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Branding Apresentação Quais são os critérios que você utiliza quando vai comprar algum produto ou escolher uma empresa prestadora de serviços? O que faz uma marca ser a mais lembrada e até mesmo ter o seu nome atribuído a uma linha de produtos como Gilette ou Bombril? O poder das marcas vai além de angariar novos consumidores. A marca é um dos principais ativos intangíveis de uma organização. E mais, a construção de uma marca é resultado da implantação de uma estratégia eficaz de branding e ações de comunicação. Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá entender o conceito de branding e suas definições, além de refletir sobre a importância da comunicação nesse processo, conhecendo novas formas de gerar branding por meio da comunicação. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir branding.• Analisar a importância da comunicação no branding.• Apresentar novas formas de gerar branding por meio da comunicação.• Infográfico A gestão estratégica do branding só é eficiente quando a comunicação é desenvolvida em conjunto e a sua importância é respeitada. Afinal, a construção dos valores simbólicos da marca se dá por meio dos processos comunicativos que ocorrem dentro do contexto organizacional. Portanto, a comunicação atua como o principal meio de apresentar a marca aos públicos de interesse e criar condições para o estabelecimento de vínculos, relacionamento duradouro e aumento na reputação e na credibilidade da marca. No Infográfico a seguir, você irá conhecer novas formas de potencializar e maximizar o branding por meio da comunicação. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/8ae83195-f7f8-49b7-afc4-46072d52f39c/cec023fa-7bf6-481e-8aec-8da1c3ab84bd.png Conteúdo do livro As organizações na era pós-moderna compreendem que o comportamento do consumidor mudou drasticamente. Hoje, as decisões de compra são definidas depois de uma consulta sobre a marca na Internet, com base nas avaliações e nas recomendações dos usuários. Nesse cenário, a importância do posicionamento da marca ganhou novos contornos. Para estabelecer um relacionamento sólido entre o público e a organização, é preciso mostrar-se diferente, com postura, credibilidade e confiança. E esses atributos são planejados e construídos por meio de uma estratégia de branding. No capítulo Branding, da obra Assessoria de Imprensa, você irá descobrir as definições do termo branding e analisar a importância da comunicação para uma gestão estratégica das marcas, assim como irá conhecer novas formas de conectar os públicos com a marca por intermédio da comunicação. Boa leitura. ASSESSORIA DE IMPRENSA Juliane do Rocio Juski Branding Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir branding. Analisar a importância da comunicação no branding. Apresentar novas formas de gerar branding por meio da comunicação. Introdução Vivemos um momento de profunda transformação, em que a sociedade está cada vez mais dinâmica, veloz e volátil. As fontes de informação são infinitas, assim como os fatores que influenciam a decisão de com- pra. Nesse contexto, as mudanças no comportamento dos indivíduos estão fortemente atreladas à comunicação e às diversas possibilidades de conexão. Assim, nesse mundo cada dia mais integrado e ávido por informação, as organizações passaram a reconhecer a importância de se posicionar e se diferenciar da concorrência, utilizando, para isso, a estratégia de branding. Neste capítulo, você vai estudar as definições de branding e a sua aplicação conceitual, bem como refletir sobre o papel da comunicação e a sua importância no desenvolvimento e na implementação de uma estratégia de marca. Além disso, você vai verificar novas formas de gerar branding por meio da comunicação. 1 Conceitos básicos Uma pesquisa da Media Dynamics, publicada pela empresa de consultoria SJ Insights em setembro de 2014, concluiu que uma pessoa pode ser impactada por mais de 5 mil marcas por dia (JOHNSON, 2014, documento on-line). São mensagens publicitárias de todos os tipos, tentando vender ou construir uma imagem de produtos, serviços e organizações. O estudo mostra uma perspectiva da difi culdade enfrentada pelos profi ssionais de comunicação para chamar a atenção do público, em um cenário cada vez mais sobrecarregado de informação. Aliado a isso está a mudança no comportamento do consumidor, que busca marcas mais autênticas e honestas, movidas por valores básicos e centradas no ser humano, conforme Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017). Para manter uma comunicação eficaz com seus públicos de interesse, as organizações precisam se adaptar à nova realidade e adotar estratégias cada vez mais sofisticadas. Assim, a construção de um posicionamento de marca forte passou a ser fundamental nesse processo. O branding assume, então, um papel estratégico tanto na comunicação como no marketing. Definindo marca O primeiro passo para compreender o conceito de branding é entender o signifi cado de marca. Segundo Yanaze (2011, p. 345), “[…] entende-se por marca tudo aquilo que tem a capacidade de se fi xar na mente dos consumi- dores e induzir-lhes um sentimento de pertencimento e de aproximação, além de um comportamento receptivo ao produto oferecido”. Ou seja, em uma organização que busca se comunicar com seu público por meio de formas, sinais, expressões visuais ou sonoras, para se diferenciar e caracterizar seus produtos e serviços, todos esses sinais e expressões constituem suas marcas e marcam sua existência. Já para a American Marketing Association (1960 apud KOTLER; KEL- LER, 2006, p. 269), a marca é definida como “[…] um nome, termo, sinal, símbolo ou design, ou uma combinação de tudo isso, destinado a identificar os produtos ou serviços de um fornecedor ou grupo de fornecedores para diferenciá-los de outros concorrentes”. Kotler e Keller (2006) esclarecem que a marca agrega dimensões que a diferenciam perante seus concorrentes, e essas diferenças podem ser funcionais, racionais e tangíveis, bem como simbólicas, emocionais e intangíveis. As marcas desempenham funções estratégicas para as organizações, uma vez que possuem o papel de identificar a origem e atribuir responsabilidade a um produto ou serviço. “Portanto, para as empresas as marcas representam uma propriedade legal incrivelmente valiosa que pode influenciar o comporta- mento do consumidor, ser comprada ou vendida e, ainda, oferecer a segurança de receitas futuras e estáveis para seu proprietário” (KOTLER; KELLER, 2006, p. 269). Mas, como se constrói uma marca e como se atribui a marca a um produto? É nessa etapa que se aplica o branding, para dotar produtos e serviços com o poder de uma marca. Branding2 Definições de branding O conceito de branding surgiu na década de 1980, conforme aponta Yanaze (2011), mas, segundo Kotler e Keller (2006), a aplicação desse conceito é muito mais antiga. Ainda na Idade Média, o branding existia como forma de distinguir os produtos de um fabricante para outro. Isso porque era uma exigência das associações medievais que os artesãos colocassem marcas ou assinassem suas obras de arte, como forma de proteger a si mesmos e os seus clientes de produtos com qualidade inferior. Atualmente, branding significa criar diferenças entre produtos e serviços, implementando o poder de uma marca. “Para colocar a marca em um produto, é necessário ensinar aos consumidores quem é o produto — batizando-o e utilizando outros elementos de marca que ajudem a identificá-lo — bem como a que ele se presta e por que o consumidor deve se interessar por ele” (KOTLER; KELLER, 2006, p. 270). Ainda segundo Kotler (2006), as estra- tégias de branding são eficazes quando o público se convence das diferenças significativas entre as marcas de um mesmo segmento.Com isso, o branding auxilia na identificação de atributos e vantagens de um produto ou serviço. Martins (2006, documento on-line) define branding como “[…] um con- junto de ações ligadas à administração das marcas. São ações que, tomadas com conhecimento e competência, levam as marcas além de sua natureza econômica, passando a fazer parte da cultura e influenciar a vida das pessoas”. Já para Yanaze (2011), a construção de uma marca só acontece quando há a transformação do intangível em algo visível, ou seja, quando uma estratégia se torna verdadeira, e a promessa é entregue. Desse modo, todas as ações organizacionais conseguem traduzir os valores e as crenças da marca em experiências. Portanto, o conceito de branding pode ser entendido como a gestão es- tratégica das marcas e tem como objetivo diferenciar as organizações e seus produtos e/ou serviços, tornando-as mais conhecidas e desejadas e projetando uma imagem positiva na mente de seus públicos estratégicos. Para isso, o branding envolve ações que relacionam e traduzem o propósito, os valores, a identidade e o posicionamento institucional da marca. 3Branding Alguns autores, como Kotler e Keller (2006) e Yanaze (2011), utilizam o termo brand equity devido ao seu emprego recorrente tanto na academia como no mercado. Em uma tradução livre, brand equity seria o patrimônio da marca ou o valor da marca. Segundo Kotler e Keller (2006, p. 270), “[…] o brand equity é o valor agregado atribuído a produtos e serviços. Esse valor pode se refletir no modo como os consumidores pensam, sentem e agem em relação à marca, bem como nos preços, na participação de mercado e na lucratividade da empresa”. Para os autores, o brand equity é um importante atributo intangível que agrega valor emocional e financeiro para a organização. 