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Gestão de Projetos Escolares e Não Escolares

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GESTÃO E ORGANIZAÇÃO DE 
PROJETOS NÃO ESCOLARES
CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD
Gestão e Organização de Projetos Não Escolares – Profª. Ms. Lizete Paganucci Chueri 
Teixeira, Profª. Ms. Maria Cecília Nogueira Garcia Pupin e Prof. Ms. Marcos Sorrilha Pinheiro
Sou Lizete Paganucci Chueri Teixeira, mestre em Educação e defendi 
minha dissertação em Políticas Curriculares com o título “O processo 
de Alfabetização: entre o proposto e o vivenciado”. Sou licenciada em 
Pedagogia com especialização em Psicopedagogia. Sou professora no 
Centro Universitário Claretiano e coordenadora pedagógica em uma 
escola de Ensino Fundamental da rede municipal de ensino.
E-mail: lizete@claretiano.edu.br
Olá, meu nome é Maria Cecília Nogueira Garcia Pupin. Sou mestre 
em Educação pelo Centro Universitário Moura Lacerda de Ribeirão 
Preto-SP (2008), pelo qual tive a oportunidade de pesquisar sobre os 
"Objetivos Gerais da Educação Básica na perspectiva de professores, 
pais e alunos do Ensino Fundamental". Sou Especialista em Educação 
Infantil e Alfabetização pelo Centro Universitário Claretiano de 
Batatais-SP (2004), e licenciada em Pedagogia também pelo Centro 
Universitário Claretiano de Batatais (2002). Formei-me técnica em 
Administração de Empresas pela Escola Técnica Estadual Antônio de Pádua Cardoso (1999). 
Fui professora em escolas de Educação Infantil e Ensino Fundamental, públicas e privadas. 
Trabalhei no Centro Universitário Claretiano de Batatais em cursos de Educação a Distância 
entre os anos de 2005 e 2012. Assumi, em 2013, a Coordenação Pedagógica no Município 
de Batatais.
E-mail: mariaceciliangp@gmail.com
Meu nome é Marcos Sorrilha Pinheiro. Sou mestre em História e Cultura 
Política pela Unesp - Franca. Em meu mestrado, desenvolvi um estudo a 
respeito da política latino-americana no início do século 20. Vejo a EAD 
como uma importante ferramenta de inclusão social, uma vez que permite, 
a um número maior da população, o acesso ao ensino universitário e à 
especialização profissional.
e-mail: jaca_rp@yahoo.com
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
GESTÃO E ORGANIZAÇÃO DE 
PROJETOS NÃO ESCOLARES
Caderno de Referência de Conteúdo
Lizete Paganucci Chueri Teixeira
Maria Cecília Nogueira Garcia Pupin
Marcos Sorrilha Pinheiro
Batatais
Claretiano
2013
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
© Ação Educacional Claretiana, 2013 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013
371.2 T264g
Teixeira, Lizete Paganucci Chueri
Gestão e organização de projetos não-escolares / Lizete Paganucci 
Chueri Teixeira, Maria Cecília Nogueira Garcia Pupin, Marcos Sorrilha 
Pinheiro – Batatais, SP : Claretiano, 2013.
156 p.
ISBN: 978-85-8377-004-6
1. Educação não-formal: um novo conceito. 2. Caminhos da educação: educação 
formal, reforma do estado e terceiro setor. 3. Educar além da sala de aula: enfoque
sobre o papel do pedagogo como educador de rua. 4. Ecopedagogia, meio ambiente 
e desenvolvimento sustentável: ações pedagógicas possíveis. Pedagogo: crítico, 
reflexivo no ambiente empresarial. 5. O pedagogo hospitalar: a humanização 
integrando educação e saúde. I. Pupin, Maria Cecília Nogueira Garcia. II. Pinheiro,
Marcos Sorrilha. III. Gestão e organização de projetos não-escolares.
 
 CDD 372.241
 
 
Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação 
Aline de Fátima Guedes
Camila Maria Nardi Matos 
Carolina de Andrade Baviera
Cátia Aparecida Ribeiro
Dandara Louise Vieira Matavelli
Elaine Aparecida de Lima Moraes
Josiane Marchiori Martins
Lidiane Maria Magalini
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza
Patrícia Alves Veronez Montera
Rita Cristina Bartolomeu 
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli
Simone Rodrigues de Oliveira
Bibliotecária 
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
Revisão
Cecília Beatriz Alves Teixeira
Felipe Aleixo
Filipi Andrade de Deus Silveira
Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Rodrigo Ferreira Daverni
Sônia Galindo Melo
Talita Cristina Bartolomeu
Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa 
Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai 
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Luis Antônio Guimarães Toloi 
Raphael Fantacini de Oliveira
Tamires Botta Murakami de Souza
Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer 
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na 
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do 
autor e da Ação Educacional Claretiana.
Claretiano - Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
SUMÁRIO
CADERNO DE REfERêNCIA DE CONTEúDO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 7
2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO .......................................................................... 12
3 BIBLIOGRAFIA BÁSICA ..................................................................................... 29
4 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR .................................................................... 29
5 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 29
UNIdAdE 1 – EDUCAÇÃO NÃO FORMAL: PARA ALÉM DOS CONCEITOS
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 31
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 32
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 32
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 33
5 EDUCAÇÃO NÃO FORMAL ............................................................................... 36
6 CAMINHOS DA EDUCAÇÃO: EDUCAÇÃO FORMAL, REFORMA DO 
ESTADO E TERCEIRO SETOR ............................................................................. 48
7 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E REFORMA DO ESTADO ......................... 56
8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 61
9 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 62
10 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 63
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 64
UNIdAdE 2 – EDUCAR ALÉM DA SALA DE AULA
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 65
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 66
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 66
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 67
5 ESCOLA E PARCERIAS ....................................................................................... 70
6 EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E CIDADANIA ........................................................ 78
7 FACE EXPLÍCITA dA VIOLÊNCIA ....................................................................... 81
8 EDUCAÇÃO SOCIAL E CURRÍCULOS ................................................................ 92
9 TExTO COMPLEMENTAR ..................................................................................94
10 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 96
11 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 97
12 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 99
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 100
UNIdAdE 3 – MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: 
AÇÕES PEDAGóGICAS POSSÍVEIS
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 101
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 102
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 102
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 103
5 ORIGEM DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL .......................................... 105
6 A TERRA CLAMA POR CUIDADOS: O PEDAGOGO PODE AJUDAR ................. 110
7 PROJETOS AMBIENTAIS NA EMPRESA ............................................................ 115
8 TExTO COMPLEMENTAR .................................................................................. 119
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 121
10 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 121
11 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 122
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 123
UNIdAdE 4 – GESTÃO DE PROJETOS SOCIAIS EDUCACIONAIS
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 125
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 126
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 126
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 127
5 O QUE SÃO PROJETOS? .................................................................................... 130
6 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 152
7 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 153
8 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 154
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 154
CRC
Caderno de 
Referência de 
Conteúdo
Ementa –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Educação não formal: um novo conceito. Caminhos da educação: educação 
formal, reforma do estado e terceiro setor. Educar além da sala de aula: enfoque 
sobre o papel do pedagogo como educador de rua. Ecopedagogia, meio ambiente 
e desenvolvimento sustentável: ações pedagógicas possíveis. Pedagogo: crítico 
e reflexivo no ambiente empresarial. O pedagogo hospitalar: a humanização 
integrando educação e saúde. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
Para pensar em educação, é preciso também refletir sobre 
a sua pluridimensionalidade. Sabe-se que há diferentes formas de 
ensinar, que são classificadas na literatura especializada como edu-
cação formal, educação não formal e educação informal. A educa-
ção formal pode ser definida, de forma bem simplificada, como 
sendo aquela que está presente no ensino escolar institucionali-
zado, organizada de maneira cronológica, gradual e hierarquizada. 
A educação informal seria aquela em que se adquire e acumula 
© Gestão e Organização de Projetos Não Escolares8
conhecimentos por meio de experiência diária. Já educação não 
formal, pode ser entendida como qualquer tentativa educacional 
sistematicamente organizada e que, na maioria das vezes, se reali-
za fora do sistema formal de ensino.
A educação formal tem objetivos claros, definidos e 
específicos, sendo representada principalmente pelas escolas 
e universidades. É subordinada a uma diretriz educacional 
centralizada, com estruturas hierárquicas e burocráticas 
determinadas em nível municipal, estadual ou nacional, com 
órgãos fiscalizadores.
A educação não formal é menos burocrática, menos 
hierárquica. Os programas de educação não formal não precisam 
seguir um sistema sequencial de "progressão". Geralmente 
tem duração variável, podendo ou não outorgar certificados de 
aprendizagem.
Entretanto, para que os professores não se tornem simples 
executores de ações preestabelecidas, muito menos escravos de 
técnicas, devem desenvolver a capacidade de planejar suas ações 
para evitar imediatismos, contextualizando o processo de ensino 
e de aprendizagem de forma significativa, seja na educação formal 
ou informal.
