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Posse - Direitos Reais - Direito Civil direitoporpamella

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1 
@direitoporpamella 
Posse 
Direito das Coisas vem a ser um 
conjunto de normas que regem as 
relações jurídicas das pessoas, que 
visa regulamentar as relações entre os 
homens e as coisas, traçando normas 
para aquisição, exercício, conservação 
e perda de poder dos homens sobre as 
coisas. As coisas precisam ser 
corpóreas e incorpóreas e ter valor 
econômico. 
DIREITO REAL E DIREITO 
PESSOAL 
A principal diferença entre o direito real 
e o direito pessoal é que no direito 
pessoal as questões envolvem pessoas 
e suas obrigações de fazer, deixar de 
fazer ou dar, existindo uma relação 
bilateral entre duas partes, já os direitos 
reais vão tratar de relações entre 
pessoas e bens. 
➢ O direito real vai regular o poder dos 
homens sobre os bens. 
Classificação 
Os direitos reais podem ser 
classificados como: 
1- Sobre coisa própria: a 
propriedade. 
2- Sobre coisa alheia: são de dois 
grupos, gozo e fruição, e direitos 
reais de garantia. 
Gozo ou fruição: o titular do direito real 
sobre coisa alheia tem a prerrogativa 
de explorar. 
Garantia: o titular do direito real tem a 
prerrogativa de perseguir o bem para 
com ele satisfazer o seu crédito, seja 
vendendo ou explorando 
economicamente. 
Em linhas gerais, a posse é a 
exteriorização da propriedade, ou seja, 
o possuidor possui a posse do bem, 
para cuidar e preservar este, como se 
proprietário fosse. 
Sentido Impróprio 
Diferente do que parece, a posse não é 
sinônimo da propriedade. Vejamos a 
diferença no quadro abaixo: 
Posse A propriedade é o 
direito real de usar, 
fruir, dispor e 
reivindicar a coisa 
sobre a qual recai, 
respeitando sua 
função social. 
• A pessoa tem o 
bem pelo fato. 
Propriedade A posse é o exercício, 
pleno ou não, de 
algum dos poderes 
inerentes à 
propriedade. 
• A pessoa tem o 
bem pelo direito de 
ser proprietário. 
 
DIREITO CIVIL – PARTE ESPECIAL 
2 
@direitoporpamella 
Sentido próprio 
O sentido próprio da posse está 
presente no artigo 1.196: 
 
Teorias sobre a Posse 
Existe diversas teorias sobre a posse, 
dentre elas as mais relevantes são: 
Savigny 
Teoria Subjetiva: esta teoria foi 
proposta por Savigny, sendo que, 
segundo o criador da teoria, para ser 
possuidor deveria ter “corpus”, que 
seria a retenção física da coisa, ou seja, 
tem que estar com a coisa, e “animus”, 
que seria a vontade de ter para si. Em 
sua teoria, caso a pessoa tivesse 
apenas “corpus”, esta seria detentora e 
não possuidora. 
 
Ihering 
Teoria Objetiva: esta teoria foi 
proposta por Ihering e se baseia na 
ideia de que a posse só tem um 
elemento: “corpus”, que na teoria de 
Ihering tem outro significado, seria o 
comportamento em razão do valor 
econômico do bem e dentro dele já teria 
o “animus”, que seria o comportamento 
do proprietário. 
 
Poderes da propriedade 
Os poderes da propriedade estão 
presentes no artigo 1.228 do CC: 
 
