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Brasil Primeira República

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Primeira República
1889-1930
Herança imperial
Uma sociedade analfabeta, de ex-escravos
Falta de clareza no debate político
Espírito anti-monárquico que surgiu a partir de ideias positivistas, militares e de revanchismo dos proprietários rurais que se sentiram prejudicados com a abolição da escravidão
Homogeneidade da elite (José Murilo de Carvalho)
Herança imperial
Apesar do centralismo, dispersão e fragmentação
Desigualdade entre as províncias/estados
Herança imperial
(Renato Lessa)
Hipercentralização político-administrativa
Controle da dinâmica legislativa e regulação da competição política via legislação eleitoral
Padrão estável de exclusão de parcela da população da cidadania (exclusão do demos)
Rígido controle sobre a formação de atores políticos coletivos
O último baile da Ilha Fiscal
(Francisco Aurélio de Figueiredo, 1905)
República (1889)
Aristides Lobo, Rui Barbosa, Benjamin Constant e Quintino Bocaiúva, convenceram o Marechal Deodoro a liderar o golpe
Presença militar
Presença de ideias positivistas
República (1889)
Força das províncias: São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul
Debate sobre unidade nacional – no imaginário do debate político, o risco de fragmentação era permanente
Ausência do povo – assistiu a tudo “bestializado”, na expressão de Aristides Lobo
A Proclamação da República
(Henrique Bernardelli, 1893)
A Proclamação da República
(Benedito Calixto, 1893)
República – reação externa
Desconfiança da Inglaterra
Alinhamento com Estados Unidos, que passava a ser liderança no continente americano
Joaquim Nabuco embaixador em Washington
Inspiração republicana brasileira
O desenvolvimento econômico da Argentina naquele período era associado à sua forma republicana (e federativa) de governo
EUA como modelo
Fragilidade da noção de república no período: visto como simplesmente oposição à monarquia
Inspiração republicana brasileira
Ausência de ideais igualitários ou verdadeiramente democráticos
A noção de república era invocada de forma instrumental para estabelecer a autonomia das províncias/estados
República em nenhum momento, nem no império, nem na primeira república, teve um conteúdo social
Povo ausente do movimento republicano e da proclamação
República positivista
A instauração da federação republicana equivalia a inverter as relações entre províncias e governo geral vigentes durante o unitarismo monárquico, de modo que o antigo predomínio da União deveria ceder ao predomínio dos Estados. Júlio de Castilhos (RS) chegava a defender que a União vivesse das transferências tributárias dos Estados.
Governo Provisório
Concentrava os poderes executivo e legislativo
Confusão de poderes entre os titulares de cada área (Rui Barbosa x Campos Sales)
Emissão de moeda, causando inflação e especulação (Encilhamento)
Governo Provisório
Comissão para elaboração da Constituição, com Rui Barbosa como revisor
A Constituição foi elaborada por uma comissão, e não por uma assembleia constituinte
Foi aprovada por um congresso que teve pouco tempo para deliberar sobre ela
Constituição de 1891
Modelo norte-americano
Federalismo
Poder dos estados (surge o nome estados, ao invés de províncias) – “poderes e direitos que não lhes fossem negados pelos dispositivos constitucionais”
Poder dos estados sobre os municípios
Constituição de 1891
Presidencialismo
Separação de três poderes: executivo, legislativo e judiciário
Judiciário como “poder moderador” – poder “neutro”
 Dualidade da justiça: federal e estadual (Decreto n. 848 de 11.10.1890 organizou a Justiça Federal)
Estado de sítio e intervenção federal
Constituição de 1891
Separação entre estado e religião
Catolicismo deixou de ser a religião oficial do país
O Estado passou a reconhecer somente o casamento e o registro de óbito civis
Constituição de 1891
Eleição Direta
Voto universal masculino, mas com proibição do voto do analfabeto
Voto não-secreto
Voto não obrigatório
Voto do analfabeto
Naquele período, proibir o voto do analfabeto era restringir drasticamente a cidadania
A proibição já havia sido feita por meio da Lei Saraiva (1881), ainda no período imperial
Voto feminino
Embora diversos deputados tenham tentado o voto feminino, ainda que com restrições referentes ao seu estado civil e à sua capacidade intelectual, a maioria entendeu que torná-la eleitora corromperia a “fonte preciosa de moralidade e de sociabilidade que a família mais diretamente representa”. Os mesmos positivistas que queriam que o analfabeto e o mendigo votassem se opunham ao voto feminino, que fomentaria “uma democracia anárquica, revolucionária, metafísica e irrefletida”.