Neste Caderno de Referência de Conteúdo (CRC), nosso 
objetivo será explicitar o significado básico de termos como 
educação formal, informal e não formal, visando dar espaço 
para que o leitor possa estabelecer as relações entre as diversas 
práticas de educar, baseando-se no fato de que também se 
aprende em contextos diferentes daquele que vivenciamos na 
escola, contribuindo para o esclarecimento das terminologias 
normalmente utilizadas no universo da Educação e que muitas 
vezes implica mudança de paradigma, pelo fato de que esses 
conceitos mostram, muitas vezes, incoerências e paradoxos do 
ponto de vista epistemológico e conceitual. 
Claretiano - Centro Universitário
9© Caderno de Referência de Conteúdo
Hoje a sociedade tem exigido cada vez mais da escola, que 
sozinha não dá conta de atender a todas as demandas. O processo 
crescente de globalização, aliado à era da informação, impõe 
novos hábitos, novos valores e novas culturas. O estudo, reflexão e 
aprofundamento teórico no que se refere à Educação devem estar 
voltados não mais só à escola. Ele deve ter o intuito de discutir 
e ampliar as questões do ensino e aprendizagens, escolhendo os 
meios mais adequados, sem desprezar nesse processo as parcerias 
com outras instituições de diferentes níveis. Como já dissemos 
anteriormente, a conjuntura socioeconômica – e por extensão, a 
nacional, estadual e municipal – de uma forma ou de outra abala 
e influencia a escola e o papel do professor em sala de aula, que 
acaba por comprometer a aprendizagem dentro das escolas.
Acompanhamos o momento em que a era industrial foi 
substituída pela era do conhecimento e da informação. Trata-se de 
um período de muitas e profundas mudanças, no qual a educação 
é apontada como o ponto-chave para o desenvolvimento do ser 
humano e de sua vivência em sociedade. Sabemos que "participar 
ativamente da transformação da sociedade, implica em conhecê-
la, compreendê-la, avaliá-la e intervir nela de maneira crítica 
e responsável, com o objetivo de que seja cada vez mais justa 
e democrática" (SOUZA, 2002, p. 53). Esse é o sujeito que a 
sociedade requer na atualidade e tal fato confere um importante 
papel a todos os processos que se referem à educação social. 
Neste cenário é que percebemos que toda a sociedade 
tem uma parcela de responsabilidade de formar esse cidadão 
que, até hoje, por variados motivos, tem fechado os olhos para 
as questões educacionais. As oportunidades de educação social 
que, até hoje, temos visto acontecer de maneira bastante tímida 
têm predominado na prática vinculada às políticas públicas sociais 
como a de um modelo assistencialista, numa lógica aportada 
na alienação. Em contrapartida a esse modelo conveniente, 
tradicional e conservador, a Pedagogia Progressista tem caminhado 
epistemologicamente no sentido da educação social em uma 
perspectiva transformadora.
© Gestão e Organização deProjetos Não Escolares10
No entender de Freire (2003), pode-se dizer que a educação 
social transformadora tem como base a formação para a análise da 
ideologia como a mola mestra da conscientização. 
É neste contexto político e socioeducacional que se procura 
abalizar as funções dos educadores sociais com a intenção de 
fundamentá-los em sua práxis pedagógica, pois só assim se efetiva 
uma formação capaz de otimizar a sua prática educativa social em 
espaços não escolares.
A educação social, como se sabe, é consequência de sua 
própria condição histórica. Seu desenho é delineado com base 
nas políticas sociais, características da sociedade do Estado de 
bem-estar que, de certa forma, tentou romper com as estruturas 
capitalistas, otimizando as condições de vida para todos os 
cidadãos. Nesse modelo, o Estado tende a produzir e distribuir 
bens e serviços nos setores não lucrativos ou de pouco interesse 
para o capital fechado – educação, saúde, cultura, habitação – com 
o intuito de melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.
Diante da falta de responsabilidade do Estado neoliberal 
para com as políticas públicas, principalmente no que se refere ao 
campo educacional, foi possível verificar a vulnerabilidade do da 
educação oferecida às camadas populares.
Novas iniciativas foram, então, surgindo, como é o caso 
de Organizações Não Governamentais (ONGs), bem como de 
instituições públicas, no sentido de desenvolver políticas de 
compensação em direção de formação dos menos favorecidos e 
excluídos socialmente visando oferecer de forma assistencialista a 
inclusão social. Foi assim que a economia informal, ou o terceiro 
setor, como é chamado, se tornou um dos principais espaços de 
realização da educação social.
O crescimento do terceiro setor contribui com a 
oportunidade de participação das Organizações Não 
Governamentais e das empresas socialmente responsáveis em 
ações voltadas ao desenvolvimento do país. Representa um setor 
Claretiano - Centro Universitário
11© Caderno de Referência de Conteúdo
independente, mas profundamente interessado nos problemas 
sociais, crescentemente organizado e com os olhos voltados 
à profissionalização. O terceiro setor é um termo usado para 
conceituar um conjunto de sociedades privadas ou associações 
que atuam no país sem fins lucrativos. Ele atua especialmente na 
execução de atividades de utilidade pública. Possui gerenciamento 
próprio, sem quaisquer interferências externas, contando com 
uma grande quantidade de mão de obra voluntária. Discutiremos, 
no decorrer dos nossos estudos, cada um dos tipos de educação: 
educação formal, informal e não formal.
Na Unidade 1, trataremos da educação não formal, um 
novo conceito, sobre o qual veremos: sua definição, seu histórico 
no Brasil, seu espaço de aplicação, suas principais características 
e, especialmente, a atuação do educador nesse novo espaço da 
educação. Percorreremos, também, os caminhos da educação: 
educação formal, reforma do estado e terceiro setor. Procuraremos 
refletir e explorar certas inquietações e entendimentos sobre os 
caminhos da educação na chamada Idade Contemporânea. Nesta 
unidade, ainda iremos abordar assuntos referentes às tecnologias 
da informação e a reforma do estado. É o que ainda vamos ver: as 
diretrizes da reforma do estado e das tecnologias da informação.
Na Unidade 2, iremos abordar o educar fora da sala de aula 
e a importância da participação do terceiro setor para a oferta de 
educação não escolar. Veremos, ainda, as atuações do profissional 
pedagogo no cotidiano da rua, identificando os sujeitos que nela 
sobrevivem e ajudando na conquista da cidadania das crianças e 
adolescentes de risco.
Na Unidade 3, abordaremos o meio ambiente e o 
desenvolvimento sustentável, que são ações pedagógicas possíveis, 
procurando analisar as situações viáveis para os problemas 
apresentados no que se refere ao desenvolvimento sustentável, 
avaliá-los e tomar decisões. O meio ambiente é outra importante 
conquista em que o papel do pedagogo ganha espaço diante desse 
desafio, agora dentro das empresas.
© Gestão e Organização de Projetos Não Escolares12
Na Unidade 4, trataremos da gestão de projetos sociais 
educacionais, reforçando a ideia da necessidade de planejar 
projetos que enfatizem o envolvimento e a inclusão da comunidade, 
para que seja possível estabelecer parcerias ou manter grupos de 
pressão durante o planejamento do projeto, na sua estruturação, 
em todo o seu desenvolvimento e na avaliação.
2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO
Abordagem Geral
Profª. Ms. Lizete Paganucci Chueri Teixeira
Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será 
estudado neste Caderno de Referência de Conteúdo. Aqui, você 
entrará em contato com os assuntos principais deste conteúdo 
de forma breve e geral e terá a oportunidade de aprofundar 
essas questões no estudo de cada unidade. Desse modo, essa 
Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento básico 
necessário a partir do qual você possa construir um referencial 
teórico com base sólida – científica e cultural – para que, no 
futuro exercício de sua profissão, você a exerça com competência 
cognitiva, ética e responsabilidade social. Vamos começar nossa 
aventura pela apresentação das ideias e dos princípios básicos que 
fundamentam este Caderno de Referência de Conteúdo.
Já que estamos falando dela e do profissional pedagogo que 
nela atua, o que vem a ser Pedagogia?
Ela é uma ciência social que estuda diversos temas 
relacionados à educação, tanto no aspecto teórico quanto no 
aspecto prático. Seu principal objetivo é a melhoria no processo de 
aprendizagem por meio da reflexão, sistematização e produção de 
conhecimentos. Assim, como ciência social, ela está conectada aos 
aspectos relativos não só à sociedade como também às normas 
educacionais vigentes no país. Enfrenta o desafio de oferecer 
Claretiano - Centro Universitário
13© Caderno de Referência de Conteúdo
novas posturas na esfera educativa, especialmente no campo 
da formação do profissional que poderá atuar na docência, na 
administração e em espaços educativos não formais. De acordo 
com Libâneo (2008, p.10),
A pedagogia serve para investigar a natureza, as finalidades e os 
processos necessários às práticas educativas com o objetivo de 
propor a realização desses processos nos vários contextos em que 
essas práticas ocorrem. Ela se constitui sob esse entendimento em 
um campo de conhecimento que possui objeto, problemáticas e 
métodos próprios de investigação, configurando-se como “ciência 
da educação”.
