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1 @direitoporpamella Direito de Vizinhança Os direitos de vizinhança são a parte do Direito Civil que dispõe sobre algumas limitações ao uso pleno da propriedade, especialmente com relação aos vizinhos, visando reduzir ao máximo os conflitos entre eles. Tem previsão legal nos Arts. 1277 a 1313 do Código Civil. Uso anormal da propriedade O uso anormal da propriedade é aquele que perturba a saúde, a segurança e o sossego daqueles que possuem propriedade vizinha, presente no artigo 1.277 do código civil: A perturbação precisa ser continuada para configurar o uso anormal da propriedade, se aconteceu apenas uma vez é tolerável. Deve-se sempre observar o grau de tolerância do “homem médio”. Interferência ou Ofensa Essa interferência ou ofensa poderá ser da: • Segurança: como quando prejudica o prédio (uma indústria de explosivos perto do local) ou um imóvel do lado que esteja em ruínas. • Sossego: como por exemplo quando abriu um bar perto do prédio que tem música alta a madrugada inteira. • Saúde: um imóvel do lado que está insalubre ou produz produtos químicos fortes. Ações São exemplos de ações cabíveis nesses casos: indenização por perdas e danos, cominatória, dano infecto, ação de obra nova e entre outros. Árvores Limítrofes As árvores limítrofes é basicamente: A natureza jurídica do direito de vizinhança é de obrigação propter rem, ou seja, de obrigação que acompanha a coisa. Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha. Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança. Combate-se o uso anormal da propriedade com a ação de dano infecto (dano iminente), prevista no artigo 1280, CC. Lembrando que se o comercio já existia antes, não poderá reclamar, devendo reclamar a pré-ocupação. DIREITO CIVIL – PARTE ESPECIAL http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10649663/artigo-1280-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 2 @direitoporpamella O plantio de árvores próximas ou entre dois terrenos vizinhos que podem acabar gerando conflito entre os vizinhos. Além disso, será configurado um condomínio necessário quando a árvore abranger os dois terrenos. Linha divisória Há presunção de que a árvore que esteja no limite entre os prédios pertence a ambos os proprietários dos imóveis. Poderá ser chamada também de árvore-meia, ou seja, a metade da árvore pertence a cada vizinho segundo o artigo 1.282 do CC: OBS: Importante frisar que se aplica esta regra apenas quando o tronco da árvore se encontrar na divisória do terreno, se não estiver, vai pertencer a um proprietário. Raízes e Troncos No caso das raízes ou troncos, caso invadam o imóvel vizinho, poderão ser cordadas, segundo o artigo 1.283 do CC: Passagem Forçada A passagem forçada é direito de vizinhança especificada no artigo 1.285 do CC: Imóvel Encravado Pode-se dizer que um imóvel encravado é aquele que não tem acesso à via pública, sendo que para acessar o referido imóvel é necessário passar por outro imóvel que possibilita a passagem. As árvores limítrofes são espécies de limitações legais à propriedade, o qual prevê situações que podem acontecer entre terrenos vizinhos quando há entre eles uma árvore. Se a árvore for de apenas um dos proprietários e o fruto cair na propriedade do vizinho naturalmente, será dele o fruto (segundo o artigo 1.284 do CC). Art. 1.282. A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume-se pertencer em comum aos donos dos prédios confinantes. Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido. Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto, pode, mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário. § 1 o Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais natural e facilmente se prestar à passagem. § 2 o Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que uma das partes perca o acesso a via pública, nascente ou porto, o proprietário da outra deve tolerar a passagem. § 3 o Aplica-se o disposto no parágrafo antecedente ainda quando, antes da alienação, existia passagem através de imóvel vizinho, não estando o proprietário deste constrangido, depois, a dar uma outra. 