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Adimplemento das Obrigações

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Adimplemento das Obrigações
● Introdução:
↳ É o modo natural de extinção das relações jurídicas obrigacionais.
↳ O principal efeito da obrigação é gerar para o credor o direito de exigir do
devedor o cumprimento da prestação.
↳ Efeitos decorrentes da obrigação:
a) extinção da obrigação, com a liberação total do devedor em relação ao
vínculo obrigacional.
b) consequência do inadimplemento (perdas e danos, juros, correção
monetária e honorários advocatícios).
↳ Sua principal forma (meio normal) de extinção é o pagamento direto.
● Meios de solver a obrigação:
a) modo direto (forma normal): execução voluntária, espontânea, no tempo,
forma e lugar que foram previamente estabelecidos.
b) modo indireto (forma especial): quando um ou alguns dos elementos da
teoria do pagamento não estiverem presentes (consignação e dação de
pagamento, sub-rogação, compensação etc).
c) extinção sem pagamento: prescrição, em que se tem o debitum mas não
tem a obligatio, dessa forma o pagamento não pode acontecer; a
obrigação também é resolvida em casos de impossibilidade da
prestação com ou sem culpa do devedor.
d) execução forçada em razão de sentença judicial: quando o devedor não
possui patrimônio e o credor busca judicialmente, de forma coercitiva,
algum patrimônio do sujeito que possa substituir o adimplemento da
prestação.
● Teoria do pagamento:
↳ Execução voluntária e exata da prestação, por parte do devedor ao credor, da
prestação devida no tempo, forma e lugar previstos no título constitutivo.
↳ O Código Civil denomina pagamento a realização voluntária da prestação,
tanto procedendo do devedor quanto de terceiro (interessado ou não).
↳ Dessa forma, pagamento significa adimplemento ou cumprimento da
obrigação.
➔ adimplemento X pagamento:
a) adimplemento (gênero): execução satisfatória da obrigação,
também chamada de solução.
b) pagamento (espécie): execução voluntária e exata da prestação,
do devedor para o credor da prestação nos termos estabelecidos
anteriormente.
➔ princípios estruturantes da teoria:
a) princípio da especificidade: credor não é obrigado a receber
prestação dersa da estabelecida, ainda que mais valiosa; porém,
se o credor aceitar receber prestação diversa, estará diante da
dação em pagamento (pagamento indireto).
⇘ Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa
da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.
b) princípio da boa-fé objetiva: tanto o credor quanto o devedor
devem agir de acordo com a boa-fé, respeitando os elementos
éticos que permeiam a relação jurídica obrigacional; a boa-fé
deve estar presente na fase pré-contratual, contratual e
pós-contratual.
c) princípios da integralidade ou identidade física da prestação:
mesmo que a obrigação seja divisível, o credor não pode ser
obrigado a receber em partes e nem o devedor a pagar em
parcelas, caso não esteja ajustado no contrato.
⇘ Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação
divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o
devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.
➔ exceções:
1) moratória legal ou parcelamento compulsório:
⇘ Art. 916. - CPC No prazo para embargos,
reconhecendo o crédito do exequente e
comprovando o depósito de trinta por cento do
valor em execução, acrescido de custas e de
honorários de advogado, o executado poderá
requerer que lhe seja permitido pagar o restante
em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de
correção monetária e de juros de um por cento ao
mês.
2) pagamento instruído a título de crédito: geralmente
feio por meio de nota promissória ou cheque,
permitindo que a prestação seja paga em parcelas,
desde que haja anotação no verso do título.
3) adimplemento substancial: caso exista certa
quantia do pagamento feito pelo devedor, é possível
constranger o credor a receber o restante de forma
parcelada.
d) princípio do nominalismo: as dívidas deverão ser pagas na data
do vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal; contrato
de câmbio e comércio internacional são as exceções.
⇘ Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no
vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o
disposto nos artigos subseqüentes.
● Elementos do pagamento:
a) subjetivo:
➔ solvens: aquele que deve solver a obrigação, quem deve pagar
(devedor).
⇘ Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode
pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à
exoneração do devedor.
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado,
se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste.
→ terceiro interessado: possui um interesse jurídico na extinção
da dívida, isto é, quem está vinculado ao contrato (fiador, outro
devedor solidário etc), que pode ter o seu patrimônio afetado
caso a obrigação não seja cumprida.
⇘ ele ao realizar o pagamento, sub-roga-se de pleno direito, nos
direitos do credor; isso porque a sub-rogação transfere todos os
direitos do credor primitivo.
→ terceiro não interessado: realiza o pagamento com um
interesse moral ou afetivo, ou seja, ele não está vinculado no
contrato; como por exemplo um pai que paga a dívida do filho.