2 Comunicação: peça-chave na gestão do branding O branding pode ser defi nido como uma forma de gerenciar as estratégias de marca de uma organização. Essa gestão inclui a elaboração de um pla- nejamento a longo prazo. Assim, a marca deve ser planejada, estruturada, gerida e promovida. Todos esses processos englobam a gestão do branding. E, como destacam Kotler e Keller (2006), para a construção de uma marca forte, é preciso garantir que os públicos de interesse tenham uma experiência correta e completa com os produtos e serviços, de forma a criar as percepções desejadas sobre a marca. Para isso, a comunicação tem um papel fundamental, pois é por meio dos canais de comunicação que os stakeholders terão contato com a marca. Cabe destacar ainda que a comunicação deve ser compreendida como um processo social, de transmissão de uma mensagem entre um ou mais emissores e um ou mais receptores. Essa transmissão de mensagens cria vínculos. Por isso, é comum atribuir à comunicação o papel de sustentar a sociedade e a cultura; afinal, é por meio dela que os seres humanos constroem, aprendem e repassam sua identidade social, adquirindo valores e se integrando à so- ciedade. A comunicação determina como um indivíduo percebe o mundo ao seu redor e como se reconhece e se conecta com outros indivíduos, em um processo contínuo. Assim, a importância da comunicação também é observada na construção da marca, incluindo a criação dos elementos da identidade visual, o slogan e a associação da marca com o propósito da organização. A comunicação atua, Branding4 portanto, como uma ponte para potencializar a percepção organizacional e assegurar que todos os stakeholders entendam o posicionamento da empresa, além de fazer com que a marca tenha uma boa reputação junto ao seu público. Além disso, a comunicação é o elemento que vai dar coerência ao posiciona- mento da marca nas mensagens divulgadas. Gestão do branding A gestão do branding não inclui apenas planejar e delinear estratégias para a marca da organização, mas também pensar a comunicação de forma estra- tégica, para promover o branding como um atributo que refl ete os propósitos e os valores organizacionais. A gestão estratégica de branding inclui, ainda, promover a marca, para ampliar seu impacto e torná-la líder no segmento. Ou seja, o branding não é apenas uma estratégia de diferenciação dos negócios, é um elemento importante no posicionamento e na imagem projetada pela empresa junto aos seus públicos de interesse. De acordo com Kotler e Keller (2006), as vantagens do branding são: melhor percepção do desempenho do produto; maior fidelidade do cliente; menor vulnerabilidade às ações de marketing da concorrência; menor vulnerabilidade às crises de marketing; menos sensibilidade do consumidor aos aumentos de preço; mais sensibilidade do consumidor às reduções de preço; maior cooperação e suporte comercial; mais eficácia das comunicações de marketing; oportunidades adicionais de extensão de marca. Segundo Kotler e Keller (2006), o gerenciamento eficaz do branding requer uma visão de longo prazo sobre as decisões de marketing. Como um atributo intangível e duradouro da organização, a marca deve ser gerenciada com cautela desde sua concepção, para que ela não desvalorize ou sofra pressões e crises externas. Esse gerenciamento cuidadoso precisa ser guiado por estratégias de branding, ou seja, por ações definidas que guiarão o posicionamento da marca. Isso inclui: as escolhas iniciais da identidade da marca (nome, logo, símbolos, tipologia, slogan etc.); 5Branding o desenvolvimento de produtos e serviços que atendam às expectativas dos públicos e que estejam associados ao programa de comunicação e ao marketing da marca (o posicionamento deve estar coerente e coeso entre marca e serviço prestado); a ressonância e a reputação da marca (refere-se ao relacionamento estabelecido entre a marca e seus públicos). Para Kotler e Keller (2006), o branding é reforçado por meio de ações de comunicação e marketing que transmitam com coerência o significado da marca para seus stakeholders. Desse modo, a gestão do branding deve se preocupar em comunicar os produtos que representam a marca, destacando as vantagens principais que a marca oferece e quais são as necessidades dos clientes que esses produtos satisfazem. Além disso, é preciso considerar como a marca valoriza esses produtos ao torná-los superiores e quais são as associações favoráveis que devem existir na mente do consumidor quando tiver contato com a marca. Esses questionamentos apontados por Kotler e Keller (2006) reforçam a premissa de que o branding deve ser pensado e construído estrategicamente para diferenciar uma organização e promover uma experiência exclusiva no público de interesse. Um exemplo emblemático de gestão estratégica de branding é o caso da Nívea, uma das marcas mais fortes no setor de beleza. A empresa expandiu seu escopo ao deixar de ser apenas uma marca de cremes para pele, tornando-se uma marca de tratamento de pele e cuidados pessoais. Essa transformação ocorreu após o desenvolvimento criterioso de extensões da marca, que foram implementadas de forma estratégica e acompanhadas de uma mudança de posicionamento. Atualmente, as promessas da marca de “suavidade”, “delicadeza” e “cuidado” são reforçadas em um universo de produtos muito mais abrangente. Avaliação do branding Para Kotler e Keller (2006), ao considerarmos que o poder de uma marca está justamente na percepção do público e no modo como ela afeta e transforma as respostas dos públicos em relação às estratégias de marketing, é preciso Branding6 avaliar constantemente o branding e a sua gestão. Segundo os autores, existem duas abordagens básicas para mensurar o valor de uma marca. A primeira é uma abordagem indireta, que “[…] avalia fontes potenciais de brand equity identifi cando e rastreando as estruturas de conhecimento da marca por parte do consumidor” (KOTLER; KELLER, 2006, p. 281). Já a abordagem direta mensura o real impacto de conhecimento da marca na percepção do público, em resposta aos diferentes aspectos do marketing. Outramaneira de avaliar o brand equity é por meio da cadeia de valor da marca. Trata-se de uma forma estruturada de avaliar as fontes e os resultados das marcas, bem como mensurar o modo pelo qual o marketing agrega valor à marca. Segundo Kotler e Keller (2006), a cadeia de valor da marca se baseia em diversas premissas básicas, como investimento em programas de marketing, modo de pensar do público, desempenho da marca e valor para o acionista. A primeira etapa do processo de criação do valor da marca consiste no investimento da organização nos programas de comunicação e marketing, visando à ampliação e ao desenvolvimento do valor da marca (Figura 1). Esse investimento inclui pesquisas e desenvolvimento de produtos, comercializa- ção, suporte e ações de comunicação. Com isso, presume-se que as ações de marketing vão influenciar o “modo de pensar” do cliente, ou seja, vão alterar o comportamento do consumidor. Desse modo, os investidores vão avaliar o desempenho da marca no mercado considerando esses fatores, para mensurar seu valor para o acionista, culminando no valor de uma marca. Para os autores, além dessas premissas, o modelo também adota três con- juntos de multiplicadores, que determinam como o valor de uma marca se transfere para outros estágios. Os três estágios são (KOTLER; KELLER, 2006): multiplicador de programa — que determina a capacidade do programa de marketing de influenciar o comportamento do cliente e está direta- mente ligado à qualidade de investimento na área; o multiplicador do cliente — que avalia se a percepção do valor pelo cliente afeta o desempenho da marca no mercado; e o multiplicador do mercado — que analisa se o valor demonstrado pelo desempenho da marca no mercado é refletido no valor percebido pelo acionista. 7Branding Figura 1. Cadeia de valor da marca. Fonte: BH1 (2018, documento on-line). Portanto, para que a gestão de branding atue de forma estratégica e útil, ser- vindo como base para as tomadas de decisões da comunicação e do marketing, é fundamental que os profissionais compreendam as fontes do branding e saibam como elas afetam os resultados da marca. Além de compreender as fontes e o seu impacto nos resultados, outro aspecto essencial é saber se essas percepções mudam ao longo do tempo ou se elas se mantêm. As auditorias de marca e o rastreamento da marca respondem a essas questões. O rastreamento da marca coleta informações com os consumidores para mensurar o desempenho das marcas e dos programas de marketing. Para Kotler e Keller (2006), os estudos de rastreamento são meios de compreender onde, em que medida e de que forma o valor da marca está sendo criado. Já a auditoria da marca, segundo Kotler e Keller (2006, p. 282), “[…] envolve uma série de procedimentos que avalia a saúde da marca, desvenda suas fontes de brand equity e sugere maneiras de aprimorá-lo e estimulá-lo”, tendo como objetivo definir o direcionamento estratégico da marca. Além disso, a auditoria de marca é um instrumento fundamental para avaliar mudanças no posicionamento organizacional da marca. “As auditorias da marca podem gerar profundas consequências para o direcionamento estratégico e o desempenho final da marca” (KOTLER; KELLER, 2006, p. 283). Para conduzir uma auditoria eficaz, Kotler e Keller (2006) alertam que é preciso compreender as fontes do brand equity tanto da perspectiva da empresa como do público estratégico. Além disso, a auditoria da marca envolve duas Branding8 etapas: inventário da marca e pesquisa exploratória do valor da marca. A etapa de inventário da marca consiste em levantar o perfil atual e abrangente de como os produtos e serviços são divulgados e como a marca é definida. “Ao lidar com o inventário da marca, é também aconselhável definir os per- fis das marcas concorrentes, considerando seu branding e seus esforços de marketing” (KOTLER; KELLER, 2006, p. 283). Já a pesquisa exploratória visa a compreender a percepção e os sentimentos dos consumidores sobre a marca, identificando também as fontes do brand equity. Desse modo, para uma boa gestão do branding, é preciso realizar uma avaliação constante de suas atividades. As auditorias da marca são análises aprofundadas que avaliam a saúde da marca e podem servir de base para definir um posicionamento estratégico para a marca. Já os estudos de rastreamento envolvem informações regularmente colhidas dos públicos de interesse ao longo do tempo, oferecendo dados valiosos sobre a eficiência no curto prazo dos programas e das atividades desenvolvidos pela área de marketing e suas propostas para a gestão do branding. As marcas podem, então, desempenhar diferentes papéis dentro da organiza- ção, como expandir sua abrangência, disseminar uma imagem ou diferenciá-la perante a concorrência. Cada produto ou serviço com nome de marca precisa ter um posicionamento bem definido e estrategicamente pensado, para, assim, maximizar o impacto da marca junto aos seus stakeholders. 