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo 
aquele que tem de fato o exercício, pleno 
ou não, de algum dos poderes inerentes à 
propriedade. 
Em síntese, para Savigny é necessários 
dois elementos para configurar a posse: 
corpus (poder físico) e animus (vontade de 
ser dono). 
Em síntese, para Ihering, são necessários 
dois elementos para configurar a posse: 
corpus (dispor da coisa conforme a sua 
utilidade) e animus (a intenção de possuir). 
A posse é a relação de fato de pessoa e 
coisa para o fim da utilização econômica de 
um bem. 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade 
de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito 
de reavê-la do poder de quem quer que 
injustamente a possua ou detenha. 
§ 1 o O direito de propriedade deve ser 
exercido em consonância com as suas 
finalidades econômicas e sociais e de 
modo que sejam preservados, de 
conformidade com o estabelecido em lei 
especial, a flora, a fauna, as belezas 
naturais, o equilíbrio ecológico e o 
patrimônio histórico e artístico, bem como 
evitada a poluição do ar e das águas. 
§ 2 o São defesos os atos que não trazem 
ao proprietário qualquer comodidade, ou 
utilidade, e sejam animados pela intenção 
de prejudicar outrem. 
§ 3 o O proprietário pode ser privado da 
coisa, nos casos de desapropriação, por 
necessidade ou utilidade pública ou 
interesse social, bem como no de 
requisição, em caso de perigo público 
iminente. 
§ 4 o O proprietário também pode ser 
privado da coisa se o imóvel reivindicado 
consistir em extensa área, na posse 
ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco 
anos, de considerável número de pessoas, 
e estas nela houverem realizado, em 
conjunto ou separadamente, obras e servi- 
3 
@direitoporpamella 
 
Em síntese, os poderes da propriedade 
são: colher os frutos, dispor, reaver, 
usar e entre outros. 
 
Detenção 
A detenção é simples relação de fato 
entre pessoa e coisa que não produz 
consequências jurídicas. 
O exemplo mais comum de um agente 
que possui detenção da coisa é o 
caseiro. 
O artigo 1.198 trata sobre detenção: 
 
➢ O agente exerce a posse em nome 
de terceiro. 
➢ No caso dos detentores, não existe 
respaldo jurídico. 
Diferença entre Obrigações e Direitos Reais 
 Obrigações Reais 
Quanto ao sujeito Possui sujeito passivo e 
ativo. 
Possui somente sujeito ativo. 
Quanto ao objeto Objeto é a obrigação de 
fazer, dar ou deixar de fazer. 
Objeto é necessariamente 
físico e corpóreo. 
Quanto ao limite Existe contratos previstos em 
lei, mas os contratos podem 
ser criados no cotidiano. 
Os direitos reais são limitados 
aos da lei. 
Quanto à sequela Nas obrigações não possui 
sequela, pois não poderá ir 
atrás do bem. 
O titular do bem pode 
perseguir o bem e ir buscá-lo 
com qualquer pessoa que 
esteja com o bem. 
Quanto à 
preferência 
O credor de um contrato de 
obrigação não possui 
preferência no concurso de 
credores. 
O credor com garantia real é 
privilegiado no concurso de 
credores (ex: penhor ou 
hipoteca). 
ços considerados pelo juiz de interesse 
social e econômico relevante. 
§ 5 o No caso do parágrafo antecedente, o 
juiz fixará a justa indenização devida ao 
proprietário; pago o preço, valerá a 
sentença como título para o registro do 
imóvel em nome dos possuidores. 
É importante ressaltar que a Ação 
Reivindicatória, por exemplo, é uma ação 
que pode ser interposta exclusivamente 
pelo proprietário de determinado bem. 
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele 
que, achando-se em relação de 
dependência para com outro, conserva a 
posse em nome deste e em cumprimento 
de ordens ou instruções suas. 
Parágrafo único. Aquele que começou a 
comportar-se do modo como prescreve 
este artigo, em relação ao bem e à outra 
pessoa, presume-se detentor, até que 
prove o contrário. 
 
4 
@direitoporpamella 
Quanto à 
usucapião 
Um objeto de um contrato 
obrigacional não pode ser 
adquirido por usucapião (ex: 
locação). 
Somente os direitos reais 
podem ser adquiridos por 
usucapião. 
Classificação 
Direta e Indireta 
Posse Direta: É a posse daquele 
indivíduo que ocupa imediatamente um 
bem. Como por exemplo na locação 
que o locatário é o possuidor direto. 
Posse indireta: É o real proprietário do 
bem, mas por algum motivo não está 
em contato físico e direto com a 
mesma. 
Justa e Injusta 
Posse Justa: é a que nasceu livre de 
vícios, tais como a violência, 
clandestinidade ou precariedade. 
Posse Injusta: a que nasceu com 
vício, mas não apresenta mais esse 
defeito. 
A posse injusta poderá ser: violenta 
(mediante ameaça ou violência física), 
clandestina (o dono não sabe) e 
precária (quando o agente se nega a 
restituir o bem). 
 