O referido autor acrescenta:
[...] as práticas educativas não se restringem à escola ou à família. 
Elas ocorrem em todos os contextos e âmbitos da existência 
individual e social humana, de modo institucionalizado ou não, 
sob várias modalidades. Entre essas práticas, há as que acontecem 
de forma difusa e dispersa, são as que ocorrem nos processos de 
aquisição de saberes e modos de ação de moda não intencional 
e não institucionalizado, configurando a educação informal. Há, 
também, as práticas educativas realizadas em instituições não 
convencionais de educação, mas com certo nível de intencionalidade 
e sistematização, tais como as que se verificam nas organizações 
profissionais, nos meios de comunicação, nas agências formativas 
para grupos sociais específicos, caracterizando a educação não 
formal. Existem, ainda, as práticas educativas com elevados graus 
de intencionalidade, sistematização e institucionalização, como as 
que se realizam nas escolas ou em outras instituições de ensino, 
compreendendo o que o autor denomina educação formal 
(LIBÂNEO, 2008, p. 30).
O curso de Pedagogia foi criado no Brasil nos anos finais da 
década de 30 (1937) vinculado à Faculdade Nacional de Filosofia, 
Ciências e Letras e à de Educação, no Rio de Janeiro. A licenciatura 
em Pedagogia certifica a formação de profissionais da educação 
prevista no art. 64 da Lei nº 9394/96, que diz:
A formação de profissionais de educação para administração, 
planejamento,inspeção, supervisão e orientação educacional para 
a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia 
ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, 
garantida, nesta formação, a base comum nacional (BRASIL, 1996).
© Gestão e Organização de Projetos Não Escolares14
Ao mesmo tempo que forma professores, a Pedagogia se 
ocupa em licenciar pessoas com capacidade de compreender e 
colaborar para a melhoria da qualidade em que se desenvolve a 
educação na realidade brasileira.
Já o profissional pedagogo vem a ser o profissional habilitado 
para atuar na área pedagógica.
A educação não formal × educação formal
Poderíamos aqui perguntar, para iniciar nossa conversa, 
em quais áreas o pedagogo pode atuar hoje. Sabemos que, na 
contemporaneidade, o pedagogo não é mais aquele profissional 
que atua nas escolas ou diretorias de ensino com o objetivo de 
trabalhar com o pedagógico ou administrativo. Hoje ele tem um 
papel muito mais abrangente. Ele é visto como um profissional 
com capacidade para atuar em diversos âmbitos educativos e, 
além disso, responder às diversas demandas e exigências impostas 
por uma sociedade cada vez mais complexa. Por esse motivo, 
faz-se necessário estar preparado para agir com criatividade e 
competência para resolver os problemas do cotidiano; ser flexível, 
tolerante, perspicaz e bastante atento às questões decorrentes 
da diversidade cultural que caracteriza nossa sociedade, que 
vive um momento singular de discussões assinaladas por rápidas 
modificações de desempenho, que se refletem claramente na área 
educacional.
Por meio desse contorno contemporâneo destinado à 
educação e às sucessivas mudanças em seu conceito, ela deixa de 
ser, então, um espaço reservado à atuação de ensino e aprendizagem 
apenas em espaços escolares formais. Tal flexibilidade ultrapassa 
os muros escolares, atingindo diferentes e diversos setores, como 
ONGs, família, trabalho, lazer, igreja, sindicatos, clubes etc. Isso se 
deve às mudanças que geraram um novo cenário para a educação, 
dando uma cartografia significante à educação não formal.
Claretiano - Centro Universitário
15© Caderno de Referência de Conteúdo
Dessa forma o pedagogo, recebe uma formação generalista 
e pode então atuar tanto na educação formal quanto na educação 
não formal conforme veremos no decorrer dos nossos estudos.
Na educação formal, o pedagogo pode atuar como docente 
tanto nas séries iniciais como na educação infantil, além dos 
cursos de magistério, onde houver. Pode atuar, ainda, como gestor 
do trabalho pedagógico, como supervisor de ensino/inspetor de 
ensino, como orientador educacional, como professor coordenador 
pedagógico/supervisor e, também, no trabalho de gestão escolar 
da educação básica.
Já na educação não formal, o pedagogo pode atuar 
na assessoria de recursos humanos, além de na orientação 
profissional, na área de comunicação tanto com fins didáticos 
como paradidáticos. Outra área de atuação nesse tipo de educação 
é a orientação pedagógica dos usos das novas tecnologias de 
informação (TICs) e também na assessoria pedagógica em serviços 
de difusão cultural por meio de teatro e museus e de comunicação 
de massa, como jornais, televisão, revistas e editoras. Outra 
oportunidade que surge é o trabalho na coordenação de projetos 
e programas de natureza educativa no setor privado, como, por 
exemplo, nas áreas da saúde, meio ambiente, trânsito, promoção 
social, lazer e recreação, e do terceiro setor (ONGs).
Hoje se tem como sensato que onde houver práticas 
educativas é preciso que se instaure uma ação pedagógica.
O processo de ensino e aprendizagem acontece não somente 
dentro da escola, mas, sim, em todo e qualquer setor da sociedade, 
a qual se caracteriza como a sociedade do conhecimento, uma vez 
que a educação formal e a não formal caminham de forma análoga 
tornando a educação um instrumento imprescindível contra a 
desigualdade social.
A educação não formal aparece no cenário brasileiro como 
coadjuvante da educação formal, preenchendo uma lacuna que 
a educação tradicional não deu conta de resolver no sentido de 
que não tem conseguido preparar sujeitos aptos à convivência 
© Gestão e Organização de Projetos Não Escolares16
em sociedade com uma aprendizagem de forma categorizada e 
setorial, diferentemente da educação não formal, que visa realizar 
a aprendizagem de forma mais integrada às diversas áreas do 
conhecimento, de modo interdisciplinar, de forma que possam se 
inserir no mercado de trabalho. O grande objetivo da educação 
não formal é desenvolver habilidades e potencialidades dos 
indivíduos em situação de vulnerabilidade social, trabalhando com 
a autoestima, socialização, criatividade, ética, empreendedorismo, 
liderança e outros.
Hoje em dia, busca-se nas empresas um novo perfil de 
trabalhadores: devem ser criativos, com capacidade de compreensão 
do que vê e lê, além de entender processos e incorporar novas 
ideias; precisam ter velocidade mental, saber trabalhar em 
equipe, tomar decisões, incorporar e assumir responsabilidades, 
ter autoestima elevada, mostrar-se sociabilizado e atuar como 
cidadão (GOHN, 1999).
O desempenho de pedagogos nos diferentes espaços 
educacionais faz emergir um novo paradigma, uma vez que até há 
pouco tempo sua formação tinha como foco a alfabetização. Hoje a 
escola não está conseguindo desenvolver habilidades interpessoais 
e criativas capazes de inseri-lo no mercado de trabalho. Assim, há 
que se procurar em outras áreas de atuação que não a da escola 
formal e acaba-se por ingressar em vários espaços, como direção de 
escolas, coordenação de escolas, Recurso Humanos de empresas, 
treinamentos em empresas, e na orientação de projetos sociais.
Contribuição da Pedagogia na gestão e orientação dos projetos 
sociais
Você pode estar se perguntando: o que vem a ser gestão?
Muito embora não exista um conceito universal capaz de 
dar conta dessa definição, pelo menos há um consenso quanto à 
natureza das atividades a serem desenvolvidas, ou seja, deve-se 
buscar garantir a eficácia por meio dos recursos disponíveis para 
se atingir os objetivos propostos. Etimologicamente, significa:
Claretiano - Centro Universitário
17© Caderno de Referência de Conteúdo
Ato de gerir derivado da administração, palavra do português 
europeu, diferente de administrar, pois quem planeja, coordena, 
controla e organiza é o administrador.
O ato de gerir é um ato de execução de ações pré-determinadas 
por um administrador, ou seja, ações exercidas por um gerente.
A palavra “gerir” pode ser definida por gerente (DICIONÁRIO 
INFORMAL, 2013). Ato de gerir derivado da administração, palavra 
do português europeu, diferente de administrar, pois quem planeja, 
coordena, controla e organiza é o administrador.O ato de gerir é um 
ato de execução de ações pré-determinadas por um administrador, 
ou seja, ações exercidas por um gerente. A palavra “gerir” pode ser 
definida por gerente.
Entendemos, assim, ser necessária a aplicação de conhecimentos, 
habilidades e técnicas na elaboração de atividades relacionadas à 
finalidade de atingir um conjunto de objetivos preestabelecidos, 
num determinado prazo, com certo custo e qualidade, e por meio da 
mobilização de recursos técnicos e humanos.
Cabe agora perguntar: o que vem a ser gerenciamento de 
projetos? Podemos dizer que gerenciar um projeto não é nada fácil. 
Significa aplicar conhecimento, habilidades e técnicas adequadas 
para garantir o sucesso do projeto. Para isso, o agente gerenciador 
deve acompanhar todas as etapas do planejamento, sua execução 
e atividades de controle.
