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1 @direitoporpamella Posse Direito das Coisas vem a ser um conjunto de normas que regem as relações jurídicas das pessoas, que visa regulamentar as relações entre os homens e as coisas, traçando normas para aquisição, exercício, conservação e perda de poder dos homens sobre as coisas. As coisas precisam ser corpóreas e incorpóreas e ter valor econômico. DIREITO REAL E DIREITO PESSOAL A principal diferença entre o direito real e o direito pessoal é que no direito pessoal as questões envolvem pessoas e suas obrigações de fazer, deixar de fazer ou dar, existindo uma relação bilateral entre duas partes, já os direitos reais vão tratar de relações entre pessoas e bens. ➢ O direito real vai regular o poder dos homens sobre os bens. Classificação Os direitos reais podem ser classificados como: 1- Sobre coisa própria: a propriedade. 2- Sobre coisa alheia: são de dois grupos, gozo e fruição, e direitos reais de garantia. Gozo ou fruição: o titular do direito real sobre coisa alheia tem a prerrogativa de explorar. Garantia: o titular do direito real tem a prerrogativa de perseguir o bem para com ele satisfazer o seu crédito, seja vendendo ou explorando economicamente. Em linhas gerais, a posse é a exteriorização da propriedade, ou seja, o possuidor possui a posse do bem, para cuidar e preservar este, como se proprietário fosse. Sentido Impróprio Diferente do que parece, a posse não é sinônimo da propriedade. Vejamos a diferença no quadro abaixo: Posse A propriedade é o direito real de usar, fruir, dispor e reivindicar a coisa sobre a qual recai, respeitando sua função social. • A pessoa tem o bem pelo fato. Propriedade A posse é o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. • A pessoa tem o bem pelo direito de ser proprietário. DIREITO CIVIL – PARTE ESPECIAL 2 @direitoporpamella Sentido próprio O sentido próprio da posse está presente no artigo 1.196: Teorias sobre a Posse Existe diversas teorias sobre a posse, dentre elas as mais relevantes são: Savigny Teoria Subjetiva: esta teoria foi proposta por Savigny, sendo que, segundo o criador da teoria, para ser possuidor deveria ter “corpus”, que seria a retenção física da coisa, ou seja, tem que estar com a coisa, e “animus”, que seria a vontade de ter para si. Em sua teoria, caso a pessoa tivesse apenas “corpus”, esta seria detentora e não possuidora. Ihering Teoria Objetiva: esta teoria foi proposta por Ihering e se baseia na ideia de que a posse só tem um elemento: “corpus”, que na teoria de Ihering tem outro significado, seria o comportamento em razão do valor econômico do bem e dentro dele já teria o “animus”, que seria o comportamento do proprietário. Poderes da propriedade Os poderes da propriedade estão presentes no artigo 1.228 do CC: Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Em síntese, para Savigny é necessários dois elementos para configurar a posse: corpus (poder físico) e animus (vontade de ser dono). Em síntese, para Ihering, são necessários dois elementos para configurar a posse: corpus (dispor da coisa conforme a sua utilidade) e animus (a intenção de possuir). A posse é a relação de fato de pessoa e coisa para o fim da utilização econômica de um bem. Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. § 1 o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. § 2 o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem. § 3 o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente. § 4 o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e servi- 3 @direitoporpamella Em síntese, os poderes da propriedade são: colher os frutos, dispor, reaver, usar e entre outros. Detenção A detenção é simples relação de fato entre pessoa e coisa que não produz consequências jurídicas. O exemplo mais comum de um agente que possui detenção da coisa é o caseiro. O artigo 1.198 trata sobre detenção: ➢ O agente exerce a posse em nome de terceiro. ➢ No caso dos detentores, não existe respaldo jurídico. Diferença