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Estruturas Madeira • A madeira é um material orgânico, que possui peculiaridades que a tornam única. Ela absorve água para entrar em equilíbrio com a umidade relativa do ar (higroscopia), e tem propriedades físicas e mecânicas diferentes dependendo da direção da peça (anisotropia) o que influencia na sua resistência e no uso. Um exemplo disso é que a sua resistência à compressão paralela às fibras é cerca de quatro vezes maior que na direção perpendicular, ou normal às fibras. • Tem uma boa resistência à compressão, e é muito mais resistente que o concreto quando submetida a esforços de tração. • Possui diversas vantagens como maior resistência específica (fC0/ρ), peso próprio reduzido (conseguimos uma maior resistência com uma peça menor e mais leve) menor consumo de energia para beneficiamento e capta CO2 da atmosfera ao invés de emitir. • Ao contrário da crença popular, transmite calor a uma velocidade 12 vezes menor que o concreto, 250 vezes menor que o aço e 1500 vezes menor que o alumínio, permitindo que uma estrutura de madeira ceda ao fogo muito mais lentamente. • Pode ser usada em qualquer estrutura, fechamento, piso e cobertura de sistemas construtivos. • Dividida em classes de resistência pela NBR 7190/1997. Aço • O aço é usado sozinho ou estruturas de concreto armado e protegido. • Classificado pela bitola (diâmetro) dos vergalhões, pelo seu índice de escoamento e pela sua resistência por cm². • As principais propriedades a serem observadas são: Dureza - resistência à deformação plástica; Limite de escoamento - tensão máxima aplicada sem que o material sofra deformação irreversível; Limite de resistência - tensão máxima / ruptura; Alongamento máximo - deformação antes de quebrar; Tenacidade - capacidade de absorver energia e deformar plasticamente; Resistência à fadiga - tensão máxima a que o aço pode ser submetido a um número infinito de ciclos de esforços sem causar fratura Concreto • Material estrutural formado por: aglomerante (cimento) + água + agregados (areia e brita) • Traço 🡪 proporção dos componentes do concreto medidos em latas de 18 litros. • Concreto fraco e forte são concretos com menor ou maior proporção de água/cimento, respectivamente. • Concretos fracos, com mais água, areia e brita são usados para lastros de fundações e bases de pisos; já o concreto forte, com menor proporção de água e agregados é usado para pilares, vigas e lajes. • O concreto simples é um material de boa impermeabilidade, durabilidade e que tem ótima resistência à compressão, apesar de não resistir bem à tração. • Para uma melhor durabilidade e resistência, os materiais devem ser escolhidos e proporcionados e preparados com cuidado. • Após o preparo e acomodação do concreto ele deve ser adensado para eliminar vazios e hidratado para evitar rachaduras e aumentar sua resistência em até 40%. • É dividido em classes de resistência em função da sua resistência à compressão pela NBR 6120/1980. Concreto armado e protendido • Como o concreto simples não resiste bem à tração, busca-se essa resistência unindo ao concreto uma armadura de aço, que deve estar bem aderida e recoberta para evitar corrosão. • Nos pilares e vigas, além da armadura, há estribos de aço que absorvem esforços e posicionam corretamente a armação, já nas lajes há apenas armação. • O concreto protendido também possui barras de aço em seu interior que são tracionadas com o concreto fresco e soltas após a cura, para impor esforços de compressão na estrutura. • Esse tipo de estrutura protendida tem tensões pré-impostas que diminuem sua flecha (encurvamento na flexão) e aumentam sua resistência permitindo uso em vãos maiores. Fundações rasas e profundas • Função: transmitir ao solo as cargas provenientes da construção (NBR 6120/1980 - 600 a 1000 kgf/m²) e receber deste os esforços de reação do solo capazes de equilibrá-las (NBR 6122/1980) • As fundações rasas ou diretas têm a função de levar a carga da construção para camadas rasas do solo, passando apenas da camada superficial de 0,5 metro composta de matéria orgânica. Elas têm baixa capacidade de carga e são usadas em pequenas construções, apenas. • Podem ser de três tipos: radier (sob toda a construção), contínua ou sapata corrida (sob as paredes) e sapata isolada (apenas sob os pilares e sobre as fundações). • A carga imposta pelo pilar/parede deve ser suportada pela sapata isolada/corrida. • As fundações profundas levam a carga para camadas mais profundas do solo e são usadas em construções maiores. • Elas têm grande comprimento (profundidade) e pequena seção transversal. • Podem ser pré-moldadas (chegam prontas na obra) ou moldadas in loco (concretagem e adensamento no local de instalação). • As fundações moldadas in loco são mais usadas em obras menores e têm, normalmente, 15 a 25 cm de diâmetro e até seis metros de profundidade, suportando cargas provenientes da construção de até 1000 kgf/m. • Vigas baldrame são estruturas contínuas alocadas sob as paredes que passam as cargas provenientes da construção às fundações profundas. São feitas de concreto armado e apoiadas nas brocas/fundações profundas. • Os blocos de concreto armados são estruturas de transição entre o pilar e as brocas, unindo-as. Exercício Um pedreiro irá construir uma parede com 3,5 m de altura e está inseguro em afirmar se o alicerce em alvenaria, com 0,5 m de altura, será suficiente para distribuir o peso da parede no