➢ Atos violentos e clandestinos (pode 
cessar); 
➢ Atos de mera permissão/ tolerância/ 
posse precária (não convalescem). 
A tolerância não equivale a posse e 
não será protegida (ex: quando o 
agente tolera que outra pessoa 
passe pelo quintal do terreno). 
Boa-fé e Má-fé 
A posse pode ser adquirida de boa-fé 
oude má-fé. 
Mansa e Pacífica 
A posse mansa ou pacífica é quando 
não houve contestação à posse. Ou 
seja, não se pode usucapir terreno ou 
imóvel que no qual o proprietário ou 
qualquer interessado conteste 
publicamente a posse. 
Posse nova ou velha 
As posses podem ser classificadas pelo 
seu tempo ou eficácia, sendo assim: 
Posse Nova: é aquela posse que os 
atos possessórios são praticados a 
menos de 1 ano e 1 dias. 
Posse Velha: é aquela posse que os 
atos possessórios são praticados em 1 
anos e 1 dias ou posteriormente. 
Princípio da continuidade 
do caráter da posse 
No caso da posse injusta por violência ou 
clandestinidade, poderá se convalidar, ou 
seja, ela deixa de ser injusta. 
É importante ressaltar que mesmo que a 
aquisição deixe de ser injusta, a aquisição 
nunca será de boa-fé (art. 1.208). 
 
5 
@direitoporpamella 
A posse sempre permanecerá com o 
mesmo caráter que começou, como diz 
no artigo 1.203 do CC: 
 
Ou seja, se a posse começou de má-fé 
(vícios), ela nunca se tornará de boa-fé. 
Aquisição da Posse 
Adquire-se a posse desde o momento 
em que se torna possível o exercício, 
em nome próprio, de qualquer um dos 
poderes inerentes à propriedade. 
O momento da posse está disciplinado 
no artigo 1.204 do CC: 
 
Quem pode adquirir a posse 
A posse pode ser adquirida pela própria 
pessoa ou um terceiro ou ainda por um 
terceiro sem mandato dependendo de 
ratificação, como diz no artigo 1.205 do 
CC: 
 
Modos Aquisitivos da Posse 
Os modos aquisitivos da posse estão 
divididos em aquisição originária, 
derivada e acessão: 
Aquisição Originária 
A aquisição originária da posse realiza-
se independentemente de 
translatividade, sendo, portanto, em 
regra, unilateral, visto que independe 
da anuência do antigo possuidor, ou 
seja, efetiva-se unicamente por 
vontade do adquirente sem que haja 
colaboração de outrem. 
 
A aquisição originária ainda é dividida 
em: 
Apreensão: que é a apropriação do 
bem pela qual o possuidor passa a ter 
condições de dispor dele livremente, 
excluindo a ação de terceiros e 
exteriorizando, assim, seu domínio; 
 
Exercício do direito: objetivado na sua 
utilização econômica, consiste na 
manifestação externa do direito que 
pode ser objeto da relação possessória 
(servidão, uso); 
EX: pular o muro para passar. 
 
Art. 1.203. Salvo prova em contrário, 
entende-se manter a posse o mesmo 
caráter com que foi adquirida. 
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o 
momento em que se torna possível o 
exercício, em nome próprio, de qualquer 
dos poderes inerentes à propriedade. 
Art. 1.205. A posse pode ser adquirida: 
I - pela própria pessoa que a pretende ou 
por seu representante; 
II - por terceiro sem mandato, dependendo 
de ratificação. 
 
Ocorre com a anuência do possuidor 
anterior (unilateral). 
É quando a coisa não tem dono ou é feita 
sem a permissão do proprietário. 
A servidão é um direito de gozo sobre 
imóveis que, em virtude de lei ou vontade 
das partes, se impõem sobre o prédio 
serviente em benefício do dominante, 
visando proporcionar valorização deste, 
bem como torná-lo mais útil. 
6 
@direitoporpamella 
Aquisição Derivada 
A aquisição derivada da posse requer a 
existência de uma posse anterior, que é 
transmitida ao adquirente, em virtude 
de um título jurídico, com a anuência do 
possuidor primitivo, sendo, portando, 
bilateral; assim, pode-se adquirir a 
posse por qualquer um dos modos 
aquisitivos de direitos, ou seja, por atos 
jurídicos gratuitos ou onerosos, inter 
vivos ou causa mortis. 
 
