Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Conteudista: Prof. Me. Bruno Pinheiro Ribeiro Revisão Textual: Prof.ª Dra. Selma Aparecida Cesarin Objetivos da Unidade: Estudar a dinâmica das Linguagens Plásticas e Visuais; Observar a multiplicidade das Linguagens Plásticas e Visuais; Perceber os Movimentos Artísticos; Re�etir sobre as possibilidades da Relação Pedagógico-Artística. Material Teórico Material Complementar Referências Linguagens Plásticas e Visuais Questões Preliminares A respeito das Linguagens Artísticas, nesta ocasião, estudaremos questões relacionadas às Linguagens Visuais e Plásticas: quais as suas especi�cidades, quais os seus contornos sintáticos e semânticos, quais as suas transformações históricas e como as Linguagens se movimentam no mundo e tecem relações com a Educação. As Artes Plásticas e Visuais se confundem como Campo de Experimentação Artística, sendo as Artes Visuais muitas vezes compreendidas com uma Área mais vasta da qual as Plásticas também fazem parte e, por vezes, também são denominadas Belas Artes. Há, portanto, de saída, assim como se evidencia no restante das Linguagens, di�culdade de de�nição estanque a respeito da Linguagem, sendo seu universo um espaço amplo, múltiplo, de convergência de distintos com coisas em comum. Nesse ambiente costumam circular experiências estéticas como Desenho, Pintura, Gravura, Escultura, Assemblage, Colagem, Instalação, Happening, Performance, Fotogra�a, Videoarte, Animação, Land Art, Gra�ti, Web Art, Arquitetura, Cerâmica, Mosaico etc. Além da pluralidade formal, as Artes Visuais e Plásticas também se forjaram historicamente de modo variado, dependo do contexto, da localidade, das experiências culturais etc. Contudo, essa diferença foi constantemente suprimida em nome de uma falsa universalidade defendida pelos parâmetros eurocêntricos, ou seja, de modo geral, a história da Arte no Ocidente foi contada a partir dos parâmetros europeus e projetada como se fosse a Arte humana universal. 1 / 3 Material Teórico Essa obliteração de outras experiências estéticas contribuiu de maneira decisiva para que critérios de validação de Obras fossem estabelecidos, e mesmo para que uma ideia de gosto geral fosse se sedimentando ao longo do tempo. Sendo assim, um Princípio crítico Fundamental para começar a re�etir sobre as Linguagens é perguntar a partir de quais parâmetros se estruturam tais Linguagens, quais Dimensões Políticas estão embutidas nas formulações estéticas, a distinção de fruição entre Obras está na diferença entre elas ou também se manifesta por critérios histórico-sociais? Em suma, como nos aproximamos dessas Obras? O teórico Ernest Gombrich especula um pouco sobre isso: “Cumpre reconhecer que, em arte, o gosto é algo in�nitamente mais complexo do que o paladar re�nado para alimentos ou bebidas. Não se trata apenas de uma questão de descobrir vários e sutis sabores; é algo mais sério e mais importante. Em última análise, os grandes mestres deram-se por inteiro em suas obras, sofreram por elas, suaram sangue sobre elas e, no mínimo, têm o direito de nos pedir que tentemos compreender o que eles quiseram fazer. Nunca se acaba de aprender acerca da arte. Há sempre novas coisas a descobrir. As grandes obras de arte parecem ter um aspecto diferente cada vez que nos colocamos diante delas. Parecem ser tão inexauríveis e imprevisíveis quantos seres humanos de carne e osso. Ê um mundo excitante, com suas próprias e estranhas leis, e suas próprias aventuras. Ninguém deve pensar que sabe tudo a respeito, pois ninguém sabe. Talvez nada exista de mais importante do que isto: que para nos deleitarmos com essas obras devemos ter um espíritofresco, pronto a captar todo e qualquer indício sugestivo e a reagir a todas as harmonias O que Gomvrich nos convida a pensar é que a relação com uma obra, com um artista, com um movimento se dá no tempo, se dá por meio de múltiplas mediações e, especialmente, se dá pela abertura ao aprendizado, ou seja, a própria relação com a arte, com sua Linguagem, é pedagógica. O aprendizado possibilita que novas leituras, novas interpretações sejam realizadas, mas não só isso, a perspectiva de Gombrich abre radicalmente a relação com a Linguagem, porque redimensiona a posição de sujeito e do objeto. Na medida