⇘ Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu
próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas
não se sub-roga nos direitos do credor.
Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá
direito ao reembolso no vencimento.
→ caso o terceiro não interessado efetue o pagamento em seu
prórpio nome, possui o direito apenas de ser reembolsado pelo
valor pago, não sub-rogando-se nos direitos do credor.
⇘ entretanto, nada impede que fique convencionado entre ele e
o devedor, que o terceiro não interessado se sub-rogue nos
direitos do credor.
→ caso realize em nome do devedor, não terá direito a nada, pois
é como se tivesse feito uma doação.
SUB-ROGAÇÃO REEMBOLSO
é como uma substituição, ou seja,
aquele que pagou substitui o
credor em todos os direitos,
garantias e obrigações, sendo
dispensada que a existência da
dívida seja comprovada.
não é uma substituição; o terceiro
não interessado que pagou em
seu próprio nome tem direito de
ser reembolsado no valor que
gastou; nesse caso, é preciso
provar a existência da dívida E do
pagamento, através da
QUITAÇÃO.
⇘ Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com
desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a
reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para
ilidir a ação.
→ se o terceiro realizar o pagamento, sem que o devedor saiba ou
contra a sua vontade, sendo que este tinha meios para ilidir a
ação, ele não é obrigado a ressarcir o valor pago.
⇘ Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar
transmissão da propriedade, quando feito por quem possa
alienar o objeto em que ele consistiu.
Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se
poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e
consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la.
→ exemplo: A (devedor) entregou 10 sacas de café para B (credor),
sendo que, na verdade, as sacas eram de C; nesse caso, existem
três hipóteses:
● se B recebeu as sacas de BOA-FÉ e já consumiu, C deverá
propor uma ação contra A.
● se B recebeu as sacas de BOA-FÉ, mas ainda não
consumiu, a C poderá propor uma ação contra B, já que
como não consumiu pode restituir as sacas ao verdadeiro
dono.
● se B e A estavam de MÁ-FÉ, ambos irão responder
solidariamente pelo equivalente + perdas e danos.
➔ accipiens: a quem se deve pagar (credor).
⇘ Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de
direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele
ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.
→ o pagamento pode ser feito direto ao credor ou ao seu
representante.
→ tipos de representante:
⇘ em casos de representação legal ou judicial, o pagamento só
pode ser efetuado ao representante.
● legal: decorre da lei (pai, tutor, curador etc).
● judicial: nomeado pelo juiz.
● convencional: possui mandato outorgado entregue pelo
credor.
→ deve ser feito a quem seja o credor no momento do
cumprimentoda obrigação > credor atual.
→ o pagamento repercute no plano da eficácia e não no plano da
validade - Enunciado 425.
⇘ Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é
válido, ainda provado depois que não era credor.
→ credor putativo: aos olhos de todos se apresenta e aparenta
ser o verdadeiro credor, mas não é.
→ o ato será válido se houver esses dois requisitos:
● boa-fé subjetiva: o devedor, por uma ignorância
desculpável, acreditava que a pessoa era o verdadeiro
credor.
● escusabilidade de seu erro: devedor foi cauteloso e
qualquer pessoa na mesma situação também seria
enganada.
→ em casos assim, a teoria da aparência é aplicada, onde
procura-se valorizar a verdade real.
→ dessa forma, o verdadeiro credor deverá entrar com uma ação
contra o credor putativo.
⇘ Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor
incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele
efetivamente reverteu.
→ se for feito pagamento ao credor incapaz de dar quitação, ele
não terá eficácia, a não ser que seja provado que houve benefício
do credor.
● feito a pessoa absolutamente incapaz: nulidade absoluta.
● feito a pessoa relativamente incapaz: nulidade relativa.
→ entretanto, o ato será válido se for provado o erro escusável
(desculpável) por parte do devedor, por acreditar que o credor era
capaz.
⇘ Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o
portador da quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a
presunção daí resultante.
→ a princípio, quem se apresenta com um recibo firmado por
terceiro possui a presunção de ter a autorização para receber o
pagamento.
⇘ Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da
penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta
por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão
constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o
regresso contra o credor.
→ caso o devedor pague a ao credor que esta legalmente
impedido de receber, terá o pagamento considerado ineficaz, já
que ele foi informado que não deveria realizar o pagamento, e
mesmo assim o fez, podendo ser constrangido a pagar
novamente.
b) objetivos: exoneração se dá pela prova do pagamento.
➔ prestação: objeto da obrigação.
⇘ Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa
da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.
→ princípio da especificidade.
→ credor pode se negar a receber o que não foi pactuado.
⇘ Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação
divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o
devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.
→ princípio da integralidade ou identidade física da prestação.
⇘ Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no
vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o
disposto nos artigos subseqüentes.