3 @direitoporpamella O proprietário do imóvel que serve de passagem é obrigado a conceder a passagem ao proprietário do imóvel encravado, oportunidade em que então receberá uma indenização. Servidão Legal Tem-se que passagem forçada refere- se ao direito que o proprietário do imóvel encravado tem de adquirir passagem de acesso ao seu imóvel, pelo imóvel do serviente, ou seja, do proprietário do imóvel que servirá de passagem. Para isso, deverá o proprietário do imóvel que sofrerá o constrangimento ser indenizado. O direito de servidão legal decorre dos direitos de vizinhança, que por si só são direitos que visam dirimir conflitos que ocorram entre pessoas que estão exercendo seu direito de propriedade, daí compreender-se que o direito de propriedade é relativo, já que não pode ser exercido em detrimento de direito de propriedade de terceiro. Passagem de Cabos e Tubulações A passagem de cabos e tubulações (também é servidão legal) está presente nos artigos 1.286 e 1.287 do CC: Trata-se da modalidade do direito de vizinhança que regula a questão da obrigação do vizinho em suportar que sob seu imóvel, passem cabos, tubulações ou similares, todos de forma subterrânea, desde que não haja outro meio de passagem ou ainda for muito onerosa a sua execução. Vai existir a servidão de utilidade pública. Indenização É pacífico na doutrina que haverá pagamento de indenização pelo vizinho beneficiado ao vizinho no qual concede a passagem e que, por conseguinte Lembrando que caracteriza quando o dono do imóvel não tem uma alternativa para acessar via pública a não ser passando pelo terreno de outrem, não caracteriza se for só de difícil acesso. Independe da vontade do serviente, pois a lei que manda fazer a servidão legal. Art. 1.286. Mediante recebimento de indenização que atenda, também, à desvalorização da área remanescente, o proprietário é obrigado a tolerar a passagem, através de seu imóvel, de cabos, tubulações e outros condutos subterrâneos de serviços de utilidade pública, em proveito de proprietários vizinhos, quando de outro modo for impossível ou excessivamente onerosa. Parágrafo único. O proprietário prejudicado pode exigir que a instalação seja feita de modo menos gravoso ao prédio onerado, bem como, depois, seja removida, à sua custa, para outro local do imóvel. Art. 1.287. Se as instalações oferecerem grave risco, será facultado ao proprietário do prédio onerado exigir a realização de obras de segurança. Para que seja configurada a servidão por utilidade pública precisa conduzir: água potável ou cabos de energia por exemplo. 4 @direitoporpamella sofre o incômodo ou ainda tem a sua propriedade desvalorizada. Destaca-se ainda, que as obras de manutenção cabem ao vizinho beneficiado pela passagem, cabendo ao proprietário onerado, à escolha do melhor local para a passagem das tubulações, podendo nofuturo, ser realocado em outro local, contudo nesta última hipótese, arcando com as despesas do mesmo. Passagem de Águas O dono ou possuidor do prédio inferior é aquele recebe por fluxo natural águas do prédio superior, sendo “obrigado” a receber tais águas e não podendo negar o curso natural ou mesmo obstruir este regular fluxo. Justamente por isto é que surge um dever de abstenção para este proprietário ou possuidor: não realizar qualquer obra que obstrua o fluxo das águas, segundo o artigo 1.288 do CC: Em um segundo momento o preceito normativo se dirigirá ao dono ou possuidor do prédio superior, agora proibindo-lhe de agravar, mediante a realização de obras, a condição natural e anterior do prédio inferior. Não é possível, então, que o dono ou possuidor do prédio superior, por obras, derrame ainda mais água no prédio inferior, segundo o artigo 1.289 do CC: Servidão de Aqueduto Embora o acesso à água seja um direito, a legislação não garante a servidão de passagem automaticamente. Os artigos 1.293 a 1.296 do CC disciplinam a chamada servidão de aqueduto. O duto, canal ou tubulação, tem que ser construído de modo a causar o menor prejuízo para os vizinhos. Ele também vai ter que ser feito às custas daquele que deseja acessar a água, que também vai arcar com despesas de conservação. O proprietário que foi prejudicado poderá ser previamente indenizado, Art. 1.288. O dono ou o possuidor do prédio inferior é obrigado a receber as águas que correm naturalmente do superior, não podendo realizar obras que embaracem o seu fluxo; porém a condição natural e anterior do prédio inferior não pode ser agravada por obras feitas pelo dono ou possuidor do prédio superior. Art. 1.289. Quando as águas, artificialmente levadas ao prédio superior, ou aí colhidas, correrem dele para o inferior, poderá o dono deste reclamar que se desviem, ou se lhe indenize o prejuízo que sofrer. Parágrafo único. Da indenização será deduzido o valor do benefício obtido. Art. 1.293. É permitido a quem quer que seja, mediante prévia indenização aos proprietários prejudicados, construir canais, através de prédios alheios, para receber as águas a que tenha direito, indispensáveis às primeiras necessidades da vida, e, desde que não cause prejuízo considerável à agricultura e à indústria, bem como para o escoamento de águas supérfluas ou acumuladas, ou a drenagem de terrenos. 