Todo profissional da área social precisa ter o domínio de 
uma boa metodologia de projetos. Mesmo os profissionais que 
já tem certo conhecimento dessa área podem se beneficiar 
significativamente das discussões e dos exemplos que o caráter 
participativo proporciona.
Para gerenciar projetos sociais é necessário possuir noções 
básicas de Administração, Contabilidade, Psicologia,conhecimento 
na área educacional e social. É importante que os projetos a serem 
planejados tenham os olhos voltados para a educação, a cultura 
e o lazer, uma vez que a comunidade vulnerável socialmente 
pouco tem contato com a cultura e, assim, é desejável que a esses 
sujeitos sejam oferecidas oportunidade de inserção no mercado 
© Gestão e Organização de Projetos Não Escolares18
de trabalho. Essa participação dos pedagogos em outras áreas 
tem surtido bons efeitos, mostrando uma concreta contribuição, 
em virtude de sua formação que o habilita a trabalhar de forma 
interdisciplinar, em grupo, auxiliando na gestão educacional, 
porém com foco na formação do individuo.
Carvalho (2001), afirma que esse profissional necessita 
apresentar postura gerencial, saber tomar decisões e construir um 
consenso organizacional, liderar, conduzir, inspirar e orientar os 
membros da equipe e ter sensibilidade para motivá-los. Segundo 
o autor:
É necessário ter ação gerencial, tomada de decisões e harmonia 
organizacional, liderança, é saber conduzir, inspirar e orientar os 
membros da equipe e ter motivação, um gestor precisa transmitir 
para sua equipe motivação, mostrar que é preciso trabalhar com 
prazer, principalmente nessa área social-educacional. O autor 
menciona ainda para a motivação a teoria de Maslow com sua 
hierarquia Auto-Realização, reconhecimento, estima segurança e 
sobrevivência, toda a moderna concepção de tratar pessoas não 
como um elemento de custo a ser controlado e sim como um 
potencial a ser desenvolvido (CARVALHO, 2001, p. 18).
Cury (2001, p. 34) segue acrescentando o valor das parcerias 
para essa concretização:
[...] uma das exigências dessa nova proposta de transformação 
social trazidas às organizações é o rompimento com a "cultura do 
isolamento” e o desenvolvimento de uma nova mentalidade, de 
capacidades, habilidades e estratégias para uma atuação conjunta, 
compartilhada. Não é mais possível trabalharmos sozinhos; é 
preciso articular, potencializar nossas ações através de parcerias e 
das redes.
É importante destacar que o pedagogo que pretende atuar 
na gestão de projetos sociais deve se especializar em Pedagogia de 
Multimeios, o que favorece a inclusão digital e social para todos 
aqueles que atuaram nos projetos. Isso exige que faça uso de 
sua competência em gerenciar e coordenar, estar continuamente 
pesquisando e descobrindo novos recursos digitais. Isso requer 
desse profissional estar sempre atualizado e preparado para o 
mundo globalizado que estamos vivendo.
Claretiano - Centro Universitário
19© Caderno de Referência de Conteúdo
A Pedagogia de Multimeios e Informática Educativa, por 
exemplo, é um curso diferenciado, uma vez que desenvolvem 
no profissional habilidades e competências com vistas às 
mídias digitais, tais como: a mídia impressa, comunicacional e 
informatizada, como antes já havíamos destacado, porém dirigidas 
para a área da Educação. As exigências são as de desenvolver um 
trabalho de âmbito interdisciplinar com os professores das salas 
de aula regulares, com o objetivo de coordenar laboratórios de 
Informática existentes nas escolas, planejando o seu uso adequado, 
além de realizar treinamentos e formações nas empresas, 
gerenciar e coordenar projetos de inclusão digital. Vimos, assim, 
que as competências a serem desenvolvidas convergem para o 
gerenciamento do trabalho em grupo, capacitando o profissional 
multimeios habilitado para o gerenciamento de projetos sociais-
educacionais.
O pedagogo na área hospitalar
Sem dúvida, essa área se caracteriza como um processo 
educativo não escolar que apresenta desafios aos educadores e 
permite a construção de novas atitudes.
Ao atuar na área hospitalar, o pedagogo tem como objetivo 
trabalhar com jovens e crianças hospitalizadas no sentido de 
dar continuidade aos estudos dada a impossibilidade desses 
alunos frequentarem com regularidade as aulas nas escolas. 
Temos assistido à ampliação do número de profissionais, antes 
restritos aos profissionais da saúde, que trabalham em hospitais 
na tentativa de melhorar a qualidade de vida dos pacientes que 
frequentam a escola. A ação educativa exercida nesse espaço 
favorece de certa forma a recuperação de sentimentos desses 
jovens e dessas crianças com relação à sua autoestima, aceitação, 
paciência, segurança, além da continuidade do desenvolvimento 
de suas potencialidades.
© Gestão e Organização de Projetos Não Escolares20
Ao desenvolver um trabalho educativo com a criança ou 
jovem em estado de vulnerabilidade de sua saúde, o pedagogo 
também trabalha o lúdico de forma que alivie possível sensibilidade 
e estado de estresse que, na maioria dos casos, acomete o 
paciente. É um avanço nas áreas da Saúde e da Educação que 
se insere na contemporaneidade centrado em um momento 
transitório na vida do educando que naquela hora se encontra 
enfermo e hospitalizado. De certa forma, interagem todos os 
envolvidos: os doentes, a equipe hospitalar, a família, que se 
sente mais amparada, e a escola por não ter o aluno com sua vida 
escolar estagnada. Constitui-se em uma realidade interdisciplinar, 
multidisciplinar e transdisciplinar.
Logo após a alta hospitalar, será elaborado um relatório 
pelo profissional pedagogo das atividades ali desenvolvidas, uma 
avaliação de seu desempenho com as posturas adotadas e as 
dificuldades apresentadas no período.
A escola como instituição se constitui no lugar 
fundamentalmente reservado para a educação formal, para o 
encontro do educando com o saber organizado.
Porém para possibilitar o acompanhamento pedagógico e 
educacional e garantir a continuidade do procedimento escolar 
de crianças e jovens do ensino regular, garantindo a conservação 
da conexão com a escola de origem, através de um currículo 
flexibilizado e adaptado da ação docente, a Secretaria de Educação 
em convênio firmado com a Secretaria de Saúde criou um programa 
de acolhimento diferenciado às crianças e jovens, internados em 
Hospitais, que necessitam de acompanhamento educacional 
especial, para que os mesmos não percam a ligação com a escola, 
oferecendo atendimento sistemático e diferenciado, no âmbito da 
Educação Básica, individual ou coletivo em Classe Hospitalar ou 
no leito, conforme a necessidade do educando que se encontra 
incapaz de freqüentar a escola provisoriamente (HAMZE, 2013).
O pedagogo empresarial
A área empresarial também é um segmento relativamente 
novo conquistado pelos profissionais da Pedagogia. A função do 
Claretiano - Centro Universitário
21© Caderno de Referência de Conteúdo
pedagogo na empresa é disseminar o conhecimento sem perder 
a especificidade do papel de educador. A ele cabe desenvolver 
políticas de melhoria de qualidade de vida e transformar o 
comportamento dos funcionários no sentido de desenvolver e 
melhorar seu desempenho profissional e pessoal. Sua atuação 
pode alcançar ONGs, hotéis, construtoras, indústrias, prefeituras, 
dentre outros órgãos públicos ou privados. Esse é um campo 
que exige conhecimento técnico, além de práticas que, aliadas 
às experiências dos outros profissionais multidisciplinares da 
área de Recursos Humanos (RH), somam seus esforços em prol 
de uma gestão democrática de pessoas. No entanto, cabe a esse 
profissional a coordenação dessa equipe no desenvolvimento de 
projetos que evidenciem aprendizagem organizacional significativa 
capaz de provocar mudanças no ambiente de trabalho no que diz 
respeito ao desenvolvimento humano. O grande desafio é, sem 
sombra de dúvidas, estar atualizado, atento ao que ocorre dentro 
desse universo de trabalho e compreender seu funcionamento.
Para atuar nessa área, esse profissional necessita procurar 
um bom curso de especialização na área empresarial. Já existem 
boas ofertas de cursos no mercado.
Como o pedagogo ambiental pode ajudar?
Os problemas ambientais não são novos e vem sendo 
construídos ao longo do tempo e por isso podemos dizer que sua 
construção é histórica. Há muito tempo que o homem tem feitouso indiscriminado dos recursos naturais. Tais costumes levaram 
ao abuso, à exploração e ao domínio dos seres vivos e dos recursos 
naturais em proveito próprio.
No entanto, essa é uma questão que deve ser refletida pela 
sociedade contemporânea como um grave problema, visto que o 
futuro de toda a humanidade está sujeito a um novo paradigma de 
uma nova postura diante da forma como devem ser estabelecidas 
às relações homem/meio. Pensando por esse lado, a educação 
© Gestão e Organização de Projetos Não Escolares22
exercerá um papel decisivo na formação de uma consciência 
ambiental nas gerações futuras, de forma que provoque reflexões 
e posturas no sentido de superar o desenvolvimento de sociedades 
sustentáveis capazes de levar em conta o meio como parte do 
contexto e não apenas como um recurso.