A aquisição derivada é dividida em: 
Tradição: é a entrega ou transferência 
da coisa, sendo que, para tanto, não há 
necessidade de uma expressa 
declaração de vontade; basta que haja 
a intenção do tradens (o que opera a 
tradição) e do accipiens (o que recebe 
a coisa) e efetivar tal transmissão 
 
Constitutivo Possessório: ocorre 
quando o possuidor de um bem 
(imóvel, móvel ou semovente) que o 
possui em nome próprio passa a 
possuí-lo em nome alheio; é uma 
modalidade de transferência 
convencional da posse, onde há 
conversão da posse mediata em direta 
ou desdobramento da posse, sem que 
nenhum ato exterior ateste qualquer 
mudança na relação entre a pessoa e a 
coisa. 
 
Acessão 
A posse pode ser continuada pela 
soma do tempo do atual possuidor com 
o de seus antecessores; essa 
conjunção de posse abrange a 
sucessão (ocorre quando o objeto da 
transferência é uma universalidade, 
como um patrimônio, ou parte alíquota 
de uma universalidade) e a união (se dá 
na hipótese da sucessão singular, ou 
melhor, quando o objeto adquirido 
constitui coisa certa ou determinada). 
 
Transferência da Posse 
A transferência da posse pode somente 
ser realizada por ato entre vivos e será 
apenas da posse e não da propriedade. 
Posse de Imóvel 
Em caso de posse de imóvel, presume-
se que todos os móveis dentro do 
imóvel também será objeto de posse 
pelo possuidor, segundo o artigo 1.209 
do CC: 
 
É quando ocorre a anuência do possuidor 
anterior. 
Ela poderá ser efetiva (entrega física) ou 
simbólica (entrega de algo que simboliza 
o bem, como por exemplo uma chave). 
É uma tradição aceita feita por outro título, 
mas a pessoa não fica fisicamente com a 
coisa. 
• Também é um meio de perda. 
Se o possuidor morre, o herdeiro vai herdar 
a posse do mesmo caráter que o possuidor 
anterior tinha (sendo com vícios ou não). 
• A usucapião vai somar o tempo do 
possuidor anterior e do herdeiro, por 
exemplo. 
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, 
até prova contrária, a das coisas móveis 
que nele estiverem. 
7 
@direitoporpamella 
Perda da Posse 
Perde-se a posse quando cessa, 
embora contra a vontade do possuidor, 
o poder sobre o bem. 
Só se considera perdida a posse para 
quem não presenciou o esbulho, 
quando, tendo notícia dele, se abstém 
de retornar a coisa, ou, tentando 
recuperá-la, é violentamente repelido, 
segundo o artigo 1.223 e 1.224 do CC: 
 
Modos de Perda 
Os modelos de perda da posse são: 
Abandono: quando o possuidor não 
quer mais o bem e deixa de cuidá-lo, 
como por exemplo, no caso do imóvel o 
possuidor deia de pagar os tributos 
necessários; 
Tradição: entrega do bem para um 
terceiro; 
Perda/ Destruição: quando ocorre a 
perda física do bem implicará em perda 
da posse. 
Posse de outrem: uma terceira pessoa 
que encontrou o bem perdido; 
Constituto Possessório 
Constituto Possessório é o ato de 
alterar a titularidade de um bem, 
enquanto o antigo possuidor se 
mantém na posse. Ou seja, é o ato de 
transferir a posse de um bem de uma 
pessoa A para uma pessoa B. No 
entanto, a pessoa A não deixa de 
usufruir da posse daquele bem. 
Efeitos da Posse 
São os principais efeitos da posse: 
• Possibilidade da proteção 
possessória - faculdade de invocar 
os interditos (ações possessórias); 
• Indenização de benfeitorias; 
• Usucapião; 
• Responsabilidade por perda ou 
deterioração; 
• Direitos aos frutos. 
Direitos aos Frutos 
Boa-fé: os frutos percebidos (que já 
foram colhidos), em caso de alguém 
entrar com uma ação reintegração, o 
agente que exercia a posse 
anteriormente poderá ficar com os 
frutos percebidos. 
Nesse caso, será necessário restituir 
frutos necessários e úteis. 
Má-fé: o agente terá que restituir os 
frutos percebidos também e não ficará 
com nada. 
O possuidor de má-fé tem direito às 
despesas da produção e custeio, 
segundo o artigo 1.216 do CC: 
Art. 1.223. Perde-se a posse quando 
cessa, embora contra a vontade do 
possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se 
refere o art. 1.196. 
Art. 1.224. Só se considera perdida a 
posse para quem não presenciou o 
esbulho, quando, tendo notícia dele, se 
abstém de retornar a coisa, ou, tentando 
recuperá-la, é violentamente repelido. 
 