5 @direitoporpamella podendo exigir aqueduto, tubos, canos ou manilhas subterrâneos. Limites entre prédios e direitos de tapagem Inicialmente precisamos entender que todo imóvel deve ter seus limites definidos no solo, para que o proprietário possa sobre ele exercer os seus direitos e cumprir os seus deveres. Divisão de Terreno A divisão de terreno pode ser feita através de muros e cercas por exemplo e deverá ser feita na linha divisória entre um terreno e outro, como estipula no artigo 1.297, parágrafo 1° do CC: Direito de Construir O direito de construir parte da primícia de que é a emanação do direito de propriedade, assegurando ao proprietário a faculdade de usar e dispor do que lhe pertence, como lhe aprouver, nele incluindo a de edificar as construções que quiser. Sendo assim, como diz Maria Helena Diniz, para quem o direito de construir constitui “prerrogativa inerente da propriedade”, limitada ao direito dos vizinhos e aos regulamentos administrativos. Devassamento do Vizinho O devassamento da propriedade vizinha está disposto no artigo 1.301 do CC: Art. 1.297. § 1 o Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, tais como sebes vivas, cercas de arame ou de madeira, valas ou banquetas, presumem- se, até prova em contrário, pertencer a ambos os proprietários confinantes, sendo estes obrigados, de conformidade com os costumes da localidade, a concorrer, em partes iguais, para as despesas de sua construção e conservação. O proprietário tem o direito de exigir a demarcação de seu vizinho, visando obter uma linha divisória, caso não haja limite preestabelecido entre as propriedades. Caso não haja limites preestabelecidos, a ação cabível é a Ação Demarcatória. Além disso, as despesas dessa ação serão divididas entre os proprietários dos imóveis confinantes. Porém, é muito importante ressaltar que esse exercício do direito de propriedade NÃO É ABSOLUTO, tendo relação com outros valores, como por exemplo: o interesse dos vizinhos e o bem-estar da coletividade. Art. 1.299. O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe aprouver, salvo o direito dos vizinhos e os regulamentos administrativos. Art. 1.301. É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, terraço ou varanda, a menos de metro e meio do terreno vizinho. § 1 o As janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória, bem como as perpendiculares, não poderão ser abertas a menos de setenta e cinco centímetros. § 2 o As disposições deste artigo não abrangem as aberturas para luz ou ventilação, não maiores de dez centímetros 6 @direitoporpamella Esse artigo tem o intuito de resguardar a intimidade das famílias, mas não proíbe a abertura de janelas para iluminação e ventilação como diz o artigo 1.302 do CC: Porém, como podemos observar no artigo também, poderá o vizinho levantar sua edificação, mesmo que vede a claridade do outro. Diferença entre muro divisório e paredes divisórias Muro divisório é todo aquele que se ergue rente à linha de divisa. Diversamente das paredes divisórias, os muros divisórios não podem ser assentados além dos limites do terreno. Justifica-se essa diversidade de tratamento porque muro é elemento de vedação, e parede é elemento de sustentação, tanto assim que o Código Civil trata dos muros sob a epígrafe do direito de tapagem (art. 1. 297), e das paredes sob a rubrica do direito de construir (arts. 1.299 a 1.313). Uso do prédio Vizinho O uso do prédio vizinho está disposto no artigo 1.313 do CC: O vizinho deve tolerar as questões trazidas pelo artigo acima mencionado, mas antes deverá ser avisado. Agora passaremos a ver as disposições do condomínio em geral: Condomínio em Geral O condomínio em geral é a propriedade simultânea de um bem móvel ou imóvel por duas ou mais pessoas. Os proprietários se unem por possuir os mesmos interesses, após essa união, de largura sobre vinte de comprimento e construídas a mais de dois metros de altura de cada piso. Art. 1.302. O proprietário pode, no lapso de ano e dia após a conclusão da obra, exigir que se desfaça janela, sacada, terraço ou goteira sobre o seu prédio; escoado o prazo, não poderá, por sua vez, edificar sem atender ao disposto no artigo antecedente, nem impedir, ou dificultar, o escoamento das águas da goteira, com prejuízo para o prédio vizinho. Parágrafo único. Em se tratando de vãos, ou aberturas para luz, seja qual for a quantidade, altura e disposição, o vizinho poderá, a todo tempo, levantar a