Reigota (1995, p. 11) apresenta a Educação Ambiental como 
uma proposta de alteração daquela que hoje conhecemos, não se 
limitando apenas à transmissão de conhecimentos sobre Ecologia 
e à utilização racional dos recursos naturais, mas principalmente 
à "participação dos cidadãos nas decisões e discussões sobre a 
questão ambiental".
O perfil do profissional pedagogo que atua em espaços não 
escolares, trabalhando na área de Educação Ambiental, deve ser o 
de integrar a dimensão teórica a uma preocupação com a prática do 
dia-a-dia, bem como de garantir a articulação entre as abordagens 
da gestão do trabalho administrativo, pedagógico e comunitário da 
educação profissional, desenvolvidos em espaços não escolares. 
A ele cabe ajudar a organização de qualquer segmento a atingir 
os seus objetivos e metas organizacionais. Podemos entender 
que a Pedagogia Ambiental tem como objetivo a incorporação 
de hábitos, valores e atitudes em relação ao meio ambiente e à 
sua preservação. Desse modo, será plausível divulgar projetos e 
propostas de Gestão Ambiental de forma a desenvolver atitudes 
de questionamento sobre como, por que e para quê cuidar; como 
participar, organizar e mobilizar a sociedade para a transformação 
da realidade ambiental e social.
Para encerrar esta conversa, refletiremos sobre o novo 
panorama da educação que se abre com o advento do século 
21, abrindo novas perspectivas para o profissional que se insere 
no mercado de trabalho sob diversas abrangências, como temos 
assistido acontecer com as novas demandas sociais, que vivem 
um momento singular de debates e discussões sobre globalização, 
neoliberalismo, terceiro setor, educação a distância, ou seja, uma 
Claretiano - Centro Universitário
23© Caderno de Referência de Conteúdo
nova estrutura se assinala na sociedade, e esta, por sua vez, busca 
profissionais cada vez mais qualificados e preparados para atuarem 
nesse cenário bastante competitivo.
A educação, por sua vez, se abre a novos espaços, não só 
escolares, como também não escolares, e vem confirmar essa 
discussão. O pedagogo sai, então, do espaço escolar, que até 
há pouco tempo era seu espaço circunscrito de trabalho, para 
se inserir nesse novo espaço de atuação com uma visão mais 
abrangente de atuação.
Dessa forma, a educação escolar sofre mudanças em seu 
conceito, deixando de ser reservada tão somente ao processo de 
ensino e aprendizagem em espaços escolares formais, rígidos para 
alcançar outros espaços galgando os muros da escola em busca 
de outros espaços e segmentos, como ONGs, hospitais, empresas, 
sindicatos, clubes, dentre outros. Abre-se um novo espaço para 
a educação, com vistas à educação não formal. Com essa nova 
proposta e possibilidade de atuação, o profissional pedagogo 
também se transforma, adequando-se a essa nova realidade, 
posicionando-se como profissional capacitado, com habilidades e 
competências para atuação nesses espaços, de forma a caminhar 
junto à transformação da sociedade. Para se capacitar, faz-se 
necessário ser qualificado para exercer uma nova função, para 
atuar nas diferentes áreas existentes no mercado de trabalho.
Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e 
precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domínio 
dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhecimento 
dos temas tratados neste Caderno de Referência de Conteúdo.
1) Difusão cultural: movimento de transferência de traços 
culturais e ideias de uma sociedade, ou grupo étnico, à 
outra.
2) ONGs: Organizações Não Governamentais.
© Gestão e Organização de Projetos Não Escolares24
3) Projeto: é uma ação planejada, estruturada em objeti-
vos, resultados e atividades (é desenvolvida num deter-
minado local, e com público-alvo delimitado) baseados 
em quantidades limitadas de recursos (humanos, mate-
riais e financeiros) e de tempo.
4) Responsabilidade social corporativa: é o comprometi-
mento permanente dos empresários de adotar um com-
prometimento ético e contribuir para um desenvolvi-
mento econômico que mantenha a qualidade de vida de 
seus empregados e de seus familiares, da comunidade 
local e da sociedade como um todo.
5) Terceiro setor: a) Organizações voluntárias, Organiza-
ções Não Governamentais (ONGs), organizações sem 
fins lucrativos, setor independente. b) Denominação 
mais recente, e ainda pouco utilizada. Para identificar a 
existência deste terceiro setor, faz-se necessário escla-
recer que aqueles que utilizam esse termo consideram 
o Estado como o primeiro setor e o mercado como o 
segundo, sendo o terceiro setor aquele que apresenta 
características de ambos (SILVA; AGUIAR, 2013).
Esquema de Conceitos-chave
Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais 
importantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um 
Esquema dos Conceitos-chave deste Caderno de Referência de 
Conteúdo. O mais aconselhável é que você mesmo faça o seu es-
quema de conceitos-chave ou até mesmo o seu mapa mental. Esse 
exercício é uma forma de você construir o seu conhecimento, res-
significando as informações a partir de suas próprias percepções.
É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos 
Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações en-
tre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais 
complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você 
na ordenação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de 
ensino.
Claretiano - Centro Universitário
25© Caderno de Referência de Conteúdo
Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-
-se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em 
esquemas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu co-
nhecimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pe-
dagógicos significativos no seu processo de ensino e aprendiza-
gem. 
Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es-
colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas 
em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, 
na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es-
tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos 
conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, 
novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem 
pontos de ancoragem.
Tem-se de destacar que "aprendizagem" não significa, ape-
nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci-
so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure 
como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con-
siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais 
de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei-
tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez 
que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog-
nitivas, outros serão também relembrados.
Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você 
o principal agente da construção do próprio conhecimento, por 
meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas 
e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tor-
nar significativa a sua aprendizagem, transformandoo seu conhe-
cimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabele-
cendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com 
o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do 
site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapascon-
ceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 19 mar. 2013).
© Gestão e Organização de Projetos Não Escolares26
 NÃO-FORMAL INFORMAL 
CURRÍCULO 
INTENCIONAL 
ESPONTÂNEA 
FORMAL
 
 
EDUCAÇÃO 
FAMÍLIA 
HIERARQUIZADA 
NORMATIZADA
FORA DO AMBIENTE 
ESCOLAR 
ESCOLA 
INTENCIONAL 
UNIVERSIDADES 
VALORES, ATITUDES 
CONTEÚDOS AVALIAÇÃO 
SISTEMÁTICA 
CLUBE IGREJA 
3º SETOR-
ONGs 
LDB 
Figura 1 f do Caderno de Referência de Conteúdo Gestão e Organização de Projetos Não 
Escolares.
Como você pode observar, esse Esquema dá a você, como 
dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais 
importantes deste estudo. Ao segui-lo, você poderá transitar entre 
um e outro conceito e descobrir o caminho para construir o seu 
processo de ensino-aprendizagem.
O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos 
de aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no 
ambiente virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem 
como àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas 
realizadas presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno 
EaD, deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio 
conhecimento. 
Questões Autoavaliativas 
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser 
de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertativas. 
Claretiano - Centro Universitário
27© Caderno de Referência de Conteúdo
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como 
re lacioná-las com a prática do Sistema Integrado de Informações 
pode ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, 
mediante a resolução de questões pertinentes ao assunto 
tratado, você estará se preparando para a avaliação final, que será 
dissertativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você 
testar seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a 
sua prática profissional. 
Você encontrará, ainda, no final de cada unidade, um gabari-
to, que lhe permitirá conferir as suas respostas sobre as questões 
autoavaliativas de múltipla escolha.
As questões de múltipla escolha são as que têm como resposta 
ape nas uma alternativa correta. Por sua vez, entendem-se por 
questões abertas objetivas as que se referem aos conteúdos 
matemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, 
inalterada. Já as questões abertas dissertativas obtêm por 
resposta uma interpreta ção pessoal sobre o tema tratado; por isso, 
normalmente, não há nada relacionado a elas no item Gabarito. 
Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seus 
colegas de turma.
Bibliografia Básica 
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus 
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares. 
figuras (ilustrações, quadros...) 
Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte-
grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra-
tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no 
texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con-
teúdos deste Caderno de Referência de Conteúdo, pois relacionar 
aquilo que está no campo vi sual com o conceitual faz parte de uma 
boa formação intelectual. 
© Gestão e Organização de Projetos Não Escolares28
Dicas (motivacionais) 
O estudo deste Caderno de Referência de Conteúdo convida 
você a olhar, de forma mais apurada, a Educação como processo 
de emancipação do ser humano. É importante que você se atente 
às explicações teóricas, práticas e científicas que estão presentes 
nos meios de comunica ção, bem como partilhe suas descobertas 
com seus colegas, pois, ao compartilhar com outras pessoas 
aquilo que você observa, per mite-se descobrir algo que ainda 
não se conhece, aprendendo a ver e a notar o que não havia sido 
percebido antes. Observar é, portanto, uma capacidade que nos 
impele à maturidade. 