em que é preciso estar aberto para a Linguagem , coloca-se a necessidade de se modi�car por essa relação, de se deixar levar por ela, de não impor pré-requisitos. Desse modo, aprendemos com a Linguagem porque nos colocamos em posição de nos afetarmos por ela, de que sentimentos e sensações sejam movidos, de que novas elaborações e re�exões sejam empenhadas. Uma relação viva, que se constrói entre o que se foi, o que se é, e o que se pode vir a ser. A Multiplicidade das Linguagens Como descrito, as Linguagens Visuais e Plásticas se destacam por sua variedade temática e formal, tendo um universo amplo e múltiplo. Se tomamos o exemplo do Desenho e da Pintura, duas expressões que se avizinham, podemos observar como os elementos se tocam e se afastam, dependendo de seu desenvolvimento interno. - GOMBRICH, 1999, p. 13 ocultas; sobretudo, um espírito que não esteja atravancado de palavras bombásticas e frases feitas.” Um Desenho e uma Pintura podem apresentar em comum o uso de elementos como ponto, linhas, traços e cores e, ainda assim, as obras se apresentarem de maneira muito distinta, devido à combinação, à organização, à elaboração e ao uso das ferramentas. É muito diferente, por exemplo, traçar uma linha com um lápis do que com um pincel, ou colorir um papel e um quadro, usar impressora ou formas de tingimento manual etc. Desse modo, é importante que as Obras sejam observadas ao mesmo tempo por suas características singulares e por sua relação com as outras esferas sociais e estéticas. Para compreender um pouco dessa variedade, a seguir, apresentamos algumas experiências visuais e plásticas que se engendraram historicamente no ocidente. Renascimento O termo Renascença (Rinascità), que foi utilizado pela primeira vez em 1550, por Giorgio Vasari, serve-nos, hoje, para designar o vasto Movimento Literário e Artístico que se desenvolveu em Itália, e daí por toda a Europa, pelos séculos XV e XVI. Esse movimento consagra o início dos tempos modernos (Por exemplo: Dierick Bouts, Domenico Ghirlandaio) (FRÓIS; GONÇALVES; MARQUES, 2011, p. 198). Romantismo A diversidade de Obras, temas e orientações implicadas no termo leva a pensar em um complexo romântico, que inclui as diferentes Artes e a Filoso�a. Isso porque, menos que um estilo ou Escola, o Romantismo faz referência a uma visão de mundo mais ampla, que se dissemina por toda a Europa, entre meados do século XVIII até �ns do século XIX. A visão romântica anuncia uma ruptura com a estética neoclássica e com a visão racionalista da época da Ilustração (...) O cerne da visão romântica do mundo é o sujeito, suas paixões e traços de personalidade, que comandam a criação artística. A imaginação, o sonho e a evasão – no tempo (na Idade Média Gótica) e no espaço (nos lugares exóticos, no Oriente, nas Américas); os mitos do herói e da nação; o acento na religiosidade; a consciência histórica; o culto ao folclore e à cor local são traços destacados da produção romântica (ENCICLOPEDIA, 2022) Impressionismo Movimento Artístico francês do século XIX, que tentou utilizar a Pesquisa Cientí�ca contemporânea realizada acerca da física da cor (incluindo o trabalho levado a cabo por Eugéne Chevreul), para conseguir uma representação mais exata da cor e do tom. A maior parte dos impressionistas aplicaram a tinta em pequenos toques de cor pura, em vez de pinceladas compridas, fazendo, assim, as pinturas parecerem mais brilhantes do que as realizadas pelos artistas do Salon contemporâneos. Acreditavam também que a pintura deve ser feita ao ar livre, tentando captar uma particular e fugaz impressão de cor e de luz, em vez de fazerem a sua representação dentro de um estúdio. Os pintores ligados a esse movimento agruparam-se pouco antes da guerra Franco-prussiana de 1870-71. (FRÓIS; GONÇALVES; MARQUES, 2011, p. 197). Gra�ti As inscrições em muros, paredes e metrôs – palavras e/ou desenhos, sem autoria de�nida, tomam Nova Iorque, no início da década de 1970. Em 1975, a exposição Artist's Space, nessa cidade, confere caráter artístico à parte dessa produção, classi�cada como Gra�ti. A palavra, do italiano gra�to ou sgra�to, que signi�ca arranhado, rabiscado, é incorporada ao Inglês no plural Gra�ti, para designar uma arte urbana com forte sentido de intervenção na cena