sua edificação, ou contramuro, ainda que lhes vede a claridade. Na zona rural não é permitido levantar edificações a menos de 3 metros do terreno vizinho, segundo o artigo 1.303 do CC. Art. 1.313. O proprietário ou ocupante do imóvel é obrigado a tolerar que o vizinho entre no prédio, mediante prévio aviso, para: I - dele temporariamente usar, quando indispensável à reparação, construção, reconstrução ou limpeza de sua casa ou do muro divisório; II - apoderar-se de coisas suas, inclusive animais que aí se encontrem casualmente. A única restrição que pode o proprietário fazer é a estipulação de horários, por exemplo. Além disso, o vizinho que causar dano ao penetrar no imóvel tem o dever de repará-lo. 7 @direitoporpamellapassam a ter direito e deveres decorrentes da propriedade exclusiva que cada um possui. São exemplos de condomínio e geral: apartamentos, lojas, salas comerciais, andares e entre outros. Além disso, mesmo que incialmente vamos estudar sobre os condomínios em geral, é importante já ressaltar a diferença entre o condomínio edilício e o condomínio em geral: Condomínio em Geral • Todos os proprietários são donos de tudo, sem exclusividade alguma; • Todos os condôminos têm o direito de utilizar ou modificar qualquer parte do local; • Pode ser extinto ou vendido, caso os donos estejam de acordo. Condomínio Edilício • Cada proprietário é dono de uma parte privativa e mais uma fração das áreas comuns; • Todos os condôminos podem usufruir das partes coletivas, mas não podem vendê-las, monopolizá-las ou modificá-las; • Não pode ser vendido ou extinto – a não ser que aconteça algum tipo de tragédia natural, como por exemplo: incêndio ou desmoronamento devido a um terremoto. Exercício Vamos observar algumas disposições para o exercício do condomínio entre pessoas que possuem a propriedade do mesmo bem: Limitações entre condôminos com base a sua parcela ideal Inicialmente precisamos entender que fração ideal é o cálculo da parte integral e indeterminável das áreas comuns e do terreno do condomínio proporcional à unidade individual de cada condômino. Ou seja, geralmente é composta de uma parte comum e uma parte privativa. Relação a herança Nos termos do Código Civil a herança é deferida aos herdeiros logo após o falecimento, formando-se um condomínio entre os herdeiros. Direitos e Obrigações dos condôminos O condomínio geral possuí direitos e deveres, podendo essas regras no que não conflita ser aplicados ao Ou seja, vários proprietários com a mesma aquisição, podendo ser uma aquisição conjunta. Eles não são donos do imóvel todo, por exemplo. 8 @direitoporpamella condomínio edilício, pois são regras gerais dos condomínios. São alguns exemplos: 1- Cada condômino tem o direito de usar livremente a propriedade condominial, de conformidade com a destinação da propriedade coletiva. 2- A destinação pode ser alterada desde que exista entre os condôminos um consenso dessa alteração. 3- O uso que o condômino possui deve ser exercido de conformidade com a indivisão do direito. 4- Cada condômino pode reivindicar a propriedade condominial nas mãos de terceiros. 5- O condômino poderá também defender a posse que possui na propriedade condominial. 6- É direito do condômino alienar ou gravar com ônus real a sua “cota parte”. 7- É proibido ao condômino dar posse à pessoa estranha ao condomínio, bem como, conceder o direito de fruir a essas pessoas. Só será lícito se houver consenso dos demais. 8- A cota parte de cada condômino representa quanto que ele é proprietário no bem comum. Este parâmetro servirá para as tomadas de decisões e na apuração da responsabilidade de cada um. 9- Cada condômino tem a obrigação de pagar as despesas oriundas do condomínio. Essa responsabilidade é em decorrente do direito e não da pessoa. 10- O condômino poderá retirar os frutos da propriedade, de forma total, respondendo pelos demais pela divisão dessa percepção e pela responsabilidade pelo ato praticado. Administração Administração de condomínios é uma atividade cujo objetivo é o equilíbrio dos direitos e deveres de propriedade exclusiva individual e propriedade comum. Os condôminos escolherão um administrador que poderá ser também alguém de fora, mas também poderá ser alguém que mora dentro do condomínio. As deliberações serão tomadas por maioria absoluta e caso não alcance poderá ser decidido por um juiz e se tiver dúvida sobre o valor do quinhão, também poderá ser levado ao judiciário para análise, pois em caso de frutos da coisa comum, será partilhado conforme o quinhão de cada um. Extinção do Condomínio A extinção do condomínio é uma ação que ocorre quando os proprietários de um bem decidem desmembrá-lo, normalmente, porque querem vendê-lo. A extinção poderá ser: Amigável: quando todos querem e a extinção poderá até ser feita por meio extrajudicial. Dessa forma, eles poderão decidir pela venda do imóvel e, Em regra, o condomínio pode se extinguir a qualquer tempo, mas existe exceções, como por exemplo: ambas as partes já tinham acordado previamente no começo do condomínio quando ele iria extinguir. 