3 Formas de gerar branding com a comunicação De nada adianta pesquisar, planejar e desenvolver uma estratégia de branding se ela não for bem divulgada ao seu público de interesse. Portanto, a comuni- cação é fundamental nesse processo. Além da divulgação do branding e do estabelecimento de vínculos com os stakeholders, a comunicação também auxilia na criação de novas formas de se conectar com os consumidores. Conforme aponta Yanaze (2011), a comunicação está presente em todo o processo de marketing e, consequentemente, na gestão do branding. Ela atua na formação de uma consciência voltada para a gestão estratégica do branding e possibilita a implantação de uma cultura organizacional voltada para o branding. Ou seja, a criação e a consolidação do branding dependem, fundamentalmente, de uma comunicação eficiente e constante. O autor destaca também que os objetivos da comunicação no processo de marketing incluem (YANAZE, 2011): 9Branding despertar a consciência; chamar a atenção; suscitar interesse; proporcionar conhecimento; garantir identificação e empatia; criar desejo ou suscitar expectativa; conseguir a preferência; levar à decisão; efetivar a ação; garantir e manter a satisfação pós-ação; estabelecer interação; obter fidelidade; e gerar disseminação de informações pelos interlocutores. Com as devidas adaptações, podemos aplicar os mesmos objetivos para a gestão estratégica das marcas. Afinal, o desenvolvimento do branding busca despertar a consciência dos stakeholders sobre suas necessidades e sobre como a marca preenche esse propósito, assim como chamar a atenção e o interesse dos consumidores para conhecerem a marca e aprofundarem seu conhecimento sobre a sua imagem. Além disso, a comunicação auxilia o branding na fidelização do cliente, buscando estabelecer vínculos duradouros, com vistas a promover o público a embaixador da marca. Assim, torna-se possível disseminar as informações por meio do público e ganhar sua plena fidelização, assim como ocorre no processo de marketing. A comunicação tem, portanto, a função estratégica fundamental nas or- ganizações de compartilhar, junto aos públicos de interesse, os fundamentos corporativos que caracterizam a identidade da marca. Se esses fundamentos corporativos forem bem comunicados, propiciam a ampliação do conhecimento da marca para os diferentes públicos estratégicos. Ainda, ajudam a conquistar a confiança e a credibilidade dos consumidores e a fortalecer a imagem e a reputação da marca, agregando valor e aumentando a experiência promovida pelo branding. Branding10 Branded content Desde o surgimento dos meios de comunicação de massa, as marcas se utilizam da comunicação para se fi xarem na mente de seus consumidores e promove- rem experiências. Durante a era de ouro do rádio, as marcas patrocinavam conteúdos como radionovelas; já na época da televisão, isso ganhou ainda mais evidência, com as técnicas de merchandising nas telenovelas ou propagandas icônicas.Mas não é apenas por meio da divulgação direta que é possível promover uma marca. Com o avanço da internet e das redes sociais, a gestão do branding vem se tornando mais complexa e assumindo novas formas de se conectar com o público. Um dos conceitos que vem ganhando espaço no mercado e virou tendência é o branded content, traduzido como conteúdo da marca. Por conteúdo de marca, entende-se todo e qualquer conteúdo produzido pela marca, nas mais diversas plataformas e em diferentes formatos. Seu objetivo não é realizar vendas diretas, como é função da publicidade ou do marketing. O intuito de implementar o branded content é reforçar o posicionamento da marca, além de aumentar o valor percebido com o brand equity, criando uma conexão com o público, para incitar uma lembrança espontânea da marca. Dessa forma, em vez de a marca estar associada a anúncios, ela passa a ser percebida como fonte de informação ou diversão, passando a ter mais valor para o consumidor. Embora o branded content seja uma técnica mais flexível e adaptável, pois seu conteúdo envolve publicidade, informação e entreteni- mento, é preciso destacar que o conteúdo produzido precisa ter qualidade e relevância para os stakeholders. Ou seja, o branded content não é uma ação voltada para as necessidades da organização, mas, sim, para os interesses e desejos da audiência, dos públicos de interesse. Assim, é preciso pensar na produção de conteúdo que agrega e agrada os stakeholders. A venda ou divulgação de um produto ou serviço fica em segundo plano. O branded content busca encantar o público por meio de uma história/narrativa ou oferecendo informações úteis e relevantes. Nesse cenário, associar técnicas como o storytelling é fundamental. 11Branding Existe uma grande diferença entre o branded content e o marketing de conteúdo. O primeiro aspecto a ser destacado é que eles não são sinônimos nem subcategorias. Embora os dois compartilhem da mesma ferramenta básica, o conteúdo, cada um tem uma maneira diferente de usá-lo. Para o branded content, o objetivo de suas ações está no posicionamento e na divulgação da marca. Já para o marketing de conteúdo, trabalhar a marca pode ser um dos objetivos, mas não é o único. As ações de marketing de conteúdo podem ser voltadas para aumentar o engajamento da marca, educar o público sobre um novo produto e até atrair novos parceiros. Outro aspecto de diferenciação está na questão das vendas. O marketing de conteúdo utiliza técnicas para exercer uma influência direta no público-alvo e almeja aumentar o volume de vendas. Enquanto isso, a influência do branded content sobre as vendas é indireta, pois suas ações buscam desenvolver sentimentos junto ao público em relação à marca, e esse sentimento é nutrido de forma sutil e duradoura. Portanto, o marketing de conteúdo trabalha com foco em metas de curto e médio prazo, enquanto o branded content busca estabelecer vínculos mais sólidos e duradouros com os públicos estratégicos, e o resultado disso é mais efetivo a longo prazo. Brand persona A marca é um dos principais atributos intangíveis de uma organização, mas ela não se caracteriza apenas pela parte visual. A força de uma marca vai além de um logo, uma identidade ou um estilo visual; ela está no seu poder de comunicação. E toda comunicação da marca precisa ser composta de signifi cados verdadeiros, histórias reais, valores e propósito. Com a mudança do comportamento dos consumidores, sabe-se que a compra de um produto ou serviço está atrelada, principalmente, à credibili- dade e à identificação do público com a marca. Além disso, a confiança e a credibilidade são solidificadas por meio do relacionamento, e essa relação é estabelecida e desenvolvida por meio da comunicação. Por isso, ao estabelecer um posicionamento coerente e unificado, os conteúdos de branded content e brand persona se encaixam perfeitamente nas estratégias de marketing e comunicação. Essas técnicas conectam o público com a marca. A brand persona é definida como uma estratégia baseada na criação de personagens com os valores da marca, visando à aproximação e ao relacio- namento entre marca e público. Assim, a elaboração de uma brand persona Branding12 auxilia na implementação de uma estratégia de branded content, e seu objetivo é gerar engajamento e aproximar os valores dos clientes aos valores da marca. Portanto, a brand persona pode ser caracterizada como uma estruturação da linguagem da marca, baseada nos valores e no propósito da organização. Ela representa a personificação da marca, com um determinado posicionamento e uma maneira de se comunicar, incluindo linguagem própria, gírias e regio- nalismos. Com a adoção de uma estratégia de brand persona, é possível se relacionar com os stakeholders de forma mais humana, real e natural. Um dos exemplos mais conhecidos de brand persona é a personagem Lu, que repre- senta a rede de lojas Magazine Luiza. Inspirada na fundadora da rede de varejo, Luiza Trajano, a Lu se caracteriza por apresentar um tom de voz doce e educado ao responder os questionamentos dos clientes que interagem com a personagem na loja virtual. Além de ser a principal voz do atendimento realizado via e-commerce, a Lu tem um portal de dicas, em que se relaciona com o público por meio de dicas para cada segmento da loja. A personagem Lu também é utilizada em outros canais, como as redes sociais, onde interage com os fãs da marca, criando promoções e ampliando o engajamento. BH1. A cadeia de valor da marca. Blog BH1: marketing e tecnologia, 2018. Disponível em: http://www.bh1.com.br/administracao-de-marketing/a-cadeia-de-valor-da-marca/. Acesso em: 22 jan. 2020. JOHNSON, S. New research sheds light on daily ad exposures. SJ Insights. 