8 
@direitoporpamella 
 
Indenização por Benfeitorias 
Boa-fé: a indenizaçãoserá como diz no 
artigo 1.219 do CC: 
 
O possuidor de boa-fé tem direito a 
retenção em caso de falta de 
indenização. 
Má-fé: a indenização com má-fé será 
como diz no artigo 1.220 do CC: 
 
Valor da Indenização 
O possuidor quando for indenizar as 
benfeitorias do antigo possuidor de má-
fé, terá o direito de optar pelo valor de 
mercado ou o valor atual, segundo o 
artigo 1.222 do CC: 
 
 
Responsabilidade por perdas ou 
deterioração 
A responsabilidade de indenizar 
dependerá que a perda ou a 
deterioração se deu de boa-fé ou má-
fé. O possuidor de boa-fé responderá 
quando existir culpa, já o de má-fé 
responde pela perda, ou deterioração 
da coisa, ainda que acidentais, salvo se 
provar que de igual modo se teriam 
dado, estando ela na posse do 
reivindicante, como diz nos artigos 
1.217 e 1.218 do CC: 
 
Compensação 
As benfeitorias compensam os danos, 
como diz o artigo 1.221 do CC: 
 
Defesas da posse 
As defesas da posse são divididas em 
defesas privadas e defesas judiciais, 
veremos cada uma delas e suas 
divisões: 
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde 
por todos os frutos colhidos e percebidos, 
bem como pelos que, por culpa sua, deixou 
de perceber, desde o momento em que se 
constituiu de má-fé; tem direito às 
despesas da produção e custeio. 
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem 
direito à indenização das benfeitorias 
necessárias e úteis, bem como, quanto às 
voluptuárias, se não lhe forem pagas, a 
levantá-las, quando o puder sem 
detrimento da coisa, e poderá exercer o 
direito de retenção pelo valor das 
benfeitorias necessárias e úteis. 
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão 
ressarcidas somente as benfeitorias 
necessárias; não lhe assiste o direito de 
retenção pela importância destas, nem o 
de levantar-se as voluptuárias. 
Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a 
indenizar as benfeitorias ao possuidor de 
má-fé, tem o direito de optar entre o seu 
valor atual e o seu custo; ao possuidor de 
boa-fé indenizará pelo valor atual. 
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não 
responde pela perda ou deterioração da 
coisa, a que não der causa. 
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde 
pela perda, ou deterioração da coisa, ainda 
que acidentais, salvo se provar que de 
igual modo se teriam dado, estando ela na 
posse do reivindicante. 
 
Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se 
com os danos, e só obrigam ao 
ressarcimento se ao tempo da evicção 
ainda existirem. 
9 
@direitoporpamella 
Defesa Privada 
A defesa privada da posse também é 
conhecida como legítima defesa da 
posse que está presente no artigo 
1.210 §1: 
 
Turbação: A turbação é todo ato que 
impede o titular da posse de exercer 
este direito de forma livre, sendo uma 
defesa para que o agente se mantenha 
na posse. 
Esbulho: Ocorre quando o seu direito 
de exercício da posse é totalmente 
impedido, ou seja, houve uma 
ocupação ou tomada do bem. Assim, 
trata-se do cometimento de atos 
efetivos de uma ocupação injusta, que 
pode ser parcial ou total. O agente quer 
restituir a posse que ele já perdeu. 
 
Turbação Se manter na posse. 
Esbulho Restituir a posse. 
 