Você, como aluno dos Cursos de Graduação na modalidade 
EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente. 
Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor 
presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugeri-
mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades 
nas datas estipuladas. 
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em 
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie 
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta 
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas. 
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os 
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos 
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, 
pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure-
cimento intelectual. 
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na 
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando 
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores. 
Claretiano - Centro Universitário
29© Caderno de Referência de Conteúdo
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a 
este Caderno de Referência de Conteúdo, entre em contato com 
seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você.
3. BIBLIOGRAfIA BÁSICA
GOHN, M. da G. Educação não-formal e cultura política: impactos sobre o associativismo 
do terceiro setor. São Paulo: Cortez, 1999.
______. Educação não-formal e cultura política. Campinas: Cortez, 2001.
PETRUS, A. Novos âmbitos em educação social. Profissão: educador social. Porto Alegre: 
Artmed, 2003.
4. BIBLIOGRAfIA COMPLEMENTAR
FERREIRA, N. S. C. A gestão da educação na sociedade mundializada: por uma nova 
cidadania. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e pedagogos: para quê? São Paulo: Cortez, 1998.
LOPES, I. (Org.).; TRINDADE, A. B.; CANDINHA, M. A. Pedagogia empresarial: formas e 
contextos de atuação. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2007.
MATOS, E. L. M. (Org.). Escolarização hospitalar: educação e saúde de mãos dadas para 
humanizar. Rio de Janeiro: Vozes, 2009.
PIMENTA, S. G. Pedagogia: ciência da educação. São Paulo: Cortez, 2001.
RIBEIRO, A. E. A. Pedagogia empresarial: a atuação do pedagogo na empresa. Rio de 
Janeiro: Wark, 2003.
SANTOS, C. R. dos. A gestão educacional e escolar para a modernidade. São Paulo: 
Cengage Learning, 2008. 
VEIGA, I. P. A.; FONSECA, M. Dimensões do projeto político-pedagógico: os novos desafios 
para a escola. Campinas: Papirus, 2001. 
5. E-REFERÊNCIAS 
NOGUEIRA, R. S. A importância do pedagogo na empresa. Rio de Janeiro: 2005. Disponível 
em: <http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/pemp03.htm>. Acesso em: 20 out. 2011. 
SCIELO. I Congresso Internacional de Pedagogia Social. Pedagogia: O perfil do pedagogo 
em espaços não escolares. Disponível em: <URL:http://www.scielo.com.br>. Acesso em: 
15 out. 2011.
Claretiano - Centro Universitário
1
EA
D
Educação Não Formal: Para 
Além dos Conceitos
"A vida deve ser uma constante educação" (GUSTAVE 
FLAUBERT).
1. OBJETIVOS
• Definir e compreender o conceito de educação não for-
mal.
• Identificar a diferença entre educação, educação não for-
mal e educação formal e informal.
• Compreender e relacionar as principais características da 
educação não formal.
• Determinar os espaços de ocorrência da educação não 
formal.
• Apresentar e identificar a relação existente entre o Estado 
e a educação formal nos séculos 19 e 20.
• Definir o contexto histórico do surgimento da educação 
não formal.
© Gestão e Organização de Projetos Não Escolares32
• Demonstraros caminhos para a compreensão da educa-
ção não formal perante a crise do modelo estatal e edu-
cacional no século 21.
2. CONTEúDOS
• Educação não formal para além dos conceitos.
• Lugares da educação.
• Educação e terceiro setor.
• Formação dos Estados nacionais.
• Reforma do Estado no século 20.
• Tecnologias da informação e da comunicação.
• Terceiro setor.
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes de iniciar o estudo desta unidade é importante que 
você leia as orientações a seguir:
1) Tenha sempre a mão o significado dos conceitos expli-
citados no Glossário e suas ligações pelo Esquema dos 
Conceitos-chave para o estudo de todas as unidades 
deste CRC. Isso poderá facilitar sua aprendizagem e seu 
desempenho.
2) Lembre-se de que os conceitos podem ser lidos sob di-
ferentes prismas e contextos. Pesquise nos livros da bi-
bliografia de referência ou na internet a importância da 
avaliação para o alcance dos objetivos planejados e, se 
encontrar algo interessante, disponibilize tal informação 
para seus colegas na Lista. Lembre-se de que você é pro-
tagonista do processo educativo.
3) Ao ler outros documentos legais, como Parâmetros Cur-
riculares Nacionais (PCN), Lei de Diretrizes e Bases do 
Ensino no Brasil, resoluções locais de cada sistema de 
ensino nas diversas unidades federativas e municipais 
– o que não deve ser uma obrigação a você, mas deve 
Claretiano - Centro Universitário
33© U1 - Educação Não Formal: Para Além dos Conceitos
ser uma maneira de estar por dentro do que acontece 
com a educação em nossas escolas – procure descobrir 
quais são as propostas essenciais que esses documentos 
contêm e quais os seus objetivos. Reflita, também, so-
bre o perfil político-pedagógico que esses documentos 
demonstram possuir.
4) Leia os livros da bibliografia indicada, tanto a básica 
como a complementar, para que você amplie seus hori-
zontes teóricos. Faça comparações com o material didá-
tico e discuta o conteúdo da unidade com seus colegas e 
com o seu tutor. Até o presente momento, nosso cami-
nho para a execução dos diversos processos de avaliação 
do ensino e da aprendizagem foi marcado pela varieda-
de de pensamentos e práticas acerca das intencionalida-
des para se alcançar os resultados que se pretendem em 
cada sistema educacional. Além dos livros indicados na 
Bibliografia Básica e Complementar, é importante que 
você busque outras fontes e faça fichamentos dessas 
obras.
5) Para saber um pouco mais sobre o terceiro setor, assun-
to que abordaremos no decorrer dos nossos estudos, é 
interessante que você acesse o site que se encontra dis-
ponível em: <http://www.filantropia.org/OqueeTercei-
roSetor.htm>. Acesso em: 1 mar. 2013.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Estamos iniciando a primeira unidade de Gestão e Organiza-
ção de Projetos Não Escolares, na qual apresentaremos a você al-
gumas questões pertinentes à educação não formal (ou educação 
não escolar), como: sua definição, seu histórico no Brasil, seu es-
paço de aplicação, suas principais características e, especialmente, 
a atuação do educador nesse novo espaço da educação.
O termo educação não formal é recente e designa práticas 
educacionais que se desenvolvem fora do ambiente escolar, não 
possuindo, assim, toda a sistematização, hierarquização e avalia-
ção próprias da educação formal. Contudo, nessa educação, ao 
© Gestão e Organização de Projetos Não Escolares34
contrário da educação informal, há uma intencionalidade nos pro-
cedimentos de aprendizado, o que também as diferenciaria.
Da mesma forma que a terminologia "educação não formal" 
é recente, podemos dizer que o seu estudo também é. Por isso, os 
pesquisadores dessa área ainda procuram o seu espaço dentro do 
ambiente acadêmico e das disciplinas ligadas à educação. Segundo 
Gohn (2001, p. 91),
[...] até os anos 80, a educação não-formal foi um campo de menor 
importância no Brasil, tanto nas políticas públicas quanto entre 
educadores. Todas as atenções sempre estiveram concentradas 
na educação formal, desenvolvida nos aparelhos escolares 
institucionalizados.
A atualidade do conceito, o crescimento de instituições 
ligadas à sua aplicação e a recente produção de estudos para a 
sua compreensão são alguns dos motivos que incentivam ainda 
mais o desenvolvimento de nossos trabalhos, e a formação de 
educadores que atuam com essa especialidade de educação é 
uma das preocupações fundamentais para a aplicação de uma 
educação não formal de qualidade.
Dentro dessa perspectiva, o primeiro passo deste Caderno 
de Referência de Conteúdo será delimitar o conceito de educação 
não formal e apresentar suas relações com os outros tipos de edu-
cação já conhecidos e amplamente difundidos: a educação formal 
e informal. É importante que você, como futuro educador, con-
heça esse novo campo de atuação, suas características e poten-
cialidades.
Desde já, devemos compreender que a educação não formal 
representa um novo caminho nos processos educacionais do Brasil 
e da própria sociedade global, que encontrou na escola, durante o 
século 19 e boa parte do século 20, o seu principal alicerce para a 
difusão de um modelo social pautado, especialmente, no progresso 
e na ciência: a chamada modernidade. Novo caminho, como 
dissemos, no sentido de que os sistemas de educação formais, por 
si sós, não conseguem oferecer respostas aos crescentes desafios 
da sociedade moderna e, desse modo, veem como bem-vindas 
práticas de educação não formais.
Claretiano - Centro Universitário
35© U1 - Educação Não Formal: Para Além dos Conceitos
Em um segundo momento, procuraremos apresentar o con-
texto histórico que levou ao crescimento desse tipo de educação. 
Nessa abordagem, você poderá perceber que a educação não 
formal está diretamente relacionada às reformas do "Estado" nas 
décadas de 1970 e 1980, que levaram, entre outras consequên-
cias, ao crescimento de um importante âmbito da sociedade civil 
organizada, o “terceiro setor” (espaço em que mais se desenvolve 
a educação não formal).