entre Obrigações e Direitos Reais Obrigações Reais Quanto ao sujeito Possui sujeito passivo e ativo. Possui somente sujeito ativo. Quanto ao objeto Objeto é a obrigação de fazer, dar ou deixar de fazer. Objeto é necessariamente físico e corpóreo. Quanto ao limite Existe contratos previstos em lei, mas os contratos podem ser criados no cotidiano. Os direitos reais são limitados aos da lei. Quanto à sequela Nas obrigações não possui sequela, pois não poderá ir atrás do bem. O titular do bem pode perseguir o bem e ir buscá-lo com qualquer pessoa que esteja com o bem. Quanto à preferência O credor de um contrato de obrigação não possui preferência no concurso de credores. O credor com garantia real é privilegiado no concurso de credores (ex: penhor ou hipoteca). ços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante. § 5 o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores. É importante ressaltar que a Ação Reivindicatória, por exemplo, é uma ação que pode ser interposta exclusivamente pelo proprietário de determinado bem. Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário. 4 @direitoporpamella Quanto à usucapião Um objeto de um contrato obrigacional não pode ser adquirido por usucapião (ex: locação). Somente os direitos reais podem ser adquiridos por usucapião. Classificação Direta e Indireta Posse Direta: É a posse daquele indivíduo que ocupa imediatamente um bem. Como por exemplo na locação que o locatário é o possuidor direto. Posse indireta: É o real proprietário do bem, mas por algum motivo não está em contato físico e direto com a mesma. Justa e Injusta Posse Justa: é a que nasceu livre de vícios, tais como a violência, clandestinidade ou precariedade. Posse Injusta: a que nasceu com vício, mas não apresenta mais esse defeito. A posse injusta poderá ser: violenta (mediante ameaça ou violência física), clandestina (o dono não sabe) e precária (quando o agente se nega a restituir o bem). ➢ Atos violentos e clandestinos (pode cessar); ➢ Atos de mera permissão/ tolerância/ posse precária (não convalescem). A tolerância não equivale a posse e não será protegida (ex: quando o agente tolera que outra pessoa passe pelo quintal do terreno). Boa-fé e Má-fé A posse pode ser adquirida de boa-fé oude má-fé. Mansa e Pacífica A posse mansa ou pacífica é quando não houve contestação à posse. Ou seja, não se pode usucapir terreno ou imóvel que no qual o proprietário ou qualquer interessado conteste publicamente a posse. Posse nova ou velha As posses podem ser classificadas pelo seu tempo ou eficácia, sendo assim: Posse Nova: é aquela posse que os atos possessórios são praticados a menos de 1 ano e 1 dias. Posse Velha: é aquela posse que os atos possessórios são praticados em 1 anos e 1 dias ou posteriormente. Princípio da continuidade do caráter da posse No caso da posse injusta por violência ou clandestinidade, poderá se convalidar, ou seja, ela deixa de ser injusta. É importante ressaltar que mesmo que a aquisição deixe de ser injusta, a aquisição nunca será de boa-fé (art. 1.208). 5 @direitoporpamella A posse sempre permanecerá com o mesmo caráter que começou, como diz no artigo 1.203 do CC: Ou seja, se a posse começou de má-fé (vícios), ela nunca se tornará de boa-fé. Aquisição da Posse Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer um dos poderes inerentes à propriedade. O momento da posse está disciplinado no artigo 1.204 do CC: Quem pode adquirir a posse A posse pode ser adquirida pela própria pessoa ou um terceiro ou ainda por um terceiro sem mandato dependendo de ratificação, como diz no artigo 1.205 do CC: Modos Aquisitivos da Posse Os modos aquisitivos da posse estão divididos em aquisição originária, derivada e acessão: Aquisição Originária A aquisição originária da posse realiza- se independentemente de translatividade, sendo, portanto, em regra, unilateral, visto que independe da anuência do antigo possuidor, ou seja, efetiva-se unicamente por vontade do adquirente sem que haja colaboração de outrem. A aquisição originária ainda é dividida em: Apreensão: que é a apropriação do bem pela qual o possuidor passa a ter condições de dispor dele livremente, excluindo a ação de terceiros e exteriorizando, assim, seu domínio; Exercício do direito: objetivado na sua utilização econômica, consiste na manifestação externa do direito que pode ser objeto da relação possessória (servidão, uso); EX: pular o muro para passar. Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida. Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. Art. 1.205. A posse pode ser adquirida: I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante; II - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação. Ocorre com a anuência do possuidor anterior (unilateral). É quando a coisa não tem dono ou é feita sem a permissão do proprietário. A servidão é um direito de gozo sobre imóveis que, em virtude de lei ou vontade das partes, se impõem sobre o prédio serviente em benefício do dominante, visando proporcionar valorização deste, bem como torná-lo mais útil. 6 @direitoporpamella Aquisição Derivada A aquisição derivada da posse requer a existência de uma posse anterior, que é transmitida ao adquirente, em virtude de um título jurídico, com a anuência do possuidor primitivo, sendo, portando, bilateral; assim, pode-se adquirir a posse por qualquer um dos modos aquisitivos de direitos, ou seja, por atos jurídicos gratuitos ou onerosos, inter vivos ou causa mortis. A aquisição derivada é dividida em: Tradição: é a entrega ou transferência da coisa, sendo que, para tanto, não há necessidade de uma expressa declaração de vontade; basta que haja a intenção do tradens (o que opera a tradição) e do accipiens (o que recebe a coisa) e efetivar tal transmissão Constitutivo Possessório: ocorre quando o possuidor de um bem (imóvel, móvel ou semovente) que o possui em nome próprio passa a possuí-lo em nome alheio; é uma modalidade de transferência convencional da posse, onde há conversão da posse mediata em direta ou desdobramento da posse, sem que nenhum ato exterior ateste qualquer mudança na relação entre a pessoa e a coisa. Acessão A posse pode ser continuada pela soma do tempo do atual possuidor com o de seus antecessores; essa conjunção de posse abrange a sucessão (ocorre quando o objeto da transferência é uma universalidade, como um patrimônio, ou parte alíquota de uma universalidade) e a união (se dá na hipótese da sucessão singular, ou melhor, quando o objeto adquirido constitui coisa certa ou determinada). Transferência da Posse A transferência da posse pode somente ser realizada por ato entre vivos e será apenas da posse e não da propriedade. Posse de Imóvel Em caso de posse de imóvel, presume- se que todos os móveis dentro do imóvel também será objeto de posse pelo possuidor, segundo o artigo 1.209 do CC: É quando ocorre a anuência do possuidor anterior. Ela poderá ser efetiva (entrega física) ou simbólica (entrega de algo que simboliza o bem, como por exemplo uma chave). É uma tradição aceita feita por outro título, mas a pessoa não fica fisicamente com a coisa. • Também é um meio de perda. Se o possuidor morre, o herdeiro vai herdar a posse do mesmo caráter que o possuidor anterior tinha (sendo com vícios ou não). • A usucapião vai somar o tempo do possuidor anterior e do herdeiro, por exemplo. Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem. 7 @direitoporpamella Perda da Posse Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido, segundo o artigo 1.223 e 1.224 do CC: Modos de Perda Os modelos de perda da posse são: Abandono: quando o possuidor não quer mais o bem e deixa de cuidá-lo, como por exemplo, no caso do imóvel o possuidor deia de pagar os tributos necessários; Tradição: entrega do bem para um terceiro; Perda/ Destruição: quando ocorre a perda física do bem implicará em perda da posse. Posse de outrem: uma terceira pessoa que encontrou o bem perdido; Constituto Possessório Constituto Possessório é o ato de alterar a