2014. Disponível em: https://sjinsights.net/2014/09/29/new-research-sheds-light-on-daily-ad-exposures/. Acesso em: 22 jan. 2020. KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 4.0: do tradicional ao digital. Rio de Janeiro: Sextante, 2017. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. 13Branding MARTINS, J. R. Branding: um manual para você criar, gerenciar e avaliar marcas. 3. ed. [S. l.]: Global Brands, 2006. E-book. Disponível em: http://www.globalbrands.com.br/ artigos-pdf/livro-branding-o-manual-para-voce-criar-gerenciar-e-%20avaliar-marcas. pdf. Acesso em: 22 jan. 2020. YANAZE, M. H. Gestão de marketing e comunicação: avanços e aplicações. 2. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2011. Leituras recomendadas CARVALHO, H. O que é Branded Content: como usar conteúdos que engajam para criar uma conexão verdadeira com a sua audiência. Blog Rockcontent, 2017. Disponível em: https://viverdeblog.com/branded-content/. Acesso em: 22 jan. 2020. FEIJÓ, V. C. Branding digital: o desafio das marcas na atualidade. In: CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL, 13., 2012, Chapecó. Anais [...]. Santa Catarina, 2012. Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/regionais/sul2012/ resumos/R30-0033-1.pdf. Acesso em: 22 jan. 2020. FIGUEIREDO, S. Brand Persona: o poder da personificação dos valores da sua marca. Blog Rockcontent, 2018. Disponível em: https://rockcontent.com/blog/brand-persona/. Acesso em: 22 jan. 2020. ROCKCONTENT. O que é Branded Content e por eu ele é fantástico para o marketing? Blog Rockcontent, 2015. Disponível em: https://rockcontent.com/blog/o-que-e-branded- -content/. Acesso em: 22 jan. 2020. SULZ, P. O que é Branding: aprenda com fazer uma gestão de marca incrível. Blog Rockcontent, 2019. Disponível em: https://rockcontent.com/blog/branding/. Acesso em: 22 jan. 2020. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidadedas informações referidas em tais links. Branding14 Dica do professor O gerenciamento eficaz de uma marca requer o desenvolvimento de estratégias que se preocupem com a relevância e a ressonância de uma marca, e elas devem representar os valores consolidados da organização. Assim, a gestão do branding transmitirá com coerência o significado da marca. Nesta Dica do Professor, você irá acompanhar uma reflexão sobre os parâmetros necessários para tornar uma marca forte, elencando alguns princípios do branding. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/f273505f0cbda5a75c896e488a632313 Na prática A força de uma marca é medida pelo seu valor e pela sua ressonância. Para conquistar isso, é preciso desenvolver uma estratégia de branding eficaz, que seja coerente com os propósitos da empresa e seu posicionamento institucional. Na Prática, você vai conhecer a história de sucesso de uma marca que soube se reinventar e alcançou a liderança das marcas mais valiosas do mundo. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/64fcde2e-7655-4a9c-8a65-233ecd7ab1a6/57b39b1e-fa63-4e72-88d6-a6dda4366ec9.png Branding sensorial Apresentação O branding sensorial tem se tornado uma ferramenta estratégica cada vez mais necessária e desejada pelas empresas, sobretudo no que se refere à relação entre o poder da marca e o engajamento com os consumidores. Marcas de sucesso utilizam os aspectos sensoriais para gerar confiança e engajamento em seus clientes. Tais ações são oriundas das comprovações dos estudos da neurociência, os quais afirmam que os estímulos de som, visão, cheiro, toque e gosto ativam importantes mecanismos cerebrais e, inclusive, contribuem para tomadas de decisão relacionadas ao consumo. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar sobre o poder do branding sensorial, suas dimensões e diretrizes estratégicas para consolidar ações que realmente geram efeitos em marcas poderosas. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir as dimensões do branding sensorial.• Reconhecer a finalidade do branding sensorial.• Identificar os passos para desenvolver o branding sensorial.• Infográfico O branding sensorial utiliza elementos estratégicos, unificados aos sentidos humanos, com o intuito de promover mudanças em comportamentos de consumo. Quanto mais profundo o trabalho realizado, maiores serão as conexões emocionais entre as empresas e seus clientes. Veja o Infográfico que expressa a relevância do branding sensorial e suas estratégias de estímulo aos sentidos para ampliar o relacionamento entre marcas e consumidores. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/caedb49b-4d61-4d4a-b409-add7a78369c5/845df3e9-1bf0-42f4-acc8-396ae08b9324.png Conteúdo do livro O branding sensorial é um espaço de grande visão estratégica utilizado pelas empresas para empoderar suas marcas a partir de maiores conexões emocionais com seus clientes. Para isso, se utiliza dos cinco sentidos, criando ligações entre eles, sobretudo pelo uso de elementos diferenciados em diversos contextos, e sempre com o intuito de aproximar o cliente da marca. No capítulo Branding sensorial, da obra Gestão de Marcas, você verá o contexto do branding, seu posicionamento e como as empresas utilizam essa importante ferramenta. Além disso, conhecerá sobre as dimensões e as estratégias para a aplicação assertiva do branding sensorial e como ele, quando trabalhado de forma adequada, gera engajamento entre marca e consumidores. GESTÃO DE MARCAS Bruna Silva de Melo Branding sensorial Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir as dimensões do branding sensorial. Reconhecer a finalidade do branding sensorial. Identificar os passos para desenvolver o branding sensorial. Introdução O tema do branding sensorial não é novo, mas recebeu mais atenção na atualidade, quando a neurociência passou a contribuir com exames cerebrais mostrando as reações do cérebro aos estímulos externos. Com isso, uma gama de oportunidades foi aberta para o mercado, sobretudo envolvendo a relação de consumo entre marcas e consumidores. For- tes marcas vêm desenvolvendo estratégias de branding sensorial e se aproximando do consumidor por meio da utilização dos cinco sentidos. Neste capítulo, você vai estudar os aspectos do branding sensorial, suas dimensões e os passos estratégicos para desenvolver essa ferramenta de forma assertiva, possibilitando engajamento com clientes e vantagem competitiva. As dimensões do branding sensorial As marcas de sucesso fazem parte da mente do consumidor; é esse ponto que as empresas precisam aprender e trabalhar cada vez mais. Nesse sen- tido, é importante que as empresas compreendam que os aspectos sensoriais desempenham um papel relevante na construção do relacionamento com os consumidores — ou seja, na relação do consumidor com os produtos e serviços —, tornando-se um fator estratégico. Para que as empresas possam fazer essa ponte entre marca e consumidor, torna-se relevante o uso de recursos multissensoriais. Os aspectos sensoriais e emocionais fornecem experiências interessantes aos consumidores, até mesmo em relação à escolha de marcas (produtos e serviços), uma vez que envolvem os cinco sentidos. Alguns sentidos são mais propícios para uma marca, outros combinam mais com aspectos específicos de um produto ou serviço. Quanto mais memórias a marca ativa, mais forte se torna a ligação entre as partes, conforme leciona Upadhyaya (2017). É por meio do conhecimento do mercado que as marcas conseguem engajar os consumidores em diversos pontos de contato. O estímulo sensorial não envolve apenas as escolhas do consumidor, mas auxilia também na distinção entre um produto ou serviço e outro. Isso acontece porque o estímulo sensorial envolve a memória dos consumidores e, por esse motivo, está relacionado ao processo de tomada de decisão. Para trabalhar com branding sensorial são propostas algumas dimensões, para fins de delineamento de estratégias, adaptações de uma marca para outra e percepções sobre necessidades e desejos dos consumidores. Essas dimensões podem ser observadas na Figura 1, sendo: visão, som, cheiro, gosto e toque. Acompanhe o que comporta cada uma das dimensões, com base em Hussain (2014): Visão: é uma dimensão muito responsiva ao ambiente, e 92,6% da população prefere e atribui maior importância aos aspectos visuais. As primeiras impressões de uma pessoa são formadas nos primeiros 90 segundos de visualização de algo. Dessa impressão, algo que varia entre 62% e 92% diz respeito a percepções relacionadas com a cor. A visibilidade de um produto em uma prateleira gera 80% de chances de reconhecimento de marca. As cores auxiliam muito nas interpretações das pessoas, como o branco, que simboliza a pureza, a limpeza e o frescor e é bastante utilizado em ambientes que precisam passar a ideia de limpeza, como restaurantes e consultórios. Já o preto é uma cor usada para ambientes específicos. Pesquisadores afirmam que a cor afeta consideravelmente os hábitos de compra, e é por isso que a dimensão visual precisa ser muito bem explorada. Branding sensorial2 Som: as pessoas são naturalmente sensíveis aos sons. O som invoca memórias e experiências e nem precisa de nossa atenção total para que seja notado. Atualmente, não há pontos de venda sem música de fundo, e os comerciais de TV sempre relacionam músicas com suas mensagens. Existem profissionais que trabalham para criar uma maior identidade sensorial para as marcas. Uma empresa que aplicaesse método é a Mer- cedes Benz, que busca sons mais atraentes para as portas dos veículos. Algumas estratégias também estão relacionadas