9 @direitoporpamella em seguida, o valor será dividido proporcionalmente para cada um. Judicial: quando nem todos querem o fim do condomínio. Assim, nesse caso, após dar entrada no processo, o juiz mandará citar as outras partes interessadas a fim de que completem a relação processual. ➢ Ação Divisória: é o instrumento processual fundado no direito material do condômino de exigir a individualização de seu imóvel, em virtude da característica de exclusividade do seu direito de propriedade Com relação a própria coisa, objeto do condomínio, poderá ser: • Coisa divisível, ou seja, coisa física como um terreno, por exemplo. • Coisa indivisível, como um carro. • Divisão inconveniente, sendo aquilo que é pequeno ou pouco e a sua divisão tornaria a coisa inútil, como por exemplo um terreno que já é pequeno, mas se dividi-lo ele ficará ainda menos, sendo inconveniente a sua divisão. Condomínio Edilício Um condomínio edilício é um espaço que une ambientes privados e ambientes de uso conjunto. Ou seja, cada proprietário é dono da sua parte individual, mas também é dono de uma fração das áreas em comum. Existem os condomínios edilícios e os condomínios gerais. Em uma situação de condomínio geral – também conhecido como “comum” –, todos os proprietários são donos de tudo, sem diferenciação ou exclusividade. Nesse caso, não existe nenhum tipo de marcação do que pertence à pessoa A ou à pessoa B. O exemplo mais comum de condomínio edilício é um edifício residencial que seja condomínio edilício, cada condômino é proprietário exclusivo de seu apartamento e também tem direito a acessar a portaria, elevadores, salão de festas, piscina – as áreas em comum. Se uma área residencial utilizasse a legislação de um condomínio geral, todos os apartamentos e todas as partes em comum pertenceriam a todos os condôminos. Natureza Jurídica O condomínio edilício não é pessoa jurídica pois é um ente despersonalizado, como por exemplo a massa falida. Objeto O objeto do condomínio edilício é o imóvel como: prédios, casas, salas comerciais, loteamentos e qualquer lugar que seja habitável por várias Em último caso, o juiz poderá levar o condomínio a um leilão judicial, chamado de hasta pública, no qual o imóvel poderá ser arrematado por qualquer pessoa. Portaria, piscina, jardins e salões de festa são considerados áreas em comum, assim como a rede elétrica, de esgoto, de refrigeração e telhado. Abre-se uma sociedade de condomínio. https://condominio.townsq.com.br/salao-de-festas-residencial https://condominio.townsq.com.br/salao-de-festas-residencial https://blog.townsq.com.br/10-erros-da-portaria-que-afetam-seguranca-do-condominio/ https://blog.townsq.com.br/manutencao-do-condominio-piscina/ https://blog.townsq.com.br/salao-de-festas-residencial-2/ https://blog.townsq.com.br/salao-de-festas-residencial-2/ 10 @direitoporpamella pessoas ao mesmo tempo, existindo partes privadas e comuns. Características 1- Unidades Autônomas: são aquelas áreas que são divididas para cada uma das pessoas e que são privativas das mesmas. 2- Áreas Comuns: são todas as áreas em que todas as pessoas que compõe o condomínio podem acessar, como por exemplo: as entradas, elevadores, piscina e entre outros. Não é dividido para cada um doscondôminos, mas cada um possui sua fração ideal. Atos de Constituição São essas as etapas para realizar um condomínio: Ato Institutivo Os atos institutivos estão presentes no artigo 1.332 do CC: (antes da sua formação) É importante que as unidades autônomas sejam individualizadas e que exista as frações ideais das áreas privadas e comuns antes do condomínio ser formado (registrado). Convenção de Condomínio (depois da sua formação) A convenção de condomínio é justamente o conjunto de regras que todos os moradores devem seguir para que o funcionamento do condomínio, é preciso que seja regulamentado, garantindo direitos e deveres de todos os moradores, e frequentadores do condomínio. Essas regras fazem com que seja possível controlar o barulho nos espaços individuais e comuns, bem como a permissão para a criação de animais em condomínios, por exemplo. O artigo 1.334 do CC trata sobre essa