamatória tem-se o subtipo A4 também nos linfócitos e eosinófilos (ação bronco- protetora = diminui resposta inflamatória, além da ação broncodilatadora); • Inibe a liberação de mediadores inflama- tórios, resultando no relaxamento da mus- culatura lisa. → • Principal fármaco: Brometo de Ipratró- pio; • É pouco utilizado, sendo relativamente se- letivo; • Uso: - Broncodilatação; - Menor intensidade e duração compa- rando com agonistas β-adrenérgico; - Maior variabilidade individual; - Diferenças de atuação nas vias colinérgi- cas intermediárias; • Administração: - Pulmonar: aerossol (inalador dosime- trado) ou solução para nebulização; - Associado com β-adrenérgicos: costu- mava ser feita associação principalmente via inalatória, com Fenoterol e Ipatrópio, potencializando a resposta broncodilatadora. Atualmente, não se tem um uso tão fre- quente por apresentar efeitos colaterais muito intensos, inclusive taquicardia, subs- tituindo por Aerolin (dose do β-2 sempre maior que anti-muscarínico). Mucolíticos e expectorantes • Produção da secreção brônquica: até 100mL em 24h, fisiológica. Pode ser exa- cerbada por conta de resposta inflamatória; • Composição: mucopolissacarídeos, mu- coproteínas, proteínas, gorduras, água, ele- trólitos; • Mucolítico: substância responsávelpor mudar a consistência do muco; • Expectorante: substância cujo meca- nismo resulta numa melhor expectoração; • Geralmente estão associados, visto que, pode-se ter numa mesma substância a res- posta mucolítica e expectorante. Muitos ca- sos, dependendo da consistência do muco, deve-se mudar sua consistência para permi- tir sua expectoração; • Não bloqueiam a tosse. → • Age como um irritante das terminações parassimpáticas gástricas, estimulando o reflexo da tosse e ao mesmo tempo au- menta o volume de secreções brônquicas, salivares, lacrimais e nasal; • É um expectorante, porém tem a capaci- dade de alterar a consistência do muco (= mucolítico); • Tem formulações de expectoração, trata- mento de distúrbio tireoidiano ou trata- mento de pele; • Recomendação de uso: - Adultos: expectorante 200mg (4x/dia); - Crianças: expectorante 100mg (3- 4x/dia); • Não indicado para pacientes em fases ati- vas de tuberculose, por estimular a tosse e, consequentemente, a liberação de bacilos por meio de aerossóis (paciente bacilífero). → • Mecanismo de ação: grupos sulfidrilas rompem pontes dissulfetos das mucoproteí- nas = torna o muco mais fluídico, permi- tindo sua eliminação na tosse (mucolítico); • Via de administração: oral, inalatória e injetável; • Está no protocolo de intoxicação por para- cetamol. Em casos de overdose em adultos (>4g/dia), o metabólito é hepatotóxico (N- acetil-p-benzoquinonaimina) e leva a uma toxicidade; • Efeito antioxidante. Antitussígenos (sedativos da tosse) • Podem ter ação central (podem levar a se- dação) ou terem ação não-central (mais utilizados); • Tosse: reflexo protetor (fisiológico) que visa eliminar corpos estranhos/secreção da árvore traqueo-brônquica; • Avaliar se a tosse pode ter origem por acú- mulo de secreção (não tem indicação de cessar, devendo manter o paciente hidratado para fluidificar o muco e facilitar sua elimi- nação, caso contrário terá aumento em sua frequência) ou alérgica (não adianta expec- torante ou sedativo, devendo administrar antialérgico, geralmente apresentando gatilhos no período noturno, broncoconstri- ção, antecedida por quadro de rinite e sem muita secreção), não tendo indicação de an- titussígeno nesses casos; • O uso de antitussígenos só está indicado nos casos excepcionais, em que a tosse é muito incômoda e não haja prejuízo em sedá-la. Ex: pacientes com tosse intensa pós-ci- rurgia abdominal, principalmente em obe- sos → • Quimiorreceptores e mecanorrecepto- res: vias aéreas, bronquíolos e parênquima pulmonar; • Nervos aferentes: nervo vago e glossofa- ríngeo; • Conexões centrais: centro da tosse e cen- tro respiratório; • Nervos periféricos: nervo frênico, nervo recorrente e nervos intercostais. → • 3 metil-éter da morfina (derivado da mor- fina); • Eleva o limiar do centro da tosse (ação central); • Analgésico e sedativo (fraco); • Efeitos colaterais: sedação, sonolência, náuseas e vômitos, tonturas e constipação; • Causa dependência. Classificação dos opioides: • Naturais: ópio, morfina, codeína, tebaína; • Semissintéticos: heroína, oxicodona, hi- droxicodona, oximorfona, hidroximorfona; • Sintéticos: metadona, meperidina, peti- dina, fentanil, levo-α-avetilmetadol (LAAM); • Agonistas-antagonistas: buprenorfina, nalbufina, pentazocina; • Antagonistas puros: naltrexona, nalo- xona. Receptores opiáceos: • Mu (μ): subtipo 1 (é responsável pelos sintomas de analgesia, euforia e depressão respiratória) e subtipo 2 (medeia efeitos gastrointestinais, como constipação); • Kappa (k): medeia analgesia, sedação, miose, disforia e sintomas psicomiméticos, como despersonalização e desrealização; • Delta (δ): medeia analgesia e pode estar associado à mudança de humor; • Epsilon (ε): pode estar associado à seda- ção; • Sigma (σ): associado à mudança de humor e talvez alucinações, apresenta