com o envolvimento do som em ambientes de interação, como o que foi apresentado em um estudo experimental que comprova que as pessoas podem comer muito mais quando a música de fundo é mais lenta do que o ritmo cardíaco. Muito interessante, não acha? Cheiro: estudos apontam que 75% das emoções que sentimos são ge- radas pelo cheiro. Somos capazes de distinguir uma variedade enorme de cheiros, que vão do nosso sistema olfativo direto para o cérebro. Essa interação cerebral aciona aspectos de memória, humor, estresse e concentração. Algumas estratégias são utilizadas no mercado; por exemplo, um aroma de baunilha no ambiente ajuda as imobiliárias a venderem mais casas, ou ainda o cheiro de pipoca, que remete o consumidor à infância. Para a Starbucks, o cheiro do café é um grande atrativo aos clientes, e, tendo percebido que o café da manhã com ovos interferia no cheiro do café, a empresa parou de oferecer essa refeição. Gosto: os seres humanos podem sentir até cinco sabores básicos, sendo eles o amargo, o azedo, o salgado, o doce e o umami (uma mistura de salgado e “carnudo”). O gosto é o sentido que funde todos os outros sentidos para criar uma ideia de experiência para a marca. Também possui relações com aspectos emocionais, podendo alterar o humor e, consequentemente, a percepção da marca, por exemplo. Toque: a pele humana possui mais de 4.000.000 de receptores senso- riais, que podem ser estimulados a partir de fatores como peso, maciez e conforto. No design de embalagem, o peso é uma dimensão bem relevante e gera grande impacto no reconhecimento da marca. É uma dimensão que pode se aproximar do inconsciente do consumidor, a respeito de sentimentos e gostos. 3Branding sensorial Figura 1. Dimensões do branding sensorial. Fonte: Adaptada de Hussain (2014). Visão (Visual) Marca sensorial Som (Auditivo) Cheiro (Olfativo) Gosto (Gustativo) Toque (Tátil) Reconhecendo a finalidade do branding sensorial O branding sensorial é defi nido com um tipo de marketing que afeta os sentidos, gerando associações emocionais entre marcas e consumidores. Trata-se de técnicas de marketing que possuem a pretensão de seduzir o consumidor por intermédio dos cinco sentidos, conforme aponta Hultén (2011). Essas técnicas não surgiram do nada, mas, sim, de longos estudos da neurociência que ga- rantem seu potencial. Alguns exames neurofi siológicos, por exemplo, revelam que apresentações visuais, como logos, quando associadas com perfumes, envolvem os sentidos humanos em totalidade. Isso signifi ca que as pessoas se sentem mais confortáveis e lembrarão da experiência com maior facilidade. Quando uma empresa consegue unir sentidos para realizar ações de conexão com o cliente, isso é chamado de marca sensorial. Os cinco sentidos são os responsáveis por toda a trajetória de experiência individual do consumidor no processo de compra, conforme lecionam Hultén, Broweus e Van Dijk (2009). Portanto, o marketing sensorial, trabalhado nesse âmbito conjuntamente com a comunicação e as tecnologias, permite maior impacto positivo na mente do consumidor. A imagem que o consumidor tem sobre a marca está muito Branding sensorial4 baseada nessa relação sensorial, e é por esse motivo que o branding sensorial é um fator estratégico de grande responsabilidade. A marca sensorial (branding sensorial) ajuda as empresas a estarem sempre à frente, reunindo esforços de marketing para apresentar elementos diferen- ciais, estar em vantagem competitiva perante a concorrência e proporcionar experiências aos consumidores. A marca sensorial vai ajudar a alcançar alguns objetivos; são eles: criar ou evocar memórias; estabelecer associações de marcas; estabelecer laços emocionais; criar sensações agradáveis; amplificar a familiaridade da marca; gerar um zumbido e interesse em compartilhar experiências com os outros; afetar a percepção de qualidade do produto e, consequentemente, o valor do produto/marca. Quanto mais sentidos a marca conseguir invocar, maior será a atração do cliente para essa marca, ou seja, mais o cliente vai, naturalmente, perceber a marca, conforme aponta Lindstrom (2005). O mercado está sempre recebendo novas marcas, e o número de informações para o cliente é imenso. Ter uma identidade de marca com propósito e com uma abordagem estratégica torna-se, nesse aspecto, algo vital para qualquer organização. Muitas empresas vêm buscando diferenciação por meio do bran- ding sensorial, ativando os cinco sentidos em suas propostas. Antigamente as empresas usavam um ou outro sentido, mas, com o passar do tempo e dos estudos, houve a percepção de que todos se complementam e ativam aspectos importantes para maior aproximação entre cliente e empresas/ marcas, ainda segundo Lindstrom (2005). O branding sensorial permite que as empresas utilizem novos canais de comunicação e usem diferentes perspectivas quanto à marca. Para que o cliente preste atenção verdadeiramente, muitos esforços são necessários, conforme aponta Ghodeswar (2008). 5Branding sensorial Passos para desenvolver o branding sensorial Agora que você já compreendeu o que é branding sensorial e suas dimensões, você vai verifi car algumas estratégias e passos que têm sido utilizados tanto na teoria como na prática para desenvolver um branding sensorial de sucesso. Vamos nessa? Primeiramente, você vai conhecer o modelo proposto por Gobé para o branding emocional, que envolve diretamente as atribuições do branding sensorial. O conceito de branding emocional de Gobé é baseado em quatro pilares: relacionamento, experiências sensoriais, imaginação e visão. Todos podem ser utilizados para criar, recriar e sustentar relacionamentos emocionais e diálogos. A adoção do modelo permitirá identificar a estratégia de marca emocional da comunidade virtual. A Figura 2 apresenta o modelo. Vamos entender um pouco mais sobre esses pilares: Pilar de relacionamento: para reter a emoção do consumidor em rela- ção à marca, o relacionamento construído se torna um fator de grande importância. Manter profundo contato e respeito absoluto e proporcionar experiências emocionais de impacto são passos importantes no pilar de relacionamento. Pilar de experiências sensoriais: para angariar esse pilar, torna-se relevante que a empresa trabalhe com fatores multissensoriais. As empresas precisam compreender que não é apenas um ou outro estímulo que fará o cliente se engajar com a empresa, e sim a possibilidade de relacionar um sentido com o outro, gerando conexões cerebrais mais fortes para envolvimentos mais profundos por parte do consumidor. Pilar de imaginação: a mente das pessoas é sempre uma caixa de surpresas. Sendo assim, proporcionar mais surpresas e sensação de prazer aos consumidores é a base desse pilar. Estimular a criatividade e outros fatores que vêm da livre imaginação do consumidor ajuda no engajamento dele com a marca. Pilar da visão: a empresa precisa ter visão a longo prazo. Isso significa que suas ações do presente precisam ser bem estruturadas e sólidas, visando à retenção dos consumidores e sua rentabilidade. Manter clientes a longo prazo está muito relacionado com ações atuais que despertem interesse, emoções e bons relacionamentos. Branding sensorial6 Figura 2. Modelo dos quatro pilares do branding emocional. Fonte: Adaptada de Hussain (2014). 4 pilares Características Relacionamento *Profundo contato com os consumidores *Respeito pelos consumidores *Experiências emocionais *Experiências de marca multissensoriais *Produtos, embalagens, varejos, lojas, anúncios e sites *Criação de surpresa e prazer *Conectividade emocional com os clientes *Transcender satisfação material *Experiências que geram satisfação emocional *Sucesso de uma marca a longo prazo Experiências sensoriais Imaginação VisãoRelações profundas Diálogos emocionais ConsumidoresMarcas Outros autores também relacionam as decisões de compra do consumidor com aspectos de branding focados na emoção, como o estudo de Riaz et al. (2017). Os autores afirmam que a compra é previamente determinada pelo relacionamento emocional, pela comunicação emocional, pelas preferências emocionais e pelas experiências sensoriais. Esses autores também mostraram o quanto as emoções estão associadas ao branding sensorial. Com isso, cabe ressaltar que os sentidos desempenham um papel muito importante em nossa vida e na relação com as marcas. Quase tudo está atrelado aos sentidos, não é mesmo? Então, desenvolver uma marca sensorial é uma forma de os profissionais de marketing criarem melhores experiências de marca para seus clientes, conforme leciona Chakravarty (2017). 