pública. Giz, carimbos, pincéis e, sobretudo, spray são instrumentos para a criação de formas, símbolos e imagens em diversos espaços da cidade. O repertório dos artistas é composto de ícones do mundo da mídia, do cartum e da publicidade, o que evidencia as a�nidades do Gra�ti com a Arte Pop, e a recusa em separar o universo artístico das coisas do mundo (ENCICLOPEDIA, 2022). Plasticidade, Visualidade e Educação Diante desse manancial de referências (que ainda são insu�cientes para descrever com precisão a multiplicidade das Linguagens Visuais e Plásticas) é interessante re�etir sobre as possibilidades pedagógicas. Há uma série de maneiras de relacionar as Linguagens Visuais e Plásticas à Educação. Como dito, uma delas é a interação com as Obras propriamente ditas. E aí surgem as primeiras questões. Nas situações ideais, o interessante seria que a dinâmica escolar conseguisse prover idas constantes a Museus, Galerias, Espaços de Exposição e Apresentação de Obras. Esse deve ser o horizonte perseguido, porque a fruição das Obras em seus espaços de referência é fundamental para as signi�cações e as sensações promovidas pela Estética. Contudo, a ausência dessas condições não precisa ser um impeditivo para a fruição, é possível usar imagens, objetos e demais referências alusivas no contexto da sala de aula, de forma criativa e inventiva, sem perder de vista a potência estética. Nesse sentido, é determinante que se crie uma cultura visual e plástica, na qual esses elementos estejam presentes no cotidiano da Escola, tanto nos momentos especí�cos da aula quanto também nos demais ambientes escolares. Outra questão importante é que se trabalhe com a leitura das imagens. Trata-se de observar imagens de Obras de Arte e, a partir disso, produzir leituras, que se dão por meio de: contextualizações históricas sobre a Obra, contextualização sobre o artista e possíveis movimentos artísticos, relação da Obra com outras Obras, quer seja por processos de semelhança ou de diferença, apresentando, assim, encadeamentos e rupturas estéticas, observação dos elementos formais constitutivos da obra, como, por exemplo, suas cores, seus traços, suas linhas e seus matérias, estímulo para que a leitura seja coletiva e cada pessoa possa contribuir com sua percepção, sem valorações e depreciações, conexão das Obras com outras Linguagens e com outras Áreas do Conhecimento etc. Outra possibilidade interessante para o Processo Pedagógico é a criação de Ateliês que contenham diversos Materiais Plásticos e Visuais que possam ser compartilhados pelo corpo discente, de modo que as experimentações sejam cada vez mais presentes. Mas é preciso notar que tais espaços não são apenas escapes dos espaços tradicionais das salas de aula, é preciso entender o espaço do Ateliê, assim como os espaços de experimentação das demais Linguagens Artísticas, como espaços de produção de conhecimento que, portanto, necessitam de Metodologia, Acompanhamento, Projetos etc. Sendo assim, encerramos nossa Unidade ressaltando a importância da docência nesse processo, porque educadoras e educadores têm função mediadora nesse processo, na qual incentivo, estímulo, cuidado e re�exão são fundamentais para o desenvolvimento Artístico- Pedagógico. Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Arte Negra – Continente # 203 2 / 3 Material Complementar Arte negra - Continente # 203 https://www.youtube.com/watch?v=M92jfpPb9hg Gra�smo e culturas indígenas: Arte, Manifestação Cultural e Tradição Ateliê da Artista: Rosana Paulino Gra�smo e culturas indígenas: arte, manifestação cultural e tradiç… Ateliê da Artista: Rosana Paulino https://www.youtube.com/watch?v=VsOlR2c6XLo https://www.youtube.com/watch?v=lTdnSyqWv1A Ana Mae Barbosa: “Arte não se ensina; contamina-se pela arte” Ana Mae Barbosa: “Arte não se ensina; contamina-se pela arte” https://www.youtube.com/watch?v=ROz0EPOdkc0 ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br>. Acesso em 07/01/2022. FRÓIS, J. P.; GONÇALVES, R. M.; MARQUES, E. Primeiro Olhar – Programa Integrado de Artes Visuais. Caderno do Professor. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2011. GOMBRICH, Ernest H. A história da Arte. Tradução de Álvaro Cabral. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999. 3 / 3 Referências
Compartilhar