convenção: Art. 1.332. Institui-se o condomínio edilício por ato entre vivos ou testamento, registrado no Cartório de Registro de Imóveis, devendo constar daquele ato, além do disposto em lei especial: I - a discriminação e individualização das unidades de propriedade exclusiva, estremadas uma das outras e das partes comuns; II - a determinação da fração ideal atribuída a cada unidade, relativamente ao terreno e partes comuns; III - o fim a que as unidades se destinam. Essa convenção será aprovada ou modificada por pelo menos 2/3 das frações ideais e precisa ser registrada no Registro do Imóvel que valerá também para terceiros. Art. 1.334. Além das cláusulas referidas no art. 1.332 e das que os interessados houverem por bem estipular, a convenção determinará: I - a quota proporcional e o modo de pagamento das contribuições dos condôminos para atender às despesas ordinárias e extraordinárias do condomínio; II - sua forma de administração; III - a competência das assembléias, forma de sua convocação e quorum exigido para as deliberações; https://direcional.com.br/blog/condominio/vizinho-barulhento/ https://direcional.com.br/blog/condominio/circulacao-de-animais-em-condominio/ 11 @direitoporpamella Além disso, a convenção também estipulará cotas que instituirá o valor das despesas gastas pelo condomínio. Regulamento Interno Em síntese, o regimento interno do condomínio é o documento que reúne as normas básicas de convivência dentro do empreendimento. Como uma espécie de cartilha, o arquivo orienta os moradores sobre como agir e se relacionar nos espaços compartilhados. Direitos e Deveres dos condôminos Os direitos dos condôminos estão presentes no artigo 1.335 do CC: Já os deveres dos condôminos estão presentes no artigo 1.336 do CC: • Os condôminos precisarão arcar com as despesas ordinárias e extraordinárias. • Não podem mudar por conta próprias as áreas comuns e nem usar dando destinação diferente do previsto. Sanções O condômino ou possuidor que, por seu reiterado comportamento anti-social, gerar incompatibilidade de convivência com os demais condôminos ou possuidores, poderá ser constrangido a pagar multa correspondente ao décuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, até ulterior deliberação da assembleia. O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito. O condômino, que não cumprir qualquer dos deveres estabelecidos IV - as sanções a que estão sujeitos os condôminos, ou possuidores; V - o regimento interno. § 1 o A convenção poderá ser feita por escritura pública ou por instrumento particular. § 2 o São equiparados aos proprietários, para os fins deste artigo, salvo disposição em contrário, os promitentes compradores e os cessionários de direitos relativos às unidades autônomas. Art. 1.335. São direitos do condômino: I - usar, fruir e livremente dispor das suas unidades; II - usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não exclua a utilização dos demais compossuidores; III - votar nas deliberações da assembléia e delas participar, estando quite. Art. 1.336. São deveres do condômino: I - contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas frações ideais, salvo disposição em contrário na convenção; II - não realizar obras que comprometam a segurança da edificação; III - não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas; IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes. 12 @direitoporpamella nos itens II a IV, pagará a multa prevista no ato constitutivo ou na convenção, não podendo ela ser superior a cinco vezes o valor de suas contribuições mensais. O condômino, ou possuidor, que não cumpre reiteradamente com os seus deveres perante o condomínio poderá, por deliberação de três quartos dos condôminos restantes, ser constrangido a pagar multa correspondente até ao quíntuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, conforme a gravidade das faltas e a reiteração, independentemente das perdas e danos que se apurem. Vagas de garagem A vaga de garagem pode ser área comum ou autônoma, podendo ser alugada pelo condômino, segundo o artigo 1.338 do CC: Além disso, a vaga também poderá ser vendida segundo o artigo 1.339, parágrafo 2° do CC: Se a vaga tiver uma matrícula própria poderá ser vendida, mas se for um acessório não poderá, pois não se pode separar. Terraço de Cobertura Ao proprietário do terraço de cobertura incumbem as despesas da sua conservação, de modo que não haja danos às unidades imobiliárias inferiores. Poderá ser área comum segundo o artigo 1.331 do CC: Poderá ser unidade autônoma segundo o artigo 1.344 do CC: Lembrando que quem está no último