solo. Considerando-se que a parede é de 1 tijolo maciço (peso próprio de 450kgf/m²), avaliar a pressão (carga dividida pela área) que ela exercerá no solo e dê sua opinião técnica, confirmando se o solo resistirá ou não. Admitir capacidade de suporte do solo de 1kgf/cm². • Peso da alvenaria de elevação = 450 kgf/m² x 1 de comprimento x H Peso da alvenaria de elevação = 450H kgf/m • Peso da alvenaria de embasamento = 450 kgf x 1 de comprimento x 0,5 de altura Peso da alvenaria de embasamento = 225 kgf • Peso total = 450H kgf/m + 225 kgf • Área sobre a qual a carga será aplicada (área da alvenaria de embasamento) = cálculo por metro² = 0,5 m x 1 m = 0,5 m² • Pressão = Força/área < 10.000 kgf/m² (450H kgf/m + 225 kgf) / 0,5 m² < 10.000 kgf/ m² (450H kgf/m + 225 kgf) < 10.000 kgf/ m² * 0,5 m² (450H kgf/m + 225 kgf) < 10.000 kgf/ * 0,5 (450H kgf/m + 225 kgf) < 5.000 kgf 450H kgf/m < 5.000 kgf - 225 kgf 450H kgf/m < 4.775 kgf H < 4.775 kgf / 450 kgf/m H < 4.775 /450 m H < 10,61m A altura máxima da alvenaria de elevação é de 10,61m. Pilares, vigas e laje • Os pilares são estruturas lineares, verticais nas quais se apoiam as vigas. Recebe delas os esforços e os transmite fundação • Submetido predominantemente a esforços de compressão mas podem também surgir tensões de tração pela: Excentricidade na aplicação de cargas; Aplicação de momentos fletores e/ou Ocorrência de flambagem, etc • São compostas de armadura que são barras de aço / vergalhões longitudinais (4 bitolas de 10 mm) amarrados aos estribos e cobertos de concreto. • A área da seção transversal da armadura dos pilares é definida em função da carga solicitante, das dimensões da peça, da resistência à compressão do concreto e do tipo de aço. • As vigas são estruturas de concreto armado lineares, horizontais, que tendem a sofrer esforços de flexão (Compressão na parte superior da viga e tração na parte inferior). • Como o concreto não resiste bem à tração, a parte inferior da vida é reforçada com vergalhões de bitolas maiores que na parte superior. • Além disso, buscando eficiência estrutural e economia, as vigas devem ter altura maior que a largura. • As lajes são estruturas planas, normalmente horizontais com a altura de sua seção transversal muito pequena, se comparada com suas outras dimensões. • Apoiam-senas vigas e nelas transmitem suas cargas e são submetidas normalmente a cargas e tração e compressão. • As suas armações não têm estribos. • São usadas em coberturas, forros, piso de edificações, fundo de reservatórios de água, pontes etc. • Podem ser maciças ou pré-moldadas. • As lajes maciças são normalmente moldadas no local em que serão instaladas e necessitam de formas de madeira. São empregadas em grandes obras e resistem a cargas elevadas, mas tem custo elevado e requerem mão de obra qualificada para execução. • As lajes pré-moldadas são formadas por lajotas de cerâmica e vigas de concreto alternadas e unidas por uma camada de concreto, chamada de capa, lançada sobre as peças. Podem ser do tipo T ou treliçadas (com armadura de aço, suportando maiores vãos). • As lajes pré-moldadas do tipo treliça vencem vãos e sobrecargas maiores que as tipo T, têm melhor aderência concreto/viga, dificultando o aparecimento de trincas, requerem menos mão-de- obra de montagem e de transporte e possibilitam parede sobre a laje. Atividade extra Agora os vídeos serão sobre os Elementos estruturais e materiais de construção. Vamos aprender sobre diferentes materiais usados em vigas com o vídeo “VIGA de madeira, concreto e aço - Introdução as vigas e materiais” do canal Estruturas&BIM - Eng. Pedro Rodrigues. https://www.youtube.com/watch?v=VNvtWsEBsSM&feature=emb_logo Neste segundo vídeo uma complementação do que vimos sobre os principais tipos de estruturas: “OS 5 PRINCIPAIS TIPOS DE ESTRUTURAS” do Canal InovaCivil. https://www.youtube.com/watch?v=uu2L_GpCYlU&feature=emb_logo https://www.youtube.com/watch?v=VNvtWsEBsSM&feature=emb_logo https://www.youtube.com/watch?v=uu2L_GpCYlU&feature=emb_logo Referência Bibliográfica • ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – Projeto de estruturas de concreto armado: Procedimento (NBR 6118) Rio de Janeiro, 2014. • ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7190: Projeto de estruturas de madeira. Rio de Janeiro, 1997. • ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8953: Concreto para fins estruturais – Classificação pela massa específica, por grupos de resistência e consistência. Rio de Janeiro, 2015. • ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7480: Aço destinado a armaduras para estruturas de concreto armado - Especificação. Rio de Janeiro, 2007. • ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6120: Cargas para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro, 2019. • BORGES, A C. Prática das Pequenas Construções. 6 ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2010. 152 p. Volume 2 • BORGES, A C. Prática das Pequenas Construções. 9 ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2009. 385 p. Volume 1. • SALES, J. J.; MALITE, M.; GONÇALVES, R. M. Sistemas estruturais - elementos estruturais. São Carlos: Escola de Engenharia de São Carlos - USP, 1994. (Publicação 014/94) • SALES, J.J., GONÇALVES, R.M., MALITE, M. Sistemas estruturais: segurança nas estruturas. São Carlos: EESC – Universidade de São Paulo, 1993. (Apostila da disciplina SET 403 – Sistemas estruturais) Estruturas
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