Pontos importantes sobre a legítima 
defesa da posse: 
• A legítima defesa não precisa 
necessariamente ser imediata, pois 
muitas vezes não é possível reagir 
no mesmo momento, mas é 
importante que seja exercida o mais 
rápido possível. 
• É importante ressaltar que essa 
legítima defesa precisa ser 
proporcional, ou seja, não pode 
existir excessos. 
• O agente não precisa 
necessariamente agir sozinho, mas 
sempre dentro da proporcionalidade. 
Se alguém lesou a sua posse em 
grupo, você poderá reagir em grupo. 
• O detentor (aquele que é cuidador) 
poderá reagir em nome do possuído. 
Defesa Judicial 
O agente poderá escolher entre a 
defesa judicial ou a defesa privada, 
muitas vezes a defesa privada não é 
suficiente para resolver o problema e o 
agente deve optar pela defesa judicial. 
 
Ações Típicas 
As ações típicas da posse são: 
Reintegração de posse: ela é feita em 
caso de esbulho, sendo o caso mais 
grave entre as três situações por se 
tratar da perda da posse. 
A reintegração de posse, também 
chamada de ação de esbulho 
possessório, é um tipo de ação judicial 
especial que visa devolver a posse de 
um bem para alguém, visto que essa 
pessoa perdeu, por algum motivo, a 
posse completa do bem em questão. 
É possível entrar com a ação contra 
terceiro, podendo entrar contra quem 
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser 
mantido na posse em caso de turbação, 
restituído no de esbulho, e segurado de 
violência iminente, se tiver justo receio de 
ser molestado. 
§ 1 o O possuidor turbado, ou esbulhado, 
poderá manter-se ou restituir-se por sua 
própria força, contanto que o faça logo; os 
atos de defesa, ou de desforço, não podem 
ir além do indispensável à manutenção, ou 
restituição da posse. 
 
As ações possessórias não discutem 
propriedade e sim somente posse. 
10 
@direitoporpamella 
está com o imóvel, segundo o artigo 
1.212 do CC: 
 
Manutenção da posse: ela é feita em 
caso de turbação, a ação de 
manutenção de posse tem como 
objetivo proteger a sua posse de 
alguma perturbação ou algo que venha 
a atrapalhar a continuação dela. Ou 
seja, seu objetivo é proteger a posse da 
turbação. 
Interdito Proibitório: ela é feita em 
caso de ameaça, trata-se de 
um mecanismo processual de defesa 
da posse, sendo uma ação de preceito 
cominatório utilizada para impedir 
agressões iminentes que ameaçam a 
posse de alguém. 
Para melhor fixação, veremos o quadro 
conclusivo a seguir: 
Reinstituição de 
Posse 
Esbulho: perda de 
posse. 
Manutenção de 
Posse 
Turbação: manter a 
posse. 
Interdito 
Proibitório 
Ameaça: ameaçar 
fazer a turbação ou o 
esbulho. 
 
Fungibilidade das Ações 
Possessórias 
Se aplica a fungibilidade em relação às 
ações possessórias, pois pode ocorrer 
que no momento da distribuição da 
ação tenha havido uma situação fática 
jurídica e logo após outra que tornaria 
ineficaz a medida apresentada. 
 
O princípio está previsto no artigo 554 
do CPC: 
 
Cumulação dos pedidos 
das Ações 
O art. 555 do CPC elenca os pedidos 
provisórios cabíveis nas ações 
possessórias. Considerando que as 
ações possessórias de força nova 
seguem o rito comum após a fase inicial 
em que se defere ou não a liminar 
possessória e que as ações de força 
velha adotam o rito comum desde o 
início, ou em se tratando de litígio 
coletivo após a audiência de mediação, 
temos que outros pedidos de natureza 
provisória podem ser cumulados com a 
liminar possessória. 
 