ROURE, Agenor. A Constituinte Republicana. Volume II. Brasília, Senado Federal, 1979, pp. 281-282.
Competências dos Estados
Imposto sobre exportação;
Contrair empréstimos no exterior;
Organizar forças militares próprias;
Organização da justiça.
Tentativa centralizadora
Rui Barbosa procurou dar à Constituição um caráter mais centralizador e próximo à da Constituição dos EUA
Procurou também reduzir as possibilidades de estado de sítio
A república fundada
“Uma rematada tolice que foi a tal república. No fundo, o que se deu em 15 de novembro foi a queda do partido liberal e a subida do conservador, sobretudo da parte mais retrógrada dela, os escravocratas de quatro costados. Isso de Benjamin Constant, Lopes Trovão, Silva Jardim foi uma isca que os matreiros ‘bois de coice’, ‘rapa côcos’ e outros de igual jaez se serviram, para ‘forrar’ a opinião da força e se apossarem do poder. Toda a administração republicana tem sido um constante objetivo de enriquecer a antiga nobreza agrícola e conservadora, por meio de tarifas, auxílios à lavoura, imigração paga, etc.” LIMA BARRETO, Afonso Henriques de. Coisas do Reino do Jambon. São Paulo, Brasiliense, 1953, p. 110. 
Existiu povo na 
proclamação da República?
Percepção do período e estudos posteriores
Que tipo de povo?
Vários “povos”
Marechal Deodoro da Fonseca
(1889-1891)
Desrespeito à constituição. Deodoro chegou a fechar o congresso 
Tentativa de reforma constitucional, buscando retirar os poderes dos Estados e concentrar poder na União
Floriano Peixoto
(1891-1894)
Deposição de todos os governadores dos Estados, com exceção do Pará, e os novos governadores depuseram os respectivos governos
Revolta da Armada: segmento monarquista de oposição a Floriano Peixoto
Revolta Federalista: Rio Grande do Sul
Positivistas x Liberais
Conflitos na República
Federalistas moderados x hiperfederalistas
Exército x Marinha
Militares x Civis
Jacobinos (monarquistas) x elites estaduais
Prudente de Morais 
(1894-1898)
Primeiro presidente civil da república
Demissão em massa de funcionários públicos do antigo regime
Endividamento
Surgimento do PRF – Partido Republicano Federal, mas sem longevidade
1897 – Atentado contra Prudente de Morais
Canudos
Antônio Conselheiro - beato
1893 – sertão da Bahia
Chegou a congregar entre 20 e 30 mil pessoas
Derrotou as forças militares baianas, e acabou mobilizando as forças federais
1897- Massacre dos sertanejos, relatado em Os Sertões, de Euclides da Cunha
Campos Sales
(1898-1902)
Organizou a nova forma de institucionalização republicana
Despolitizou a administração pública federal, deslocando a política para os Estados, de onde tirava o seu apoio (Renato Lessa)
Campos Sales
(1898-1902)
Relação entre a União e os Estados
“Política dos governadores”, também chamada de “Política do café-com-leite)
Campos Sales operou uma Reforma no Regimento Interno da Câmara, acerca da Comissão de Verificação de Poderes, que diplomava os deputados eleitos.
Até o seu governo, o presidente dessa Comissão era o mais velho dos deputados diplomados na eleição em discussão.
A partir da reforma implementada no seu governo, o presidente passou a ser o mais velho da legislatura que tinha terminado.
Esse expediente facilitava que o presidente temporário, principal responsável pela diplomação dos deputados eleitos, fosse alguém próximo do presidente.
Campos Sales
(1898-1902)
Política feita com os partidos republicanosde cada estado: PRP, PRR, PRM e outros.
Oligarquias
Coronéis
Inexistência de partidos nacionais fortes 
Coronelismo
Tipo de clientelismo
Fenômeno geralmente relacionado com este período, mas que perdurou ao longo da história brasileira
Coronelismo e poder local
Legado de Campos Sales
A experiência republicana, até o governo de Campos Sales, foi marcada pela incerteza, pela falta de rotina administrativa e pela ausência de um padrão de distribuição do poder
O governo de Campos Sales estabeleceu o padrão que se desenvolveria nos anos seguintes, até o governo Vargas, em 1930, que era um padrão de ter as elites estaduais como os atores políticos principais.