→ princípio do nominalismo.
→ as dívidas em dinheiro só podem ser pagas em moeda nacional
corrente, sob pena de nulidade.
⇘ Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de
prestações sucessivas.
→ esse aumento é feito com base no índice que foi escolhido,
previamente, pelas partes.
→ a atualização monetária acontece em razão da desvalorização
da moeda, buscando combater os efeitos nocivos dela, utilizando
da cláusula de escala móvel, na qual o valor da prestação deverá
variar de acordo com o aumento do custo devido.
→ “Art 2º da Lei 10.191/2001 - É admitida estipulação de correção
monetária ou de reajuste por preços gerais, setoriais ou que
reflitam a variação dos custos de produção ou dos insumos
utilizados nos contratos de prazo de duração igual ou superior a
um ano.
§1º - É nula de pleno direito qualquer estipulação de reajuste ou
correção monetária de periodicidade inferior a um ano.”.
⇘ Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier
desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o
do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido
da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da
prestação.
→ o artigo consolida a revisão contratual por fato superveniente,
diante de uma imprevisibilidade + onerosidade excessiva.,
consagrando a TEORIA DA IMPREVISÃO.
→ a revisão judicial tem o objetivo de reestabelecer o equilíbrio
da relação jurídica obrigacional.
→ requisitos para a revisão:
● contrato bilateral e oneroso.
● contrato comutativo, ou seja, aquele em que as parte já
sabem quais são as prestações.
● contrato de execução diferida ou continuada.
● presença de um motivo imprevisível.
● presença de desproporção negocial.
→ Enunciado 17: “A interpretação da expressão ‘motivos
imprevisíveis’, contante no art. 317 do Novo Código Civil, deve
abarcar tanto causas de desproporção não previsíveis, como
também causas previsíveis, mas de resultados imprevisíveis.”.
⇘ Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou
em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença
entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos
previstos na legislação especial.
→ compensar diferença entre moeda estrangeira e nacional:
correção monetária que tem como base a moeda estrangeira.
→ exceções de acordo com o art. 2º do Decreto-Lei 857/69:
● contratos que dizem respeito à importação e exportação
de mercadorias.
● contratos de financiamento ou prestação de garantias
relativos às operações de exportação de bens produzidos
nacionalmente e vendidos a crédito para o exterior.
● contratos de compra e venda de câmbio.
● empréstimos e quaisquer outras obrigações em que o
devedor seja residente e domiciliado no exterior, com
exceção dos contratos de locação de imóveis situados no
Brasil.
● contratos que sejam de cessão, transferência, delegação,
assunção ou modificação das obrigações do item anterior,
mesmo que ambas as partes contratantes sejam
residentes e domiciliadas no Brasil.
➔ prova do pagamento:
↳ o pagamento exonera o devedor e o libera do vínculo
obrigacional, por isso é tão importante a comprovação do
pagamento.
↳ o pagamento não se presume
↳ o devedor tem o direito de exigir do credor a quitação da
dívida.
↳ quitação: prova efetiva do pagamento, documento no
qual o credor reconhece que recebeu o pagamento.
↳ a prova do pagamento se dá de duas formas:
a) quitação: prova de que o pagamento ocorreu e que
se exterioriza pelo recibo e possui efeito liberatório.
b) posse do título: quando o título é devolvido ao
devedor significa que houve o pagamento, é uma
forma de quitação tácita que possui a presunção
relativa.
⇘ Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação
regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja
dada.
↳ A quitação regular possui os seguintes requisitos:
● valor e espécie da dívida.
● objeto da quitação.
● nome do devedor ou de quem pagou em seu lugar.
● tempo e lugar do pagamento.
● assinatura do credor ou de seu representante.
⇘ Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por
instrumento particular, designará o valor e a espécie da
dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este
pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura
do credor, ou do seu representante.
Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos
neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das
circunstâncias resultar haver sido paga a dívida.
→ a ausência de um desses requisitos mantém a validade
da quitação, se for possível comprovar posteriormente que
o pagamento foi realizado (princípio da liberdade das
formas).
→ enunciado 18: “é válida a quitação que é dada por meio
eletrônico”.
⇘ Art. 321. Nos débitos, cuja quitação consista na
devolução do título, perdido este, poderá o devedor exigir,
retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize
o título desaparecido.
→ devedor pode exigir uma declaração de extravio do
título, que vai indicar todas informações da obrigação e
inutilizar o título.
→ o devedor pode reter o pagamento se o credor se negar
a entregar essa declaração.
⇘ Art. 322. Quando o pagamento for em quotas
periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em
contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores.→ se baseia na ideia de que não é comum o credor aceitar
receber a última prestação sem ter recebido as anteriores.