Da mesma maneira, veremos que a evolução de sua aplicação 
se relaciona, também, às transformações produzidas pelas 
tecnologias da informação, que forneceram novas perspectivas 
temporais e espaciais à realidade humana, criando aquilo que foi 
denominado como sociedade da informação.
Por isso, a compreensão do conceito de educação não formal 
está diretamente relacionada à ampliação da própria concepção de 
educação trazida por esses “novos tempos”, cada vez mais voltada 
para a formação de um indivíduo criativo, com uma velocidade 
mental elevada, que saiba trabalhar coletivamente, mas que, ao 
mesmo tempo, possua autonomia suficiente para a absorção de 
múltiplas informações e produza novos conhecimentos.
Para finalizar nossos trabalhos, abordaremos algumas 
perspectivas prático-metodológicas que apresentarão ideias, 
temas e demandas sociais que poderão ser desenvolvidas como 
projetos em ambientes de educação não formal.
Neste momento, veremos que a educação não formal 
se preocupa com questões relacionadas desde à capacitação 
profissional até ao desenvolvimento de noções de cidadania, 
servindo como uma "alternativa" e/ou um suplemento à educação 
formal.
Aliás, desde o início de nosso estudo, você verá que a 
educação não formal não se apresenta como uma negação à escola 
e aos modelos "tradicionalmente constituídos” da educação. Ao 
contrário, munida de um espírito voluntarista e associativista, 
© Gestão e Organização de Projetos Não Escolares36
ela busca cobrir lacunas deixadas pela educação formal, 
reconhecendo, nas demandas da própria sociedade, objetos para 
práticas pedagógicas.
5. EDUCAÇÃO NÃO fORMAL
Sempre que falamos sobre educação e organização e gestão 
de projetos educacionais, logo nos vêm à cabeça as estratégias 
pedagógicas desenvolvidas em sala de aula ou dentro do espaço 
escolar, não é mesmo? A escola é, geralmente, associada a um es-
paço único da educação, onde seriam transmitidos todos os con-
hecimentos produzidos pela sociedade.No entanto, isso não é 
bem verdade. A educação não é um privilégio da escola.
Como você deve saber os principais estudos voltados para a 
educação procuraram delimitá-la em duas esferas principais: em 
sua forma sistematizada, ou seja, a educação formal, e, também, 
em sua forma espontânea, a educação informal.
Vale lembrar que a educação espontânea – feita principal-
mente pela família, pelos pais, dentro do chamado processo de 
socialização de primeiro grau, no qual são ensinados os primeiros 
símbolos culturais, as primeiras palavras do idioma natal e algumas 
regras e padrões de comportamento sociais, a chamada educação 
informal – representa uma etapa muito importante no desenvolvi-
mento da instrução e da formação do indivíduo e por isso merece 
o seu destaque na compreensão do processo de aprendizagem.
Já a educação sistematizada, a chamada educação formal, 
caracteriza-se pela normatização do processo educacional dentro 
de um ambiente específico, com normas estabelecidas e compar-
tilhadas, horários, conteúdos e avaliações que visam aprovar ou 
reprovar os conceitos transmitidos em seu interior. Ela seria, por 
intermédio da escola, a instituição social responsável por levar às 
gerações mais novas os conhecimentos organizados e constituídos 
por determinada sociedade ao longo de seu desenvolvimento.
Claretiano - Centro Universitário
37© U1 - Educação Não Formal: Para Além dos Conceitos
Portanto, voltando às nossas primeiras expectativas sobre a 
escola e a educação, podemos dizer que a escola é o espaço maior 
da educação formal, porém não da educação como um todo.
Tendo apresentado essas duas definições básicas concebidas 
para a educação, nos dedicaremos, agora, a conceituar a educação 
não formal. Nos últimos anos, especialmente a partir da década 
de 1990, alguns autores começaram a identificar uma nova forma 
de educação que se propagava na sociedade e que não poderia 
ser concebida nem como educação formal nem, tampouco, como 
informal: surge, assim, a educação não formal.
Na literatura específica, entre os autores que procuraram de-
senvolver estudos relacionados à educação não formal, destacam-
se o sociólogo português Arlindo Janela Afonso e um grupo de pes-
quisadores da Unicamp liderado pelas professoras Olga Rodrigues 
de Moraes Von Simson, Margareth Brandini Park e Renata Sieiro 
Fernandes, além da professora Maria da Glória Gohn, também da 
Unicamp. Neste estudo, focaremos a experiência desses autores, 
embora reconheçamos que outros pesquisadores de outras uni-
versidades desenvolvam suas pesquisas nessa área.
Mas, afinal o que estamos entendendo por educação não 
formal?
Em busca de um conceito para educação não formal
Quando se lê o conceito de educação não formal pela pri-
meira vez, tem-se a impressão de que ele se refere a um sinônimo 
para a educação informal, uma vez que se opõe à formalidade da 
educação. No entanto, isso não procede. A educação não formal 
não é uma palavra similar à educação informal como se supõe. Por 
isso, não é algo que podemos delimitar com certa facilidade.
Na realidade,
[...] não existem muitas reflexões teóricas ou pesquisas 
empíricas que tratam do tema. Todavia, é possível elaborar uma 
© Gestão e Organização de Projetos Não Escolares38
fundamentação teórica para melhor evidenciar no que consiste a 
educação não-formal (FERNANDES; PARK; SIMSON, 2001, p. 9-10).
Assim, um dos exercícios para se construir a sua definição é a 
busca pela exclusão e pelo confronto entre as suas características 
e os elementos que compõem as outras duas concepções de edu-
cação (formal e informal).
Podemos dizer que, diferentemente da educação informal, 
a educação não formal não ocorre de maneira espontânea, bem 
como não é desprovida de uma intencionalidade. Para sua mel-
hor compreensão, vamos, novamente, recorrer à professora Gohn 
(2001, p. 100):
[...] o que diferencia a educação não formal da educação informal 
é que na primeira existe a intencionalidade de dados sujeitos 
em criar ou buscar determinadas qualidades e/ou objetivos. A 
educação informal decorre de processos espontâneos ou naturais, 
ainda que seja carregada de valores e representações, como é o 
caso da educação familiar.
Contudo, apesar de a educação não formal também possuir 
uma intencionalidade e um objetivo a ser alcançado, ela não pode 
ser comparada à educação formal, uma vez que, mesmo possuindo 
a sua própria "formalidade", ela não obedece às regras de sistem-
atização do conhecimento e de difusão de conceitos segundo uma 
hierarquia estabelecida, nem atende à necessidade de constituir 
sistemas de reprovação e avaliação de conteúdos absorvidos.
Diferentemente da educação formal, a aprendizagem não 
ocorre de maneira obrigatória na educação não formal, de forma 
que os métodos educativos valorizam o ensino coletivo e associa-
tivo. Dentro dessa comparação, Moacir Gadotti (2005, p. 02) men-
ciona que:
A educação formal tem objetivos claros e específicos e é represen-
tada principalmente pelas escolas e universidades. Ela depende de 
uma diretriz educacional centralizada como o currículo, com estru-
turas hierárquicas e burocráticas, determinadas em nível nacional, 
com órgãos fiscalizadores dos ministérios da educação. A educação 
não-formal é mais difusa, menos hierárquica e menos burocrática. 
Claretiano - Centro Universitário
39© U1 - Educação Não Formal: Para Além dos Conceitos
Os programas de educação não-formal não precisam necessaria-
mente seguir um sistema seqüencial e hierárquico de "progressão". 
Podem ter duração variável, e podem, ou não, conceder certifica-
dos de aprendizagem.
Para que possamos compreender de maneira didática e expli-
cativa as principais diferenças entre a educação formal e a educação 
não formal, recorreremos ao interessante Quadro 1, elaborado pelo 
professor Arlindo Janela Afonso em seu artigo, de 1992, “Sociologia 
da educação não-escolar: reactualizar um objecto ou construir uma 
nova problemática?”. 
Quadro 1 Tipos de aprendizagem
TIPOS DE APRENDIZAGEM
Escolas tradicionais Associações democráticas para o 
desenvolvimento
Apresentam um caráter 
compulsório.
Apresentam um caráter voluntário.
Dão ênfase apenas à instrução. Promovem, sobretudo, a 
socialização.
Favorecem o individualismo e a 
competição.
Promovem a solidariedade.
Visam à manutenção do status 
quo.
Visam ao desenvolvimento.
Preocupam-se, essencialmente, 
com a reprodução cultural e 
social.
Preocupam-se, essencialmente, 
com a mudança social.
São hierárquicas e fortemente 
formalizadas.
São pouco formalizadas e 
pouco (ou incipientemente) 
hierarquizadas.
dificultam a participação. Favorecem a participação.
Utilizam métodos centrados no 
professor-instrutor.
Proporcionam a investigação e 
projetos de desenvolvimento.
Subordinam-se a um poder 
centralizado.
São, por natureza, formas de 
participação descentralizada.
fonte: adaptado de Afonso (1992). 