7Branding sensorial O branding sensorial tem a pretensão de criar vínculos fortes com seus consumidores, e, para isso, cria diferentes estímulos. Porém, esses estímulos não são meras ações para satisfazer o cliente em curto prazo. As empresas precisam criar histórias, gerar conteúdo fiel, envolver os consumidores no que estão propondo; só assim podem construir uma marca verdadeiramente respeitada e atrelada com o consumidor, que se sente engajado. Lindstrom (2011) desenvolveu, em seu livro Brandsense, dez regras que as empresas devem respeitar para atingir o branding sensorial de verdade. Lindstrom associa essas ações com o engajamento de uma marca com conexões religiosas, em que os seus seguidores creem piamente em suas propostas e, não importa o que aconteça, estarão com ela sempre. Interessante essa associação, não é? Pois bem, vejamos do que Lindstrom (2011) está falando. Acompanhe os dez passos para trabalhar de forma estratégica o branding sensorial: Sensação de pertencimento: a relação entre pessoas que seguem uma determinada comunidade religiosa gera sentimentos poderosos de per- tencimento. As religiões conseguem gerar esse tipo de vínculo. Quando um consumidor sente que aquela marca pertence a ele, ele vai celebrar e lamentar junto com ela todos os momentos. E é justamente esse engaja- mento que as marcas desejam. A Harley Davidson e a LEGO, por exemplo, criam essa sensação de pertencimento com seus clientes. Isso acontece porque são marcas que trabalham com os sentidos dos consumidores, envolvendo, principalmente, fatores emocionais relacionados ao consumo. Visão clara: significa ter um propósito e trabalhar muito nele. Os segui- dores de uma marca só serão seus evangelizadores se eles souberem o que devem “pregar” por aí. Isso está muito relacionado com a confiança e a fidelidade do consumidor à determinada marca. Inimigos: não esqueça dos concorrentes, pois eles estão aí, e a cada dia surgem novos. O que você precisa saber é que a concorrência, se trabalhada de uma forma adequada e estratégica, pode ser benéfica para sua marca. A tensão da rivalidade pode gerar excitação e engajamento, tal como em uma partida de futebol. Ter concorrência gera conteúdo de opinião, cria fãs e gera uma energia interessante que contribui muito para a construção da marca. Casos como o da Pepsi versus Coca-Cola são um bom exemplo. Para Lindstrom (2011), brigas como a das duas “rivais” de refrigerantes de cola geram situações arquetípicas de “nós” contra “eles”, o que é benéfico para as marcas. Evangelização: seria espalhar a palavra de um consumidor para ou- tro. Simples assim. E gera um efeito imenso para uma empresa. Para Branding sensorial8 cumprir esse aspecto, as histórias contadas pelas marcas precisam ser sempre autênticas. Grandiosidade: as empresas precisam focar em ações e fatores que realmente inspirem e conectem os consumidores em relação às suas marcas. Devem sempre pregar uma ideia de reverência e sensação de algo “maravilhoso”. Experiências geram sensações, e isso é o grande passo aqui. A Apple é um exemplo de empresa que mudou isso nos consumidores, pois gerou experiências nunca antes vividas e aquela sensação de marca reverenciada e posta como a grande salvação para tudo e todos. Contar histórias: histórias sempre trazem emoção, ensinamentos e ver- dades humanas que demonstram aspectos de diferenciação e esclarecem a essência de algo. As histórias têm personalidade, e isso é um fator de grande engajamento. Ao ouvir histórias, os consumidores podem atribuir significados que são importantes na visão de cada um deles. Apelo sensorial: aqui entra o trabalho direto dos atributos do sentido — todos os sons, aromas e aspectos de tato. Você já percebeu que o aroma de algumas lojas é lembrado mesmo que você passe vendado na frente delas? E algumas músicas que só de ouvir você lembra da marca ou da emoção que sentiu ao estar em uma loja dessa marca? Tudo isso são apelos diretos dos sentidos! Rituais: lembra da cerimônia da tocha olímpica nas olimpíadas? É um procedimento que acontece de longa data e é feito sempre da mesma forma, marcando um rito respeitado por todos. As marcas precisam deixar essa marca nos consumidores! Isso ajuda para que elas criem consistência, satisfazendo as expectativas dos clientes e ajudando a disseminar a marca. Símbolos: eles podem transmitir informações de forma simples, com uma linguagem mais próxima, sutil e agradável. Podem transmitir valores da marca e ajudam muito na comunicação e identidade visual. Mistério: deixar perguntas ou criar curiosidade nos consumidores gera uma proposta de obsessão pela busca da resposta. Os mistérios atribuídos a uma marca podem gerar valor para ela. Você já deve ter ouvido que apenas duas pessoas (vivas) no mundo todo conhecem a fórmula supersecreta da Coca-Cola, não é mesmo? É bem por aí! Bem, agora você já sabe o que fazer e como manter estratégias para de- senvolver o branding sensorial com assertividade na busca de muito sucesso, não é mesmo? Mãos à massa! 9Branding sensorial Verifique alguns exemplos de aplicação do branding sensorial no artigo disponível no link abaixo: https://goo.gl/4kLUw1 CHAKRAVARTY, S. M. Sensory branding: branding with senses. In: INSTITUTE OF MANA- GEMENT STUDIES (CMR). Advertising and branding: concepts, methodologies, tools, and applications. Índia: Bangalore, 2017. cap. 71, p. 1533–1563, Disponível em: <https://www. igi-global.com/chapter/sensory-branding/175287>. Acesso em: 16 nov. 2018. GHODESWAR, B. M. Building brand identity in competitive markets: a conceptual model. Journal of Product & Brand Management, v. 17, n. 1, 4–12, 2008. Disponível em: <https:// doi.org/10.1108/10610420810856468>. Acesso em: 16 nov. 2018. HULTÉN, B. Sensory marketing: the multi-sensory brand-experience concept. European Business Review, v. 23, n. 3, p. 256–273, 2011. HULTÉN, B.; BROWEUS, N.; VAN DIJK, M. Sensory marketing. New York: Palgrave Mac- Millan, 2009. HUSSAIN, S. The impact of sensory branding (five senses) on consumer: a case study on kfc (kentucky fried chicken). Impact Journals, v.2, n. 5, p. 47–56, May 2014. Disponível em: <http://oaji.net/articles/2014/490-1404467998.pdf>. Acesso em: 16 nov. 2018. LINDSTROM, M. Brandsense: segredos sensoriais por trás das coisas que compramos. Porto Alegre: Bookman, 2011. LINDSTROM, M. Broad sensory branding. Journal of Product & Brand Management, v. 14, n. 2, p. 84–87, 2005. Disponível em: <https://doi.org/10.1108/10610420510592554>. Acesso em: 16 nov. 2018. RIAZ, H. et al. The impact of emotional branding in customer buying behavior in soft drink beverage industry of pakistan. KASBIT Business Journal (KBJ), v. 10, p. 131-150, Dec. 2017 UPADHYAYA, M. Emotional connect between brand and consumer through sen- sory branding. American Journal of Industrial and Business Management, v. 7, n. 4, p. 325–359, Apr. 2017. Disponível em: <https://www.scirp.org/journal/PaperInformation. aspx?PaperID=75194>. Acesso em: 16 nov. 2018. Branding sensorial10 Leitura recomendada TANASIC, B. R. Impact of sensory brandingon the decision–making process of tourism product purchase. International Journal of Research in Engineering and Innovation, v. 1, n. 6, p. 109–125, 2017. Disponível em: <http://www.academia.edu/35364034/Impact_of_sen- sory_branding_ on_the_decision-making_process_of_tourism_product_purchase>. Acesso em: 16 nov. 2018. 11Branding sensorial Conteúdo: Dica do professor Os neurônios-espelho são aqueles que, entre outras funções, permitem a criação de algumas conexões com situações apontadas e fazem com que as pessoas se coloquem em tais situações como se elas pertencessem àquilo. As marcas, a partir das estratégias de branding, podem utilizar em maior ou menor grau esses conhecimentos sobre os neurônios-espelho para propor experiências diferenciadas aos clientes. Confira, na Dica, mais informações sobre a relação dos neurônios-espelho com o branding sensorial. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/a2a54b60c9fe54bbd04d4b7557e7b616 Na prática O branding sensorial atua com elementos que possam estimular os sentidos de forma positiva e negativa. A escolha depende da necessidade de cada empresa. Acompanhe o case da empresa 7-Eleven, que contratou uma consultoria para avaliar o branding sensorial para uma mudança na sua estratégia de loja. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: The [brand] connected consumer Assista a um vídeo do TED sobre conexão de clientes com marcas. Essa conexão é o objetivo central do branding sensorial. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Marketing sensorial no varejo: como utilizar nas pequenas empresas? Veja a reportagem do Sebrae sobre a aplicação do marketing sensorial no varejo e como as pequenas empresas podem utilizar essa estratégia. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Neurobranding e a conexão emocional das marcas e seus clientes Leia uma matéria sobre branding, com foco em marcas “emocionais” fazendo ligação com a neurociência. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/cNxTeU4ytsk http://blog.sebrae-sc.com.br/marketing-sensorial-no-varejo/ https://www.agenciatribo.com.br/neurobranding-e-a-conexao-emocional-entre-as-marcas-e-os-seus-clientes/ Branding sonoro Apresentação A marca é um patrimônio significativo para uma empresa. O conjunto de ações e gestão da marca com os clientes é conhecido como branding. O objetivo do branding é criar estruturas memoráveis e experiências nos consumidores. Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá como uma estratégia de branding sonoro se relaciona com a produção de sentido de uma marca. Além disso, verá como aumentar a fidelidade do cliente e como criar experiências afetivas com a marca. Por fim, conhecerá as novas perspectivas para o branding sonoro, as quais se integram com estudos de Neurociência e Neuromarketing. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir branding.• Reconhecer branding sonoro.• Aplicar branding sonoro em vídeos institucionais.• Infográfico O branding sonoro é uma etapa específica da estratégia de percepção de marcas que atualmente tem se consolidado no mercado. A busca de experiências sensoriais dos consumidores com a finalidade de valorização de uma marca ou produto é um desafio para os comunicadores. Com o branding sonoro é possível potencializar a forma de memorização de uma marca em diferentes mídias, divulgar e ampliar o valor de uma marca, impactar o humor e sensibilizar a tomada de decisão, além de aumentar a confiança na relação entre marca e consumidor. Neste Infográfico, você vai ver os quatro benefícios mais relevantes para a utilização de um branding sonoro. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/3d745da4-fdef-415e-88fd-9c10d7b54776/1698da07-3324-44cc-922a-d88aea515771.jpg Conteúdo do livro Para o branding sonoro são necessárias etapas de criação e produção de uma estratégia. Ao estudar o branding sonoro, você deve conhecer os seus conceitos essenciais, definindo a palavra e o posicionamento quanto ao patrimônio da marca (brand equity). Para isso, você deve aprender os componentes essenciais de uma marca, para, posteriormente, criar sua estratégia de branding sonoro, além das características principais do branding nas mídias digitais. No capítulo Branding sonoro, da obra Produção audiovisual, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender o conceito de branding sonoro, além de como aplicá-lo em vídeos institucionais. Boa leitura. PRODUÇÃO AUDIOVISUAL Adriano Miranda Vasconcellos de Jesus Branding sonoro Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir branding. Reconhecer branding sonoro. Aplicar branding sonoro em vídeos institucionais. Introdução Neste capítulo, você vai conhecer os elementos essenciais do patrimônio de uma marca (brand equity). Você vai ver como esses elementos atuam, quais são os seus componentes e qual é o panorama atual do branding. Você também vai ver como uma estratégia de branding sonoro se rela- ciona com a produção de sentido de uma marca. Além disso, vai ver como aumentar a fidelidade do cliente e como criar experiências afetivas com a marca. Por fim, você vai conhecer as novas perspectivas para o branding sonoro, que se integra com estudos de neurociência e neuromarketing. Branding e o patrimônio da marca O termo branding está associado a uma ação de gestão sobre uma marca (brand). Por sua vez, uma marca é um conjunto de elementos (geralmente, visu- ais e sonoros) que identifi cam um produto ou serviço e que visam a apresentar aos consumidores a sua origem e os seus fabricantes, gerando diferenciação em relação aos concorrentes. O branding visa a criar estruturas memoráveis aos consumidores, ora organizando o seu conhecimento a respeito de produtos e serviços, ora provocando a refl exão e instigando o consumo. O profi ssional que atua na estratégia de branding de uma marca concentra esforços para construir um diferencial em relação às marcas concorrentes. O objetivo do trabalho de branding é formar um patrimônio da marca, ou seja, um conjunto de elementos, além dos atributos do produto, que serão associados a ele com o intuito de obter maior participação no mercado e mais lucratividade. No geral, uma marca forte possui um grande patrimônio de ações de branding, de forma a sustentar uma vantagem competitiva e uma rentabilidade a longo prazo. Esse patrimônio da marca é chamado de brand equity e possui prioritariamente três dimensões compositivas: consciência de marca; associações de marca; fidelidade de marca. A base do brand equity é o relacionamento com o consumidor. Nesse sentido, há três elementos essenciais para a atuação do patrimônio da marca, como você pode ver a seguir. 1. A diversidade de respostas e percepções dos consumidores indica um produto diferenciado e com alto grau de retenção de atenção. O contrário, uma unanimidade nas respostas, indica uma marca fraca e comum, cujo consumo se baseia apenas no preço. 2. As associações da marca devem criar vínculos amigáveis e customizados com os clientes. Ou seja, os consumidores devem perceber de forma individualizada a marca e valorizar pensamentos, sentimentos, imagens e experiências pessoais associadas a ela. 3. As percepções dos indivíduos são elementos centrais do patrimônio da marca e se refletem no comportamento de compra, na tomada de decisões. Ou seja, marcas com grandeacervo de ações de branding tendem a se manter mais no mercado e a ser mais flexíveis em relação às constantes mudanças. Componentes de uma marca Geralmente, uma marca não aparece sozinha, mas compõe um mix de produ- tos, ou possui submarcas, por exemplo. Por isso, a gestão do branding deve considerar alguns objetivos para ser efi ciente. Veja a seguir. Clareza: resulta da busca de uma unidade entre a empresa, o ponto de venda, o merchandising, os comerciais televisivos, impressos e sonoros. Sinergia: é o processo pelo qual marcas diferentes trabalham em con- junto para se complementarem e fortalecerem. Criar novos e inusitados vínculos entre marcas e produtos pode reforçar associações e promover eficiências de custo. Branding sonoro2 Relevância: as marcas devem ocupar um espaço no cotidiano do con- sumidor, de modo a dar maiores visibilidade e credibilidade a seus produtos. A ideia é integrar a relevância de uma marca à experiência do consumidor. Sedimentação: com o tempo, vários ciclos de ações de branding sedi- mentam uma percepção do consumidor e geram segurança maior em relação à marca. Veja o que afirma Kotler e Keller (2006, p. 270): Esse valor pode se refletir no modo como os consumidores pensam, sentem e agem em relação à marca, bem como nos preços, na participação de mercado e na lucratividade que a marca proporciona à empresa. O brand equity é um importante ativo intangível que representa valor psicológico e financeiro para a empresa. Por fim, o patrimônio da marca não deve ser visto apenas como um elemento financeiro; ele é um capital emocional que relaciona diversos significados à marca. Há diversas formas de compreender o brand equity, porém o modelo mais utilizado associa fatores-chave como: imagem da marca, associações da marca, identidade da marca, lealdade à marca, consciência da marca e percepção do consumidor. Branding e novas mídias As inovações da cultura digital proporcionam conexões inusitadas entre con- sumidores e marcas. Hoje, os nativos digitais não imaginam um mundo em que o contato com as marcas não ocorra também no universo digital e on-line. Nesse sentido, o protagonismo das mídias visuais, digitais e sonoras impacta a gestão de branding, criando novas esferas de atuação, especifi camente o branding sonoro, como você vai ver adiante. No ambiente digital, o branding atua de forma expansiva, não mais como mera propagação de informações de diferenciais de produtos, mas focado em processos interativos. Assim, o branding concentra-se em identificar as expectativas dos usuários para posteriormente decidir qual será a atuação da marca. Os objetivos da marca e dos potenciais consumidores devem estar alinhados e ser compartilhados para se gerar um diferencial em relação aos concorrentes. Uma das formas de fazer isso é engajar a audiência com histó- rias reais, com o propósito de, além de oferecer um testemunho, gerar uma experiência para o usuário. 3Branding sonoro Nesse sentido, o branding digital possui os seguintes objetivos: compreender e analisar as expectativas dos usuários; estabelecer itens para gerar relacionamento; identificar objetivos compartilhados; apresentar uma diferença vantajosa; contar uma história; simplificar processos e linguagens. Branding sonoro Uma marca é a forma de ligação entre o consumidor e os fabricantes. Ela tem como objetivo criar uma fi delização para que produtos semelhantes não sejam confundidos. Nesse sentido, a marca é o ponto de aderência entre a credibilidade, a reputação e a segurança na relação de consumo. Por fi m, a marca, além de ser funamental para a decisão de compra, estrutura uma experiência de consumo que, se for bem trabalhada, pode ter um impacto signifi cativo no cliente. A marca está inserida em um processo de comunicação organizacional (KUNSCH, 1997). Ela apresenta duas dimensões: a identidade (o modo como se manifesta) e a imagem (a percepção e o processo de compreensão da identi- dade). Dessa forma, por meio da identidade, ocorre o reconhecimento da marca, que permite a cristalização da imagem na mente do consumidor. A marca de um produto e empresa tradicionalmente é vinculada a uma identidade gráfica, com elementos visuais (logotipos, embalagens, tipografias, entre outros). Com o processo de midiatização do consumo, os processos digitais introdu- ziram novas formas de potencializar a percepção de um produto. A identificação de algo por meio do som não foi uma estratégia criada pelo universo comercial. Historicamente, as igrejas católicas criavam marcos sonoros (sound marks) com seus sinos e carrilhões (GROVES, 2015). Porém, as marcas sonoras (sound brands) diferem pois têm como objetivo vincular uma marca ou um produto a um som a fim de facilitar a memorização e criar novos vínculos. Branding sonoro4 O branding sonoro é uma forma estratégica de produzir sentido para uma marca, seja para aumentar a fidelidade do consumidor, criar uma experiência no ponto de venda ou utilizar uma música para contar uma história. Dessa forma, ao tomar contato com o branding sonoro de uma marca, o consumidor fica diante de uma ferramenta de poder social que visa a direcioná-lo a determinada ação, modelar seus pensamentos e inspirar seus desejos (BRADSHAW; HOLBROOK, 2008). No momento de tomada de decisão de uma compra, vários elementos afetam emocionalmente os sujeitos e aumentam o seu reconhecimento da marca; isso vai muito além da racionalidade ou do pensamento. Em muitos casos, as estratégias de branding sonoro passam desapercebidas pelos consumido- res, mas possuem uma força de persuasão eficiente na tomada de decisões. A música tem a capacidade de se integrar ao cotidiano, criando marcas sem que as pessoas necessariamente se deem conta. O branding sonoro, dessa forma, é definido como um processo de desenvolvimento de marcas e gestão de marcas por meio de elementos auditivos. São vários os termos utilizados para descrever a relação entre o som e as marcas, como você pode ver a seguir. Audio branding Sound branding Sonic branding Acoustic branding Acoustic identity Corporate sound Sound identity Outra forma de reconhecer o branding sonoro é quando a música, jingle, marca sonora ou outro elemento é utilizado como um recurso mnemônico, ou seja, quando uma peça sonora é feita para ser memorizável. Assim, não se trata apenas da questão da produção de sentido por meio do áudio, mas do modo como os consumidores respondem a uma ação sonora na tomada de decisão. Um estudo realizado na década de 1990 (TOM, 1990) apresentava para os consumidores nove anúncios com marcas removidas e outros seis anúncios feitos como paródias musicais em que o nome da marca havia sido incluído. A pesquisa demonstrou que a música original na publicidade, mesmo sem a marca, é mais eficaz do que a paródia. 