Art. 1.212. O possuidor pode intentar a 
ação de esbulho, ou a de indenização, 
contra o terceiro, que recebeu a coisa 
esbulhada sabendo que o era. 
Isso acontece justamente porque, como 
vimos anteriormente, uma situação pode 
evoluir de ameaça para turbação e de 
turbação para esbulho. 
Levando em consideração que casa 
situação em específico tem uma ação 
própria, caso a situação evolua, com o 
princípio da fungibilidade, pode-se mudar a 
ação pelo princípio da fungibilidade. 
Art. 554. A propositura de uma ação 
possessória em vez de outra não obstará a 
que o juiz conheça do pedido e outorgue a 
proteção legal correspondente àquela 
cujos pressupostos estejam provados. 
Art. 555. É lícito ao autor cumular ao 
pedido possessório o de: 
I - condenação em perdas e danos; 
II - indenização dos frutos. 
 
11 
@direitoporpamella 
 
Natureza Dúplice da Ação 
Possessória 
É lícito ao réu, na contestação, 
alegando que foi o ofendido em sua 
posse, demandar a 
proteção possessória e a indenização 
pelos prejuízos resultantes da turbação 
ou do esbulho cometido pelo autor, 
segundo o artigo 556 do CPC: 
 
Alegação de Propriedade 
Juízo Possessório: Não pode discutir 
propriedade em uma ação possessória. 
Segundo o artigo 1.210 do CC, 
parágrafo2°: 
 
Juízo Petitório: é aquele destinado à 
tutela de eventual “direito de posse 
fundado na propriedade (em algum 
título). 
 
O artigo 1.211 do CC diz que em caso 
de discussão em quem é o possuidor, 
ficará com quem está o bem, a não ser 
que tenha sido adquirido por vício. 
Natureza da Ação 
Possessória 
Como já exposto anteriormente, é uma 
ação pessoal. 
Ação Nova 
Segundo ao artigo 558 do CPC, as 
ações possessórias têm um prazo de 1 
anos e 1 dias (contados da turbação e 
do esbulho) para serem consideradas 
como ação nova. 
 
As ações possessórias podem conter 
liminares com as regras previstas no 
artigo 562 do CPC: 
 
Parágrafo único. Pode o autor requerer, 
ainda, imposição de medida necessária e 
adequada para: 
I - evitar nova turbação ou esbulho; 
II - cumprir-se a tutela provisória ou final. 
 
Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, 
alegando que foi o ofendido em sua posse, 
demandar a proteção possessória e a 
indenização pelos prejuízos resultantes da 
turbação ou do esbulho cometido pelo 
autor. 
Art. 1.210. § 2 o Não obsta à manutenção 
ou reintegração na posse a alegação de 
propriedade, ou de outro direito sobre a 
coisa. 
Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se 
disser possuidora, manter-se-á 
provisoriamente a que tiver a coisa, se não 
estiver manifesto que a obteve de alguma 
das outras por modo vicioso. 
Art. 558. Regem o procedimento de 
manutenção e de reintegração de posse as 
normas da Seção II deste Capítulo quando 
a ação for proposta dentro de ano e dia da 
turbação ou do esbulho afirmado na 
petição inicial. 
Parágrafo único. Passado o prazo referido 
no caput , será comum o procedimento, 
não perdendo, contudo, o caráter 
possessório. 
 
Art. 562. Estando a petição inicial 
devidamente instruída, o juiz deferirá, sem 
ouvir o réu, a expedição do mandado 
liminar de manutenção ou de reintegração, 
caso contrário, determinará que o autor 
 
 
12 
@direitoporpamella 
 
Ação Velha 
É considerada ação velha quando, 
contados da turbação ou do esbulho, já 
se passou mais de 1 anos e 1 dias. 
Nesse caso, o procedimento será 
comum, sem poder requerer liminar, 
como diz o parágrafo único do artigo 
558 do CPC anteriormente 
mencionado. 
Outras Posses 
São outras ações que também 
possuem relação com a posse, mas 
não são típicas. 
São elas: 
• Embargo de Terceiros; 
• Ação de nunciação de obra; 
• Ação de danos infecto; 
• Ação de imissão de posse. 
Composse 
A composse é quando duas ou mais 
pessoas estão exercendo a posse 
sobre algum bem. Ambos os 
possuidores poderão se defender como 
só da turbação ou do esbulho, mas não 
poderá ir contra ao outro que também 
tem a posse, segundo o artigo 1.199 do 
CC: 
 
justifique previamente o alegado, citando-
se o réu para comparecer à audiência que 
for designada. 
Parágrafo único. Contra as pessoas 
jurídicas de direito público não será 
deferida a manutenção ou a reintegração 
liminar sem prévia audiência dos 
respectivos representantes judiciais. 
 