© Gestão e Organização de Projetos Não Escolares40
Percebam que, diferentemente da escola, onde os conteú-
dos lecionados são preestabelecidos por meio de currículos de-
limitados por diretrizes governamentais, por um “poder central-
izado”, na educação não formal o conteúdo a ser trabalhado está 
diretamente relacionado a uma demanda específica de uma deter-
minada comunidade.
Isso significa o reconhecimento de defeitos, desafios, carên-
cias e anseios (sejam eles de um bairro, uma cidade, um estado 
ou um país) que possuam, na educação, um meio para a sua supe-
ração, seja na instrução do trabalhador, no aprendizado de novas 
profissões, na alfabetização, ou no desenvolvimento de conceitos 
relacionados à cidadania e/ou à participação democrática do indi-
víduo em sua sociedade.
De maneira mais clara, podemos dizer que a educação não 
formal:
[...] diz respeito às instituições, associações, organizações e gru-
pos que trabalham com a educação e que, apesar de sua menor 
formalidade, tal atuação difere da educação formal. [...] Assim, a 
educação não-formal poderia ser exemplificadapor práticas em 
que o compromisso com questões que são importantes para um 
determinado grupo é considerado como ponto fundamental para o 
desenvolvimento desse trabalho; esse compromisso torna-se mais 
importante do que qualquer outro conteúdo pré-estabelecido por 
pessoas ou instituições (FERNANDES; PARK; SIMSON, 2001, p. 21).
Sobre essas instituições, seus objetivos e procedimentos 
metodológicos, falaremos a seguir.
Objetivos da educação não formal
Como apresentamos anteriormente, a educação não formal 
procura estabelecer suas atividades dentro de uma perspectiva de 
suprir necessidades e demandas sociais de um determinado grupo 
específico.
Nesse sentido, podemos dizer que a educação não formal 
no Brasil surge com dois objetivos maiores e que delimitam, tam-
bém, a sua atuação: melhorar a maneira de inserção de pessoas à 
Claretiano - Centro Universitário
41© U1 - Educação Não Formal: Para Além dos Conceitos
realidade econômica, política e social do país e, ao mesmo tempo, 
proteger as camadas mais favorecidas da sociedade dos “perigos” 
da marginalidade.
Dentro dessas prerrogativas, as instituições que desenvolvem 
educação não formal possuem algumas metas específicas que 
norteiam a organização e a gestão de projetos em seu ambiente. 
Dentre elas, podemos estabelecer quatro principais:
1) capacitação de indivíduos para o trabalho;
2) desenvolvimento de conceitos relacionados à cidadania;
3) organização do indivíduo para a solução de problemas 
da comunidade;
4) aprendizados de conteúdos da educação formal.
Dessa forma, a educação não formal pode ser compreendida 
como a oferta de oficinas de especialização de mão de obra, com 
cursos técnicos nas mais diversas áreas, e oficinas de computação, 
artesanato, marcenaria, panificação, entre outras. Buscando as-
sim, ensinar novas profissões e novas habilidades ao trabalhador, a 
educação não formal contribui para a sua inserção no mercado de 
trabalho, pois, além de dar acesso a um emprego, melhora a sua 
renda e gera a possibilidade de uma vida economicamente mais 
autônoma.
Uma das críticas que Libâneo e Pimenta (1999) fazem à edu-
cação não formal, relacionada à qualificação profissional, é que 
ela incentiva apenas novos tipos de empregos vinculados à infor-
malidade e não contribui para o empreendedorismo empresarial. 
Além disso, acredita-se que a educação não formal possui apenas 
como objetivo dar instrução mínima às pessoas e não uma forma-
ção realmente cidadã. Para esses críticos, a educação formal pos-
sui como objetivo maior a qualificação de gente para as empresas 
e não para a sua melhoria como pessoa.
Em um segundo momento, podemos compreender algumas 
atividades desempenhadas pela educação não formal que trabal-
ham com a formação política e atividades que visam ressaltar a 
© Gestão e Organização de Projetos Não Escolares42
participação social do indivíduo em sua comunidade. Aparecem 
aí grupos que oferecem cursos de formação política. Além desses, 
podemos destacar grupos que trabalham com questões relacio-
nadas à educação ambiental, preservação do patrimônio, ações 
filantrópicas de auxílio ao menor infrator, apoio jurídico a famílias 
menos privilegiadas etc.
Como resultado dessas ações, essas entidades procuram de-
senvolver um novo tipo de indivíduo: alguém que saiba exercer a 
sua cidadania, que valorize e respeite as ações coletivas e sociais, 
de modo que consiga trabalhar em prol da solução dos problemas 
de sua comunidade. A ideia é que essas mesmas pessoas possam 
integrar, futuramente, o quadro de "funcionários" dessa institu-
ição, formadas em sua maioria por voluntários – uma característi-
ca da educação não formal que exploraremos adiante.
Além da aprendizagem profissional, dentro das metas es-
pecíficas da educação não formal também está contida a apren-
dizagem de conteúdos próprios da educação formal. Por exemplo, 
há entidades que se preocupam com a alfabetização de jovens e 
adultos, creches e atividades lúdico-pedagógicas que se vinculam 
às disciplinas comuns ao ensino formal.
A intenção é a mesma dos itens anteriores: a formação de 
uma mão-de-obra qualificada e cidadania. No entanto, é nessas 
instituições que podemos ver mais claramente uma das maiores 
características da educação não formal: o complemento às lacunas 
deixadas pela escola.
Apesar da semelhança de conteúdos, a grande diferença en-
tre este tipo de educação não formal e a educação da escola reside 
nos métodos e nas práticas de ensino. Na educação não formal, o 
papel do educador é mais centrado em atividades conjuntas, fun-
cionando como um animador/organizador. Falaremos mais sobre 
isso ao longo deste Caderno de Referência de Conteúdo.
Vale lembrar que o público-alvo dessas instituições é, geral-
mente, formado por pessoas de baixa renda, com pouca escolari-
Claretiano - Centro Universitário
43© U1 - Educação Não Formal: Para Além dos Conceitos
dade formal, e por crianças em idade escolar que possuem grande 
chance de evasão escolar, uma vez que não enxergam, nos con-
teúdos da escola, objetos práticos para a sua vida, os chamados 
“estudantes em situação de risco".
Para Geraldo Caliman (2006),
[...] os estudantes em situação de risco podem ser compreendidos 
como aqueles cuja principal variável se refere à desigualdade so-
cial, desembocando em inúmeras dificuldades como: baixo rendi-
mento escolar, manifestações de hostilidade (bullying), adaptação 
ao próprio papel de estudante e interação social.
Ao possibilitar novas chances de formação profissional e 
educacional, com uma visão mais utilitária e prática da educação, 
valorizando os anseios de seu próprio público, sem regras ou nor-
mas formais para o aprendizado, a educação não formal procura 
reinserir o trabalhador no mercado de trabalho e tirar os jovens 
das “ruas”, evitando, assim, os “perigos” da marginalidade.
Estabelecidos os objetivos gerais e as metas específicas da 
educação não formal, devemos, agora, delimitar quais são os seus 
principais espaços de atuação.
Espaço da educação não formal
Quando dizemos que a educação não formal ocorre, prin-
cipalmente, fora do espaço escolar, não estamos afirmando que 
ela não possa se desenvolver dentro da escola. A escola pode ser 
um dos lugares onde a educação não formal se aplica, no entan-
to ela está fora do contexto escolar, da rotina da grade curricular, 
das avaliações e do cronograma. Um exemplo disso é a Escola da 
Família que, aos finais de semana, desenvolve práticas educacio-
nais não formais (como aulas de Computação, artesanato, pintura, 
entre outros).
A educação não formal também pode acontecer fora do con-
texto escolar. Em princípio, podemos dizer que ela encontra o seu 
espaço, principalmente, em instituições de três tipos: públicas, or-
ganizadas pela sociedade civil e religiosas.
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Existem projetos de faculdades comunitárias que organizam 
oficinas junto à comunidade. A nossa instituição está incluída 
neste contexto formativo; a fundação o Boticário de proteção à 
natureza também é vista como um exemplo de Organização Não 
Governamental (ONG) que representa a sociedade civil. O número 
de instituições que possuem programas de educação não formal 
cresceu especialmente a partir da década de 1980 com a crise do 
modelo estatal e com a crise da própria educação formal.
De acordo com o levantamento de um grupo de professores 
da Unicamp realizado em 2001, estipula-se que:
na região sudeste, existem 278 instituições que se mantêm conve-
niadas com o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente; no 
estado de São Paulo, existem 173 [...] (FERNANDES; PARK; SIMSON, 
2001, p. 21).
Assim, a educação não formal possui o seu espaço de atu-
ação em ONGs, Amparos Sociais, Fundos Comunitários, Igrejas, 
Fundações, Associações de Bairro, Associações de Pais e Mestres, 
Sindicatos e prédios públicos. Essas entidades vivem de proventos 
do poder executivo (seja ele municipal, estadual ou federal), de 
contribuições de empresas

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