também ação antitussígena. A codeína apresenta afinidade pelo receptor σ. → • O Dextrometorfano é agonista do receptor não opioide sigma-1 e antagonista do recep- tor N-metil-D-aspartato (NMDA) do gluta- mato; • É um antitussígeno não narcótico (sem ação central), um opioide não verdadeiro; • Sem efeito analgésico ou sedativo; • Não causa dependência; • Metabolizado pelo fígado, devendo ser evitado em hepatopatas. → • Os mecanismos moleculares da ação não foram totalmente elucidados; • Acredita-se que as cromonas reduzam o influxo e acúmulo intracelular de cálcio, ne- cessário para contração dos microfilamen- tos e extrusão dos grânulos dos mastócitos (impedem a degranulação e continuidade da resposta inflamatória); • Resposta protetora da árvore brônquica (e musculatura lisa); • Utilizados na prevenção de crises asmá- ticas; • Raríssimos efeitos colaterais; • Mecanismos de ação: é ainda desconhecido. Estima-se que: - É responsável por inibir a liberação de mediadores químicos de mastócitos; - In vitro: ação anti-inflamatória em macrófagos e eosinófilos; → • São muito utilizados, principalmente na asma; • Mineralocorticoides (aldosterona): re- gulação do balanço hidroeletrolítico; • Glicocorticoides (cortisol): metabolismo da glicose, das proteínas e das gorduras. Po- tente efeito anti-inflamatório e imunossu- pressor; • Esteroides sexuais (estrogênios e andró- genos): caracteres sexuais secundários. Mecanismo de ação: • Usado como anti-inflamatório e imunos- supressor; • Doses baixas e por curto período de tempo (não ultrapassar 7 dias); • São anti-inflamatórios esteroidais, bloque- ando a fosfolipase-A2 na cascada da ciclo oxigenase. Sistêmicos: • Hidrocortisona e metilprednisolona (crises aguda da asma), por terem pico de ação rápida; • Nas exacerbações de asma, usar corticosteróide oral (prednisona ou prednisolona); • Suspensão abrupta de prednisona apenas quando utilizada por períodos curto (inferior a 2 semanas); - Se utilizado em uma dose > 40mg por dia num período maior que duas semanas não pode ser retirado de forma abrupta, visto que, é um composto que se assemelha ao cortisol endógeno e, sua administração por um longo espaço de tempo faz com que ocorra a inibição do cortisol endógeno e a retirada abrupta o indivíduo apresenta sintomas semelhantes a falta de cortisol; - Podem causar atrofia da adrenal. Vias de administração: • Oral; • IAM; • IV; • Intra-articular; • Nasal; • Percutânea; • Aerossol (inaladores de pó seco): - Via preferencial: aerossol em nebulímetros dosificados ou em pó seco; - Dipropionato de beclometasona: é o mais favorável para uso por via inalatória para o controle da asma, visto que, possui baixa hidrossolubilidade e lentas taxas de dissolução e absorção; - Outras drogas utilizadas: flunisolida, budesonida, triancinolona, fluticasona. Aplicabilidade clínica: • Doenças alérgicas (urticarias, dermatites, edema); • Choque (hemorrágico, veneno de cobra, traumatismo, anafilaxia); • Artrite reumatoide; • LES; • Asma brônquica; • AVC; • Doenças infecciosas (meningite: Dexa- metasona, para diminuir o edema e, conse- quentemente, da hipertensão intracraniana, melhorando a biodisponibilidade do anti- biótico de tratamento da meningite, como nos casos do H. influenza); • Transplante renal (dose alta, por período de uso prolongado para ter resposta imunos- supressora); • Uso de corticoide na maturação pulmonar do feto em trabalho de parto prematuro (evita doença da membrana hialina); - Usa-se corticoide 2 dias consecutivos (Betametasona Acetato + Betametasona Fostato Dissódico, Suspensão injetável (3 mg/mL + 3 mg/mL), Ap 1 mL.); - Gestantes: Dose de 12 mg, por via intra- muscular (exclusiva), a cada 24 horas, du- rante 2 dias (2 doses), entre a 24ª e a 34ª semanasda gravidez. A administração da mesma dose feita 24 horas antes do parto pode ainda trazer algum benefício. Principais fármacos: • Hidrocortisona: utilizar apenas quando não forem possíveis a via oral e o uso da metilprednisolona (efeito mineralocorti- coide importante); • Metilprednisolona: droga de escolha para questões respiratórias; • Prednisona: mais utilizado (menor efeito mineralocorticoide que a hidrocortisona). Apresenta efeito anti-inflamatório 4x maior que o da hidrocortisona, com dose 60- 240mg/dia (inicial), com redução a seguir (desmame); • Prednisolona. Síndrome de Cushing: • Alguns corticoides apresentam maior risco, estando associada com tempo de uso e dose; • Os pacientes de doença respiratória ten- dem a utilizar por tempo aumentado (sem receita), podendo desenvolver síndrome de Cushing; • A síndrome de Cushing consiste em uma constelação de anormalidades clínicas cau- sadas por concentrações cronicamente ele- vadas de cortisol ou corticoides relaciona- dos; • Os sinais e sintomas típicos incluem face em lua e obesidade do tronco, hematoma fá- cil e pernas e braços finos. O diagnóstico é pela história de utilização de corticoides ou descoberta de concentrações séricas eleva- das e/ou relativamente autônomas de cor- tisol. O tratamento depende da causa.
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