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas 
possuírem coisa indivisa, poderá cada uma 
exercer sobre ela atos possessórios, 
contanto que não excluam os dos outros 
compossuidores. 
 
13 
@direitoporpamella 
https://rafagraner.jusbrasil.com.br/artigos/510452559/especies-de-direitos-reais-
codigo-civil-de-
2002#:~:text=Direito%20real%20sobre%20coisa%20pr%C3%B3pria,de%20direitos
%2C%20aos%20seus%20bens. 
https://aramayoadvogados.com.br/posse-e-
propriedade/#:~:text=A%20propriedade%20%C3%A9%20o%20direito,dos%20pode
res%20inerentes%20%C3%A0%20propriedade. 
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/11425/A-posse-para-o-Direito-Civil-
Brasileiro 
https://www.centraljuridica.com/doutrina/100/direito_civil/modos_aquisitivos_da_pos
se.html#:~:text=Direito%20Civil%20%2D%20Direito%20das%20Coisas,constituto%
20possess%C3%B3rio%2C%20acess%C3%A3o%20e%20adquirentes. 
https://www.migalhas.com.br/depeso/307621/a-cumulacao-de-outros-pedidos-
provisorios-nas-acoes-possessorias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://rafagraner.jusbrasil.com.br/artigos/510452559/especies-de-direitos-reais-codigo-civil-de-2002#:~:text=Direito%20real%20sobre%20coisa%20pr%C3%B3pria,de%20direitos%2C%20aos%20seus%20bens
https://rafagraner.jusbrasil.com.br/artigos/510452559/especies-de-direitos-reais-codigo-civil-de-2002#:~:text=Direito%20real%20sobre%20coisa%20pr%C3%B3pria,de%20direitos%2C%20aos%20seus%20bens
https://rafagraner.jusbrasil.com.br/artigos/510452559/especies-de-direitos-reais-codigo-civil-de-2002#:~:text=Direito%20real%20sobre%20coisa%20pr%C3%B3pria,de%20direitos%2C%20aos%20seus%20bens
https://rafagraner.jusbrasil.com.br/artigos/510452559/especies-de-direitos-reais-codigo-civil-de-2002#:~:text=Direito%20real%20sobre%20coisa%20pr%C3%B3pria,de%20direitos%2C%20aos%20seus%20bens
https://aramayoadvogados.com.br/posse-e-propriedade/#:~:text=A%20propriedade%20%C3%A9%20o%20direito,dos%20poderes%20inerentes%20%C3%A0%20propriedade
https://aramayoadvogados.com.br/posse-e-propriedade/#:~:text=A%20propriedade%20%C3%A9%20o%20direito,dos%20poderes%20inerentes%20%C3%A0%20propriedade
https://aramayoadvogados.com.br/posse-e-propriedade/#:~:text=A%20propriedade%20%C3%A9%20o%20direito,dos%20poderes%20inerentes%20%C3%A0%20propriedade
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/11425/A-posse-para-o-Direito-Civil-Brasileiro
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/11425/A-posse-para-o-Direito-Civil-Brasileiro
https://www.centraljuridica.com/doutrina/100/direito_civil/modos_aquisitivos_da_posse.html#:~:text=Direito%20Civil%20%2D%20Direito%20das%20Coisas,constituto%20possess%C3%B3rio%2C%20acess%C3%A3o%20e%20adquirentes
https://www.centraljuridica.com/doutrina/100/direito_civil/modos_aquisitivos_da_posse.html#:~:text=Direito%20Civil%20%2D%20Direito%20das%20Coisas,constituto%20possess%C3%B3rio%2C%20acess%C3%A3o%20e%20adquirentes
https://www.centraljuridica.com/doutrina/100/direito_civil/modos_aquisitivos_da_posse.html#:~:text=Direito%20Civil%20%2D%20Direito%20das%20Coisas,constituto%20possess%C3%B3rio%2C%20acess%C3%A3o%20e%20adquirentes
https://www.migalhas.com.br/depeso/307621/a-cumulacao-de-outros-pedidos-provisorios-nas-acoes-possessorias
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