titularidade de um bem, enquanto o antigo possuidor se mantém na posse. Ou seja, é o ato de transferir a posse de um bem de uma pessoa A para uma pessoa B. No entanto, a pessoa A não deixa de usufruir da posse daquele bem. Efeitos da Posse São os principais efeitos da posse: • Possibilidade da proteção possessória - faculdade de invocar os interditos (ações possessórias); • Indenização de benfeitorias; • Usucapião; • Responsabilidade por perda ou deterioração; • Direitos aos frutos. Direitos aos Frutos Boa-fé: os frutos percebidos (que já foram colhidos), em caso de alguém entrar com uma ação reintegração, o agente que exercia a posse anteriormente poderá ficar com os frutos percebidos. Nesse caso, será necessário restituir frutos necessários e úteis. Má-fé: o agente terá que restituir os frutos percebidos também e não ficará com nada. O possuidor de má-fé tem direito às despesas da produção e custeio, segundo o artigo 1.216 do CC: Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196. Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido. 8 @direitoporpamella Indenização por Benfeitorias Boa-fé: a indenizaçãoserá como diz no artigo 1.219 do CC: O possuidor de boa-fé tem direito a retenção em caso de falta de indenização. Má-fé: a indenização com má-fé será como diz no artigo 1.220 do CC: Valor da Indenização O possuidor quando for indenizar as benfeitorias do antigo possuidor de má- fé, terá o direito de optar pelo valor de mercado ou o valor atual, segundo o artigo 1.222 do CC: Responsabilidade por perdas ou deterioração A responsabilidade de indenizar dependerá que a perda ou a deterioração se deu de boa-fé ou má- fé. O possuidor de boa-fé responderá quando existir culpa, já o de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante, como diz nos artigos 1.217 e 1.218 do CC: Compensação As benfeitorias compensam os danos, como diz o artigo 1.221 do CC: Defesas da posse As defesas da posse são divididas em defesas privadas e defesas judiciais, veremos cada uma delas e suas divisões: Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio. Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar-se as voluptuárias. Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual. Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem. 9 @direitoporpamella Defesa Privada A defesa privada da posse também é conhecida como legítima defesa da posse que está presente no artigo 1.210 §1: Turbação: A turbação é todo ato que impede o titular da posse de exercer este direito de forma livre, sendo uma defesa para que o agente se mantenha na posse. Esbulho: Ocorre quando o seu direito de exercício da posse é totalmente impedido, ou seja, houve uma ocupação ou tomada do bem. Assim, trata-se do cometimento de atos efetivos de uma ocupação injusta, que pode ser parcial ou total. O agente quer restituir a posse que ele já perdeu. Turbação Se manter na posse. Esbulho Restituir a posse. Pontos importantes sobre a legítima defesa da posse: • A legítima defesa não precisa necessariamente ser imediata, pois muitas vezes não é possível reagir no mesmo momento, mas é importante que seja exercida o mais rápido possível. • É importante ressaltar que essa legítima defesa precisa ser proporcional, ou seja, não pode existir excessos. • O agente não precisa necessariamente agir sozinho, mas sempre dentro da proporcionalidade. Se alguém lesou a sua posse em grupo, você poderá reagir em grupo. • O detentor (aquele que é cuidador) poderá reagir em nome do possuído. Defesa Judicial O agente poderá escolher entre a defesa judicial ou a defesa privada, muitas vezes a defesa privada não é suficiente para resolver o problema e o agente deve optar pela defesa judicial. Ações Típicas As ações típicas da posse são: Reintegração de posse: ela é feita em caso de esbulho, sendo o caso mais grave entre as três situações por se tratar da perda da posse. A reintegração de posse, também chamada de ação de esbulho possessório, é um tipo de ação judicial especial que visa devolver a posse de um bem para alguém, visto que essa pessoa perdeu, por algum motivo, a posse completa do bem em questão. É possível entrar com a ação contra terceiro, podendo entrar contra quem Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. § 1 o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. As ações possessórias não discutem propriedade e sim somente posse. 