andar e tem um terraço maior terá que pagar com uma taxa maior. Despesas de Condomínio As despesas relativas a partes comuns de uso exclusivo de um condômino, ou de alguns deles, incumbem a quem delas se serve. Área Comum As despesas de condomínio das áreas comuns estão disciplinadas no artigo 1.340 do CC: Art. 1.338. Resolvendo o condômino alugar área no abrigo para veículos, preferir-se-á, em condições iguais, qualquer dos condôminos a estranhos, e, entre todos, os possuidores. Art. 1.339. § 2 o É permitido ao condômino alienar parte acessória de sua unidade imobiliária a outro condômino, só podendo fazê-lo a terceiro se essa faculdade constar do ato constitutivo do condomínio, e se a ela não se opuser a respectiva assembléia geral. Art. 1.331. § 5 o O terraço de cobertura é parte comum, salvo disposição contrária da escritura de constituição do condomínio. Art. 1.344. Ao proprietário do terraço de cobertura incumbem as despesas da sua conservação, de modo que não haja danos às unidades imobiliárias inferiores. Art. 1.340. As despesas relativas a partes comuns de uso exclusivo de um condômino, ou de alguns deles, incumbem a quem delas se serve. 13 @direitoporpamella Obras A obras estão disciplinas no artigo 1.341 do CC: Obras Necessárias: As obras ou reparações necessárias podem ser realizadas, independentemente de autorização, pelo síndico, ou, em caso de omissão ou impedimento deste, por qualquer condômino. Obras não urgentes: Não sendo urgentes, as obras ou reparos necessários, que importarem em despesas excessivas, somente poderão ser efetuadas após autorização da assembleia, especialmente convocada pelo síndico, ou, em caso de omissão ou impedimento deste, porqualquer dos condôminos. Sendo assim, para melhor fixação veremos como se dará os votos para cada tipo de obra: Voluptuárias Precisa do voto de pelo menos 2/3 da assembleia. Úteis Maioria dos presentes Necessárias São inevitáveis, não precisando de votação pois é urgente, mas precisa prestar contas depois. Obras com acréscimo de área comum: são aquelas que ampliam ou melhoram as áreas comuns, disciplinada no artigo 1.342 do CC: Construção de outro pavimento: A construção de outro pavimento, ou, no solo comum, de outro edifício, destinado a conter novas unidades imobiliárias, depende da aprovação da unanimidade dos condôminos. Adquirente de Unidade O adquirente de uma nova unidade é responsável por todas as dívidas que o condomínio possuir, segundo o artigo 1.345 do CC: Art. 1.341. A realização de obras no condomínio depende: I - se voluptuárias, de voto de dois terços dos condôminos; II - se úteis, de voto da maioria dos condôminos. Se as obras ou reparos necessários forem urgentes e importarem em despesas excessivas, determinada sua realização, o síndico ou o condômino que tomou a iniciativa delas dará ciência à assembleia, que deverá ser convocada imediatamente. Art. 1.342. A realização de obras, em partes comuns, em acréscimo às já existentes, a fim de lhes facilitar ou aumentar a utilização, depende da aprovação de dois terços dos votos dos condôminos, não sendo permitidas construções, nas partes comuns, suscetíveis de prejudicar a utilização, por qualquer dos condôminos, das partes próprias, ou comuns. Fazer mais andares ou levantar outro prédio. Art. 1.345. O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios. 14 @direitoporpamella Inadimplemento Havendo inadimplemento, o valor será acrescido de correção monetária, multa, juros de mora e, se houver medida judicial, honorários de advogado. Com relação à correção monetária, o acréscimo visa apenas à atualização do valor e deve incidir a partir do vencimento da obrigação. Em caso de persistência, o condômino pode perder o imóvel ou pode cortar permissão para acessar algumas áreas de lazer. Seguro É obrigatório o seguro de toda a edificação contra o risco de incêndio ou destruição, total ou parcial, segundo o artigo 1.346 do CC: Administração do Condomínio A assembleia escolherá um síndico, que poderá não ser condômino, para administrar o condomínio, por prazo não superior a dois anos, o qual poderá renovar-se. Além disso, o síndico pode transferir a outrem, total ou parcialmente, os poderes de representação ou as funções administrativas, mediante aprovação da assembleia, salvo disposição em contrário da convenção. Atos do Síndico Os atos do síndico estão previstos no artigo 1.348 do CC: Assembleia Assembleia Anual: Convocará o síndico, anualmente, reunião da assembleia dos condôminos, na forma A multa está limitada a 2% (dois por cento). A Convenção de Condomínio pode apenas estabelecer