→ é uma presunção relativa, pois admite prova em
contrário.
⇘ Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva dos
juros, estes presumem-se pagos.
→ juros são considerados bens acessórios, então aplica-se
a regra de que o acessório segue o principal.
→ presunção relativa, isto é, cabe prova em contrário.
→ se o credor der uma quitação total, sem fazer a reserva
de juros, compreende-se que os juros já estão indicados e
há a quitação do valor todo
⇘ Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a
presunção do pagamento.
Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim
operada se o credor provar, em sessenta dias, a falta do
pagamento.
→ a entrega do título não terá valor se o credor provar que
não houve pagamento, dessa forma o devedor não será
exonerado da obrigação.
⇘ Art. 325. Presumem-se a cargo do devedor as despesas
com o pagamento e a quitação; se ocorrer aumento por
fato do credor, suportará este a despesa acrescida.
→ se o credor exigir algo além do combinado, essas
despesas também ficarão a seu cargo.
⇘ Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por medida,
ou peso, entender-se-á, no silêncio das partes, que
aceitaram os do lugar da execução.
→ o título constitutivo da obrigação deve indicar qual será
o local adotado quando o pagamento for em peso ou
medida, já que dependendo da região do Brasil, essa
medida pode ter diferença.
→ no silêncio das partes, entende-se que será utilizada a
medida do local onde o contrato foi executado.
c) lugar do pagamento:
↳ local do cumprimento da obrigação, que pode ser no domicílio do
credor ou do devedor.
↳ em regra, no próprio instrumento da obrigação será estipulado o
domicílio onde as obrigações deverão ser cumpridas.
⇘ assim como a competência do juízo.
↳ A obrigação pode ser:
➔ quesível ou quérable:
↳ pagamento no domicílio do devedor.
↳ há uma presunção relativa de que o pagamento é quesível, já
que o credor deve procurar o devedor para que ele efetue o
pagamento.
↳ as partes podem convencionar de outra forma, ou o contrário
pode resultar da lei, da natureza da obrigação ou das
circunstâncias.
↳ quando não houver uma contratação específica acerca do local,
será considerada quesível.
⇘ Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor,
salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o
contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das
circunstâncias.
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao
credor escolher entre eles.
➔ portável ou portable:
↳ se estipula que o local do pagamento será o domicílio do
credor.
⇘ decorrente do instrumento negocial ou da natureza da
obrigação.
↳ também recebe esse nome a obrigação que for paga em
domicílio de terceiro.
⇘ Art. 328. Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em
prestações relativas a imóvel, far-se-á no lugar onde situado o bem.
→ devem ser entendidas como as execuções de serviços, reparações,
construções etc, ou seja, obrigações que só podem ser realizadas no
imóvel.
→ não se abrange a remuneração desses serviços ou o recebimento de
eventuais aluguéis.
⇘ Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o
pagamento no lugar determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro,
sem prejuízo para o credor.
→ força obrigatória da convenção (pacta sunt servanda).
→ o motivo grave deve ser analisado pelo juiz em cada caso concreto.
⇘ Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz
presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato.
→ a doutrina atualizada relaciona esse dispositivo com dois institutos.
1) supressio: supressão por renúncia tácita a um direito ou uma
posição jurídica do credor, decorrente do seu não exercício ao
longo do tempo.
2) surrectio: surgimento de um direito em favor do devedor, que não
existia até então, mas decorre da efetividade social.
⇘ existe o direito de exigir o pagamento no local onde vem sendo
realizado.
→ supressão de um direito do credor e surgimento de um direito do
devedor.
d) tempo do pagamento:
↳ o vencimento é o momento em que a obrigação deve ser satisfeita.
↳ cabe ao credor a faculdade de cobrá-la.
↳ o vencimento pode ser fixado pelas partes por força do instrumento
negocial.
↳ credor não pode exigir o cumprimento da obrigação antes do
vencimento e o devedor não pode pagá-la depois da data combinada,
sob pena de mora ou inadimplemento absoluto.
⇘ Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada
época para o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente.
→ princípio da satisfação imediata, que pode ser amenizado pelo
bom-senso.
→ não existindo um prazo pré-estabelecido, o devedor precisa ser
informada de quando o credor pretende receber o pagamento
⇘ Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do
implemento da condição, cabendo ao credor a prova de que deste teve
ciência o devedor.
→ as obrigações condicionais são aquelas subordinada a um evento
futuro e incerto.
→ são cumpridas na data da ocorrência da condição.
⇘ Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de
vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código:
I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;
II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em
execução por outro credor;
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito,
fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito,
solidariedade passiva, não se reputará vencido quanto aos outros
devedores solventes.
→ na obrigação solidária não se pode aplicar o vencimento antecipado
se os demais codevedores forem solventes.

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