10 @direitoporpamella está com o imóvel, segundo o artigo 1.212 do CC: Manutenção da posse: ela é feita em caso de turbação, a ação de manutenção de posse tem como objetivo proteger a sua posse de alguma perturbação ou algo que venha a atrapalhar a continuação dela. Ou seja, seu objetivo é proteger a posse da turbação. Interdito Proibitório: ela é feita em caso de ameaça, trata-se de um mecanismo processual de defesa da posse, sendo uma ação de preceito cominatório utilizada para impedir agressões iminentes que ameaçam a posse de alguém. Para melhor fixação, veremos o quadro conclusivo a seguir: Reinstituição de Posse Esbulho: perda de posse. Manutenção de Posse Turbação: manter a posse. Interdito Proibitório Ameaça: ameaçar fazer a turbação ou o esbulho. Fungibilidade das Ações Possessórias Se aplica a fungibilidade em relação às ações possessórias, pois pode ocorrer que no momento da distribuição da ação tenha havido uma situação fática jurídica e logo após outra que tornaria ineficaz a medida apresentada. O princípio está previsto no artigo 554 do CPC: Cumulação dos pedidos das Ações O art. 555 do CPC elenca os pedidos provisórios cabíveis nas ações possessórias. Considerando que as ações possessórias de força nova seguem o rito comum após a fase inicial em que se defere ou não a liminar possessória e que as ações de força velha adotam o rito comum desde o início, ou em se tratando de litígio coletivo após a audiência de mediação, temos que outros pedidos de natureza provisória podem ser cumulados com a liminar possessória. Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era. Isso acontece justamente porque, como vimos anteriormente, uma situação pode evoluir de ameaça para turbação e de turbação para esbulho. Levando em consideração que casa situação em específico tem uma ação própria, caso a situação evolua, com o princípio da fungibilidade, pode-se mudar a ação pelo princípio da fungibilidade. Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: I - condenação em perdas e danos; II - indenização dos frutos. 11 @direitoporpamella Natureza Dúplice da Ação Possessória É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor, segundo o artigo 556 do CPC: Alegação de Propriedade Juízo Possessório: Não pode discutir propriedade em uma ação possessória. Segundo o artigo 1.210 do CC, parágrafo2°: Juízo Petitório: é aquele destinado à tutela de eventual “direito de posse fundado na propriedade (em algum título). O artigo 1.211 do CC diz que em caso de discussão em quem é o possuidor, ficará com quem está o bem, a não ser que tenha sido adquirido por vício. Natureza da Ação Possessória Como já exposto anteriormente, é uma ação pessoal. Ação Nova Segundo ao artigo 558 do CPC, as ações possessórias têm um prazo de 1 anos e 1 dias (contados da turbação e do esbulho) para serem consideradas como ação nova. As ações possessórias podem conter liminares com as regras previstas no artigo 562 do CPC: Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e adequada para: I - evitar nova turbação ou esbulho; II - cumprir-se a tutela provisória ou final. Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor. Art. 1.210. § 2 o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa. Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso. Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial. Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput , será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório. Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor 12 @direitoporpamella Ação Velha É considerada ação velha quando, contados da turbação ou do esbulho, já se passou mais de 1 anos e 1 dias. Nesse caso, o procedimento será comum, sem poder requerer liminar, como diz o parágrafo único do artigo 558 do CPC anteriormente mencionado. Outras Posses São outras ações que também possuem relação com a posse, mas não são típicas. São elas: • Embargo de Terceiros; • Ação de nunciação de obra; • Ação de danos infecto; • Ação de imissão de posse. Composse A composse é quando duas ou mais pessoas estão exercendo a posse sobre algum bem. Ambos os possuidores poderão se defender como só da turbação ou do esbulho, mas não poderá ir contra ao outro que também tem a posse, segundo o artigo 1.199 do CC: justifique previamente o alegado, citando- se o réu para comparecer à audiência que for designada. Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais. Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores. 13 @direitoporpamella https://rafagraner.jusbrasil.com.br/artigos/510452559/especies-de-direitos-reais- codigo-civil-de- 2002#:~:text=Direito%20real%20sobre%20coisa%20pr%C3%B3pria,de%20direitos %2C%20aos%20seus%20bens. https://aramayoadvogados.com.br/posse-e- propriedade/#:~:text=A%20propriedade%20%C3%A9%20o%20direito,dos%20pode res%20inerentes%20%C3%A0%20propriedade. https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/11425/A-posse-para-o-Direito-Civil- Brasileiro https://www.centraljuridica.com/doutrina/100/direito_civil/modos_aquisitivos_da_pos se.html#:~:text=Direito%20Civil%20%2D%20Direito%20das%20Coisas,constituto% 20possess%C3%B3rio%2C%20acess%C3%A3o%20e%20adquirentes. https://www.migalhas.com.br/depeso/307621/a-cumulacao-de-outros-pedidos- provisorios-nas-acoes-possessorias https://rafagraner.jusbrasil.com.br/artigos/510452559/especies-de-direitos-reais-codigo-civil-de-2002#:~:text=Direito%20real%20sobre%20coisa%20pr%C3%B3pria,de%20direitos%2C%20aos%20seus%20bens https://rafagraner.jusbrasil.com.br/artigos/510452559/especies-de-direitos-reais-codigo-civil-de-2002#:~:text=Direito%20real%20sobre%20coisa%20pr%C3%B3pria,de%20direitos%2C%20aos%20seus%20bens https://rafagraner.jusbrasil.com.br/artigos/510452559/especies-de-direitos-reais-codigo-civil-de-2002#:~:text=Direito%20real%20sobre%20coisa%20pr%C3%B3pria,de%20direitos%2C%20aos%20seus%20bens https://rafagraner.jusbrasil.com.br/artigos/510452559/especies-de-direitos-reais-codigo-civil-de-2002#:~:text=Direito%20real%20sobre%20coisa%20pr%C3%B3pria,de%20direitos%2C%20aos%20seus%20bens https://aramayoadvogados.com.br/posse-e-propriedade/#:~:text=A%20propriedade%20%C3%A9%20o%20direito,dos%20poderes%20inerentes%20%C3%A0%20propriedade https://aramayoadvogados.com.br/posse-e-propriedade/#:~:text=A%20propriedade%20%C3%A9%20o%20direito,dos%20poderes%20inerentes%20%C3%A0%20propriedade https://aramayoadvogados.com.br/posse-e-propriedade/#:~:text=A%20propriedade%20%C3%A9%20o%20direito,dos%20poderes%20inerentes%20%C3%A0%20propriedade https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/11425/A-posse-para-o-Direito-Civil-Brasileiro https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/11425/A-posse-para-o-Direito-Civil-Brasileiro https://www.centraljuridica.com/doutrina/100/direito_civil/modos_aquisitivos_da_posse.html#:~:text=Direito%20Civil%20%2D%20Direito%20das%20Coisas,constituto%20possess%C3%B3rio%2C%20acess%C3%A3o%20e%20adquirentes https://www.centraljuridica.com/doutrina/100/direito_civil/modos_aquisitivos_da_posse.html#:~:text=Direito%20Civil%20%2D%20Direito%20das%20Coisas,constituto%20possess%C3%B3rio%2C%20acess%C3%A3o%20e%20adquirentes https://www.centraljuridica.com/doutrina/100/direito_civil/modos_aquisitivos_da_posse.html#:~:text=Direito%20Civil%20%2D%20Direito%20das%20Coisas,constituto%20possess%C3%B3rio%2C%20acess%C3%A3o%20e%20adquirentes https://www.migalhas.com.br/depeso/307621/a-cumulacao-de-outros-pedidos-provisorios-nas-acoes-possessorias https://www.migalhas.com.br/depeso/307621/a-cumulacao-de-outros-pedidos-provisorios-nas-acoes-possessorias
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