percentual menor. Epa! Vimos que você copiou o texto. Sem problemas, desde que cite o link: https://www.migalhas.com.br/coluna/civiliz alhas/139452/o-inadimplemento-no- condominio-edilicio-e-suas-consequencias Art. 1.346. É obrigatório o seguro de toda a edificação contra o risco de incêndio ou destruição, total ou parcial. Deverá ser convocada uma reunião e escolher um síndico pela maioria dos presentes e para a sua destituição precisará da maioria absoluta dos votos. Art. 1.348. Compete ao síndico: I - convocar a assembléia dos condôminos; II - representar, ativa e passivamente, o condomínio, praticando, em juízo ou fora dele, os atos necessários à defesa dos interesses comuns; III - dar imediato conhecimento à assembléia da existência de procedimento judicial ou administrativo, de interesse do condomínio; IV - cumprir e fazer cumprir a convenção, o regimento interno e as determinações da assembléia; V - diligenciar a conservação e a guarda das partes comuns e zelar pela prestação dos serviços que interessem aos possuidores; VI - elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada ano; VII - cobrar dos condôminos as suas contribuições, bem como impor e cobrar as multas devidas; VIII - prestar contas à assembléia, anualmente e quando exigidas; IX - realizar o seguro da edificação. 15 @direitoporpamella prevista na convenção, a fim de aprovar o orçamento das despesas, as contribuições dos condôminos e a prestação de contas, e eventualmente eligir-lhe o substituto e alterar o regimento interno, segundo o artigo 1.350 do CC: Assembleia Ordinária: o síndico pode marcar sempre que achar necessário. Assembleia Extraordinária: poderão ser convocadas pelo síndico ou por um quarto dos condôminos, presente no artigo 1.355 do CC: Extinção do Condomínio Os motivos para a extinção do condomínio acontecer estão prevista nos artigos 1.357 e 1358, mas em resumo são os principais motivos: • Alienação do edifício; • De aquisição de todas as unidades por uma única pessoa natural ou jurídica; • De sua destruição, de ameaça de ruína; • De desapropriação do imóvel (caberá indenização); • Destinação para uma finalidade diversa da estabelecida no seu ato constitutivo, e que não mais comporta a manutenção da propriedade em comum; • Por mera decisão dos condóminos. Art. 1.350. Convocará o síndico, anualmente, reunião da assembléia dos condôminos, na forma prevista na convenção, a fim de aprovar o orçamento das despesas, as contribuições dos condôminos e a prestação de contas, e eventualmente eleger-lhe o substituto e alterar o regimento interno. § 1 o Se o síndico não convocar a assembléia, um quarto dos condôminos poderá fazê-lo. § 2 o Se a assembléia não se reunir, o juiz decidirá, a requerimento de qualquer condômino. Art. 1.355. Assembléias extraordinárias poderão ser convocadas pelo síndico ou por um quarto dos condôminos. 16 @direitoporpamella https://blogmarianagoncalves.jusbrasil.com.br/artigos/748326256/arvores-limitrofes- o-que-preciso-sabe https://caelnit.jusbrasil.com.br/artigos/843580726/da-passagem-de-cabos-e- tubulacoes-direito-de-vizinhanca https://www.bezerragoncalves.adv.br/diferenca-entre-passagem-forcada-e-servidao- de- passagem/#:~:text=A%20passagem%20for%C3%A7ada%20%C3%A9%20direito,a cesso%2C%20mediante%20pagamento%20de%20indeniza%C3%A7%C3%A3o. https://www.direitonet.com.br/resumos/exibir/55/Direitos-de-vizinhanca https://www.girodoboi.com.br/videos/servidao-da-passagem-de-agua-na-fazenda- vizinha-o-que-preciso-saber/ https://noticias.cers.com.br/noticia/das-aguas-no-direito-de- vizinhanca/#:~:text=do%20CC%20prescreve%20que%20%E2%80%9CO,ou%20po ssuidor%20do%20pr%C3%A9dio%20superior%E2%80%9D. https://caelnit.jusbrasil.com.br/artigos/829299168/limites-entre-predios-e-do-direito- de-tapagem-direito-de-vizinhanca https://www.piratini.adv.br/diferenca-muro-divisorio-e-parece-divisoria/ https://www.direitonet.com.br/resumos/exibir/55/Direitos-de-vizinhanca https://isadoradavid.jusbrasil.com.br/artigos/529714819/condominio-geral-e- edilicio#:~:text=11%2D%20Os%20cond%C3%B4minos%20em%20conjunto,e%20t %C3%A3o%20pouco%20a%20solidariedade. http://www.normaslegais.com.br/guia/condominio- edilicio.htm#:~:text=O%20cond%C3%B4mino%20ou%20possuidor%20que,condom iniais%2C%20at%C3%A9%20ulterior%20delibera%C3%A7%C3%A3o%20da https://www.migalhas.com.br/coluna/civilizalhas/139452/o-inadimplemento-no- condominio-edilicio-e-suas-consequencias https://sindicolegal.com/extincao-do-condominio- edilicio/#:~:text=O%20condom%C3%ADnio%20pode%20ser%20extinto,que%20n% C3%A3o%20mais%20comporta%20a
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