5Branding sonoro Por outro lado, o branding sonoro tem práticas ineficientes. Com a dissemi- nação em massa de sons, paisagens sonoras, toques de celulares e campainhas de avisos, os consumidores de hoje passam a ver práticas de marcas sonoras como um “ruído de fundo” (MCGINN, 2002). Um exemplo claro disso ocorreu em 2018, quando a Companhia do Metropolitano de São Paulo inseriu uma música ambiente no interior das estações e nos vagões de metrô. A playlist escolhida reunia músicas prioritariamente instrumentais e clássicas. Os usu- ários do metrô de São Paulo se mobilizaram nas redes sociais para retirar a música ambiente, pois ela incomodava os usuários, causando irritabilidade e ansiedade. Ainda assim, a prática do branding sonoro, mesmo com dificuldades de implantação, se mantém como uma importante estratégia de marketing. Nos links a seguir, ouça cases brasileiros do Audio Branding Awards e entenda a im- portância do branding sonoro para uma marca. LATAM Airlines: https://qrgo.page.link/dcJUr MetrôRio: https://qrgo.page.link/Yrrr6 Globosat: https://qrgo.page.link/wwL5d Branding sonoro em vídeos institucionaisOs vídeos institucionais são um importante item de gestão de marca. A sua atuação como peça de comunicação pode levar à valorização da marca e à geração de valor em relação à imagem da empresa. Os vídeos institucio- nais são geralmente exibidos em feiras, eventos, monitores internos e sites. Eles costumam ter o objetivo de apresentar e consolidar a visão, os valores e a missão da empresa. Nesse sentido, funcionam como um reforço da imagem institucional que põe em cena diversas estratégias de branding (identidade visual, sonora, etc.). Os vídeos institucionais atualmente buscam apresentar a articulação da marca em ações culturais, enfatizando a diversidade, a sustentabi- lidade, os direitos humanos e o cuidado com o meio ambiente. Essas são pautas que agregam valor e experiência à marca, aumentando a sua memorabilidade e fortalecendo a sua imagem junto ao consumidor. A audiência de um vídeo institucional pode ser grupos sociais, comunidades virtuais e influenciadores digitais, entre outros. Nesse sentido, valoriza-se a Branding sonoro6 atuação da empresa nas atividades, além da relação de consumo. É importante realizar ações que promovam ou financiem cultura, educação, esportes, entre outros benefícios sociais. Outro público para os vídeos institucionais é formado pelos funcionários, cujo interesse é conhecer as políticas de bem-estar, o plano de carreiras, as metas de crescimento, o investimento em educação, entre outros temas voltados ao ambiente de trabalho. Em outro âmbito, os funcionários podem ser motivados e incentivados pelo conteúdo do vídeo, bem como reconhecer e identificar o seu papel no processo produtivo da empresa. Por fim, o vídeo institucional atinge os clientes finais com um apelo além da venda direta de um produto (o vídeo não é a ferramenta ideal para essa função). Nesse sentido, visa a atender à demanda do cliente de conhecer os argumentos das empresas, o seu processo de produção, os seus selos de qualidade, os seus processos de pós-venda e atendimento e o seu posicionamento no mercado. O branding sonoro utilizado em vídeos institucionais possui algumas carac- terísticas que convergem com os itens identificados pelo pesquisador Bronner e Hirt (2009). A seguir, você vai ver a divisão feita por Bronner e Hirt (2009) para compreender as variações dos usos do branding sonoro. Audio logo e sound logo A utilização do termo “logo” para o som não é apenas uma apropriação de um componente do design gráfi co: está em jogo também o termo utilizado na fi losofi a grega. Na fi losofi a ocidental, o termo grego logos signifi ca opinião, pensamento, palavra e fala. Assim, o logos relaciona a persuasão utilizando recursos lógicos e processos de retórica. Nesse sentido, o audio logo trata-se de uma identidade mínima sonora de uma marca utilizada para a memorabilidade e a persuasão. O objetivo do logo sonoro é ser identifi cado facilmente, ser único e capaz de gerar pensamentos e ideias a respeito da marca. Um exemplo de audio logo é o da empresa Intel, criado pelo músico Walter Werzoma: uma execução de cinco notas acompanhada de uma animação. A profusão de marcas de aparelhos de celulares e computadores pessoais potencializou a atuação dos audio logos, que hoje aparecem na hora de ligar ou desligar o aparelho ou computador, no toque do telefone, etc. Outro exemplo icônico de audio logo é o “plim-plim” da Rede Globo, criado para identificar a passagem da programação aos intervalos comerciais. O conceito de audio logo surgiu com o avanço das novas tecnologias digitais, porém é possível notar a sua derivação imediata e as suas raízes no jingle. Em muitos casos, o audio logo é confundido com um jingle de curta duração. 7Branding sonoro Jingle ou brand theme Os jingles surgem como uma versão musical do slogan e da pronúncia da marca. Eles buscam criar um efeito de identifi cação imediata por parte do consumidor. Por meio de refrão, melodia simples e marcante, rimas associativas e viés emotivo, o jingle se consolidou como um importante componente de branding sonoro com o advento do rádio como um veículo de comunicação de massa. Durante a década de 1920, o rádio marcou a distinção entre programação e comerciais com um tempo específi co para executar os jingles. A estratégia do jingle é a repetição da canção ao longo de um período, de modo que a melodia e a letra criem um forte vínculo na mente do consumidor e este possa ativá-las a qualquer momento. Nesse sentido, o objetivo do jingle é tornar um slogan ou mensagem curta memorável de forma agradável e pouco explícita e, ao mesmo tempo, associá-la a uma emoção e a um clima melódico. O jingle eficiente evoca nos consumidores valores e atributos da marca de forma sutil e inteligente. Um conjunto de jingles que mantêm a letra e alteram a melodia ou vice-versa, ou que assumem variações instrumentais, é chamado de brand theme, fortalecendo a associação da marca. Um exemplo, citado por Bronner e Hirt (2009), é a música I’m Loving, cantada por Justin Timberlake para a rede McDonald’s. Nela, o processo de memorabilidade é tão marcante que basta a execução da melodia para reconhecer a marca. O primeiro jingle brasileiro, conforme Casé (1995), foi criado para a Padaria Bragança, cujo proprietário lusitano não tinha a princípio interesse em investir em propaganda. Contudo, Nássara, redator do programa de rádio de Adhemar Casé, criou um texto curto de três linhas que foi musicado em ritmo de fado português, dando origem ao primeiro jingle brasileiro, um sucesso que marcou gerações (CASÉ, 1995). Veja o refrão principal do jingle Pão Bragança: “Oh Padeiro desta Rua Tenha sempre na lembrança Não me traga outro pão que não seja o Pão Bragança” Ouça o jingle no link a seguir. https://qrgo.page.link/1gDYh Branding sonoro8 Brand song Em alguns casos, a empresa ou a marca desenvolve uma composição própria que ultrapassa a mensagem direta do slogan ou a mensagem promocional do jingle, mas promove a consolidação regular da marca sonora. As brand songs são peças musicais realizadas para públicos específi cos e eventos especiais (como Olimpíadas ou Copa do Mundo de Futebol). O brand song tem como aspecto prioritário a música e as suas formas de percepção. Assim, ele se difere do jingle, que tem como elemento prioritário a mensagem, o slogan e o nome da marca. As brand songs podem ser atualizadas de tempos em tempos, adequando-se a aspectos contemporâneos e modismos. Elas representam uma modalidade diferenciada de branding sonoro, que depende de uma constância perceptiva da audiência. Portanto, a brand song é um processo de longo prazo. No Brasil, o tema de final de ano da Rede Globo, chamado Um Novo Tempo (Hoje é um novo dia), é uma música composta por Marcos Valle, Paulo Sérgio Valle e Nelson Motta e lançada em 1971, interpretada anualmente pelo elenco da emissora. Essa música é um exemplo de brand song que não cita em nenhum trecho da letra a marca da emissora, mas está diretamente ligada à divulgação da sua mensagem de final de ano. Brand voice A voz é o aspecto essencial do som e é um forte componente de identifi cação. As marcas utilizam a brand voice criando na vocalização do seu nome e do seu slogan um padrão sonoro reconhecível e familiar para o consumidor. A voz faz o mesmo que os garotos-propaganda que emprestam suas imagens para a marca. Contudo, ela evoca a marca de forma mais abstrata do que a imagem, gerando um nível maior de engajamento. A fala tem as suas nuances marcadas pelo ritmo, pelo timbre, pela modulação, entre outros aspectos de entonação, sotaque e vo- lume. O exemplo mais recorrente de brand voice é a locução e as chamadas nos aeroportos. A voz icônica de Iris Lettieri no Aeroporto do Galeão é uma marca sonora efi ciente e consolidada com o tempo. Empresas de transporte público como o metrô utilizam a brand voice para criar empatia com os usuários do serviço. Sound icon e sound symbol Um ícone sonoro possui certa relação e certa analogia
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